Ainda que seja um item só da lista, todos os filmes de Duro de Matar são pontos altos da carreira de Bruce Willis. Afinal, foi a franquia que lhe deu espaço nos cinemas, quando estrelou o clássico de 1988.

Como o policial John McClane, Willis mostra sua força como herói de ação, sempre se envolvendo em tiroteios ou esquemas mirabolantes para enfrentar terroristas, mas também com um excelente timing cômico e senso de humor. Foi Duro de Matar que consagrou a carreira de Bruce Willis, e foi Bruce Willis quem fez esses filmes serem clássicos.

Quando se pensa em Pulp Fiction: Tempo de Violência, é comum lembrar de Samuel L. Jackson, John Travolta, Uma Thurman, seringas e hambúrgueres com queijo. Mas vale lembrar que o clássico de Quentin Tarantino, contado de forma não-linear, conta também com uma história estrelada por Bruce Willis.

Na trama, ele vive Butch Coolidge, um boxeador que foge do impiedoso chefão do crime Marsellus Wallace. A participação de Bruce Willis como a estrela de um dos segmentos do filme, que se tornou um dos maiores sucessos do cinema, deu fôlego novo à sua carreira, que passava por um momento turbulento após uma série de fracassos de bilheteria. Com isso, o ator ficou conhecido como alguém que podia transitar entre os blockbusters e os filmes de baixo orçamento, sempre entregando atuações de qualidade.

Um anos após Pulp Fiction, Bruce Willis se juntou com outro diretor excêntrico, o ex-Monty Python Terry Gilliam (Brazil), para estrelar uma aventura de ficção científica distópica. Os 12 Macacos é baseado no curta francês La Jetée, e mostra um presidiário sendo enviado ao passado para investigar um vírus que acaba com o mundo no futuro.

O longa transita entre o bizarro e o caricato, e Willis se compromete com as várias mudanças de tom da obra. De quebra, ainda contracena com Brad Pitt, que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu insano papel.

Na década de 90, Bruce Willis se tornou um queridinho dos cineastas cult. Não só o ator entregava boas atuações em filmes excêntricos, como também ajudava a trazer o público-geral, acostumado com sua performance em obras de ação, para os cinemas - algo que fez até o fim de sua carreira. Em 1997, ele se juntou com o cineasta francês Luc Besson para o ousado sci-fi O Quinto Elemento.

Ambientado em um futuro distante, Willis interpreta um motorista de táxi com experiência militar que se vê envolvido em uma disputa entre as forças do bem e do mal quando resgata Leeloo (Milla Jovovich), uma criatura criada em laboratório que representa a esperança da humanidade. Aqui, fica bem claro o tipo de personagem que Bruce Willis costuma interpretar: carismáticas pessoas comuns, mas com algum tipo de treinamento em forças especiais para justificar as habilidades de herói de ação.

Não é só de obras excêntricas que Bruce Willis viveu na década de 90. Na reta final, em 1998, ele se juntou com o diretor Michael Bay para um explosivo blockbuster de ação.

Em *Armageddon, o ator vive o líder de uma equipe montada pela NASA para perfurar um asteróide em direção à Terra. Mesmo em um elenco cheio de nomes de peso, Bruce Willis ainda consegue se destacar.

Quando se trata de Bruce Willis, é difícil não associá-lo com Duro de Matar, mas O Sexto Sentido consegue empatar em importância para a carreira do ator. O clássico de M. Night Shyamalan combinou horror sobrenatural com um intenso drama, e o ator tem um dos papéis mais importantes no longa.

A trama acompanha o garoto Cole Sear (Haley Joel Osment), que se vê atormentado por visões de pessoas mortas, e parte em busca da ajuda do psicólogo Malcolm Crowe, vivido por Willis. Claro, todo mundo já sabe da reviravolta do filme, e é o comprometimento do ator com esse papel duplo que torna a revelação tão impactante.

