A Avatar Kyoshi nasceu no Reino da Terra, sendo filha de um casal peculiar. Sua mãe, Jesa, era uma renegada dos Nômades do Ar, enquanto seu pai, Hark, vinha de uma linhagem nobre mas empobrecida de atores do Reino da Terra. Ambos faziam parte de um grupo criminoso conhecido como Companhia Ópera Voadora, um dos vários grupos de foras-da-lei que eram conhecidos como daofei.

Apesar de se distanciarem do crime após o nascimento de sua filha e pelos primeiros anos de vida dela, eventualmente o casal deixou Kyoshi sob os cuidados de um habitante do Porto Yokoya, uma comunidade de pescadores e fazendeiros bastante pobre. Eles deixaram com ela um baú contendo os leques de metal de sua mãe, bem como um diário falando sobre o daofei e suas tradições e hábitos.

O morador do vilarejo, porém, não cumpriu sua parte do acordo, e jogou a menina na rua imediatamente, embora ela tivesse cerca de seis anos. O povo do local não se compadeceu, deixando a garotinha por conta própria, e fazendo com que ela precisasse comer lixo para sobreviver. Isso fez com que ela se ressentisse de seus pais por seu destino, a levando a odiar todos os foras-da-lei.

Ainda criança, Kyoshi teve sua vila visitada por Jianzhu e Kelsang, dois mestres que estavam viajando pelo Reino da Terra há sete anos em busca do Avatar. Eles testaram as crianças de Yokoya com brinquedos que pertenceram a Avatares do passado, mas todas as crianças falharam.

Ao notar Kyoshi observando de longe, Kelsang a convidou a tentar. Desconfiada, ela pegou uma tartaruga de argila, e o mestre disse que ela podia pegar três outros brinquedos para confirmar se ela era ou não o Avatar - mas, sem acreditar na gentileza dele, a garota fugiu com o brinquedo que havia pego sem completar o teste. Isso levou à determinação errônea de que um garoto chamado Yun seria o Avatar da época.

Kelsang notou que Kyoshi estava abandonada por conta própria na vila, e passou a cuidar dela depois disso. No início, ela permaneceu desconfiada, mas após ser convencida da sinceridade da gentileza do monge do Ar, ele acabou se tornando um pai adotivo para ela. Ainda assim, ele precisava ficar muito tempo longe da vila, e embora desse dinheiro aos fazendeiros locais para que cuidassem dela, percebeu que eles não o faziam devido ao estado em que ela estava quando ele retornava.

Diante disso, o monge convenceu Jianzhu a dar a ela uma posição na mansão do Avatar, que estava sendo construída para Yun e aqueles que iriam treiná-lo e cuidar dele. Foi durante o período da construção que Kyoshi conheceu Rangi, uma dobradora de fogo que seria uma das protetoras de Yun. As duas acabaram se tornando grandes amigas.

Kyoshi se tornou uma serva, responsável pela organização e limpeza, além de ajudar na cozinha e organizar os presentes enviados para o Avatar. A vida da personagem passou por uma grande melhora, e ela adotou a mansão como sua casa, passando a se importar com outros trabalhadores, apesar de ainda ficar um pouco à parte do restante por suas origens e amizade com Rangi - que não tratava os outros servos bem.

Apesar da mudança de vida, Kyoshi continuou sofrendo o assédio e desdém dos jovens da vila, principalmente de Aoma, filha do capitão de Yokoya. Ainda assim, ela optava por não bater de volta, sofrendo o bullying sem revidar. Mesmo quando Rangi quis ajudá-la a planejar uma vingança, Kyoshi se posicionou contra a atitude, rejeitando a violência.

Suas habilidades como dobradora de terra eventualmente se manifestaram, mas Kyoshi também escolhia não utilizá-las. Embora seu pai adotivo, Kelsang, implorasse que ela buscasse o treinamento adequado, ela se recusava a utilizar seu poder na maior parte do tempo.

Yun, Rangi e Kyoshi acabaram se tornando muito próximos, com o suposto avatar quase se envolvendo romanticamente com Kyoshi. Os dois chegaram a quase se beijarem, mas interromperam o momento antes que ele se concretizasse, acreditando que as diferenças de status entre eles impediriam que ficassem juntos.

