Os 8 melhores filmes de zumbis de todos os tempos
Os 8 melhores filmes de zumbis de todos os tempos
Os mortos caminham entre nós!
Zumbis se tornaram uma parte essencial da cultura pop nos últimos anos, ainda mais com o sucesso de obras como The Walking Dead e The Last of Us (que não traz zumbis, mas sim infectados, ou ao menos é o que querem que acreditemos). No entanto, não é de hoje que o cinema apresenta os mortos-vivos como ameaças e como alegorias para todas as mazelas que afligem a humanidade.
A figura do zumbi, apesar de possuir uma série de códigos próprios, já se transformou de diversas formas ao longo dos anos, passando desde o “zumbi mágico” dos primórdios do cinema até o zumbi como uma metáfora para pandemias e infecções sanitárias. Por isso, listamos aqui os 8 melhores filmes de zumbis de todos os tempos!
A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
Ainda que não tenha sido o responsável por criar o imaginário do zumbi nos cinemas, George A. Romero certamente foi o cineasta que melhor definiu o arquétipo do zumbi enquanto um morto que retornava dos túmulos para se infiltrar na humanidade, e A Noite dos Mortos-Vivos é a obra definitiva para quem busca esse tipo de narrativa.
Aqui, acompanhamos alguns personagens que precisam se refugiar em uma casa enquanto uma horda de mortos aguarda ansiosamente do lado de fora. E nesse cenário, Romero trabalha tensões sexuais, disputas de gênero e raça, além de retratar a aflição e o desespero da humanidade diante do apocalipse, enquanto coloca o próprio público para refletir sobre seus próprios ideais.
O longa não só deu origem a uma franquia de filmes dirigidos pelo próprio Romero, como também estabeleceu uma imagética essencial para o zumbi moderno, com peles pálidas e movimentos lentos. Além disso tudo, foi um dos primeiros filmes de terror a ter, como protagonista, um homem negro - algo que faz parte de toda a discussão temática presente na obra.
O Despertar dos Mortos (1978)
Exatamente uma década após o lançamento de A Noite dos Mortos-Vivos, George A. Romero retornaria para fazer a obra-prima de sua carreira, um dos filmes mais cultuados de todos os tempos. O Despertar dos Mortos começa quando as hordas de cadáveres estão andando sobre a Terra há um bom tempo, e a sociedade humana já mudou para aceitar seu terrível destino.
Aqui, acompanhamos um grupo de pessoas que tenta viver em um shopping cercado por uma multidão de zumbis, em uma nítida alegoria contra todo o consumismo que começou a se infiltrar na sociedade norte-americana nos anos 70. É um conto trágico, que redefine as hordas descerebradas e mortas como paralelos para o cidadão americano médio.
O filme conta com um investimento e uma qualidade técnica bem superior ao seu antecessor, além de ser uma obra fantástica em termos de drama, horror e suspense. Vale lembrar que, em 2004, Zack Snyder iniciaria sua carreira cinematográfica com um remake deste filme, intitulado Madrugada dos Mortos.
Zumbi 2: A Volta dos Mortos (1979)
Eis aqui uma história interessante: A Noite dos Mortos-Vivos foi lançado na Itália com o título "Zombi", e anos depois, Lucio Fulci, um mestre do horror italiano, decidiu que faria sua própria continuação, ainda que George Romero tivesse planos para continuar sua trilogia - como aconteceu com o filme mencionado anteriormente.
Em 1979, chegava aos cinemas Zumbi 2: O Retorno dos Mortos, um dos filmes mais despirocados quando o assunto são mortos-vivos. Fulci retorna à origem das histórias de zumbi ao contar sobre uma ilha no Caribe afetada por um feitiço vodu, onde os mortos saem dos túmulos para causar confusão. No entanto, a trama começa mesmo quando um barco cheio de corpos podres chega à cidade de Nova York.
Com um elenco de peso e efeitos práticos capazes de revirar o estômago até de quem é "forte" para filmes de terror, o longa equilibra o entretenimento com uma dose cavalar de horror, além de servir como um divertido "futuro alternativo" para a história apresentada em A Noite dos Mortos-Vivos. E de quebra, é um clássico do horror italiano.
Fome Animal (1992)
Bem antes de criar uma das maiores sagas cinematográficas com O Senhor dos Anéis, o neozelandês Peter Jackson era conhecido por sua conexão com o horror e com histórias mais grotescas. Seu terceiro longa-metragem, Fome Animal, é uma divertida comédia cheia de momentos grosseiros, sanguinários e nojentos.
Ambientado em um subúrbio da Nova Zelândia, o filme começa quando um rato exótico morde uma mãe exemplar da comunidade, transformando-a em um monstro ávido pelo gosto de carne humana. A partir daí, acompanhamos as investidas de seu filho para escondê-la, enquanto novas vítimas são feitas e o exército de mortos-vivos começa a crescer.
