10 atores que saíram traumatizados após fazerem um filme
10 atores que saíram traumatizados após fazerem um filme
Nem só de glamour o cinema vive!
Histórias de atores que passam por processos de preparação intensos (e até mesmo bizarros) para interpretar personagens no cinema são coisas que existem aos montes na indústria cinematográfica. Há aqueles que não saem do papel nem mesmo para tomar uma água, mas também existem artistas que enfrentam um verdadeiro pesadelo nos bastidores por causa de fatores externos.
Pensando nisso, reunimos nesta lista 10 atores que ficaram traumatizados depois que o diretor gritou o último “corta” durante as gravações de um filme!
Shelley Duvall
Um dos casos mais conhecidos (e polêmicos) quando estamos falando de atores que ficaram traumatizados após as gravações de um filme é o de Shelley Duvall. No caso da atriz, tudo aconteceu no set de filmagens do trabalho pela qual ela é mais lembrada até os dias de hoje: O Iluminado (1980), longa-metragem dirigido por Stanley Kubrick que foi inspirado no livro homônimo do escritor Stephen King.
Em O Iluminado, Duvall interpreta Wendy Torrance, a esposa de Jack Torrance (Jack Nicholson), que passa a aterrorizar sua família à medida que o intenso isolamento em um hotel acaba mudando seu comportamento. Quem já assistiu ao filme sabe que Shelley fez um trabalho tão excelente que chega a ser assustadoramente real – o problema é que os bastidores foram igualmente perturbadores para a artista.
Isso porque Stanley Kubrick, conhecido por ter sido um grande perfeccionista, pegou pesado com Duvall durante as gravações. Além de passar dias e mais dias chorando nos bastidores por causa da agressividade que o diretor direcionava a ela, Shelley embarcou em um cansativo processo de filmagens, sendo que houve uma vez em que ela teve que gravar mais de 120 tomadas de uma única sequência. Tudo era tão exaustivo que Duvall encerrou sua participação no projeto completamente traumatizada, o que a levou a se afastar de Hollywood alguns anos depois.
Adrien Brody
Adrien Brody também já saiu traumatizado de um filme. No caso dele, a situação complicada aconteceu após as gravações de O Pianista (2002), cinebiografia que o consagrou com um Oscar de Melhor Ator em 2003 por sua performance como o pianista Władysław Szpilman. Com direção de Roman Polanski, o filme conta a história de como o músico sobreviveu ao Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
Além de ter investido em um intenso processo de preparação para o filme – Brody até chegou a vender seu apartamento e todas as suas coisas para compreender melhor a sensação de perda que Szpilman viveu ao longo de sua jornada – o ator saiu da experiência com um estado emocional bastante abalado.
Em entrevista ao IndieWire, em 2017, Adrien admitiu que ainda era assombrado por O Pianista, mesmo após mais de dez anos desde o lançamento do filme. De acordo com o ator, ele teve depressão por um ano após o término do projeto, além de ter vivenciado algo parecido com um luto. “Tive que sacrificar grande parte da minha vida pessoal”, ele afirmou, explicando que também sofreu para se recompor da intensa dieta que fez para emagrecer e, assim, interpretar o compositor.
Anne Hathaway
Outra artista que também saiu traumatizada de um filme foi Anne Hathaway. Tudo aconteceu durante as gravações de Os Miseráveis (2012), uma adaptação do famoso musical homônimo que, por sua vez, é inspirado no clássico do escritor Victor Hugo. Por mais que sua icônica performance como Fantine tenha lhe garantido um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2013, o papel foi emocional e fisicamente exaustivo para a atriz.
Na trama, Fantine é uma jovem mulher que sofre com tuberculose, o que levou Anne a fazer uma preparação bastante “agressiva” para interpretá-la. Além de ter raspado a cabeça, a atriz fez uma dieta rigorosa para perder peso, enquanto limitava a si mesma de qualquer tipo de conforto até mesmo quando não estava no set. O impacto psicológico foi tanto que Hathaway demorou um tempo para conseguir retomar o rumo de sua vida, e nem ao mesmo conseguiu ficar tão feliz assim quando ganhou o Oscar pelo papel.
Joaquin Phoenix
Joaquin Phoenix é um dos atores mais consagrados de sua geração, sendo reconhecido por sempre entregar tudo de si aos projetos que participa. Um dos mais exaustivos e até mesmo traumatizantes para o ator foi Coringa (2019), onde ele interpretou o icônico arqui-inimigo do Batman em um filme solo dirigido por Todd Phillips.
No caso de Phoenix, o problema começou durante o processo de perda de peso pelo qual ele passou para interpretar o personagem. Isso não afetou o ator apenas fisicamente, já que a saúde mental dele também começou a sofrer o impacto da rígida dieta para emagrecer. Além do desgaste físico, Joaquin passou a controlar seu peso de uma maneira mais agressiva, o que o deixava frustrado na maior parte do tempo.
Alex Wolff
Se você perdeu o sono por causa de Hereditário (2018), do diretor Ari Aster, então saiba que o ator Alex Wolff também saiu dessa experiência traumatizado. O terror estrelado por Toni Collette acompanha a história da família Graham, que enfrenta um período de luto após a morte da avó. Atormentados pela perda, as coisas começam a ficar esquisitas quando situações sobrenaturais – que possuem um curioso interesse na solitária neta Charlie (Milly Shapiro) -- vão transformando a casa em um verdadeiro pesadelo.
