Batman: Todas as referências e easter-eggs do filme com Robert Pattinson

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Batman: Todas as referências e easter-eggs do filme com Robert Pattinson

Por Gus Fiaux

Atenção: Alerta de Spoilers!

Após algumas sessões especiais de pré-estreia, The Batman finalmente está em cartaz nos cinemas brasileiros, oferecendo uma nova perspectiva para o Cavaleiro das Trevas e seu papel na DC Comics. Protagonizado por Robert Pattinson, o filme vem ganhando muito destaque nas críticas e promete ter uma bilheteria bem satisfatória para o estúdio.

E embora o diretor Matt Reeves tente criar algo próprio sem adaptar diretamente uma saga ou arco específico, ainda sobra espaço para várias influências das HQs e referências da cultura pop. Por isso, aqui reunimos todos os easter-eggs de The Batman que você precisa notar!

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Paralelos com o Assassino do Zodíaco

Entre as principais inspirações que Matt Reeves teve para o filme, a maior certamente são os filmes de David Fincher, seja pelo clima de investigação que permeia toda a narrativa ou pela ideia de um serial killer fazendo seus crimes se tornarem o centro de um circo midiático. As maiores inspirações, é claro, estão em Seven: Os Sete Crimes Capitais e Zodíaco.

Aliás, falando em Zodíaco, há outro paralelo interessante na construção do Charada, já que muito de sua persona é inspirada no assassino no qual o filme é baseado, seja pelo seu complexo sistema de criptogramas ou até pelo seu visual, que não é inspirado em nenhuma roupa que o vilão já usou nos quadrinhos ou em outras mídias da DC Comics.

O personagem usa uma máscara de couro e um sobretudo, que é enfeitado com seu símbolo (um ponto de interrogação estilizado). Esse visual bate com as descrições de sobreviventes e testemunhas do Assassino do Zodíaco da vida real, já que ele costumava usar um capuz, enquanto ostentava o seu próprio emblema durante seus crimes.

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Galeria de vilões

Falando no Charada, os fãs mais atentos devem notar que as pistas dadas pelo vilão, geralmente em cartões comemorativos, trazem referências à vasta galeria de inimigos do Batman nos quadrinhos. Além de trazerem os já esperados enigmas do Charada, temos ilustrações que lembram vários dos personagens clássicos da DC Comics.

Por exemplo, há um cartão com uma caveira e uma coruja (uma referência à Corte das Corujas?), um com um cientista maluco e maligno (seria Hugo Strange?), uma mulher bonita de cabelos vermelhos (Hera Venenosa?) e até mesmo um Gato de Cheshire (Chapeleiro Louco, graças à relação com Alice no País das Maravilhas?)

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Thomas e Martha Wayne

Diferente de boa parte das franquias do Batman nos últimos anos, o novo filme do herói evita reviver a cena da morte de Thomas e Martha Wayne no beco do crime em Gotham City. E por mais que a cena não seja recriada, nós o tempo todo temos lembretes de como esse evento foi traumático para Bruce Wayne e o assombra até hoje.

Um bom exemplo disso vai na relação que ele estabelece com um garoto que é filho de Dom Mitchell Jr., a primeira vítima do Charada. Ao ver que o menino perdeu seu pai, Bruce começa a ter uma atitude superprotetora com ele, chegando a salvá-lo durante o funeral do ex-prefeito de Gotham, quando um carro desgovernado invade a igreja lotada.

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Sal Maroni

Outro personagem que não aparece no filme mas está sempre presente na narrativa é Sal Maroni, que é uma figura tirada diretamente das HQs do Batman. Criado por Bob Kane e Bill Finger, o personagem fez sua primeira aparição nos quadrinhos em Detective Comics #66, publicada em agosto de 1942.

Nos quadrinhos, o personagem é um mafioso de marca maior que comanda o tráfico de drogas em Gotham City. Em The Batman, ele também tem um papel similar, embora já tenha sido pego pela polícia, graças a um acordo feito com Carmine Falcone, para que este pudesse ascender no submundo da cidade e perder a concorrência em seus negócios.

