Durante anos, Batman & Robin foi julgado como o pior filme do Cavaleiro das Trevas - e embora muitos ainda o considerem assim, há de se dizer que George Clooney não é o pior Batman. Esse encargo deixaremos nas mãos de Val Kilmer, astro que estava em ascensão na década de 90 e que acabou segurando um grande pepino em Batman Eternamente.

O ator está realmente tentando fazer algo sério aqui, o que torna toda sua interpretação ainda mais canastrona em um filme que revolucionou o cinema com os "batmamilos". Para piorar, ele é completamente engolido por seus colegas de elenco, especialmente Jim Carrey e Tommy Lee Jones, que entregam versões completamente surtadas do Charada e Duas-Caras. Por ser tão ofuscado e pouco memorável, ele toma o último lugar da lista.

Fale o que quiser de Batman & Robin, mas a verdade é que o filme sabe como está sendo surtado e insano, e isso está presente em todas as partes da produção, desde os cenários carnavalescos ao elenco, e isso inclui o ator principal, George Clooney, que já era conhecido por seu papel em E.R.: Plantão Médico. Aqui, ele não tenta reinventar a roda - ele só aceita o surto e embarca nele.

A maior diferença entre Clooney e Kilmer é que o primeiro sabe que está em uma furada e compreende a premissa levantada por Joel Schumacher. E mesmo que ele tenha que se desculpar até hoje por ter "arruinado a infância" de muitos nerds, seu personagem ao menos é carismático. No entanto, não dá para negar que ele acaba sendo apenas uma peça em um filme já abarrotado de personagens e de subtramas, o que tira um pouco de seu peso individual.

A primeira grande produção do herói para os cinemas veio em 1989, dirigido por Tim Burton. Em Batman, acompanhamos uma aventura peculiar do Cavaleiro das Trevas, enquanto ele enfrenta o Príncipe Palhaço do Crime. O filme fez tanto sucesso que logo ganhou uma sequência em 1992, e todo o reconhecimento merecido deve ir para Michael Keaton.

Embora passasse longe da imagem de "galã", Keaton conseguia impor uma versão de respeito do Cruzado Encapuzado, especialmente por criar a "voz do Batman", um elemento que agora é indispensável para todos os atores que já se aventuraram na pele de Bruce Wayne. Ele só está abaixo na lista por uma questão prática, já que seus trajes limitavam muito seus movimentos e, consequentemente, as suas cenas de ação.

Quando Batman vs. Superman: A Origem da Justiça chegou ao cinema em 2016, muitos ficaram divididos em relação ao conteúdo do filme, mas são poucos os que ousaram falar mal do Batman de Ben Affleck. Inspirado pela versão de O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, esse personagem é quebrado e falho, com ódio em seu coração e pouca fé na humanidade.

Isso faz com que ele seja uma figura bem interessante nesse filme - embora algumas decisões soem controversas, como vê-lo usando armas de fogo. Os problemas começam em Liga da Justiça, onde o personagem sofreu um transplante de personalidade e ficou mais "leve e piadista" após testemunhar o sacrifício do Superman. O corte de Zack Snyder para o filme até soluciona algumas questões, mas não resolve totalmente o problema.

Para muitos, Christian Bale soa como o Batman perfeito - e isso é fácil de se entender, levando em conta que ele teve três filmes para amadurecer e mostrar diferentes facetas do Cavaleiro das Trevas. Aqui, o ator aposta muito na dualidade entre Bruce Wayne e o Cavaleiro das Trevas, e como isso vai sendo ressignificado a cada novo filme.

Como Bruce, ele chega a níveis de perfeição - especialmente por seu charme galante e sua pose de herdeiro inconsequente, que não passa de fachada. Se isso não fosse o bastante, ele ainda mostra camadas da personalidade do playboy. Porém, como Batman ele deve um pouco, já que não é tão intimidador quanto outras versões, além de não explorar traços importantes como o lado mais "detetive" ou engenhoso do herói.

A escolha pode surpreender muitos fãs, mas o Batman interpretado por Adam West definitivamente merece o segundo lugar da lista por tudo que ele representa na mitologia do herói. Enquanto as versões mais recentes do personagem passam por uma abordagem mais realista e sombria, West trazia o brilho e a inocência do Homem-Morcego da Era de Ouro dos quadrinhos.

Ele apareceu primeiro na popular série de TV de 1966, mas ganhou as telonas ao lado de seu Robin (Burt Ward) com Batman, o Homem-Morcego, filme ambientado entre a primeira e a segunda temporada do seriado. Longe do ar denso e sisudo, West se divertia e incorporava traços marcantes, como o lado mais "detetivesco" do personagem e até mesmo o charme playboy. No entanto, o que mais se destaca é seu humor pueril e físico.

Há alguns anos atrás, a internet entrava em polvorosa com a notícia de que Robert Pattinson daria vida ao Cavaleiro das Trevas em The Batman. Recebendo inúmeras reações odiosas de um lado e um apoio fervoroso dos seus fãs do outro, o ator parecia uma incógnita até que os primeiros trailers do filme surgiram, exibindo um Batman ainda mais sombrio e amedrontador.

Agora, pode ser cedo demais para colocá-lo em uma posição tão alta, mas a verdade é que Pattinson consegue não só dar conta do recado, mas também propor um questionamento sobre a própria condição do Batman como herói. Além disso, ele é quem melhor demonstra como Bruce Wayne e o Cruzado Encapuzado são os dois lados de uma mesma moeda e um motiva a luta do outro, sem contar seu poder de intimidação e sua fúria física.