A conturbada relação entre o Professor X e Magneto!

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A conturbada relação entre o Professor X e Magneto!

Por Felipe de Lima
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É difícil falar sobre dois dos maiores personagens das histórias em quadrinhos sem contextualizar suas origens. Charles Xavier e Erik Lehnsherr são complexos e implacáveis, tendo suas personas espelhadas pelas figuras de Martin Luther King Jr. e Malcolm X, respectivamente.

No cânone dos quadrinhos, Charles foi convocado para a Guerra da Coreia depois de se formar em Harvard aos 16 anos e passar alguns mais em Oxford. Devido à sua natureza contra conflitos, ele se especializou em missões de resgate, onde acreditava ter maior utilidade. Depois da guerra, ele viajou do mundo, experimentando aventuras que plantariam as sementes para a criação dos X-Men.

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Em uma de suas viagens, Charles visitou uma clínica em Israel destinada a vítimas do Holocausto. Lá, ele conheceu Erik Lehnsherr, que mais tarde seria conhecido como Magneto. Isso aconteceu em uma época em que ninguém sabia da existência de mutantes e ambos mantiveram seus poderes em segredo. Eventualmente, no entanto, as circunstâncias obrigaram os dois homens a se revelarem. Segredos únicos deram início a uma grande amizade.

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Xavier e Lehnsherr passavam grande parte do tempo intercalando entre partidas e xadrez e debates, em especial sobre os direitos dos mutantes. Eles sabiam que sua espécie viria a se tornar um problema social e político importante no futuro, mas divergiam sobre como abordar essa questão.

Depois de ter visto o pior que a humanidade tinha para oferecer, Erik foi marcado por suas experiências brutais num campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Embora quisesse proteger os mutantes dos instintos do homo sapiens, ele recusava a deixar sua espécie superior ser dominada e queria que os mutantes pudessem agir sem a necessidade de se subordinar ou esconder seus poderes.

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Xavier, por outro lado, assumiu uma postura mais integracionista. Ele acreditava que o ideal era que os mutantes obedecessem às leis dos homens e provassem seu valor, na esperança de evitar possíveis conflitos causados pelo pensamento irado de humanos mais conservadores.

Apesar de seus interesses em comum no apoio aos mutantes, a discórdia entre Charles e Erik cresceu de forma tão drástica que eles eventualmente seguiram caminhos opostos.

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A dupla voltaria a se encontrar anos mais tarde, desta vez como Magneto - da Irmandade de Mutantes - e Professor X - dos X-Men. Neste ponto, a aversão de Xavier ao combate já não existia mais e os X-Men se tornaram, essencialmente, uma força mutante paramilitar. Contudo, entre evoluções e extremos, a postura protetora de Magneto se tornou puro terrorismo.

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A rivalidade entre os dois durou anos e tomou variadas formas. Em determinado ponto, Magneto se juntou aos X-Men e serviu como um valioso e sábio mentor para uma nova geração de mutantes. Entretanto, as discussões frequentes entre Charles e Erik fizeram com que o professor chegasse ultrapassasse os limites quando, em um momento de desespero, ele limpou a mente de Magneto, transformando seu velho amigo em um homem amnésico e catatônico.

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Mas como nos quadrinhos nada é para sempre, foi revelado que uma entidade psíquica ficou latente em Charles por muito tempo - se libertando aos poucos. Quando finalmente conseguiu uma forma física, a entidade adquiriu os poderes combinados de Professor X e Magneto, e adotou o nome de Massacre. Foi necessário combinar os poderes de todo o Universo Marvel, incluindo o Capitão América, Homem de Ferro, Thor e muitos outros, para derrotar o mutante.

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Magneto finalmente realizou o sonho de ser um protetor de sua espécie, tornando- se o líder de Genosha, uma ilha-nação com milhares de mutantes. Infelizmente, tal conquista logo se fez em pedaços e, depois de algumas provações e relutância, Magneto voltou a ser um membro dos X-Men. Embora não muito amigos, Erik e Xavier ainda conseguiram coexistir por um tempo na mesma equipe. Pelo menos até a morte de Charles.

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A dinâmica entre Charles e Erik foi explorada de maneira mais subjetiva nos filmes da franquia que contaram com o elenco original. A história dos personagens sempre os mostrava com ideais rivais, mas não explorou a amizade que um dia existiu entre os dois até X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. É de certa forma curioso que isso tenha acontecido, visto que Patrick Stewart e Ian McKellen são melhores amigos na vida real.

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Ficou a cargo de outra dupla, mais jovem, mostrar tudo que ficou de fora nos primeiros filmes da franquia. Em X-Men: Primeira Classe, os ideais dos personagens foram mostrados de maneira fiel e palpável, com o desenvolvimento de amizade incrivelmente crível. A dinâmica entre James McAvoy e Michael Fassbender também contribui muito para que história dos personagens se tornasse cinematograficamente mais interessante. Há uma química inegável entre os atores, que - mesmo depois de X-Men: Apocalipse - vão reprisar seus papeis em filmes futuro.

Não há apenas dor e rancor em Magneto, há bondade também, mesmo que seja em seus próprios termos. Xavier, por sua vez, não é totalmente sensato, por trás de belos discursos há um homem implacável e, às vezes, brutal. De qualquer forma, Charles e Erik se completam, são o equilíbrio do negativo e positivo, o ponto entre a raiva e a serenidade.

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