Um dos casos mais populares de artistas que levam o método a sério demais é o de Jared Leto. Conhecido por seu trabalho no cinema e na música, o ator é um dos grandes expoentes da técnica na atualidade, e causou espanto no público — e nos seus colegas de trabalho — quando interpretou o Coringa em Esquadrão Suicida (2016).

Além de se recusar a se comunicar com os outros atores nos bastidores, Leto aproveitou sua persona Coringa ao máximo, agindo e pensando em coisas que o vilão do Batman faria. Sua atitude mais controversa na época foi presentear o resto do elenco de um jeito polêmico: segundo relatos, Jared chegou a enviar ratos e até mesmo camisinhas usadas como presentes para seus colegas no set. Será que alguém ficou traumatizado depois?

Leonardo DiCaprio é um dos atores mais renomados da indústria cinematográfica, e até ele já aderiu ao método para se preparar para um papel. Seu caso mais extremo aconteceu durante o processo de produção de O Regresso (2016), filme de Alejandro González Iñárritu que o consagrou com sua primeira estatueta do Oscar, quebrando de uma vez por todas sua “maldição” no evento.

No filme, DiCaprio interpreta Hugh Glass, um caçador que é abandonado na floresta por seu amigo após ser atacado por um urso. Com cenas intensas ambientadas no meio da selva, o longa fez com que o ator adotasse uma preparação pesada, que o levou a dormir em carcaças de animais para viver a experiência total de estar na pele de Hugh. Além disso, como se dormir em carcaças já não fosse o suficiente, Leonardo também comeu carne crua de um bisão durante as gravações do filme.

Antes de partir para a calmaria de sua aposentadoria, o renomado ator Daniel Day-Lewis, vencedor de três estatuetas do Oscar, foi um grande expoente do método de atuação. Conhecido por sempre ter dado tudo de si em sua carreira, o ator carrega consigo uma bagagem de histórias curiosas sobre seu comportamento no set de filmagens, sendo que a mais controversa aconteceu durante as gravações de Meu Pé Esquerdo (1989).

No longa, que garantiu uma estatueta dourada para Day-Lewis, ele vive Christy Brown, um pintor tetraplégico que usa seu pé esquerdo para criar seus quadros. Daniel levou a tarefa extremamente a sério: enquanto gravava o filme, o ator pediu para que toda a equipe se referisse a ele apenas como Christy Brown ao invés de seu nome verdadeiro.

Mas as coisas não pararam por aí, já que ele também causou um certo alvoroço nos bastidores, fisicamente falando. Além de só atender quando o chamavam pelo nome do personagem, Day-Lewis só se locomovia no set usando a cadeira de rodas do pintor, e houve um momento em que membros da equipe tiveram que alimentá-lo porque o artista se recusava a sair do papel, mesmo com as câmeras desligadas.

Outro comportamento controverso em set de filmagens, provocado pela técnica do método, foi o de Dustin Hoffman em Kramer vs. Kramer (1979). Conhecido por clássicos como A Primeira Noite de um Homem (1967) e Todos os Homens do Presidente (1976), Hoffman ultrapassou certos limites quando contracenou com Meryl Streep no filme de Robert Benton (Revelações), longa que acompanha uma batalha judicial de um casal para obter a custódia do filho.

Para fazer com que o divórcio da dupla parecesse ainda mais real na frente das câmeras, Dustin Hoffman agia de maneira agressiva com Meryl Streep nos bastidores, insultando-a de diversas formas. Houve um momento em que ele até mesmo deu um tapa no rosto da atriz em cena – uma ação improvisada que pegou Streep de surpresa no momento em que aconteceu.

Ame ou odeie, Nicolas Cage é um dos atores mais populares de Hollywood, e ele também tem histórias curiosas com a atuação por método. Uma das mais bizarras aconteceu no set de filmagens de Birdy (1984), filme que conta a história de dois jovens traumatizados por suas experiências na Guerra do Vietnã.

