Embora Barbara seja o primeiro nome a vir à mente de muitos quando se fala da primeira Batgirl, na realidade uma versão anterior da personagem existiu no início da década de 1960. Sua criação, porém, não teve uma boa motivação: a personagem foi criada como um par romântico para Robin, como uma das medidas tomadas para acabar com as acusações de um subtexto homoerótico entre Batman e seu ajudante.

Ela foi a segunda personagem criada com esse propósito, com a primeira sendo a Batwoman, Kathy Kane. Surgindo alguns anos depois, a jovem heroína era a ajudante da Batwoman e sua sobrinha, Betty Kane.
Isso levou as histórias do Batman a adotarem um formato mais "familiar", com ele e a Batwoman assumindo a posição de pais e Robin e a Batgirl tendo uma espécie de posição como filhos. Isso, no entanto, logo foi deixado de lado, já que levou os quadrinhos a tomarem um rumo mais relacionado à comédia do que às aventuras de super-heróis. Como resultado da Crise nas Infinitas Terras, essa versão da Batgirl foi completamente apagada da existência, bem como o restante da Batfamília. Uma nova heroína derivada da personagem foi introduzida na nova continuidade, no entanto. A personagem era Mary Elizabeth "Bette" Kane, que se tornou a Labareda.

A próxima Batgirl foi Barbara Gordon, que fez sua estreia na TV ao invés dos quadrinhos. Dessa vez, a personagem foi desenvolvida para atrair a audiência das mulheres à série de TV do Batman. Assim, o produtor executivo sugeriu que ela fosse a filha do Comissário Gordon, eventualmente lutando contra o crime e assumindo a identidade de Batgirl.

Comentando a criação da personagem, o artista Carmine Infantino disse:

"Bob Kane teve a Bat-Girl por cerca de três histórias nos anos 1950, mas ela não tinha nada a ver com um morcego. Ela era como uma versão feminina chata do Robin. Eu sabia que nós podíamos fazer muito melhor, então Julie [Schwartz] e eu criamos a verdadeira Batgirl, que era tão popular que ela quase ganhou sua própria série de TV."

A personagem foi interpretada por Yvonne Craig na série.

Barbara chegou aos quadrinhos em 1967, no volume #359 de Detective Comics, The Million Dollar Debut of Batgirl. Na trama, ela vai a um baile de fantasias vestida como uma versão feminina do Batman. A caminho do evento, Barbara intervém quando o supervilão Mariposa Assassina tenta sequestrar Bruce Wayne.

É assim que ela chama a atenção do Batman e começa sua carreira de combate ao crime. Inicialmente o Cavaleiro das Trevas apresenta algumas objeções, principalmente por ela ser uma mulher. Apesar disso, a Batgirl ignora as objeções apresentadas por ele, insistindo em se tornar uma heroína.

Barbara se tornou participação regular nos volumes de Detective Comics em 1969, estrelando curtas histórias de apoio que acompanhavam a trama principal. Inicialmente, sua participação era revezada com a de Robin a cada volume, com isso tendo início no #384 e durando até o volume #404, onde ela passou a ter esse espaço reservado para si. A personagem se tornou extremamente popular, com os leitores pedindo que ela aparecesse em outras HQs.

Além de continuar aparecendo como uma personagem de apoio em Detective Comics, a personagem passou a fazer aparições em outros títulos, como Liga da Justiça da América, World's Finest Comics, The Brave and the Bold, Adventure Comics e Superman. Na década de 70, ela revelou sua identidade secreta para seu pai, embora ele já tivesse descoberto por conta própria. A personagem também passou a ser parte do governo dos Estados Unidos, eventualmente se mudando para Washington e pretendendo deixar de lado sua carreira como heroína. Assim, ela ganhou uma história chamada de Batgirl's Last Case, mas sua suposta aposentadoria durou pouco, com seu retorno acontecendo apenas um ano depois, na série do Superman.

Ela também apareceu em outros títulos relacionados ao herói, trabalhando com ele em DC Comics Presents e retornando em Adventure Comics e Superman Family*. Posteriormente, ela ganhou posição de destaque em Batman Family, onde tinha Dick Grayson como parceiro.

Embora não tenha grande participação em Crise nas Infinitas Terras, o evento resultou em grandes mudanças para a heroína. Depois do reboot, Barbara passou a ser sobrinha de Jim Gordon, sendo sua filha adotiva. Sua origem recebeu uma nova versão em Secret Origins, onde ela conta como se tornou a Batgirl.

A DC decidiu oficialmente aposentá-la em 1988, o fazendo por meio da história de volume único Batgirl Special #1.

No mesmo ano, Barbara voltou a aparecer em A Piada Mortal. Na trama, o Coringa comete atos violentos contra a personagem em uma tentativa de levar seu pai à loucura e provar ao Batman que qualquer um pode perder a cabeça com apenas um dia ruim.