Anos se passaram antes que Kelsang começasse a suspeitar que Kyoshi era a verdadeira Avatar. A jovem, porém, acreditava que a ideia era absurda, e seu pai adotivo concordou em não tocar no assunto em público. Ela continuou agindo como se tudo estivesse normal e acompanhou Rangi e Yun em uma série de missões - recebendo seu icônico kimono verde e armadura de Jianzhu para ir em uma das missões.

Foi após ela utilizar o Estado Avatar para salvar Yun em uma missão que Kelsang apresentou a outros a ideia de que Kyoshi poderia ser a verdadeira Avatar. Isso fez com que Jianzhu realizasse um teste, levando ela e Yun até um espírito maligno que revelou a verdade, mas teria tirado a vida de Yun. Jianzhu abandonou o garoto e, como se não bastasse, assassinou Kelsang quando ele chegou para salvar Kyoshi.

As emoções da jovem a levaram a entrar no Estado Avatar novamente, e ela conseguiu fugir para a mansão. Ela contou tudo a Rangi, que prometeu protegê-la a partir de então, e as duas fugiram juntas no bisão voador de Kelsang, Pengpeng.

Juntas, as duas foram atrás da Companhia Ópera Voadora, buscando um local à salvo de Jianzhu. Rangi e Kyoshi mantiveram suas reais identidades em segredo, mas acabaram formando laços com diversos integrantes do grupo, e Kyoshi começou a ser treinada am espiritualidade e como assassina por Lao Ge, um assassino infame - até que um ataque de Jianzhu obrigou a Avatar a revelar sua real identidade.

Apesar da revelação, os foras-da-lei se recusaram a abandoná-la, uma vez que a consideravam uma amiga. Foi a partir daí que ela realmente começou seu treinamento, não só com Lao Ge, mas sendo treinada na dobra de fogo por Rangi, de água por Kirima e de terra por Wong e Lek. Em meio a tudo isso, Kyoshi percebeu que gostava de Rangi como mais que apenas uma amiga, sentimento que felizmente era recíproco.

Isso porém não durou, e Jianzhu descobriu onde a Avatar estava. Enquanto finalmente o confrontava, Kyoshi foi surpreendida pela aparição de Yun, que matou Jianzhu e partiu sem dizer uma palavra.

Depois disso, Kyoshi decidiu finalmente revelar ao mundo que ela era a Avatar, escolhendo fazê-lo no Templo do Ar do Sul. Foi a partir daí que ela começou a lidar com seus deveres como Avatar, sendo acompanhado por Jinpa, um monge do ar que atuava como seu assistente.

Kyoshi continuou a ter problemas em lidar com suas tarefas, uma vez que era esperado que ela ajudasse a elite das quatro nações. Sem talento para diplomacia e sem paciência para corrupção e egoísmo, ela não foi uma das Avatares mais amigáveis, e passou a utilizar força e manipulação para lidar com seus problemas.Seu jeito e suas opiniões a afastaram da elite do Reino da Terra, ao mesmo tempo em que o povo comum passou a temê-la, levando a própria Kyoshi a questionar se estava tomando as atitudes corretas como Avatar.

O restante da vida de Kyoshi permaneceu conturbada, com a Avatar precisando lidar com questões pessoais, tal como o eventual confronto com Yun, bem como seus deveres como Avatar - área na qual não era muito popular devido à sua associação com foras-da-lei e seu talento para prejudicar negociações diplomáticas por recorrer à violência com facilidade.

Eventualmente, ela dominou o Estado Avatar, além de conseguir instaurar um equilíbrio entre as quatro nações, ainda que tenso. Kyoshi enfrentou diversas outras crises ao longo dos anos, embora posteriormente em sua vida tenha visto o Reino da Terra alcançar paz e prosperidade.

Em Avatar: A Lenda de Aang uma das principais conexões do universo com a Avatar Kyoshi são as guerreiras que adotaram seu nome e vestimentas. Lideradas por Suki, o grupo habita a mesma península que foi lar da Avatar, e é apenas a versão mais recente de um grupo tradicional iniciado pelas atitudes da própria Kyoshi.

Acontece que, ao visitar os portos da península que habitava, Kyoshi frequentemente tinha que confrontar homens que importunavam as mulheres desses locais. Para colocar um fim nisso, ela decidiu treinar as mulheres em combate, para que elas mesmas pudessem se defender. Isso levou essas mulheres a se unirem e formarem o primeiro grupo de Guerreiras Kyoshi.