Apenas um ano depois do enorme sucesso de O Sexto Sentido, M. Night Shyamalan novamente recrutou Bruce Willis para outra de suas produções. Dessa vez, o ator seria o protagonista em uma história de heróis completamente original.

Corpo Fechado acompanha David Dunn (Willis), um homem que descobre ser super-poderoso quando se torna o único sobrevivente de uma tragédia. A partir disso, ele passa a explorar seus próprios limites. O filme não teve uma recepção tão boa na época, especialmente por anteceder a febre dos heróis, mas se tornou um queridinho cult e até ganhou duas continuações com Fragmentado (2017) e Vidro (2019), ambas com participação de Bruce Willis.

O quadrinista Frank Miller teve um pico de popularidade na década de 2000, com suas HQs servindo com inspiração para 300, a Trilogia Batman e, claro, Sin City: Cidade do Pecado, com direção de Robert Rodriguez.

Com pegada de antologia, o longa acompanha quatro histórias de crime inspiradas por filmes noir, cheias de violência e sexo. No longa, Bruce Willis vive John Hartigan, um policial que se recusa a fazer vista grossa para a corrupção que assola a cidade, o que acaba lhe colocando na mira de gente poderosa.

O tempo não parou para Bruce Willis, mas isso não o impediu de continuar vivendo um herói de ação. Em 2010, aos 55 anos, ele brincou com isso ao estrelar *RED: Aposentados e Perigosos, comédia de ação que mostra que o ator e outros grandes nomes de Hollywood ainda conseguem fazer um estrago.

Willis interpreta Frank Moses, um ex-militar de alta patente que vê uma ameaça como oportunidade para deixar a pacata aposentadoria e viver uma nova fantasia de espião. O longa ainda recebeu uma continuação em 2013.

Ainda que a última década tenha sido mais complicada para Bruce Willis, o ator ainda desperta o interesse de cineastas cults, assim como fazia na década de 90. Em 2012, ele se juntou com o queridinho indie Wes Anderson para estrelar Moonrise Kingdom.

A trama acompanha um jovem casal apaixonado em fuga, e Bruce Willis vive o capitão da polícia responsável por buscá-los. Ainda que o papel se alinhe com o tipo de personagem que costuma viver, é curioso vê-lo em um filme genuinamente fofo, colorido e divertido.

Assim como em RED, a franquia Os Mercenários existe justamente para dar os holofotes para grandes astros do passado e juntá-los com heróis de ação das novas gerações. A reunião de Sylvester Stallone com Arnold Schwarzenegger, Jason Statham, Jean-Claude Van Damme e muitos outros foi uma grande celebração do cinema de ação, e Bruce Willis não poderia ficar de fora.

O ator fez uma pequena ponta no primeiro, mas só foi dar as caras mesmo na continuação, em que vive o elusivo Mr. Church, um agente de lealdades duvidosas, que transita entre o papel de vilão e ajudante para a equipe de soldados.

Antes de dividir os fãs com o excelente Star Wars: Os Últimos Jedi, o diretor Rian Johnson fez seu nome com Looper, um ousado filme de ação com toques de ficção científica.

A trama é ambientada em um futuro em que viagem no tempo já se tornou comum, e que passa a ser utilizada como queima de evidências: sempre que alguém precisa ser morto, a pessoa é enviada para o passado, onde o assassino de aluguel Joe (Joseph Gordon-Levitt) se encarrega do trabalho sujo. O único problema é que, um dia, a vítima que ele precisa assassinar é ninguém menos que ele mesmo no futuro - com sua versão mais velha sendo interpretada por Bruce Willis.

Depois desse filme, Willis assumiu poucos projetos grandes, geralmente continuações de Duro de Matar, RED e Sin City, e também o remake de Desejo de Matar. Hoje, com as notícias da aposentadoria do ator, faz sentido que ele tenha dedicado os últimos dez anos para juntar dinheiro para sua família, se envolvendo em todo tipo de projeto que conseguisse encontrar. Assim, Looper pode ser considerado o último grande filme original que Bruce Willis estrelou.

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