A Pequena Sereia: 12 diferenças entre o filme live-action e animação
A Pequena Sereia: 12 diferenças entre o filme live-action e animação
As coisas estão um pouco diferente no fundo do mar
Atenção: Alerta de Spoilers!
A Pequena Sereia talvez tenha sido a recriação mais promissora de uma animação da Disney em live-action em muitos anos. Isto porque desta vez os produtores estavam se permitindo a ousar mais na nova versão: a começar pela escalação de Halle Bailey como a Princesa Ariel. O filme também tem quase uma hora a mais de duração, o que deu espaço para muitas novidades.
Mas afinal, na prática, o que mudou entre a clássica animação de 1989 e a nova versão live-action de A Pequena Sereia? Listamos 12 mudanças que você precisa notar! Confira.
Uma Princesa Profunda
Antes de mais nada, precisamos falar da mudança mais comentada de todas — a nova Princesa Ariel é negra. A produção escalou a cantora Halle Bailey para o papel, a protegida da Beyoncé, que foi escolhida por seu estupendo trabalho vocal. E mesmo quem não foi muito a favor da ideia precisou dar o braço a torcer ao ouvir a princesa cantar: sua voz realmente tem uma delicadeza única, como o mágico canto de uma sereia.
Mas além disso, as motivações da princesa também estão mais claras. Antes havia uma margem para interpretar que seu principal objetivo era apenas conquistar o homem de seus sonhos. Porém, no novo filme, seu absoluto fascínio pela superfície fica mais evidente, especialmente por enxergá-la como uma oportunidade de conquistar independência longe de seu pai - o Rei Tritão.
Uma família mais coerente
Falando no Rei Tritão, na animação original o Todo-Poderoso dos Mares tinha uma estranha obsessão por musicais. A reunião de suas filhas não é mais motivada por um capricho de seu pai em apresentá-las à sociedade atlante em um número musical. No live-action, cada princesa viaja para um canto dos Sete Mares e só retornam para casa uma vez por ano, no festival da Lua Coral.
As irmãs de Ariel ganharam novos nomes e etnias distintas, para reforçar sua relação com partes diferentes o oceano: temos Mala, Karina, Perla, Indira, Caspia, e Tameka. E além de defender o oceano com mais afinco, parecem compartilhar o ódio do pai pelos humanos, que desta vez é super justificado: eles foram os responsáveis pela morte de sua esposa, a mãe de Ariel.
Tia Úrsula
Ainda há mais uma adição à família: a bruxa do mar Úrsula. Haviam pistas na animação de uma possível relação entre a vilã e o Rei Tritão. Dessa vez a versão live-action não deixa dúvidas — eles são irmãos, o que faz da maléfica Úrsula tia da princesa Ariel. Esta sequer foi a maior mudança na vilã: dessa vez, aqueles que fazem um trato com a bruxa não viram apenas seus lacaios, mas podem acabar morrendo. Dramático.
Menos Linguado, Mais Sebastião
Infelizmente, animais nunca serão tão charmosos nas versões realistas de um live-action quando comparados com as cartunescas e expressivas animações. Assim, os principais companheiros de Ariel sofrem uma grande mudança estética, perdendo as cores para parecerem mais como animais de verdade.
Quem mais sofre é o Linguado (Jacob Tremblay), que perde seu brilho. E por isso, Sebastião (Daveed Diggs) acaba roubando a cena e ganhando mais tempo de tela. Sabidão (Awkwafina) também tem um destaque maior, aparecendo até mesmo em cenas submersas. No final, o Linguado parece apenas cenográfico.
Eric e Ariel têm muito em comum
No original, o Príncipe Eric tem a profundidade de um píres. Como todo interesse romântico clássico de um filme da Disney, era apenas um homem branco sem profundidade, motivação ou uma história mais aprofundada. No live-action, bem, ele continua sendo branco… Mas há muito mais em comum com a própria Princesa Ariel.
O herdeiro do trono também é órfão. Como a sereia, perdeu os pais. Enquanto ela tem os humanos para culpar, Eric amaldiçoa o mar. Porém o jovem encontrou uma nova família na Rainha Selina, que o criou como seu próprio filho. Ele adora viajar, explorar o mundo e suas culturas, mas sua mãe o repreende insistindo em lembrá-lo de suas obrigações reais. No fim, ele só quer um pouco de liberdade para ser ele mesmo. Lembra alguém?
