8 atuações ruins em filmes que são bons

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8 atuações ruins em filmes que são bons

Por Gus Fiaux

Quando pensamos em um filme perfeito, muita coisa pode saltar à nossa cabeça – talvez um roteiro muito inteligente e bem escrito, uma direção afiada e estilosa, uma trilha sonora memorável ou até mesmo uma interpretação digna de um Oscar. No entanto, mesmo entre os melhores filmes de todos os tempos, é comum encontrarmos uma ou outra atuação que não condiz com o resto da obra.

Talvez os atores não estivessem preparados ou confortáveis o bastante para seus papéis, ou talvez o diretor não tenha conseguido comunicar bem o que queria. De um jeito ou de outro, aqui estão 8 atuações ruins em filmes ótimos!

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Mickey Rooney em Bonequinha de Luxo (1961)

Lançado em 1961 e estrelado pela inconfundível Audrey Hepburn, o clássico Bonequinha de Luxo permanece em nossas memórias como uma das melhores comédias românticas de todos os tempos. No entanto, há algo bem desconfortável na atuação de Mickey Rooney como o Sr. Yunioshi - o locador do apartamento de Holly Golightly, a personagem de Hepburn.

As piadas de Rooney são bem sem graça e calcadas em ideais racistas, o que fica ainda mais desconfortável quando lembramos que se trata de um homem branco fazendo uma caricatura de um homem japonês. E mesmo que isso não fosse problemático o bastante, o personagem sequer parece fazer parte do mesmo filme que o resto do elenco, surgindo apenas para momentos de alívio cômico.

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Keanu Reeves em Drácula de Bram Stoker (1992)

Keanu Reeves é um queridinho da mídia e fez por merecer esse status, não só por seu trabalho na frente das câmeras mas também por sua personalidade carismática, fofa e humilde. Por isso mesmo, dói dizer que sua interpretação em Drácula de Bram Stoker como o ingênuo Jonathan Harker é, talvez, a única mácula em um filme que poderia ser considerado perfeito.

Reeves tenta criar um personagem muito mais introspectivo e comedido, mas acaba sendo soterrado pelos talentos de Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins e Richard E. Grant, que estão todos ótimos e grandiloquentes em seus respectivos personagens. E é justamente por contracenar com o grande vampiro lendário que Reeves não sustenta tão bem suas cenas.

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Spencer Treat Clark em Corpo Fechado (2000)

Lembrado por muitos como “aquele filme de super-herói do M. Night Shyamalan com o Bruce Willis”, Corpo Fechado foi o segundo filme do diretor indiano produzido nos Estados Unidos, e veio logo após o sucesso incalculável de O Sexto Sentido. A trama nos presenteia com a clássica história de origem de um vigilante superpoderoso, mas traz também um já esperado plot twist pra fechar tudo com chave de ouro.

E embora o longa seja reconhecido pelas ótimas interpretações de Willis ou de Samuel L. Jackson, há de se dizer que Spencer Treat Clark não convence nada como o filho do protagonista e parece estar lendo suas falas sem muita entonação durante todo o filme. No entanto, Clark obviamente cresceu e evoluiu como ator, tanto que é uma das melhores partes de Vidro, a continuação não-tão-espetacular de Corpo Fechado.

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Orlando Bloom em Cruzada (2005)

No começo dos anos 2000, Ridley Scott decidiu comandar seu próprio épico sobre um período bem característico da história humana - as Guerras Santas. Daí saiu Cruzada, filme que sofreu bastante nas mãos do estúdio e foi dilacerado em seu corte para o cinema. Algum tempo depois, Scott teve a oportunidade de mostrar seu corte original para o público, e todos concordam que essa é uma versão superior.

No entanto, a atuação de Orlando Bloom permanece um destaque negativo em ambos os cortes, sobretudo quando está em contraste contra alguns de seus colegas de elenco, como Eva Green, Liam Neeson e David Thewlis. Em um épico, é importante que possamos torcer para um herói incompreendido, mas o Balian de Ibelin de Bloom é apático, para dizer o mínimo.

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January Jones em X-Men: Primeira Classe (2011)

Após uma trilogia de sucesso, a Fox decidiu que estava na hora de voltar no tempo e nos contar a história de origem dos Filhos do Átomo. X-Men: Primeira Classe, apesar de abandonar toda e qualquer fidelidade aos quadrinhos da Marvel, funciona justamente pela união de talentos como James McAvoy e Michael Fassbender, comandados por um inspirado Matthew Vaughn na direção.

O elo fraco do filme, no entanto, fica por conta de January Jones como Emma Frost. A atriz, que já foi aclamada por seu papel em Mad Men, não tem muito o que fazer aqui e sua participação é meramente decorativa. E por mais que o roteiro não dê chance para a personagem mostrar seu potencial, a própria Jones parece muito pouco à vontade para explorar as facetas mais perigosas da Rainha Branca.

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Russell Crowe em Os Miseráveis (2012)

Com direção de Tom Hooper e baseado na peça homônima, Os Miseráveis é um musical cheio de ideias interessantes e atuações impressionantes - tanto que rendeu a Anne Hathaway uma estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar de 2013. Aqui, seguimos a história de um homem perseguido por um policial por décadas e todas as consequências que isso traz para sua vida.

E embora o Jean Valjean de Hugh Jackman seja a melhor coisa do filme, seu rival, o policial Javert vivido por Russell Crowe é, definitivamente, a pior. Não só a atuação de Crowe parece muito pouco inspirada e aquém da interação com outros personagens do filme, o ator também não canta bem - o que faz com que nos perguntemos por que ele foi escalado para um musical, para começo de conversa.

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Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen em Godzilla (2014)

Em 2014, a Legendary e a Warner decidiram dar uma roupagem nova para o Rei dos Monstros. Godzilla veio com a proposta de se manter mais aprazível para o público contemporâneo e norte-americano, com mais cenas de ação, muitos efeitos especiais e, é claro, um drama humano bem sem sal apenas para encher linguiça. É aí que entram na história Aaron-Taylor Johnson e Elizabeth Olsen.

Aqui, eles interpretam respectivamente o fuzileiro Ford Brody e a enfermeira Ellie Brody, que se veem envolvidos na onda de destruição causada por Gojira. O roteiro não consegue criar situações interessantes para os personagens, mas da parte de Johnson e Olsen, falta química e um senso de pesar frente a todo o caos. Curiosamente, isso rolou no mesmo ano em que os dois se juntaram ao Universo Cinematográfico da Marvel.

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Zachary Levi em Shazam! (2019)

Fechando nossa lista, temos Shazam!, de 2019, um filme muito divertido voltado para toda a família e que apresenta a história de Billy Batson, um órfão que acaba ganhando poderes divinos ao entrar em contato com um mago ancestral. O filme revelou ao mundo o talento de Asher Angel no papel de Billy quando ainda é criança… mas também trouxe um lado irritante do personagem graças a Zachary Levi, que faz sua versão heroica.

Enquanto Angel aposta em uma abordagem mais sensível e complexa para Billy Batson, o Shazam de Levi é bobalhão e avoado, mas perde ainda mais pontos pelo constrangedor senso de humor de seu intérprete. Infelizmente, essas discrepâncias só se acentuaram com o tempo e em Shazam! Fúria dos Deuses, fica ainda mais difícil comprar que Billy e Shazam são o mesmo personagem.