A franquia Exterminador do Futuro não dá nenhum descanso. Nos últimos anos, tivemos vários lançamentos que não foram muito bem recebidos pelo público ou pela crítica. Por conta disso, a notícia de que James Cameron voltaria para produzir um novo longa da série foi recebida com animação pelos fãs.

Infelizmente, Destino Sombrio é a prova concreta de que essa franquia precisa encontrar seu fim. O longa, que prometeu trazer originalidade e ser o novo capítulo de uma franquia, não consegue conciliar suas propostas ambiciosas, e acabou sendo um dos filmes mais fracos do ano - além de ter sofrido bastante nas bilheterias.

A Fox passou por um ano turbulento, especialmente com a compra do estúdio pela Disney. No entanto, vimos aqui a "continuação" de um problema que já se estende por dois anos seguidos: a produção conturbada de Os Novos Mutantes. O filme estava programado originalmente para sair em 2018 e foi jogado para este ano.

No entanto, mais um adiamento imprevisto arremessou o longa para abril de 2020. Após a compra da Fox pela Disney, ainda não sabemos quais são os planos para a franquia, e muito menos se o filme realmente chegará aos cinemas na data prevista. Mas mesmo que chegue, o interesse do público já se esvaiu completamente.

Ainda falando da Fox, não podemos nos esquecer do fiasco que foi X-Men: Fênix Negra. Tudo bem que ninguém em sã consciência esperava muita coisa do longa, especialmente devido aos adiamentos na produção, à interferência do estúdio e aos envolvidos por trás das câmeras. Mas ainda assim, o filme conseguiu ser ainda mais decepcionante.

Mesmo que você não goste, a saga dos X-Men da Fox moldou e definiu todo o sucesso dos super-heróis no cinema, e ver a franquia se despedindo desse jeito foi, no mínimo, entristecedor. Mesmo com um bom elenco, o longa é um festival de CGI e não faz jus aos talentos de James McAvoy, Michael Fassbender, Jessica Chastain, Sophie Turner e companhia.

Tudo bem que, entre outros itens desta lista, IT: Capítulo 2 está longe de ser ruim ou execrável. No entanto, após o grande sucesso que o primeiro filme fez em 2017, o segundo longa não conseguiu impressionar, com uma duração longa demais e uma conclusão que não faz jus ao Clube dos Perdedores ou ao palhaço Pennywise.

O diretor Andy Muschietti tentou tudo ao seu alcance para fazer justiça à maior obra de Stephen King, e mesmo que o filme seja bem-sucedido em diversos aspectos - principalmente na sua parte técnica -, não tem como negar que o longa perdeu o charme de seu antecessor para cair em uma maré de jump scares em excesso e sentimentalismo barato.

2019 não foi marcado apenas por produções ruins. O DC Universe fez sucesso ao lançar uma das melhores séries da editora, com a subestimada Monstro do Pântano. Produzida por James Wan, a série apostava alto em um clima de horror enquanto também servia como uma adaptação fiel para a Saga do Monstro do Pântano de Alan Moore.

O problema começou quando a série foi cancelada depois do primeiro episódio, deixando aos fãs uma temporada excelente que não será continuada, mesmo tendo sido um sucesso de audiência. Entendemos que o cancelamento se deu por problemas orçamentários, mas foi triste nos despedir de uma das melhores produções da DC Comics neste ano...

Não foi apenas a perda de Monstro do Pântano que manchou a reputação do DC Universe em 2019. Se o serviço de streaming da editora havia começado o ano bem, nos oferecendo Patrulha do Destino, o saldo do fim do ano foi bem menos positivo, com a segunda temporada de Titãs sendo bem massacrada pelo público.

A série tenta corrigir algumas decisões tomadas na primeira temporada - e faz isso sem se importar de deixar rombos no roteiro e na história da própria série. Apesar de inserir elementos importantes dos quadrinhos, tudo é feito de modo apressado e em detrimento ao desenvolvimento de personagens - o Exterminador que o diga.

Em 2019, a Disney teve uma parcela alta de acertos... mas está na hora de falarmos sobre como a tendência dos remakes de suas animações está sendo prejudicial aos cinemas. Por mais que tenhamos tido o divertido live-action de Aladdin, também fomos "presenteados" com a nova versão de O Rei Leão, vazia e sem vida.

Por mais que seja vendido como um live-action, o filme não passa de uma animação ultrarrealista feita com o CGI mais caro do mercado. Uma versão sem alma que se capitaliza em cima da nostalgia pelo filme original, sem oferecer nada novo e mostrando como a máquina de Hollywood está mais preocupada com lucros do que com qualidade.

Lançado na última quinta-feira, Star Wars: A Ascensão Skywalker talvez seja um dos piores filmes da franquia. Na pressa por desfazer os incômodos criados por Os Últimos Jedi, a Disney e J.J. Abrams criaram uma obra rasa, sem qualquer sentimento e que apela excessivamente para a nostalgia e para o fan service só para agradar uma parcela de fãs birrentos.

O filme tinha um dever monumental nas costas, encerrando não apenas a nova trilogia de filmes, como também toda a saga da Família Skywalker. No entanto, com um roteiro apressado, muitos clichês e furos narrativos e um descaso total aos seus personagens, o longa está longe de ser a obra-prima que muitos esperavam.

Não foi apenas Star Wars que decepcionou os fãs com o seu final em 2019. Na verdade, mesmo o capítulo final da saga da Lucasfilm não chegou aos pés dos problemas do oitavo ano de Game of Thrones, que irritou os fãs por sua pressa, pelas decisões revoltantes de roteiro e por abraçar de vez a atmosfera de uma fanfic.

A série já não estava indo muito bem desde seu quinto ano, mas a temporada final enterrou de vez o que antes era considerada a melhor série de fantasia da televisão norte-americana. Com um enredo cheio de reviravoltas incoerentes e um tratamento sofrível dado aos protagonistas - como Cersei Lannister e Daenerys Targaryen -, Game of Thrones traiu seu público.

No entanto, a maior decepção de 2019 - por mais que muitos não falem sobre isso - é justamente o que o império da Disney está se tornando, especialmente após a compra da Fox. Se, inicialmente, comemoramos pelo retorno de franquias como os X-Men e o Quarteto Fantástico para a Marvel, a decisão acabou trazendo repercussões sombrias.

Além da demissão de centenas de profissionais que dedicaram as suas carreiras na Fox, a Disney também está fazendo jogadas questionáveis, seja impedindo que os filmes clássicos do estúdio sejam exibidos no cinema ou até mesmo "escanteando" a produção mais "adulta" da Fox, censurando-a de seu serviço de streaming ou de lançamentos em DVD e Blu-Ray.