A história da DC Comics no cinema! (Pt. 1)
A história da DC Comics no cinema! (Pt. 1)
Antes dos diversos filmes super-heróis se formarem como um gênero de sucesso em Hollywood, a DC se aventurou em diversos longas estrelando seus grandes heróis.
O começo de tudo: Superman and the Mole Men (1951)
O inicio das aventuras da DC Comics no cinema aconteceu no primeiro ano da década de 1950. 'Superman and the Mole Men' é um filme lançado em 1951 estrelado por George Reeves como o Homem de Aço e Phyllis Coates como Lois Lane. O filme é o primeiro longa-metragem feito para cinema baseado em um personagem da DC Comics. Embora uma série tivesse sido feita anos antes.
Não saindo do costume da época, os cinquenta e oito minutos de duração duração do filme tinham como objetivo servir de piloto para uma série de TV intitulada 'Adventures of Superman'.
A editora havia acabado de sofrer com uma queda significativa nas vendas dos novos títulos de faroeste, ficção científica, comédia e romance. Agora a responsabilidade de garantir o futuro da DC estava nos ombros dos super-heróis, o que fez com que o investimento no gênero fosse cada vez maior.
Uma fonte de inspiração: Stamp Day for Superman (1954)
Inspirado pelo símbolo que o Homem de Aço carrega, o governo norte-americano financiou um curta -metragem para promover a compra de títulos de poupança nos EUA . O filme nunca foi exibido nos cinemas, mas houve a distribuição nas escolas como um meio de educar as crianças sobre o programa.
Desde então, a DC ficaria 12 anos longe de produções cinematográficas, gastando seu tempo e esforço na reformulação de seus personagens para a Era de Prata dos quadrinhos.
Fato curioso: George Reeves
George Reeves eternizou seu nome ao interpretar o Superman na série de TV e em dois filmes do super-herói. Em 2006 foi lançado um longa intitulado Hollywoodland que fala sobre o cinema dos anos 50, inclusive abordando a controversa morte do ator. No filme, George Reeves foi interpretado por Ben Affleck, que dará vida ao Homem Morcego em Batman vs Superman: A Origem da Justiça.
O Batman (1966)
Depois do sucesso da série do Superman, a DC se prontificou a investir em outro de seus grandes personagens: O Batman. Produzida e distribuída pela 20th Century Fox, a série iniciada em 1966 é hoje considerada um dos grandes clássicos relacionados à editora, e se tornou um marco na história do personagem.
No mesmo ano, um filme foi lançado para finalizar a primeira temporada da série, contando com Adam West como o Batman, e Burt Ward como o Robin. Apesar de muitas vezes tido como uma paródia dos super-heróis, o filme e a série capturam perfeitamente o clima das histórias em quadrinhos da época, sendo fortemente influenciado pelas páginas semanais publicadas pelos jornais da década de 1940.
O longa também apresenta o primeiro contato importante do Homem-Morcego com a questão da Guerra Fria, mostrando o medo do povo americano quanto à bombas, mísseis e submarinos.
DC vai para a TV
Levaria quase dez anos para a DC firmar o longo contrato com a Warner Bros. e começar o investimento em filmes para o cinema. No entanto, antes de tal fato ocorrer, a editora teve mais uma breve passagem pela TV entre os anos de 1974 e 1979.
Duas séries foram produzidas pela CBS durante o período. A primeira delas foi a do Shazam!, e a segunda foi Mulher Maravilha estrelada por Lynda Carter, que se eternizou como a Guerreira Amazona.
A retomada dos clássicos: Superman (1978)
Parece que os grandes estúdios sempre viram uma mina de ouro em filmes de super-heróis. Em 1973, Ilya Salkind concebeu a primeira ideia de um filme para o Superman, levando a proposta para a Warner Bros., que começou as escolhas de elenco em 1975. Richard Donner foi escolhido como o diretor e em 1978 o filme foi lançado.
'Superman: O Filme' retrata a origem do personagem, partindo de sua infância como Kal-El em Krypton, até mostrar sua vida dupla o repórter Clark Kent e o super-herói Superman. O longa seria, na época, o mais caro já feito, custando cerca de 55 milhões, e faturando 300 milhões dólares durante o seu período no cinema. Inovador no uso de efeitos especiais e abordagem de ciência e fantasia, o legado do longa é preservado até hoje como o primeiro dos grandes filmes de super-heróis de Hollywood.
Desentendimentos: Superman II (1980)
Em 1977 foi decidido que Superman e Superman II seriam filmados simultaneamente entre março 1977 e outubro de 1978. No entanto, as tensões entre Donner e os produtores aumentaram, e o diretor foi demitido do projeto quando já tinha cerca de 75% do filme pronto.
Donner foi substituído por Richard Lester, um dos produtores do primeiro filme, e o longa passou por inúmeras refilmagens, restando apenas 25% do filme original na versão final.
Supergirl (1984)
Depois do fracasso de Superman III, os donos dos direitos cinematográficos dos kryptonianos decidiram dar uma chance à Supergirl, visando refrescar a franquia.
Um filme foi feito estrelando Helen Slater como Kara Zor-El / Linda Lee / Supergirl, no entanto, acabou sendo um fracasso total que tirou a personagem de live-actions por mais de 20 anos.
Decadência: Superman III (1983) & Superman IV: Em Busca da Paz (1986)
O sucesso da DC ao lado da Warner acabaria em 1983 com o lançamento do fracassado Superman III. A editora não era capaz de interferir nos filmes da época, e o controle criativo do estúdio estava ficando cada vez mais severo, se distanciando do material original.
Comparado a Superman, o segundo filme teve uma retorno financeiro muito aquém do esperado, fazendo com que a Warner cortasse o orçamento do terceiro filme. Os efeitos especiais que fizeram o nome da franquia agora seriam reduzidos e mal feitos. Isso levou a critica e os fãs a menosprezarem o filme. Mesmo com a falta de Richard Donner sendo sentida, o estúdio arriscou e um quarto filme foi lançado em 1986. Entretanto, Superman IV não conseguiu suprir os míseros 19 milhões de dólares investidos.
Christopher Reeve (1952-2004)
Com o fim do Superman, Reeve se dedicou a outros papéis e se envolveu em questões políticas e sociais, até sofrer um acidente de cavalo que o tornaria tetraplégico em 1995. Após o acidente, Reeve passou a ser um grande ativista na luta por pesquisas com células-tronco, chegando a criar 'Christopher Reeve Paralysis Foundation', cujo objetivo é melhorar a vida de pessoas vítimas de algum tipo de paralisia.
Um herói dentro e fora das telas. Reeve faleceu no dia 10 de outubro de 2004 aos 52 anos, vítima de um infarto.
Mas o sucesso geralmente vem acompanhado de um rosto, no caso do Superman este rosto era o de Christopher D'Olier Reeve. Uma opção improvável entre 200 atores que fizeram os testes, Reeve foi o escolhido para dar vida ao símbolo de esperança que o personagem representava. Contudo, o ator foi muito além, tornando-se tal símbolo.
Gostou da primeira parte? A segunda será publicada em breve, e nela eu contarei a história da DC no cinema desde 1989 até 2013.