Blonde: O que é fato e o que é ficção no filme da Netflix sobre Marilyn Monroe

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Blonde: O que é fato e o que é ficção no filme da Netflix sobre Marilyn Monroe

Por Jaqueline Sousa

O filme Blonde chegou à Netflix causando bastante polêmica. Dirigido por Andrew Dominik (O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford), o longa conta com Ana de Armas na pele de Marilyn Monroe, um dos maiores ícones da história de Hollywood, e vem causando diversas reações negativas a respeito da representação de Monroe na trama.

Isso porque, além de apresentar controvérsias, há uma confusão envolvendo Blonde: o filme não é uma biografia de Marilyn Monroe. Por mais que use a imagem da atriz, a produção é uma adaptação do livro homônimo da escritora Joyce Carol Oates, que ficcionaliza a trajetória da artista. Sendo assim, o que é fato e o que é ficção no filme da Netflix? Vem com a gente que nós vamos te explicar!

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A mãe de Marilyn Monroe tinha problemas psicológicos?

No início de Blonde, temos a oportunidade de ver um pouco sobre a relação de Marilyn e sua mãe, Gladys. O filme mostra uma dinâmica bastante conturbada e abusiva entre as duas (vemos a mãe da atriz batendo nela e até tentando afogá-la em uma banheira), que resulta na internação de Gladys em uma clínica psiquiátrica eventualmente.

Mas afinal, isso realmente aconteceu? Não há evidências de que Gladys tenha sido abusiva com Marilyn, mas a mulher realmente enfrentava alguns problemas psicológicos na época. Gladys também ficou internada em uma instituição psiquiátrica por boa parte de sua vida adulta e foi diagnosticada com esquizofrenia.

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Marilyn cresceu em orfanatos quando era criança?

Sim, Marilyn Monroe de fato passou grande parte de sua infância e início da adolescência em orfanatos e lares adotivos. O motivo para isso envolvia as constantes crises psicológicas de sua mãe na época.

A primeira vez que a pequena Norma Jean (seu nome de batismo) ficou sob os cuidados de uma família adotiva foi quando ela tinha apenas duas semanas de vida. Mas Gladys ainda passou alguns anos tentando construir um lar para a filha, mas acabou não conseguindo por causa de sua internação, em 1934.

Assim, como Gladys era uma mãe solteira, a única alternativa para Marilyn era ficar em orfanatos para sobreviver. A jovem Monroe viveu anos conturbados, em que mudava de lares adotivos com bastante frequência até que ela se casou aos 16 anos com James Dougherty, enfim encerrando sua passagem por orfanatos.

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Marilyn Monroe nunca conheceu o pai?

Outra questão bastante presente em Blonde é o fato de que Marilyn Monroe nunca conheceu seu pai verdadeiro. Isso realmente confere com a realidade, mas não da maneira exata como o filme retrata.

No longa, a mãe de Marilyn mostra para ela uma fotografia de um homem, afirmando que aquele seria seu pai. De acordo com Gladys, o pai supostamente teria trabalhado no mesmo estúdio cinematográfico que ela, porém tinha ido embora quando soube da gravidez.

Já na vida real, acredita-se que o pai de Marilyn é um homem chamado Charles Stanley Gifford. De acordo com a Vulture, a biografia Marilyn Monroe: The Private Life of a Public Icon (Marilyn Monroe: A vida privada de um ícone público, em tradução livre) aponta que Charles era um sujeito divorciado com quem Gladys tinha se envolvido por um período até que ela ficou grávida de Marilyn e ele desapareceu.

Posteriormente, Monroe realmente tentou diversas vezes entrar em contato com o pai, mas ele recusou todas as oportunidades.

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Marilyn Monroe esteve em um triângulo amoroso com o filho do Charles Chaplin?

Em Blonde, vemos Marilyn participando de um trisal com Charles Chaplin Jr. e Edward G. Robinson Jr., os filhos de Charles Chaplin e Edward G. Robinson, respectivamente. Mas isso realmente aconteceu na vida real?

A resposta é simples: não. O relacionamento entre os três é fictício, já que não há nenhum indício de que isso teria acontecido na vida real. Entretanto, existem rumores de que Marilyn chegou a se envolver romanticamente com Charlie Chaplin Jr, em 1947.

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Ela sofreu múltiplos abortos?

Outro aspecto que está bastante presente no filme envolve possíveis abortos que Marilyn Monroe teria feito. Embora existam diversos rumores na vida real a respeito do assunto, o que se sabe é que a atriz sofreu um aborto espontâneo durante seu casamento com o dramaturgo Arthur Miller por causa de uma gravidez ectópica (quando o feto se desenvolve fora do útero). Além disso, não há informações concretas sobre outros abortos.

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O casamento entre Marilyn e Joe DiMaggio era abusivo?

O segundo casamento de Marilyn Monroe foi com o ex-jogador de beisebol Joe DiMaggio, que é representado no filme como uma figura abusiva, violenta e ciumenta. Na vida real, DiMaggio realmente tinha crises de ciúmes por causa do sucesso de Marilyn, já que ele achava que estava sendo ofuscado pela fama da esposa.

O matrimônio durou apenas nove meses e, embora os dois nunca tenham confirmado a existência de um relacionamento abusivo, alguns relatos biográficos indicam que DiMaggio agredia Marilyn fisicamente na vida real.

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Qual é a relação entre Marilyn Monroe e o presidente J. F. Kennedy?

A vida amorosa de Marilyn Monroe era uma das temáticas mais adoradas da mídia naquela época. Mas se tem uma fofoca infame que desperta curiosidade do público até os dias de hoje diz respeito ao suposto caso que a atriz teria tido com J. F. Kennedy, o então presidente dos Estados Unidos.

A especulação foi impulsionada mais ainda quando Marilyn cantou “Parabéns para você” ao político no dia de seu aniversário, e muitas teorias da conspiração acreditam que o relacionamento dos dois teria sido o motivo da morte da atriz. Entretanto, ao contrário do que o filme mostra, não há evidências concretas de que Marilyn teria de fato se envolvido romanticamente com Kennedy e nem de que ele teria violentado a atriz.

De acordo com a Vulture, Marilyn e Kennedy se encontraram apenas quatro vezes e só há um único registro fotográfico dos dois juntos, tirado no dia do infame aniversário do presidente.