American Horror Story: Todas as temporadas da pior à melhor

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American Horror Story: Todas as temporadas da pior à melhor

Por Gus Fiaux

Visuais impecáveis, personagens marcantes, crossovers inesperados. Por esses (e outros) motivos, American Horror Story continua sendo uma das produções mais relevantes na televisão americana, ainda mais quando o assunto é horror. Criada e produzida por Ryan Murphy (Glee, American Crime Story), a série está prestes a ir para sua décima temporada e seu primeiro spin-off.

Seguindo o modelo antológico – ou seja, cada temporada tem uma história própria, que pode ou não ter conexões com as demais -, a série está no ar desde 2011, passando por altos e baixos e com uma legião fervorosa de fãs. Por isso, decidimos separar aqui todas as 9 temporadas de American Horror Story lançadas até agora, da pior à melhor!

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Cult

Cult tinha tudo para ser uma das melhores temporadas de American Horror Story, mas acabou sendo lembrada como a pior por suas várias decisões erradas. A única temporada que não tem teor sobrenatural, ela explora um pouco da paranoia política após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Tudo isso abre margem para muitas conversas, com debates sobre o uso do medo como ferramenta política, a formação de grupos que são como "seitas" e até mesmo as dinâmicas humanas no clima de polarização. Infelizmente, tudo isso é jogado pela privada em uma trama que exala vergonha alheia.

Com muito mais comédia que o habitual, Cult se perde em sua própria sátira e acaba em um show de insanidade. Ao todo, pouco se salva do ano, que mais parece uma temporada perdida de Scream Queens (a outra série de horror de Ryan Murphy) inserida no contexto de American Horror Story.

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Freak Show

O quarto ano da série, durante muito tempo, levou o posto de pior temporada entre os fãs. Freak Show começa muito promissora, com um vilão bem assustador na forma do palhaço Twisty, ao mesmo tempo em que explora um circo de horrores com várias figuras bem marcantes.

Porém, bem no meio da temporada, há um plot twist que faz com que toda a construção até ali seja jogada por água abaixo, enquanto a trama se perde em um novo antagonista insuportável, vivido por Finn Wittrock. Para piorar, a temporada tem uma resolução fraca e bem aquém do esperado.

É a última temporada em que Jessica Lange interpreta um dos papéis principais, e é triste ver ela se despedindo em uma personagem que só parece uma soma de todos os seus papéis anteriores. No geral, Freak Show só realmente se salva por dar uma história emocionante para uma personagem de Asylum.

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Coven

Embora seja muito querida pelos fãs, a verdade é que Coven decepciona bastante, ainda mais quando levamos em conta todas as expectativas criadas pelas temporadas anteriores e o material de divulgação. O terceiro ano muda seu foco para uma sociedade de bruxas que precisa encontrar sua nova Suprema.

Num geral, a temporada sofre com decisões apressadas de roteiro e personagens mal desenvolvidos, enquanto segue um viés de drama teen que nem sempre combina com a veia aterrorizante da série. Ao menos, temos personagens bem icônicas, como por exemplo Madame LaLaurie, Marie Laveau e Misty Day.

Embora explore diferentes formas de bruxaria, a temporada peca por deixar tudo muito superficial e por não conseguir trabalhar as suas personagens de forma satisfatória. Ainda assim, fãs mais fervorosos vão se lembrar de diversos momentos icônicos, como a escolha da nova Suprema e a participação de Stevie Nicks.

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Hotel

Quando foi originalmente anunciada, Hotel despertou o interesse de muitos fãs, mesmo quem havia abandonado a série por conta de Coven e Freak Show. Entre os destaques, havia a presença de Lady Gaga, fazendo uma personagem importante e que parecia ser a principal antagonista da trama.

A história é ambientada em um hotel amaldiçoado, que serve de lar para fantasmas, assassinos e "vampiros". E embora essa pareça uma premissa interessante, a série não vai a fundo e acaba presa em um meio-termo, sendo apenas boa. Isso faz com que Hotel não seja muito memorável, apesar de não ser uma tragédia.

Apesar disso, há momentos de destaque - como, por exemplo, a própria atuação de Lady Gaga, que lhe rendeu um Globo de Ouro. Além disso, destaque para os personagens vividos por Dennis O'Hare, Angela Bassett e Sarah Paulson, que seguram as pontas nos momentos mais tediosos e esquecíveis.

