Criado há quase um século, o Superman já teve diversas versões para a TV e para o cinema, mas nenhuma foi tão impactante quanto o Homem de Aço de Christopher Reeve, que teve sua própria franquia a partir de 1978. Em quatro filmes (dois ótimos, outros dois nem tanto...), o ator conseguiu fazer o impossível e materializar o símbolo da Verdade, Justiça e do Jeito Americano.

Nos cartazes do primeiro filme, lia-se: "Você vai acreditar que um homem é capaz de voar", e de fato foi isso que aconteceu. Com seu semblante gentil e um sorriso resplandecente no rosto, Reeve conseguiu criar a versão perfeita de Clark Kent para os cinemas, e até hoje, muitos dos atores que pegam o papel do herói se inspiram nele para suas próprias atuações.

Os anos 2000 foram vitais para que a Marvel reconquistasse sua liderança no mercado de quadrinhos, e grande parte disso se deve às adaptações dos seus heróis, ainda que antes não houvesse um universo unificado. A Fox foi essencial nesse movimento com sua franquia dos X-Men, que atualizou os heróis mutantes para o novo milênio.

E nesse sentido, Patrick Stewart acabou se tornando um destaque graças à sua interpretação de Charles Xavier. Bem mais próximo da figura paternal e sábia dos quadrinhos, Stewart pôde mostrar momentos de vulnerabilidade e até mesmo ambiguidade para o telepata, algo que fica ainda mais evidente em produções como Dias de um Futuro Esquecido e Logan.

E por falar na franquia dos X-Men da Fox, outra figura que não deve ser menosprezada é Hugh Jackman. Com 1,88m de altura, o australiano não tinha nada a ver com o Wolverine dos quadrinhos, que sempre foi retratado como um homem baixinho e atarracado. Porém, bastou o ator abrir a boca e parece que estamos diante do mutante canadense.

Tudo bem que seu protagonismo nos filmes sempre o ajudou a ter um papel de maior destaque aos olhos dos fãs, mas Jackman conseguiu criar a imagem definitiva do Wolverine na mente de milhões de fãs - tanto que substituí-lo no MCU se provará um verdadeiro desafio. Destaque para Logan, que nos deu a oportunidade de testemunhar uma despedida madura do herói.

Quando o assunto é Homem-Aranha, cada fã tem o seu favorito. E se, por um lado, Andrew Garfield conseguiu entregar o lado mais carismático do Amigão da Vizinhança, enquanto Tom Holland explorou outras facetas de seu heroísmo, não há como negar que Tobey Maguire foi o responsável pela versão mais humanizada do herói.

Incorporando vários dos traços clássicos de Peter Parker - como o drama financeiro e as inseguranças de um herói que está sempre tentando se provar, Maguire e Sam Raimi criaram juntos a adaptação definitiva do herói para os cinemas, tornando o Homem-Aranha o centro de seu próprio universo e um protetor perfeito para a cidade de Nova York.

Não foi só na Marvel que os heróis passaram por uma reformulação nos anos 2000. A DC Comics, após alguns fracassos comerciais, começou a abrir caminho para abordagens novas, e com isso deu a chance para Christopher Nolan pintar e bordar com a mitologia do Batman. Nascia assim a saga do Cavaleiro das Trevas, com Christian Bale no papel principal.

Antes de mais nada, é preciso dizer que Bale está bem longe de ser a versão mais fiel do Batman para os cinemas. Pelo contrário, o ator tem a chance de tomar suas próprias liberdades criativas e moldar uma visão bem específica de Bruce Wayne - mas o resultado final é completamente hipnotizante, ainda mais em Batman: O Cavaleiro das Trevas, segundo filme da saga.

É quase impossível falar do Universo Cinematográfico da Marvel sem falar de Robert Downey Jr.. Ao longo de sua carreira, o ator acabou virando o epicentro de diversas polêmicas e controvérsias, e a oportunidade de viver o excêntrico Tony Stark nos cinemas foi literalmente o que salvou toda a sua carreira do ostracismo.

O próprio Stan Lee, cocriador do personagem, batia no peito e dizia que Robert Downey Jr. parecia ter "nascido para interpretá-lo". Isso acabou se tornando um ponto crucial na filmografia do ator, e seu desenvolvimento ao longo da Saga do Infinito culminou de um jeito emocionante e único em Vingadores: Ultimato, que nos oferece sua derradeira despedida.

O ano era 2011 e a Fox pensava em recomeçar a franquia dos X-Men do zero, dessa vez retornando às origens do grupo. Assim surgiu Primeira Classe, longa dirigido por Matthew Vaughn que nos transporta de volta aos anos 60, enquanto a humanidade ainda não sabe muito sobre mutantes e uma guerra está prestes a eclodir.

Apesar do filme, como um todo, ser excelente, poucas coisas se destacam de uma forma tão brilhante quanto James McAvoy, que soprou um novo ar para os pulmões do Professor X. Mais jovem e menos "certinho" que o idoso telepata de Patrick Stewart, McAvoy pôde explorar recantos sombrios da mente do herói, como vemos em Apocalipse e Fênix Negra.

Às vezes, tudo que você precisa é de uma segunda chance. E, sem sombra de dúvidas, ninguém concorda mais com isso do que Ryan Reynolds. No ano de 2009, o ator deu vida a uma versão bem questionável do Deadpool em X-Men Origens: Wolverine. Ele foi odiado e xingado por fãs do mundo inteiro, mas seu amor pelo personagem não diminuiu nem um pouco.

Por isso, em 2016, o ator teve a chance de revitalizar o Mercenário Tagarela em uma franquia solo de filmes, com uma abordagem mais próxima das HQs do anti-herói. E Reynolds encarnou tão bem o papel que, até hoje, vários de seus personagens em outros filmes têm "resquícios" do Deadpool. Agora, só esperamos vê-lo ao lado do Wolverine de Hugh Jackman em 2024!

Embora tenha sido pontuado por altos e baixos, o Universo Estendido da DC Comics acabou encontrando um trunfo graças a Margot Robbie, que se tornou uma figura indissociável da Arlequina. Tendo surgido pela primeira vez no terrível Esquadrão Suicida de 2016, Robbie se destacou em um mar de decisões artísticas e executivas podres, e acabou conquistando os fãs.

Suas aparições posteriores só consolidaram o seu carisma e como ela se doou de corpo e alma para interpretar a vilã/anti-heroína. Ela acaba ganhando mais espaço em Aves de Rapina e retorna com força total em O Esquadrão Suicida, demonstrando um treinamento físico excepcional e uma sintonia perfeita com sua personagem.

Com o lançamento de Capitão América: Guerra Civil, a Marvel Studios se preparava para apresentar dois novos (e importantes) heróis em seu vasto universo. Além do Homem-Aranha de Tom Holland, todas as atenções já estavam voltadas para o Pantera Negra de Chadwick Boseman - e nós nem imaginávamos que estávamos diante de um renascimento cultural.

Boseman encarnou o príncipe T'Challa com perfeição no filme, mas é seu trabalho em Pantera Negra, de 2018, que é digno de todos os louros. O ator conseguiu marcar uma geração, tornando-se tão indissociável do papel que, após seu falecimento, a Marvel e a Disney optaram por não escalar um novo ator para dar vida ao Rei de Wakanda.