Um dos maiores clássicos da Disney, O Rei Leão é essencialmente Shakespeare para crianças, com visuais excelentes, trilha sonora marcante e ótimos personagens. Um dos momentos chocantes, porém, que passa batido pelas crianças, acontece quando Simba e Nala começam a ficar um pouco… íntimos. A expressão facial no rosto da leoa deixa bem claro o que aconteceu nos momentos em que a câmera não estava mais olhando.

Quando se trata de humor para agradar adultos e crianças, Shrek é o rei, tendo construído uma trilogia inteira de filmes divertidos para os pequenos, e bastante sujos para os adultos. Há muitas opções excelentes para escolher, mas um dos momentos mais divertidos acontece em Shrek 2, quando o protagonista (transformado em humano), o Burro (transformado em cavalo) e o Gato de Botas são capturados.

O momento é uma paródia de programas policiais, e em certo ponto é possível ver os guardas tirando um saquinho de erva do bolso do Gato de Botas. A piada funciona em duplo sentido: não só é uma brincadeira com o recheio do famoso “cigarrinho de artista”, como também é uma alusão à Catnip, a erva da família do hortelã que é conhecida por deixar gatos chapados.

Os filmes da Pixar também escondem algumas piadas adultas, e uma das melhores acontece em Toy Story 2. Buzz Lightyear, essencialmente um herói de ação, fica maravilhado ao ver a vaqueira Jessie realizando uma sequência de acrobacias - e isso causa uma reação fisiológica nele. Sem controlar, Buzz se “endurece” - no caso, suas asas ficam eretas.

Carros não é exatamente um filme que parece ter piadas adultas, mas há sim diversas questões e tiradas que passam batidas pela cabeça das crianças. Logo no começo do primeiro filme, conhecemos Relâmpago McQueen como um astro das pistas, cheio de atenção da mídia e dos fãs. No meio da comoção, ele é abordado por duas fãs com a mesma pintura que ele, que logo se declaram para ele e botam seus faróis para fora. Sim, existe uma piada de “farol aceso” em Carros!

David Bowie foi muitas coisas em vida: astro do rock, ator e, aparentemente, carteiro também. Em Labirinto - A Magia do Tempo, clássico de 1986, a produção toma a questionável decisão de deixar o camaleão do rock usar calças tão coladas que seu pacote aparece proeminentemente por grande parte do filme. O figurino de Bowie foi um ponto altamente discutido entre toda a produção.

Além disso, é um filme sobre um ser fantástico com aparência adulta tentando encantar uma garota adolescente, o que só torna tudo ainda mais… duvidoso, para dizer o mínimo.

Tudo bem que talvez até crianças entendam essa, mas em uma cena de A Era do Gelo 3 podemos ver a preguiça Sid tentando obter leite de um Boi-almiscarado para alimentar filhotes de dinossauro que ele encontrou. O problema é que esquece de verificar se estava ordenhando uma fêmea.

O humor adulto em filmes infantis é ainda mais divertido quando é sutil. Em A Casa Monstro, as crianças começam a teorizar que uma assustadora mansão decrépita do bairro pode ser uma criatura viva, devorando crianças que passam pela rua. Eles então percebem que a casa tem traços de anatomia humano, como “olhos, boca e úvula”, ao qual um dos garotos responde: “Ah, então é uma casa fêmea?”.

Tire alguns segundos, relembre das aulas de biologia e responda: qual parte específica da anatomia feminina soa como úvula?

Se você já revisitou Rugrats: Os Anjinhos depois de crescer, sabe que é um desenho bastante estranho e cheio de acenos para os adultos. No filme, lançado em 1998, uma cena mostra as crianças recém-nascidas inspecionando seus corpos na maternidade. Um dos bebês reclama: “Cara, cortaram meu cordão umbilical”. Já outro, que olha para dentro das próprias fraldas, apenas responde: “Se considere sortudo então”, indicando que passou por um corte um pouco mais íntimo.

Outra cena que brinca com a sutileza ao ponto de quase passar batido pelos adultos acontece em Ratatouille. Quando Linguini tenta contar para Colette sobre a existência do rato Remy, ele não escolhe exatamente as melhores palavras, e começa sua frase afirmando que tem algo muito pequeno - o que faz Colette imediatamente olhar para a virilha do cozinheiro.

Nenhum item dessa lista chega perto do surto que é O Gato. Esse filme de 2003 é uma adaptação de um livro clássico do Dr. Seuss, então deve ser algo inocente, certo? Muito pelo contrário, o filme é inteiramente marcado por piadas de duplo sentido, que vão desde de alusões à sexo, masturbação, homicídio e muito mais.

Não ajuda também que é um filme estrelado por Mike Myers, o eterno Austin Powers, vestido como um gato gigante humanóide. Esse pesadelo surrealista poderia muito bem ser uma esquete de Saturday Night Live, mas acabou sendo vendido como filme infantil, e definitivamente vale ser redescoberto apenas pelo fascínio de se perguntar: qual executivo de Hollywood aprovou isso?