Burn The Witch é o primeiro trabalho de Tite Kubo depois de encerrar o mangá de Bleach. Originalmente foi publicado apenas como um one shot, em 2018, mas ganhou uma minissérie em Agosto desse ano e uma “segunda temporada” do título já foi anunciada. Por enquanto, são cinco capítulos - contando o one shot - além da adaptação em anime.

Já o anime é na verdade um filme que foi dividido em três partes para a audiência mundial. Ele adapta os quatro capítulos do mangá que foram publicados em 2020, não o one shot. Devido ao sucesso do título, é de se imaginar que, quando Kubo lançar essa segunda leva da publicação, a adaptação continue.

Nessa história, acompanhamos Noel e Ninny, duas bruxas trabalhando para a organização Wing Bind, na Londres Reversa, em uma realidade invisível para humanos comuns onde a magia existe e os feiticeiros são responsáveis por livrar toda a sociedade de dragões malignos.

Bom, além de ser um trabalho do Tite Kubo, Burn The Witch se passa no mesmo mundo de Bleach. Na verdade, o Wing Bind é a divisão ocidental da Soul Society, que não cuida de almas, mas protege o mundo de dragões.

BTW faz várias referências para Bleach. Uma das mais legais é quando, no mangá, é dito que o Gotei 13 matou todos os dragões daquela área, no lugar de lidar com eles da forma que o Wing Bind e a Londres Reversa fazem - por isso eles não são uma ameaça por lá.

No final do último episódio, o anime faz questão de mostrar a placa indicando que o Wing Bind é a divisão ocidental da Soul Society e faz uma brincadeira com o logo de Burn The Witch, escrevendo BLEACH com algumas letras e formatos.

No lugar de Shinigami vs Hollow, essa é uma história de bruxas e feiticeiros lutando contra dragões. Toda essa magia e seres fantásticos são invisíveis para humanos comuns, mas os dragões afetam a sociedade como um todo. Assim, é da responsabilidade dos moradores da Londres Reversa lidar com essa ameaça.

Mas não pense nesses dragões como os que conhecemos de outras histórias. Existe uma classificação com tipos de dragão e parte deles são domesticados e usados no dia a dia das bruxas. No entanto, existem os dragões malignos que são uma ameaça para o mundo, possuem todo tipo de forma e poder e funcionam mais como “entidades” e monstros do que qualquer outra coisa.

Tem ainda uma classificação mais específica de dragões, os mais perigosos, mas vamos falar deles depois.

Tudo isso acontece na Londres Reversa, que é a parte escondida e mágica de Londres. Somente pessoas com algum tipo de magia podem acessar esse lugar, mas não pense que é algo com design medieval só por envolver esses elementos.

Mesmo com todo o plano de fundo mágico, a Londres Reversa é tão tecnológica quanto a Londres Frontal. Você vê smartphones, telões, outdoors e todo tipo de modernidade que não estamos tão acostumados a ver em histórias envolvendo magia - ainda mais com Bleach e a Soul Society como referência.

Falando neles, a Wing Bind é a parte ocidental da Soul Society e possui uma organização bem parecida com o Gotei 13. São oito divisões que compõem a Wing Bind, cada uma liderada por uma bruxa ou feiticeiro poderoso e responsável por alguma área específica de trabalho.

Na história até agora, conhecemos um pouco melhor apenas duas dessas divisões: os Pipers, que cuidam da domesticação e coleta de recursos dos dragões, e os Inks, responsáveis por caçar e eliminar dragões malignos.

A divisão dos Pipers é a principal de Burn The Witch no início. É nela que as protagonistas da história trabalham e de onde deriva o primeiro arco da aventura.

Os Pipers são responsáveis por domesticar dragões para o uso comum na Londres Reversa, coletar recursos mágicos deixados por eles e apreender posses ilegais de dragões.

Dá para reconhecer os Pipers pelo uniforme que usam - um manto xadrez vermelho e preto estampado com o símbolo do signo de Áries nas costas - e suas armas especiais: uma espécie de cachimbo mágico em formato de trombeta e o Witch Kit, uma pistola que funciona com magia.

É com os Pipers que as protagonistas de Burn The Witch trabalham: Noel Niihashi e Ninny Spangcole.

Enquanto Noel trabalha apenas no mundo da Londres Reversa e prioriza o dinheiro que recebe, Ninny leva uma vida dupla: na Londres Frontal, ela é a vocalista de uma girl band, a Cecile Die Twice, enquanto na Reversa é uma bruxa dos Pipers que busca reconhecimento.

Como a história ainda é curta, não sabemos tanto assim sobre as duas. Elas trabalham como dupla, são muito habilidosas, ainda que descuidadas, no que fazem e funcionam bem juntas, ainda que levem uma relação bem peculiar.

A outra divisão mais proeminente de Burn The Witch até então são os Inks. Liderados por Bruno Bangnyfe, eles são os responsáveis por eliminar dragões malignos com magia poderosa. Dá para reconhecer os Inks pelo capuz azul escuro marcado com o símbolo de Touro.

Bruno é o jovem, energético e incrivelmente forte diretor dos Inks. Ele luta com uma magia bem interessante, com sprays de tinta mágica que invocam monstros sob o seu comando. Seu parceiro é o dragão domesticado Rickenbacker, de escamas azuis, porte médio e quatro asas.

Um mistério de Burn The Witch são os Possuídos. No anime, conhecemos Balgo Parks, um rapaz meio maluco que é classificado como “Possuído pelo Dragão”, ou “Dragonclat”. Ele mesmo explica, um pouco adiante, que os Possuídos são pessoas cuja presença atrai dragões, principalmente os malignos. Não descobrimos na animação, porém, como ele ficou dessa forma.

Já no mangá, o one shot conta a história do Balgo. Ele vivia com seu amigo, Shelby, sem saber que o corpo do rapaz estava sendo usado por um dragão maligno. Shelby morreu muitos anos antes, quando salvou Balgo de um acidente, e seu corpo foi usado como hospedeiro para um tipo de dragão conhecido como “Disguiser”.

Balgo se torna um Possuído porque o Shelby, sendo um dragão maligno, o morde. Ainda não sabemos o que isso significa, como afeta a pessoa, se dá poderes ou qualquer coisa do tipo. Como Possuído, Balgo atrai dragões e precisa morar na Londres Reversa, sendo vigiado pela dupla Noel e Ninny.

E de todos os dragões dessa história, os mais legais e perigosos são os Märchen. Eles são dragões antigos, mais até que a fundação da Londres Reversa - além de ser absurdamente poderosos.

Märchen é alemão para Conto de Fadas. Cada um desses dragões tem o nome baseado em um conto e seus poderes especiais derivam de alguma característica da história. No anime conhecemos o Cinderela, o grandioso dragão que desperta seus poderes à noite, sob a luz da lua, e dispara incontáveis bombas em formato de pequenos cristais.

Além do Cinderela, existem outros seis Märchen. A Branca de Neve, o Vestido Vermelho, o Machado Dourado, o Bolhas, a Casa de Açúcar e a Banda de Animais. Eles são os progenitores dos dragões malignos e podem ser identificados por suas seis garras e a habilidade de camuflagem.