Ao invés de ser representada como usual, sendo uma heroína confiante e capaz, a história a utiliza apenas como um elemento para mover a história adiante. Em 2006, Alan Moore deu uma entrevista à Wizard na qual revelou se arrepender de como tratou a personagem. A autora Gail Simone menciona o tratamento de Barbara ao lado de várias outras personagens mulheres que são mortas, mutiladas ou tem seus poderes tomados, em situações que dão foco ao efeito que isso tem nos homens em suas vidas, no fenômeno chamado de "mulheres na geladeira".

Embora o especial lançado antes de A Piada Mortal mostre que a intenção da DC era realmente aposentar a personagem, esse não foi o fim da história de Barbara. A autora e escritora Kim Yale discutiu o destino da personagem com seu marido, John Ostrander, comentando sobre a maneira ruim como a personagem havia sido tratada. Os dois, então, decidiram trazer a personagem de volta ao invés de deixá-la cair na obscuridade.

Os eventos da HQ de Moore deixam Barbara paraplégica, algo que o casal manteve na nova versão da personagem. Deixando o manto de Batgirl de lado, ela se tornou a Oráculo, utilizando tecnologia e computadores para auxiliar outros heróis com uma rede de comunicações. Assim, seu trabalho passou a ser mais focado em espionagem e informação, bem como em coordenar e organizar os esforços de outros heróis.

Como explicado, Betty Kane foi a primeira versão da personagem, que posteriormente foi apagada da continuidade. Depois, veio Barbara, que se tornou um grande sucesso e permanece sendo o rosto mais conhecido da personagem.

Após ela se tornar a Oráculo, Helena Bertinelli, mais conhecida como a Caçadora, brevemente ocupou a posição de Batgirl, mas logo foi forçada a deixá-la. Em seguida, veio Cassandra Cain, que estrelou na primeira série mensal da heroína nos anos 2000. Depois de deixar a Batfamília e retornar como Blackbat, Cain passou o manto para Stephanie Brown, que já havia tido as identidades de Spoiler e Robin.

Com o lançamento dos Novos 52 em 2011, Barbara estrelou uma nova série da Batgirl, retomando a posição após o reboot que seguiu Flashpoint. Nessa fase, a DC reverteu seus maiores personagens a um ponto anterior de suas carreiras, enquanto os mantinha em uma linha do tempo mais atual.

Alguns elementos da história dela, como sua família, foram novamente mudados. Nessa versão, a heroína é filha biológica de Jim Gordon e Barbara Eileen Gordon. Ainda assim, a nova Batgirl não deixou de ter passado por alguns eventos do passado, como é o caso de A Piada Mortal. A primeira parte de sua nova série lidou com sua recuperação e como, mesmo após voltar a ter o movimento das pernas, a personagem precisou lidar com traumas duradouros.

Posteriormente, a série passou por um soft reboot com a mudança da equipe responsável por ela. Nessa fase, ela se tornou mais leve, embora não ignore o trauma da personagem.

Nessa época, ela também esteve nas novas HQs das Aves de Rapina, equipe criada enquanto Barbara ainda era a Oráculo e da qual ela é parte fundamental.

Os quadrinhos da DC passaram por um novo relançamento com o evento Rebirth, que restaurou alguns elementos de antes de Flashpoint, ao mesmo tempo em que os mesclava com outros, vindos dos Novos 52. A Batgirl esteve entre os novos títulos, recebendo também uma nova equipe criativa tanto em sua série quanto em Batgirl e as Aves de Rapina. Em sua HQ, ela é mostrada como uma estudante, e a história foi elogiada por ser divertida e inovadora, além de dar um novo traje mais realista para a heroína.

Esse ano, a DC apresentou o evento Infinite Frontier, onde uma versão do futuro de seu universo foi apresentada. Aqui, Barbara aparece como a Oráculo, só assumindo o papel de Batgirl em raras ocasiões. Na maior parte do tempo, ela passou a dar suporte para Cassandra Cain e Stephanie Brown, que dividem o título de Batgirl.

Assim como vários outros heróis de Gotham, Barbara não possui super poderes. Apesar disso, ela conta com treinamento e equipamentos que permitem que ela enfrente os perigosos vilões do universo DC, além de ser uma personagem considerada excepcionalmente inteligente.

Fisicamente, Barbara é apresentada como uma personagem muito atlética, tendo sido treinada em diversas artes marciais desde sua infância. Em parte, isso foi motivado pela preocupação de seu pai, que queria que a garota fosse capaz de se proteger.

Ela também possui muito talento para lidar com tecnologia, sendo inclusive uma excelente hacker. A personagem também tem conhecimento de diversos idiomas, além de possuir memória fotográfica que permite que ela se lembre de qualquer coisa que veja.

Suas habilidades como interrogadora e investigadora também se destacam, e principalmente com as Aves de Rapina, ela demonstra ter grande aptidão para liderança. E, para finalizar, em algumas de suas versões ela possui uma graduação em Direito e em Psicologia Forense.

Barbara ainda não apareceu no Universo DC nos cinemas, mas sua hora está finalmente chegando. Ainda não foi revelado muito sobre o filme da heroína, mas já se sabe quem a viverá: a atriz Leslie Grace, que estrelou o musical Em um Bairro de Nova York.