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Apocalypse

Oitava temporada da série, Apocalypse gerou um buzz enorme nas mídias sociais. Anunciada como o crossover entre Murder House e Coven, a série trouxe de volta várias figuras icônicas da história de American Horror Story, ao mesmo tempo em que introduz uma nova trama.

Na temporada, seguimos os passos do Anticristo que havia sido apresentado na primeira temporada da série. Já adulto, ele é responsável por uma catástrofe mundial, enquanto seu poder só cresce. No meio disso, as bruxas de Coven precisam voltar para tentar impedir o mal encarnado.

A temporada, apesar de não ser tão coesa, traz vários momentos legais e consegue até mesmo fazer justiça a personagens que haviam sido mal trabalhados no terceiro ano da série. O grande problema, que impede Apocalypse de ser realmente boa, é o final cheio de conveniências narrativas e soluções fáceis.

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1984

Nona temporada da série, 1984 é a última temporada a ter sido lançada até a data de publicação desta lista. E como o nome sugere, é uma história ambientada na década de 80, abordando o surto de filmes de terror slasher que ficaram bem populares na época, com muito sangue, sexo e violência.

E, de muitas formas, a temporada acaba sendo um presente para os fãs desses longas, trazendo referências e easter-eggs a sagas como Sexta-Feira 13, Halloween e A Hora do Pesadelo. Nisso, o nono ano se sai muito bem, com um grupo de jovens sendo assassinados em um acampamento que já foi palco de tragédias.

Além disso, a temporada consegue fazer o que Cult fez da forma errada, mesclando horror com comédia e um humor auto-referencial e consciente de seus próprios erros e problemas. Para quem gosta de filmes da década de 80 e curte a nostalgia com a época, 1984 é o tipo certo de camp e breguice.

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Murder House

A temporada que originou tudo, Murder House continua sendo, até hoje, uma das favoritas na memória dos fãs. Aqui, nós seguimos uma família disfuncional que tem o azar de se mudar para uma casa mal-assombrada por fantasmas e seres ainda mais aterrorizantes.

Murder House foi muito importante, seja por revitalizar o terror na TV quanto por trazer uma nova abordagem de um dos subgêneros mais prolíficos do horror. Além de ter personagens e momentos bem marcantes, a temporada também surpreende por suas reviravoltas (Tate e Violet que o digam).

Um horror adulto cheio de momentos grotescos e aterrorizantes, a primeira temporada ainda se sustenta até hoje por ter uma trama coesa e por expandir seus núcleos com bastante cautela, além de plantar sementes que seriam abordadas em temporadas posteriores, como Apocalypse.

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Roanoke

Embora seja uma opinião controversa, tendo em vista que muitos fãs "acostumados" com o modelo da série acabaram odiando sua sexta temporada, Roanoke certamente precisa figurar entre as melhores, por ser o ano que revitalizou e mudou totalmente o formato apresentado até então.

Metade da trama é um falso documentário sobre uma casa mal-assombrada e seus novos moradores, relembrando tudo o que passaram nesse lugar maldito, enquanto são encenados por atores. A outra metade é um reality show, que leva os atores e as pessoas "reais" de volta à casa.

Embora seja o maior ponto fora da curva na série, Roanoke nos surpreende até hoje por ser uma temporada muito ousada, que mal foi divulgada para manter os mistérios vivos e as teorias de fãs a todo vapor. Além disso, temos aqui uma das cenas mais apavorantes da série, que envolve uma família de canibais...

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Asylum

Insuperável até hoje, Asylum é a prova que Ryan Murphy sabe conciliar múltiplos núcleos e subtramas em uma história que tinha tudo para dar errado, mas acaba surpreendendo o público de uma maneira bem positiva. E muito disso se deve às brilhantes atuações de Sarah Paulson, Jessica Lange e Lily Rabe.

Na temporada, acompanhamos uma jornalista que vai investigar um manicômio na década de 60. Ao chegar ao local, ela acaba sendo presa e forçada a participar de terapia de conversão para "curar" sua sexualidade, enquanto percebe todos os maus-tratos e abusos sofridos pelos outros pacientes.

Além disso, a série brinca com males ainda maiores, na forma de uma freira possuída e um serial killer brutal, tudo envolto em um amontoado de reviravoltas que demonstram muito bem toda a maldade no coração humano, além de desenvolver um senso de insanidade que te coloca lado a lado com os protagonistas.