Na trama, Wolff interpreta Peter Graham, o irmão de Charlie que passa por poucas e boas até o final da narrativa. Em entrevista ao Looper, em 2021, o ator revelou que enfrentou problemas para dormir após o término das gravações, além de ter ficado com seu estado mental abalado. “Vou te dizer que aquele filme [Hereditário] me causou tantos danos quanto só um filme pode causar”, afirmou.
Kate Winslet
Kate Winslet ganhou um Oscar de Melhor Atriz por sua performance em O Leitor (2008), mas o caminho até lá foi emocionalmente exaustivo. Inspirado no livro homônimo do escritor Bernhard Schlink, o longa-metragem dirigido por Stephen Daldry é ambientado durante o período do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, e acompanha a história de Hanna, personagem interpretada por Winslet que, além de ter um relacionamento controverso com um adolescente, deixa sua casa para se tornar uma guarda no campo de concentração de Auschwitz.
Com uma carga emocional pesada por trás da trama, Kate Winslet passou por um processo psicologicamente exaustivo durante a preparação para o papel. Isso porque a atriz embarcou em um intenso processo de pesquisa sobre o Holocausto que a deixou traumatizada por todos os horrores que leu sobre a tragédia. “Ainda estou absolutamente aterrorizada e traumatizada por tudo que vi no processo de preparação”, Winslet revelou em entrevista ao Huffington Post, em 2009.
Janet Leigh
A cena do chuveiro em Psicose (1960), grande clássico do cinema e da carreira de Alfred Hitchcock, é uma das sequências mais famosas da história da sétima arte, tanto que já foi recriada e parodiada inúmeras vezes no audiovisual. Mas a icônica performance da atriz Janet Leigh lhe custou a estabilidade de sua saúde mental.
O que aconteceu foi que, após o término das filmagens, Leigh saiu do filme traumatizada pela ideia de tomar banho em chuveiros, optando apenas por banhos de banheira para evitar ataques de ansiedade. A revelação a respeito do trauma foi feita no The New York Times, em 1995, em uma entrevista em que a atriz contou que, caso tivesse que passar a noite fora de casa, como em hotéis ou casas de amigos onde houvesse apenas a opção de tomar banho de chuveiro, ela “se certificava de que portas e janelas estavam trancadas” e que “estivesse sempre encarando a porta”.
Rei Hance
A Bruxa de Blair (1999) foi um marco no cinema de horror por impulsionar as narrativas no estilo found footages, aqueles filmes que simulam gravações feitas pelos próprios personagens da trama. No caso de A Bruxa de Blair, o enredo acompanha três jovens que, após entrarem em uma floresta para gravar um documentário sobre uma lenda local, acabam desaparecendo misteriosamente – até que a câmera que eles usavam é encontrada.
Uma das integrantes do trio foi interpretada pela ex-atriz Rei Hance (que anteriormente atendia pelo nome de batismo Heather Donahue), que não teve uma experiência muito animadora com a produção por causa da inusitada campanha de marketing do filme. Isso porque A Bruxa de Blair foi vendido para o público como uma história completamente real, tanto que os personagens usam os nomes dos próprios atores, algo que fez muita gente realmente acreditar que tudo aquilo tinha acontecido de verdade.
Além de passar por um processo de gravações conturbado e repleto de gatilhos emocionais, Hance até teve que fingir que estava morta para ajudar na campanha de marketing do filme, tendo seu obituário escrito quando tinha apenas 24 anos. Em vista disso, a experiência acabou deixando um gostinho bastante amargo na artista, que chegou a receber diversas ameaças de morte de pessoas que a reconheciam na rua.
Kyle Richards
Kyle Richards tinha apenas oito anos de idade quando apareceu em Halloween: A Noite do Terror (1978), um dos grandes clássicos do gênero do horror. Com direção de John Carpenter, o filme estrelado por Jamie Lee Curtis foi o responsável por colocar no mundo Michael Myers (Nick Castle), um assassino que, após ficar anos encarcerado por ter matado sua irmã, retorna à sua cidade natal para cometer novos crimes.
Apesar de não ter tido ideia do teor aterrorizante da história enquanto participava das gravações, Kyle saiu dessa experiência traumatizada quando, durante a estreia de Halloween, ela e uma amiga decidiram assistir ao filme pela primeira vez. Em entrevista ao Halloween Daily News, em 2013, Richards revelou que ficou completamente traumatizada pela experiência, tanto que ela chegou a dormir junto com a mãe até os 15 anos de idade.
Natalie Portman
Cisne Negro (2010) é um dos papéis mais icônicos da carreira de Natalie Portman – e ela até ganhou um Oscar por ele – mas estar no filme de Darren Aronofsky passou longe de ser uma experiência “leve”. Isso porque interpretar uma bailarina que perde a noção da realidade quando começa a sentir que sua posição na adaptação de O Lago dos Cisnes é ameaçada provocou uma exaustão física e mental na atriz.
Em entrevista ao Total Film, em 2011, Portman admitiu que “provavelmente deveria ter ido para uma clínica de reabilitação” depois do término das filmagens de Cisne Negro devido ao intenso e exaustivo processo de produção. Além de ter perdido peso para interpretar a bailarina, Nataline também enfrentou alguns problemas psicológicos, e até chegou a pensar que “em certas noites, poderia morrer”, conforme contou ao Independent.