Conhecida no universo dos super-heróis por ter dado vida a uma versão live-action da Tempestade nos filmes dos anos 2000 dos X-Men, a atriz Halle Berry passou por maus bocados nos bastidores de X-Men 3: O Confronto Final (2006). Recentemente, o diretor Matthew Vaughn (X-Men: Primeira Classe, Kingsman) revelou uma história controversa sobre como a atriz teria sido enganada para participar do filme, algo que o fez desistir de assumir a direção.

Apesar de ter interpretado a mutante nos dois primeiros longas da franquia, o retorno de Berry ainda não era algo certo quando a produção de X-Men 3 teve início. Assim, segundo relatos de Vaughn, tudo aconteceu durante uma visita aos escritórios da Fox, onde encontrou um roteiro – até então desconhecido para ele – que começava com uma cena em que a Tempestade salvaria crianças que morriam de sede na África.

Intrigado com aquele roteiro, Vaughn questionou o executivo a respeito do documento, descobrindo que aquele era, na verdade, um “roteiro falso” exclusivo para Halle Berry que seria usado apenas para convencer a atriz a assinar o contrato para o filme. Assinaturas feitas, o roteiro iria diretamente para o lixo.

Berry nunca comentou publicamente sobre o assunto, mas o fato é que a atriz retornou ao universo dos X-Men no terceiro longa, que parou nas mãos do diretor Brett Ratner.

Outra atriz que também foi “enganada” para assinar o contrato de um filme foi Rebecca Hall. Em seu caso, tudo aconteceu durante a produção de Homem de Ferro 3 (2013), filme em que ela interpreta Maya Hansen, uma geneticista que ajuda o vilão de Guy Pearce a criar o soro Extremis. A personagem tem um papel secundário na trama, mas não foi isso que Hall ouviu quando entrou no projeto.

Em entrevista ao Collider, em 2020, Rebecca revelou que, nos rascunhos iniciais do roteiro, Maya seria a grande vilã de Homem de Ferro 3, o que lhe daria uma posição significativa no enredo. No entanto, Ike Perlmutter, o ex-CEO da Marvel Entertainment, não gostou da ideia, forçando os roteiristas a darem para Hall um papel secundário porque ele não acreditava que ter uma mulher como vilã venderia action figures.

Até mesmo o inesquecível Robin Williams já foi enganado para participar de um projeto. O problemático caso aconteceu durante a produção de Aladdin (1992), clássica animação da Disney em que o ator fez a voz do querido Gênio da Lâmpada.

Quando assinou o contrato com o estúdio, Williams recebeu a garantia de que sua imagem não seria usada em campanhas de marketing – uma exigência feita pelo próprio ator já que A Revolta dos Brinquedos (1992), filme protagonizado por Williams, estrearia nos cinemas pouco tempo depois de Aladdin. O astro não queria que sua participação no filme da Disney ofuscasse seu outro trabalho, mas não foi isso que aconteceu.

Apesar de ter concordado com os termos de Williams, a empresa do Mickey jogou no lixo quase todas as exigências do ator, colocando o Gênio no centro de várias campanhas de marketing do filme, como bonecos e outros produtos comerciais. Tudo isso sem pagar um tostão extra para Robin.

Como resposta para o problema, a Disney acabou colocando a culpa em uma agência de marketing terceirizada responsável pela divulgação, enviando uma pintura de Picasso que valia mais de US$ 1 milhão para Williams como um pedido de desculpa.

O ator e comediante Chris Rock só topou participar da amada animação Bee Movie: A História de uma Abelha (2007) após ser levemente enganado por Jerry Seinfeld, roteirista e intérprete que emprestou sua voz ao protagonista, Barry.

Na animação, Rock faz a voz de Zé Picada, mas o caminho até a consolidação do contrato foi longo. Seinfeld teve que insistir muito para que o comediante aceitasse, sendo que Rock só decidiu entrar no projeto quando seu colega de trabalho disse que Steven Spielberg também estaria nele.

Rock falou sobre o assunto em entrevista a Collider, em 2007, onde relatou que só descobriu que o cineasta não estava envolvido com Bee Movie quando já não tinha mais como voltar atrás. “[Jerry Seinfeld] me disse que Spielberg estaria no projeto, mas quando cheguei lá não tinha nenhum Spielberg. Então, ele meio que me deve uma”, Rock contou.

As gravações do thriller O Observador (2000) não foram nem um pouco agradáveis para Keanu Reeves. Isso porque o astro acabou parando no filme por causa de uma assinatura falsificada no contrato por seu assistente na época.

O ator, que não estava interessado em participar do longa como um serial killer, até tentou ir atrás de um processo judicial para reverter a situação, mas optou por entrar no projeto mesmo contra sua vontade.

O astro por trás de grandes clássicos dos anos 80 também já foi enganado para marcar presença em um filme. Após o sucesso de Os Caça-Fantasmas (1984), Bill Murray logo foi chamado para estrelar a sequência de 1989, mas o ator estava relutante em retornar à franquia por achar que isso seria apenas uma oportunidade do estúdio para arrancar dinheiro do público.

Apesar da hesitação inicial, Murray aceitou reprisar seu papel na sequência depois de ouvir apenas elogios ao que a equipe vinha preparando para o segundo longa de Os Caça-Fantasmas. Contudo, as expectativas foram por água abaixo quando, durante a produção, o roteiro foi reescrito e as coisas tomaram um rumo nem um pouco agradável, levando Murray a acreditar que ele tinha sido ludibriado a participar da produção sob falsos propósitos.

Antes de se tornar o rosto por trás do Shazam no universo cinematográfico da DC, o ator Zachary Levi fez uma pontinha no MCU quando apareceu como Fandral em Thor: O Mundo Sombrio (2013). Na época em que a produção estava começando a sair do papel, Levi não tinha muita certeza a respeito do papel, já que ele acreditava que o personagem não teria tanto espaço no filme.

Porém, a dúvida de Levi logo foi sanada quando a equipe do Marvel Studios disse ao ator que, daquela vez, Fandral teria uma “grande parte” na sequência, o que fez o ator logo topar embarcar no projeto. Bom, não foi exatamente isso que aconteceu quando Levi iniciou os trabalhos, pois o personagem tem uma participação tão pequena que muita gente nem ao menos se lembra que o astro já esteve no MCU.

Apesar de ser mais conhecida por seu trabalho como dançarina e coreógrafa, Paula Abdul também já se aventurou pela atuação, como na comédia Brüno (2009). Sua participação no filme é breve, funcionando apenas como um cameo, mas sua jornada até ele foi extremamente peculiar (para dizer o mínimo).

Isso porque Abdul foi enganada a participar do projeto estrelado pelo ator Sacha Baron Cohen com a (falsa) promessa de que ela receberia um prêmio de Melhor Artista do Ano. Na cabeça de Abdul, ela seria apenas entrevistada pelo artista, mas as coisas saíram do controle nas gravações, deixando a dançarina completamente abismada.