John Walker apareceu pela primeira vez na revista Captain America #323, em 1986. O fim da Era de Bronze dos quadrinhos culminou na popularidade de heróis que beiravam a moralidade, então Mark Gruenwald e Paul Neary se viram obrigados a criar um novo personagem para substituir Steve Rogers, considerado muito certinho para o público da época.

Não demorou muito para Steve Rogers abandonar o posto de Capitão América, recusando ceder mão de sua liberdade para agir apenas a mando do governo. Claro que o exército não perderia a oportunidade de nomear um novo símbolo nacionalista, muito mais maleável e fácil de controlar, assim escolheram John Walker — um fanático com ideias muito extremas sobre identidade nacional.

Antes de substituir Steve Rogers, John Walker lutava contra o crime do seu jeito sob o codinome Super-Patriota. Seu maior objetivo de vida era representar o seu país, assim ele acabou aceitando se sujeitar a experimentos do laboratório Power Broke que lhe concederam força sobre humana. Gerenciado por um empresário ganancioso, ele decidiu lançar sua carreira de super-herói como o Super-Patriota.

No fundo, Super-Patriota era apenas uma marca. Walker apenas combatia crimes grandes o suficientes para chamar a atenção da imprensa e, quando nada acontecia, seu empresário contratava bandidos para manter a sua imagem em evidência. O Super-Patriota já enganava antes das fake news serem tendência.

Os roteiristas queriam que John Walker substituísse Steve em tudo, então faz sentido que ele também tenha seu próprio Bucky. Dessa vez é o ex-soldado Lemar Hoskins, que Walker conheceu durante seu treinamento no exército.

Assim que John Walker assumiu o manto de Capitão América, Lemar foi contratado para ser seu fiel ajudante Bucky. Acontece que a palavra “bucky” era um termo pejorativo para negros, e depois de uma enxurrada de críticas, a Marvel decidiu mudar seu nome de herói para Estrela Negra. No final, isso acabou trazendo mais originalidade ao personagem.

Para conseguir chegar ao mesmo nível de performance que Steve Rogers em seu ápice, John Walker precisou de treinamento especial. O governo contratou o super-vilão Treinador, que conhecia todos os golpes do Capitão América e ensinou Walker as estratégias mais eficazes de seu antecessor.

O Treinador está confirmado para aparecer no Universo Cinematográfico da Marvel no filme solo daViúva Negra. Será que veremos alguma referência ao vilão em Falcão e o Soldado Invernal?

John Walker nunca foi um Capitão América muito certinho. Para começar, ele nunca se preocupou em dosar a violência, mesmo que os bandidos morressem no processo. Walker chegou a liderar um grupo de criminosos reformados, a Força da Liberdade, só porque o governo pediu. Mas sua moral cinzenta teria consequências terríveis.

Sua identidade acabou sendo revelada por ex-colegas de trabalho — os criminosos que contratou como Super-Patriota. Pois é, a exposição foi uma retaliação pela vida dupla do falso herói, colocando a vida de todos que Walker amava em risco. Seus pais acabaram sendo mortos e ele perdeu os limites. Em um surto de vingança, John matou brutalmente os assassinos de seus pais e ateou fogo nos traidores que divulgaram seu segredo.

Bem, agora que o público conhecia o lado mais impiedoso do novo Capitão América, não pegaria bem para o governo mantê-lo por muito tempo. Eles decidiram devolver o escudo a Steve Rogers, em que John entregaria o cargo espontaneamente. Mas durante esse evento, Walker foi morto a tiros por alguém da plateia.

Ou pelo menos isso era o que o governo queria que todos pensassem. Tudo não passou de uma armação para que John Walker pudesse trabalhar como um agente secreto do governo. Suas memórias foram apagadas e seu nome passou a ser Jack Daniels. Com um novo escudo e um novo uniforme, ele se tornou o Agente Americano.

Desde que se tornou Agente Americano, John Walker passou por diversas equipes de super-heróis — como a Force Works, The Jury, STARS e Invasores. Nenhuma delas durou muito tempo, infelizmente, mas o Agente Americano nunca desistiu de encontrar um grupo para chamar de seu.

A primeira equipe da qual ele fez parte já não deu muito certo. O Agente Americano foi nomeado pelo governo como novo líder dos Vingadores da Costa Leste. Porém esse grupo já tinha um líder — o Gavião Arqueiro. Assim, Clint Barton acabou deixando o time nutrindo uma rivalidade imensa com John Walker que pode acabar sendo explorada em Falcão e o Soldado Invernal.

Quando suas memórias retornam, John Walker lança o seu escudo no fundo do Rio Hudson em um momento de drama total. Mas além do escudo clássico inspirado no Capitão América, o Agente Americano acaba portando diferentes escudos com visuais bastante interessantes.

O primeiro deles é totalmente feito de energia projetado pelo Tony Stark. Depois, ele passa a carregar um escudo híbrido — metade energético, metade metal — inspirado na água branca que representa os Estados Unidos. Entre todos os escudos que já carregou ao longo de sua carreira, o mais impactante é o escudo dos Invasores, onde foi gravado o nome de todas as vítimas do atentado terrorista de 11 de setembro.

Não é só no MCU que o Agente Americano enfrenta o Falcão. Nos quadrinhos, esse embate acontece quando Sam Wilson se torna o Capitão América. O herói recebe o escudo quando Steve Rogers envelhece. Porém, Steve misteriosamente se recupera e decide que ambos deveriam manter o manto de Capitão América.

Incomodado com a crescente influência de um Capitão América negro, o governo secretamente convoca o Agente Américano para forçá-lo a desistir. John recusa em um primeiro momento, mas acaba sendo convencido pelo próprio Steve Rogers. Ninguém sabia, mas Steve estava trabalhando para a Hidra. Enganado, o Agente Americano luta contra Sam Wilson, mas acaba sendo derrotado sem muita dificuldade.