Nada de amor à primeira vista
O interesse por Eric continua no novo filme. Contudo, diferente da animação, Ariel não fica perdidamente apaixonada pelo príncipe após espiá-lo por uns instantes nos primeiros quinze minutos do filme. O amor à primeira vista é substituído por uma construção muito mais natural na versão live-action, com a dupla saindo em encontros e explorando melhor a ilha tropical da qual Eric será Rei um dia.
Um cenário mais tropical
Inclusive, há uma mudança de ares na nova história também. Como o conto original foi escrito por um dinamarquês, a animação trouxe um cenário muito europeu e genérico. O live-action, contudo, atualiza o cenário para um ambiente muito mais culturalmente rico para uma história à beira-mar: as ilhas do Caribe.
Na época em que se passa a história, as terras latinas misturavam muitas culturas do novo mundo graças à atividade de piratas e dos colonizadores europeus — o que resulta em um cenário carregado de cores, música e sabores.
Novas músicas
Exatamente ao explorar este mundo tão cheio de novidades que Ariel canta uma das novas canções do filme live-action: Tudo Tão Novo, ou For the First Time no original, composta por Lin-Manuel Miranda, de Hamilton. A canção substitui Les Poison adicionando muito mais ao desenvolvimento de Ariel, mostrando seu maravilhamento com o mundo da superfície.
Três outras canções inéditas foram adicionadas à trama: Wild Uncharted Waters (No Fundo Dessas Águas), que resume os dilemas e motivações do Príncipe Eric; Scuttlebutt (Zum Zum Zum), um rap divertido entre Sabichão e Sebastião sobre o anúncio de um casamento; e uma reprise extra de Parte do Seu Mundo, Part of your World no original.
Músicas atualizadas
Duas canções tiveram as suas letras alteradas para evitar reforçar ideias negativas contra mulheres que ainda era comuns nos anos 1990 — Unfortunate Souls (Corações Infelizes), da Úrsula, remove as sugestões de que mulheres devem ser submissas, e Kiss the Girl (Beije a Moça), do Sebastião, troca poucas frases para incluir a noção de consenso em um beijo.
Contrato revisado
Falando na Úrsula, o contrato entre Ariel e a bruxa do mar é revisado para evitar furos de roteiro. Primeiramente, a vilã insere uma cláusula que faz a princesa esquecer que precisa beijar o príncipe em três dias. Isso evita discussões sobre o porquê dela não tentar uma abordagem mais direta, especialmente nos tempos atuais em que uma mulher pode tranquilamente tomar a iniciativa para um simples beijo sem enrolação.
Além disso, o contrato agora é feito com sangue ao invés de uma assinatura. Assim, não há nenhuma insinuação de que Ariel saberia escrever. Afinal, toda a situação poderia ser explicada mais facilmente com um bilhete. E a cena em que Sebastião conta o nome de Ariel para o Eric também é alterada para algo mais orgânico. Fãs da animação argumentavam que se o príncipe ouvia os animais, era só Sebastião explicar a situação para ele também.
A princesa salva a si mesma neste filme
Como no livro de Amanda Lovelace, a princesa salva a si mesma neste filme. Na animação clássica, o Príncipe Eric acabava se envolvendo na batalha final contra a Úrsula gigante para dar um fim na bruxa. Porém os tempos são outros e as meninas não precisam mais de um homem forte para salvá-las. Na nova versão, é a própria Ariel que dá um fim na vilã, empalando a feiticeira de forma brutal.
O final é diferente
Em ambas as versões, os mocinhos ficam juntos no final. Contudo, no live-action não há um casamento. A princesa decide sair em uma viagem com o príncipe para explorar o mundo enquanto se conhecem melhor, como um casal razoável faria. Ao invés de apressar as coisas e estabelecer o objetivo final de uma garota como o casamento, o roteiro resgata as motivações do casal para criar um objetivo em comum — ambos sonhavam em conhecer o mundo, que é o que acontece.