A Pequena Sereia: 12 diferenças entre o filme live-action e animação

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A Pequena Sereia: 12 diferenças entre o filme live-action e animação

Por Gabriel Mattos

Atenção: Alerta de Spoilers!

A Pequena Sereia talvez tenha sido a recriação mais promissora de uma animação da Disney em live-action em muitos anos. Isto porque desta vez os produtores estavam se permitindo a ousar mais na nova versão: a começar pela escalação de Halle Bailey como a Princesa Ariel. O filme também tem quase uma hora a mais de duração, o que deu espaço para muitas novidades.

Mas afinal, na prática, o que mudou entre a clássica animação de 1989 e a nova versão live-action de A Pequena Sereia? Listamos 12 mudanças que você precisa notar! Confira.

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Uma Princesa Profunda

Antes de mais nada, precisamos falar da mudança mais comentada de todas — a nova Princesa Ariel é negra. A produção escalou a cantora Halle Bailey para o papel, a protegida da Beyoncé, que foi escolhida por seu estupendo trabalho vocal. E mesmo quem não foi muito a favor da ideia precisou dar o braço a torcer ao ouvir a princesa cantar: sua voz realmente tem uma delicadeza única, como o mágico canto de uma sereia.

Mas além disso, as motivações da princesa também estão mais claras. Antes havia uma margem para interpretar que seu principal objetivo era apenas conquistar o homem de seus sonhos. Porém, no novo filme, seu absoluto fascínio pela superfície fica mais evidente, especialmente por enxergá-la como uma oportunidade de conquistar independência longe de seu pai - o Rei Tritão.

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Uma família mais coerente

Falando no Rei Tritão, na animação original o Todo-Poderoso dos Mares tinha uma estranha obsessão por musicais. A reunião de suas filhas não é mais motivada por um capricho de seu pai em apresentá-las à sociedade atlante em um número musical. No live-action, cada princesa viaja para um canto dos Sete Mares e só retornam para casa uma vez por ano, no festival da Lua Coral.

As irmãs de Ariel ganharam novos nomes e etnias distintas, para reforçar sua relação com partes diferentes o oceano: temos Mala, Karina, Perla, Indira, Caspia, e Tameka. E além de defender o oceano com mais afinco, parecem compartilhar o ódio do pai pelos humanos, que desta vez é super justificado: eles foram os responsáveis pela morte de sua esposa, a mãe de Ariel.

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Tia Úrsula

Ainda há mais uma adição à família: a bruxa do mar Úrsula. Haviam pistas na animação de uma possível relação entre a vilã e o Rei Tritão. Dessa vez a versão live-action não deixa dúvidas — eles são irmãos, o que faz da maléfica Úrsula tia da princesa Ariel. Esta sequer foi a maior mudança na vilã: dessa vez, aqueles que fazem um trato com a bruxa não viram apenas seus lacaios, mas podem acabar morrendo. Dramático.

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Menos Linguado, Mais Sebastião

Infelizmente, animais nunca serão tão charmosos nas versões realistas de um live-action quando comparados com as cartunescas e expressivas animações. Assim, os principais companheiros de Ariel sofrem uma grande mudança estética, perdendo as cores para parecerem mais como animais de verdade.

Quem mais sofre é o Linguado (Jacob Tremblay), que perde seu brilho. E por isso, Sebastião (Daveed Diggs) acaba roubando a cena e ganhando mais tempo de tela. Sabidão (Awkwafina) também tem um destaque maior, aparecendo até mesmo em cenas submersas. No final, o Linguado parece apenas cenográfico.

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Eric e Ariel têm muito em comum

No original, o Príncipe Eric tem a profundidade de um píres. Como todo interesse romântico clássico de um filme da Disney, era apenas um homem branco sem profundidade, motivação ou uma história mais aprofundada. No live-action, bem, ele continua sendo branco… Mas há muito mais em comum com a própria Princesa Ariel.

O herdeiro do trono também é órfão. Como a sereia, perdeu os pais. Enquanto ela tem os humanos para culpar, Eric amaldiçoa o mar. Porém o jovem encontrou uma nova família na Rainha Selina, que o criou como seu próprio filho. Ele adora viajar, explorar o mundo e suas culturas, mas sua mãe o repreende insistindo em lembrá-lo de suas obrigações reais. No fim, ele só quer um pouco de liberdade para ser ele mesmo. Lembra alguém?