O filme compartilha muitas similaridades com outro clássico do horror, A Morte do Demônio de Sam Raimi, ao mostrar toda a inventividade de um diretor disposto a arrancar as reações mais extremas de seu público. E ao mesmo tempo em que ele atinge seu objetivo através do riso, há um aspecto denso e assustador de Fome Animal que é difícil de esquecer.
Extermínio (2002)
Na virada do século, o cinema passava por muitas mudanças, sejam de ordem narrativa ou tecnológica. O advento da filmagem digital permitia que artistas pudessem fazer filmes mais ousados, além de brincar com a estética que não era mais "ofuscada" pelo charmoso granulado da filmagem em película. E é nesse clima que Danny Boyle lançou Extermínio.
O filme começa 28 dias após a disseminação de uma doença que varreu toda a população da Inglaterra, deixando no lugar um país sujo, às traças e cruel, com o miasma dos mortos se espalhando rapidamente. Porém, em vez de focar exclusivamente nos zumbis, o longa prefere dissecar como a sociedade se veria no centro de uma doença completamente nova e incurável.
Por isso, o filme já traz uma ruptura com a ideia do zumbi enquanto "morto-vivo", partindo para a noção contemporânea de que esses seres são flagelos de contágios e infecções. É um filme surpreendentemente brutal, que acabou servindo como um prelúdio do que nós, enquanto sociedade, iríamos viver nos anos sombrios da pandemia do COVID-19.
Todo Mundo Quase Morto (2004)
Ainda que o horror seja um veículo poderoso para se contar histórias com os temidos zumbis, a comédia também se tornou um gênero favorito para vários artistas que queriam brincar com esse imaginário. Foi assim que, em 2004, o britânico Edgar Wright lançava seu nome nos holofotes com o divertido e histérico Todo Mundo Quase Morto.
Aqui, acompanhamos o apocalipse pela perspectiva de Shaun, um cara de 29 anos sem perspectiva de vida, que se ao lado de seu melhor amigo, Ed, quando o inferno irrompe na Terra. Sem saber o que fazer, ele deve reunir um grupo de sobreviventes para passar por toda a desgraça, mas isso o coloca à prova e faz com que ele passe por perdas indescritíveis.
Wright sempre foi um diretor propenso a mesclar os gêneros, e aqui mostra o seu repertório ao fazer uma paródia de filmes de zumbis que soa original até para quem já é versado nesse subgênero. Vale lembrar, o filme inaugurou a Trilogia do Cornetto, que traz filmes que satirizam subgêneros de horror - todos os três protagonizados por Simon Pegg e Nick Frost.
[REC] (2007)
Uma jornalista entra em um prédio para acompanhar o trabalho de um grupo de bombeiros locais. Acompanhada pelo seu cameraman, ela logo se vê em meio a um apocalipse contido, já que os habitantes do edifício parecem estar em pânico por conta de movimentações bizarras. Essa é a sinopse básica de [REC], um clássico contemporâneo do horror.
Dirigido por Paco Plaza e Jaume Balagueró, o filme espanhol aproveita a estética found footage para imprimir uma pegada de horror instantânea e o resultado é uma trama que não vai deixar você dormir tão cedo. Além disso, o filme ainda oferece uma interpretação diferente para o mito dos zumbis, ao unir esse elemento à possessão demoníaca.
Após tanto sucesso, o longa ainda ganhou três continuações e um remake norte-americano, intitulado Quarentena (que não é tão bom ou sádico quanto o original). Se você quer se ver em completo pavor, testemunhando a ação através de gravações encontradas e mal-iluminadas, [REC] certamente é o filme certo para te mergulhar em um pesadelo.
Invasão Zumbi (2016)
O cinema sul-coreano tem passado por uma fase arrebatadora, com vários títulos rompendo a bolha e se tornando sucessos mundiais. Antes mesmo da histórica vitória de Parasita no Oscar, a nação asiática já havia lançado seu próprio filme definitivo de mortos-vivos com Invasão Zumbi, longa de 2016 dirigido por Yeon Sang-ho.
Na trama, seguimos Seok-woo, um homem preso ao trabalho, que se vê em uma situação monstruosa ao ficar preso, junto de sua filha, em um trem a caminho de Busan. Do lado de fora, um vírus letal se espalha, causando uma epidemia repentina que transforma as pessoas em seres agressivos, virulentos e inconscientes.
Então, o que era para ser um momento de conexão entre pai e filha logo vira uma tentativa de escapar do inferno, onde as atitudes dos personagens logo se provam infrutíferas, já que o caos está espalhado para todos os lados. É um filme bonito e brutal, que oferece bastante ação e suspense, ao passo em que golpeia o público com um final devastador.