Na trama, Cage interpreta Al Columbato, o melhor amigo do protagonista. Assim, para conseguir entrar no personagem e entender melhor a experiência de ter enfrentado uma guerra, o ator simplesmente manteve sua cabeça enfaixada durante semanas e ainda aproveitou para arrancar dois dentes sem anestesia. Um baita comprometimento ao projeto, para dizer o mínimo.

Uma das performances mais icônicas de Jamie Foxx foi no filme Ray (2004), a cinebiografia do músico Ray Charles que consagrou o ator com um Oscar. Mas o caminho foi árduo até a conquista do prêmio mais cobiçado do cinema.

Para manter uma maior fidelidade ao papel, Foxx aproveitou a técnica de atuação por método para levar a sério sua interpretação: como Ray Charles era cego, o ator topou colar suas pálpebras para não conseguir enxergar. Ele até chegou a usar próteses de pálpebras para se aproximar ao máximo ao músico da vida real.

Contudo, o trabalho foi bastante angustiante para Jamie Foxx, pois o artista chegou a ter vários ataques de pânico durante as gravações do filme por causa disso.

Já pensou em largar tudo e simplesmente viver do que a vida tem para oferecer? Foi exatamente isso que Adrien Brody fez quando estava se preparando para gravar O Pianista (2002). No filme, Brody vive um pianista judeu que sobrevive ao holocausto, um papel que lhe concedeu uma estatueta do Oscar em 2003 e que marcou sua carreira.

O ator não brincou em serviço em O Pianista: além de ter aprendido a tocar piano e perdido peso para interpretar o personagem, Adrien resolveu ir além. Antes do início das gravações, o artista vendeu todos os seus bens materiais, incluindo seu apartamento e seu carro, e até mesmo terminou um relacionamento de longa data com sua namorada da época.

Popularmente conhecido por sua performance como Christian Grey na franquia Cinquenta Tons de Cinza, o ator Jamie Dornan também já recorreu ao método para interpretar um personagem, e as coisas acabaram indo longe demais.

No seu caso, tudo aconteceu durante o processo de produção da série The Fall, onde ele interpretou um serial killer. Assim, para tentar entender a mente do criminoso, Dornan seguiu uma mulher no metrô de Londres como uma forma de se preparar para o papel. Em entrevista ao LA Times, o ator contou que manteve certa distância e que não se sente orgulhoso disso, mas que aprendeu algo com a experiência.

O queridinho de Hollywood Tom Hanks é mais um artista que levou o método de atuação a sério demais. O caso ocorreu durante as gravações de Náufrago (2000), um grande clássico da sua prestigiada carreira, em uma ação que provocou consequências graves no ator.

Além de ter passado por um rápido processo de perda e ganho de peso, Hanks também teve que enfrentar uma infecção que poderia ter causado problemas fatais no ator, caso não tivesse sido tratado com urgência. O que aconteceu foi que, enquanto gravava o filme, Tom acabou levando um corte na perna e, para viver a experiência de um náufrago ao extremo, o artista deixou a ferida aberta ali no meio do caos das filmagens e da falta de higiene do personagem, o que logo gerou uma infecção por estafilococos.

Embora não tenha sido proposital, o comprometimento de Tom Hanks com o papel poderia ter se encaminhado para um lugar bastante perigoso para ele e para todos à sua volta.

Sylvester Stallone, o eterno Rocky Balboa, levou tão a sério sua performance como o lutador que, certa vez, até foi parar na UTI após levar um soco de verdade. Tudo aconteceu durante as gravações de Rocky IV (1985), quando Stallone pediu para que o ator Dolph Lundgren, o Ivan Drago, realmente o socasse para que uma cena de luta parecesse mais real.

O grande problema é que um soco dado por Lundgren acabou levando Stallone diretamente para o hospital, onde o artista ficou internado na UTI por nove dias para se recuperar fisicamente da pancada.