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Nada de amor à primeira vista

O interesse por Eric continua no novo filme. Contudo, diferente da animação, Ariel não fica perdidamente apaixonada pelo príncipe após espiá-lo por uns instantes nos primeiros quinze minutos do filme. O amor à primeira vista é substituído por uma construção muito mais natural na versão live-action, com a dupla saindo em encontros e explorando melhor a ilha tropical da qual Eric será Rei um dia.

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Um cenário mais tropical

Inclusive, há uma mudança de ares na nova história também. Como o conto original foi escrito por um dinamarquês, a animação trouxe um cenário muito europeu e genérico. O live-action, contudo, atualiza o cenário para um ambiente muito mais culturalmente rico para uma história à beira-mar: as ilhas do Caribe.

Na época em que se passa a história, as terras latinas misturavam muitas culturas do novo mundo graças à atividade de piratas e dos colonizadores europeus — o que resulta em um cenário carregado de cores, música e sabores.

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Novas músicas

Exatamente ao explorar este mundo tão cheio de novidades que Ariel canta uma das novas canções do filme live-action: Tudo Tão Novo, ou For the First Time no original, composta por Lin-Manuel Miranda, de Hamilton. A canção substitui Les Poison adicionando muito mais ao desenvolvimento de Ariel, mostrando seu maravilhamento com o mundo da superfície.

Três outras canções inéditas foram adicionadas à trama: Wild Uncharted Waters (No Fundo Dessas Águas), que resume os dilemas e motivações do Príncipe Eric; Scuttlebutt (Zum Zum Zum), um rap divertido entre Sabichão e Sebastião sobre o anúncio de um casamento; e uma reprise extra de Parte do Seu Mundo, Part of your World no original.

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Músicas atualizadas

Duas canções tiveram as suas letras alteradas para evitar reforçar ideias negativas contra mulheres que ainda era comuns nos anos 1990 — Unfortunate Souls (Corações Infelizes), da Úrsula, remove as sugestões de que mulheres devem ser submissas, e Kiss the Girl (Beije a Moça), do Sebastião, troca poucas frases para incluir a noção de consenso em um beijo.

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Contrato revisado

Falando na Úrsula, o contrato entre Ariel e a bruxa do mar é revisado para evitar furos de roteiro. Primeiramente, a vilã insere uma cláusula que faz a princesa esquecer que precisa beijar o príncipe em três dias. Isso evita discussões sobre o porquê dela não tentar uma abordagem mais direta, especialmente nos tempos atuais em que uma mulher pode tranquilamente tomar a iniciativa para um simples beijo sem enrolação.

Além disso, o contrato agora é feito com sangue ao invés de uma assinatura. Assim, não há nenhuma insinuação de que Ariel saberia escrever. Afinal, toda a situação poderia ser explicada mais facilmente com um bilhete. E a cena em que Sebastião conta o nome de Ariel para o Eric também é alterada para algo mais orgânico. Fãs da animação argumentavam que se o príncipe ouvia os animais, era só Sebastião explicar a situação para ele também.

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A princesa salva a si mesma neste filme

Como no livro de Amanda Lovelace, a princesa salva a si mesma neste filme. Na animação clássica, o Príncipe Eric acabava se envolvendo na batalha final contra a Úrsula gigante para dar um fim na bruxa. Porém os tempos são outros e as meninas não precisam mais de um homem forte para salvá-las. Na nova versão, é a própria Ariel que dá um fim na vilã, empalando a feiticeira de forma brutal.

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O final é diferente

Em ambas as versões, os mocinhos ficam juntos no final. Contudo, no live-action não há um casamento. A princesa decide sair em uma viagem com o príncipe para explorar o mundo enquanto se conhecem melhor, como um casal razoável faria. Ao invés de apressar as coisas e estabelecer o objetivo final de uma garota como o casamento, o roteiro resgata as motivações do casal para criar um objetivo em comum — ambos sonhavam em conhecer o mundo, que é o que acontece.