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A sexualidade da Mulher-Gato

Uma coisa interessante sobre o filme é como ele explora a dinâmica amorosa entre o Batman e a Mulher-Gato. Mais do que isso, ele também dá um foco maior na vida pessoal de Selina Kyle, confirmando um elemento bem importante da vilã/anti-heroína nos quadrinhos: sua bissexualidade. Desde o começo, vemos que ela se relaciona com homens e mulheres.

Na verdade, quando Bruce Wayne a conhece, Selina parece namorar uma mulher chamada Annika, que depois é sequestrada e morta por Carmine Falcone. A bissexualidade da Mulher-Gato sempre esteve presente nas HQs através de várias pistas e sugestões, mas só foi oficialmente confirmada pela DC Comics em Catwoman #39, publicada em abril de 2015.

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Policiais de Gotham City

A polícia de Gotham City é um dos pontos mais importantes do filme, já que estão no centro da caçada do Charada para expor a podridão e corrupção que corre nas veias da cidade. Alguns personagens foram tirados diretamente das HQs e outras mídias do Batman e seus nomes servem como easter-eggs para os fãs.

Temos, por exemplo, Gil Colson (vivido por Peter Saarsgard), um dos promotores que se torna vítima do Charada; Pete Savage (Alex Ferns), o comissário da polícia que foi criado na série clássica de 1966 protagonizada por Adam West e Burt Ward; e também Mackenzie Bock (Con O'Neil), um chefe da polícia que foi criado em Detective Comics #681, de 1995.

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Iceberg Lounge

Interpretado por Colin Farrell, o Pinguim também tem um destaque no filme, sendo o braço direito de Carmine Falcone. Aqui, temos uma versão mais realista e pé no chão do personagem (ou seja, nada de pinguins que carregam bombas a serviço do mafioso), mas há um ou outro elemento tirado diretamente das páginas dos quadrinhos.

Um desses elementos é o Iceberg Lounge, a boate comandada por Oz Cobblepot e que serve como fachada para vários negócios ilícitos. Esse é um dos cenários mais importantes do filme, sendo o lugar onde os policiais corruptos se encontram e Selina Kyle trabalha. A boate/cassino apareceu nos quadrinhos pela primeira vez em 1995, em Detective Comics #683.

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Nasce o Pinguim

O primeiro grande "clímax" do filme se dá quando Batman persegue o Pinguim em seu Batmóvel. É uma cena cheia de ação e adrenalina que culmina em um grande acidente nas estradas de Gotham. Por fim, Bruce Wayne consegue alcançar o criminoso e passa a investigá-lo, em busca do informante da polícia de Gotham.

No entanto, quando Bruce e Jim Gordon conseguem extrair sua última informação, eles vão embora e deixam Oz Cobblepot para trás, usando algemas nos pés e nas mãos. Em uma cena cômica, ele começa a andar e reclamar das algemas, lembrando um pinguim. É um dos raros momentos de descontração do filme e funciona graças à referência direta ao vilão da DC.

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Corte das Corujas

Durante os Novos 52, Scott Snyder introduziu uma peça bem intrigante à mitologia do Cavaleiro das Trevas: a Corte das Corujas, uma sociedade secreta composta pela elite de Gotham, que controlam todos os rumos da cidade e possuem um exército de "seguranças particulares". A Corte possui uma conexão bem curiosa com o Batman e tenta manipular o herói.

Levando em conta que The Batman também expõe uma conspiração sinistra entre as autoridades de Gotham, isso soa quase como uma conexão com os quadrinhos e talvez um prenúncio de que a sociedade secreta possa aparecer em alguma continuação. Se isso for verdade, poderíamos até ver o suposto irmão de Bruce nos cinemas, Lincoln March.

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Arkham e Wayne

Durante um segmento do filme, o Charada expõe segredos de Thomas e Matha Wayne - e nessa parte, é revelado que Martha fazia parte da família Arkham antes de adotar o sobrenome de seu marido. Como já era de se esperar, essa família é responsável pela criação do Asilo Arkham, que se torna o local onde os criminosos de Gotham City são encarcerados.

No entanto, a ideia de Martha Arkham vem de outra HQ bem influente do Cavaleiro das Trevas: Batman: Terra Um, de Geoff Johns e Gary Frank. A HQ traz vários paralelos com o filme, incluindo o histórico de doença mental da mãe de Bruce. Mais curioso ainda é como o filme estabelece que os Wayne e os Arkham são as famílias fundadoras de Gotham.