Como a história de Kyoshi deixa claro, a Avatar era uma mulher bissexual. E, embora no período de A Lenda de Korra relações LGBT+ sejam relativamente bem aceitas, este nem sempre foi o caso para o universo de Avatar.

Na realidade, Kyoshi foi revolucionária por não esconder sua bissexualidade e tentar tornar o Reino da Terra mais tolerante, uma vez que a nação era bastante conservadora e lenta para abraçar a mudança. Apesar disso, a HQ de A Lenda de Korra afirma que as tentativas não surtiram muito efeito, e até a Avatar Kyoshi precisou lidar com a falta de aceitação e preconceito.

Uma das situações mais notáveis que ocorreram durante a vida de Kyoshi foi o conflito com Chin, o Conquistador, que é discutido em A Lenda de Aang. Tudo começou porque o Rei da Terra da época era impopular, e Chin iniciou uma guerra para conquistar o continente.

Ele foi bem-sucedido até alcançar a península onde a Avatar vivia. Lá, ele exigiu que as forças defensoras se rendessem, mas Kyoshi permaneceu em seu caminho, se recusando a deixar que tomassem seu lar. Chin, então, se preparou para lutar - e Kyoshi rebateu com um poderoso golpe de ar, que deixou o guerreiro humilhado ao deixá-lo apenas com suas roupas debaixo.

Entrando no Estado Avatar, ela utilizou suas dobras para separar a península do continente, formando a Ilha Kyoshi. Chin, indignado, se recusou a se mover apesar de estar na beira do penhasco, que acabou deslizando devido à instabilidade após a mudança no terreno. Com isso, Chin caiu no mar e se afogou, o que levou ao fim de sua conquista e reestabeleceu a paz, que durou muitos anos a partir daí.

Embora não tenha o matado diretamente, Kyoshi não via diferença entre suas ações levarem à morte dele ou atacá-lo diretamente, e afirmava ter matado Chin independente das circunstâncias.

Além das guerreiras Kyoshi, a Avatar foi responsável pela formação de outro grupo: o Dai Li, que tem papel importante na trama de A Lenda de Aang. Tudo começou com uma rebelião da população de Ba Sing Se, que estava descontente com o Rei da Terra, o que levou à destruição de artefatos históricos e culturais importantes.

O rei, então, exigiu que a Avatar acabasse com a rebelião, ao que ela recusou. Ofendido, o rei ordenou que seus guardas a prendessem, mas todos foram derrotados por Kyoshi em um único movimento. Intimidado, o monarca fez um acordo com a guerreira: ele daria ao povo comum espaço em seu governo, enquanto Kyoshi protegeria a herança cultural de Ba Sing Se de mais destruição.

Para isso, ela criou um esquadrão de elite de dobradores de terra: o Dai Li. Eventualmente, o grupo se tornou uma força-tarefa voltada à inteligência, além de ser profundamente acometido pela corrupção, auxiliando na tentativa de Azula de tomar Ba Sing Se.

Kyoshi foi a Avatar e humana que mais viveu na história do universo da série, atingindo os 230 anos de idade. Ela também foi uma das poucas Avatares que deixou uma linhagem conhecida, com sua filha Koko assumindo a liderança da Ilha Kyoshi após o falecimento da mãe.

Depois de sua morte, Kyoshi se tornou uma das Avatares mais lendárias de todos os tempos. No Reino da Terra, isso é visto nas celebrações dedicadas a ela, bem como monumentos e a permanência de sua influência em elementos como a existência das guerreiras Kyoshi.

Como Avatar, Kyoshi dominou as dobras dos quatro elementos. Além disso, ela também dominou o Estado Avatar, conseguindo utilizá-lo quando queria e manter sua consciência nesta forma.

Para além dos quatro elementos, a Avatar era capaz de dobrar lava, sendo também proficiente em uma técnica da dobra de terra que permite que o usuário utiliza poeira para sustentar seu peso, podendo se movimentar dessa forma. Ela também possuía uma técnica avançada de cura por meio da dobra de água, podendo diminuir a velocidade de todos os processos do corpo, incluindo a morte. Da mesma forma, ela era capaz de usar isso em combate contra seus adversários, congelando o coração e os pulmões de seus inimigos para matá-los.

Fora suas habilidades como dobradora, Kyoshi era uma guerreira habilidosa, e utilizava um par de leques de metal como armas, tendo grande habilidade e destreza. Ela também era incrivelmente forte, sendo capaz de levantar um homem adulto com uma única mão quando ainda era adolescente.