É impressionante ver o quão longe a franquia John Wick chegou desde que o primeiro filme estrelado por Keanu Reeves estreou nos cinemas, em 2014, com uma premissa que parecia ser uma péssima ideia. Afinal, o que esperar de uma trama em que o protagonista – um assassino de aluguel – decide se vingar daqueles que mataram seu cachorro?

É claro que existem outras motivações (e traumas) por trás das ações de Wick, mas o surpreendente é que uma premissa simples e meio duvidosa realmente deu certo e até mesmo revitalizou a carreira de Keanu Reeves em Hollywood.

Pode parecer insanidade citar a premissa de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977) como uma ideia ruim, mas era exatamente isso que muita gente pensava nos anos 70 quando George Lucas decidiu tirar do papel uma saga espacial com androides, criaturas estranhas e naves grandiosas.

O primeiro filme de Star Wars foi praticamente um tiro no escuro, mas as coisas deram tão certo que a história de Luke Skywalker se tornou um sucesso para lá de inesperado (além de ter dado início a uma das franquias mais bem-sucedidas da cultura pop), provando que até mesmo uma ideia duvidosa pode se transformar em algo incrível.

Quem poderia imaginar que um filme protagonizado por peças de Lego poderia ser bom? Uma Aventura LEGO (2014) fez todo mundo franzir as sobrancelhas quando foi anunciado, justamente por não parecer a melhor ideia do mundo. Porém, o lançamento da animação provou que quem não acreditava no potencial dessa ideia estava bastante equivocado.

Com uma aventura divertida, a animação conquistou o público com piadas hilárias e visuais impressionantes que fizeram um filme inspirado em Lego ser um ótimo entretenimento para todas as idades.

Histórias de uma locação só podem se tornar um risco, caso o cineasta por trás não saiba como executar a premissa de um jeito interessante. Esse parecia ser o caso de Por um Fio (2002), filme do diretor Joel Schumacher estrelado por Colin Farrell, que interpreta um consultor de mídia que acaba caindo em uma enrascada depois de atender a uma ligação telefônica. O problema é que ele não pode desligar o telefone, o que gera uma série de situações inusitadas.

Mesmo que não pareça uma ideia tão terrível se você focar no enredo, Por um Fio não chamou tanta atenção assim quando foi anunciado. Porém, a direção enérgica de Schumacher e a atuação de Farrell conseguiram transformar uma premissa arriscada para o estúdio em algo surpreendentemente bom.

A Rede Social (2010) é o tipo de filme que não tinha direito de ser tão bom. Inspirado na história de Mark Zuckerberg e em como ele fez o Facebook se tornar uma das redes sociais mais populares do mundo, o longa de David Fincher parecia algo duvidoso e sem muito brilho para o grande público, mas o resultado foi algo extremamente impressionante.

Considerado por muitos um dos melhores filmes da década de 2010, A Rede Social é muito mais do que um simples filme biográfico de Zuckerberg. O roteiro de Aaron Sorkin vai além de uma simples sucessão de fatos que transformaram a rede em um fenômeno da internet, já que constrói um perfil aprofundado do homem por trás do Facebook, como um verdadeiro estudo de personagem.

A comédia Anjos da Lei fez um baita sucesso entre o público em meados de 2012, mas sua premissa não parecia ser a melhor do mundo. Estrelado por Jonah Hill e Channing Tatum, o filme segue a história de dois policiais que, para prender um traficante, precisam se infiltrar em uma escola e agir como alunos do ensino médio.

Com uma ideia batida e um tanto quanto sem graça, Anjos da Lei foi uma baita surpresa em Hollywood por ter apresentado uma comédia divertida com diversos momentos hilários. Além disso, a dinâmica entre Hill e Tatum também marcou pontos positivos para o longa.

Uma das apostas mais arriscadas do Universo Cinematográfico da Marvel, o primeiro filme dos Guardiões da Galáxia veio ao mundo em 2014 com a missão de conquistar o público com rostos inéditos para quem não conhecia muito dos quadrinhos da editora. Mesmo com o prestígio do estúdio na época, a ideia de colocar um grupo de desajustados, cujos integrantes consistiam até mesmo em uma árvore gigante e um guaxinim falante, não parecia que iria vingar.

Contudo, o filme de James Gunn fez um baita sucesso nas bilheterias graças aos carismáticos personagens, além da ótima trilha sonora. O sucesso foi tanto que a saga ganhou mais dois filmes, sendo que o terceiro encerrou a trilogia em 2023.

Um Cadáver Para Sobreviver (2016), filme de Daniel Kwan e Daniel Scheinert, é mais um integrante do time de ideias duvidosas que se tornaram surpreendentemente boas no final. Com Paul Dano e Daniel Radcliffe no elenco, o filme acompanha um homem perdido na natureza que acaba fazendo amizade com um cadáver, enquanto tenta voltar para casa. É isso mesmo que você leu.

Mesmo com uma premissa que te faz franzir a testa de descrença, Um Cadáver Para Sobreviver é uma comédia excelente que, graças às performances de Dano e Radcliffe, consegue entregar uma trama envolvente do começo ao fim, provando que até mesmo ideias que parecem ruins podem se transformar em coisas incríveis.