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A identidade secreta

Em um rápido momento no começo do terceiro ato do filme, podemos ver os policiais de Gotham encontrando várias carteiras de identidade pertencentes ao Charada. Esses cartões contém a identidade do herói, mas é um pouco diferente do que muitos se lembram: no filme, ele é Edward Nashton, não Edward Nygma com outras representações do personagem.

Contudo, até mesmo o nome do personagem tem origens nas HQs. Após a Crise nas Infinitas Terras, a DC Comics tentou tirar o lado "bobo" do nome do herói (que podia ser lido como E. Nygma, ou "enigma"). Nas HQs, foi dito que seu nome de batismo era Edward Nashton, e que ele havia mudado para Edward Nygma depois de adulto, justamente para corresponder à sua persona vilanesca.

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Uma possível referência ao Bane?

Quando enfrenta o exército de incels do Charada ao fim do filme, o Batman é nocauteado e acaba ficando paralisado. Nesse momento, um dos inimigos ataca a Mulher-Gato e começa a estrangulá-la. Em um sopro de vitalidade, Bruce injeta um líquido verde em si mesmo, desperta com força total e parte para cima do criminoso, quase o matando.

O líquido em questão pode ser apenas adrenalina, que ele carrega para esse tipo de situação. Porém, alguns fãs estão fazendo comparativos com outra fórmula encontrada no Universo DC: Veneno, a droga que o Bane injeta em si mesmo para ficar superforte e resistente. Sem essa fórmula, o vilão é enfraquecido e pode ser facilmente derrotado.

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Coringa no Asilo Arkham?

Quando o Charada é confinado no Asilo Arkham, vemos ele surtando em sua cela quando é consolado por outro prisioneiro, do qual nunca vemos o rosto por inteiro. Os dois começam a conversar e desenvolvem uma relação baseada no ódio pelo Cavaleiro das Trevas, até que o prisioneiro misterioso dá uma gargalhada bem sinistra.

O personagem em questão foi interpretado por Barry Keoghan (Eternos) e, de acordo com rumores, é o Coringa. Não sabemos ainda se o vilão vai se tornar o principal antagonista da continuação, mas fica subentendido que ele e o Charada devem se aliar em algum momento - algo que pode ser até mesmo explorado em um dos spin-offs do filme no HBO Max...

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Bludhaven

Bem no fim do filme, Selina Kyle diz que quer recomeçar em outro lugar, longe de Gotham. Ela diz que vai para Bludhaven e a última cena do filme mostra ela se despedindo de Bruce Wayne, enquanto os dois seguem caminhos totalmente diferentes, abrindo margem para que eles se encontrem novamente no futuro.

Bludhaven, no entanto, é uma cidade bem importante do Universo DC. Localizada entre Gotham City e Atlantic City, esse é o lugar para o qual Asa Noturna vai depois que se desvincula da sombra do Batman. Provavelmente não veremos o Asa Noturna tão cedo nesse universo, mas nunca é tarde para sonhar com a introdução de Dick Grayson como Robin, não é mesmo?

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Nirvana

De uma maneira muito surpreendente, Matt Reeves conseguiu casar toda a mitologia do Batman ao Nirvana. O diretor já havia falado de como sentiu uma conexão entre Bruce Wayne e Kurt Cobain, e tentou dar o norte à narrativa nesse sentido, estabelecendo o Cavaleiro das Trevas em um recluso viciado em vingança.

A referência já havia ficado explícita desde o primeiro trailer, onde ouvimos a canção Something in the Way da banda grunge. Porém, no filme, a música pode ser ouvida várias vezes, indicando que "há algo no caminho" de Bruce - o trauma pela morte de seus pais e seu desejo de vingança, que faz dele um homem sombrio e solitário.

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Ano Um

Entrando diretamente nas referências aos quadrinhos, Matt Reeves parece ter feito uma grande amálgama de influências e tenta, ao longo do filme, dar pequenos acenos para essas obras em especial. Para começar, temos Ano Um, o arco de Frank Miller e David Mazzucchelli que tenta dar uma origem ao Cavaleiro das Trevas e seu primeiro ano de atividade em Gotham.

Há algumas referências espalhadas pelo longa - como a cena em que Selina Kyle arranha o rosto de Carmine Falcone, deixando-o com uma cicatriz. Além disso, nós podemos ver também um Batman mais "underground", sem tantos equipamentos tecnológicos e que usa um diário para contar suas aventuras e missões em Gotham City.

Outra referência marcante diz respeito ao quadrinho Ano Zero, que foi escrito por Scott Snyder e James Tynion IV. No quadrinho, o Charada tem um plano similar ao que vimos no filme: inundar Gotham e transformar a cidade em um cenário apocalíptico. E assim como o filme, a HQ mostra como o Batman precisa restaurar a ordem e salvar os cidadãos no processo.

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O Longo Dia das Bruxas

O Longo Dia das Bruxas é citado desde o início da produção como uma das maiores inspirações de Matt Reeves para a nova versão do Cavaleiro das Trevas. A HQ se passa na mesma cronologia que Ano Um e é escrita por Jeph Loeb e ilustrada por Tim Sale. Aqui, um ou outro elemento nos remetem diretamente à saga clássica.

Primeiro: os assassinatos começam no Halloween e atingem pessoas da alta sociedade de Gotham City. Segundo: Temos o Batman e a Mulher-Gato trabalhando em conjunto, enquanto Carmine Falcone paira na narrativa como um perigo para a cidade. Por fim, ainda vemos a parceria do Batman com Jim Gordon, que rende problemas para o futuro comissário.

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Vitória Sombria

Após o sucesso de O Longo Dia das Bruxas, a DC Comics aprovou a ideia para uma continuação, que recebeu o nome de Batman: Vitória Sombria e possui catorze edições. Na série, vemos vários policiais de Gotham sendo mortos, um a um, por um assassino furtivo chamado Enforcador. A HQ foi bem recebida pelo público e inspirou alguns elementos do novo filme.

Por exemplo, os crimes do Charada se parecem muito com os do vilão da HQ, por mirarem no Departamento de Polícia de Gotham City. Além disso, é nesse quadrinho que temos a confirmação de que a Mulher-Gato é filha biológica de Carmine Falcone, algo que foi reaproveitado no filme e é o cerne da trama de Selina Kyle.

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O Cavaleiro das Trevas

Um outro uso bem interessante de referências dos quadrinhos está na saga mais influente do personagem, que é O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller e Klaus Janson. Essa conexão se dá pelo uso da mídia e do jornal para compor a narrativa, de modo a preencher as lacunas sobre esse universo e o que está acontecendo em Gotham City.

Muitas vezes, na HQ célebre de Miller, podemos ver pequenas cenas inclusas na narrativa, que mostram noticiários de Gotham comentando a ascensão da criminalidade, fofocas de celebridades e até tensões no futuro distópico da DC. Em The Batman, há muitas cenas do tipo, o que nos faz crer que é uma homenagem ao arco e não só uma singela coincidência.

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Outras referências aos quadrinhos

Por fim, ainda há algumas outras referências aos quadrinhos que permeiam a trama do começo ao fim. Se você prestar bastante atenção, verá alguns títulos de sagas famosas do Batman espalhadas pelos cenários e até em alguns enigmas propostos pelo Charada. Tudo isso pode não ser intencional do diretor, mas certamente atrai os olhos dos fãs mais hardcore das HQs.

Por exemplo, uma das pistas do vilão diz respeito aos "Pecados do Pai", e esse é o mesmo nome de uma história escrita por Christos Gage, que se passa no mesmo universo de Batman: The Telltale Series, o jogo seriado e narrativo do Cavaleiro das Trevas. A HQ não tem muita relação com a trama do filme, mas mostra elementos assustadores da vida de Thomas Wayne.

Além disso, temos um momento onde a palavra Hush pode ser vista na tela, e isso pode ser uma referência a Batman: Silêncio (e até mesmo ao vilão Silêncio, que estrela a saga). O filme ainda conta com algumas piscadelas para a saga de Jeph Loeb e Jim Lee, como por exemplo o momento em que o Charada sugere saber a identidade secreta de Bruce Wayne.