As 8 cenas mais longas da história do cinema

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As 8 cenas mais longas da história do cinema

Por Equipe Legião dos Heróis

Se tem uma coisa que sempre nos impressiona quando assistimos a um filme ou série é a criação de um plano-sequência. Manter a câmera ligada e captando tudo ao redor sem que haja espaço para erros já é algo difícil por si só, mas tudo fica ainda mais arriscado e engenhoso quanto mais tempo isso leva.

Diversos cineastas incorporam a estética do plano-sequência em suas obras, embora vários filmes tenham cortes escondidos para “manter a ilusão” completa. Aqui, no entanto, reunimos as 8 cenas mais longas do cinema, sem cortes exuberantes!

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1917 (8 minutos)

Com direção de Sam Mendes, o épico 1917 nos levou de volta às trincheiras da Primeira Guerra Mundial, em uma narrativa conduzida como se fosse um plano só - ainda que existam vários cortes aqui e acolá, disfarçados graças a um trabalho magnífico de encenação. Porém, a cena mais longa do filme tem, na verdade, cerca de oito minutos.

Isso foi revelado durante a campanha de divulgação do filme e, embora não saibamos onde exatamente começa e termina tal cena, o ator Dean-Charles Chapman teria dito que foi um dos momentos "mais tensos" durante as gravações, e que ele "não conseguia parar de chorar" após ter filmado a sequência em questão.

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O Jogador (8 minutos)

Um dos diretores que melhor soube tratar da metalinguagem em sua carreira, Robert Altman entregou um verdadeiro clássico em 1992, com a estreia de O Jogador. O filme começa com um plano-sequência de 8 minutos que nos leva com exuberância e paciência por um estúdio de Hollywood, com seus dramas e personagens únicos.

A cena faz referência a outro plano-sequência famoso do cinema, a abertura de A Marca da Maldade, de Orson Welles, ao mesmo tempo em que é possível ouvir um personagem reclamando sobre como no cinema daquela época, só se pensa na "estética MTV", com muitos cortes - o que acaba se tornando uma bela piada já no começo do longa.

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Festim Diabólico (10 minutos)

Um dos maiores mestres da Sétima Arte, Alfred Hitchcock ficou conhecido por brincar com formatos e experimentar diversas técnicas em seus filmes, e um dos que mais se destaca em sua carreira é Festim Diabólico, de 1948, que é estrelado por James Stewart e John Dall no papel de dois criminosos que tentam se safar com o assassinato perfeito.

Apesar de ser montado como se fosse um take só, o filme foi feito em uma época onde as câmeras só conseguiam captar dez minutos ininterruptos. Por isso, Hitchcock dividiu o filme em vários segmentos de dez minutos, e entre cada um deles, há cortes tão perfeitos que passam batido pelo público, que está muito mais envolvido na trama de gato-e-rato diante de seus olhos.

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Birdman (15 minutos)

Se há um filme que podemos creditar como o "início da febre" dos planos-sequência contínuos, certamente, é Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), longa de 2014 dirigido pelo mexicano Alejandro Iñárritu. Construído como um grande plano-sequência ininterrupto, o filme tem uma série de cortes bem disfarçados.

A cena mais longa sem cortes, no entanto, possui quinze minutos de duração e se trata da abertura do filme, onde acompanhamos um pouco do dia a dia dos palcos de um teatro, onde um ator tenta reerguer sua carreira. A atuação de Michael Keaton no papel principal é impecável, e chama atenção em meio a uma cena muito bem orquestrada e encenada.

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Gravidade (17 minutos)

Dirigido por Alfonso Cuarón, Gravidade é impressionante em tudo que se propõe, mas o que mais chama atenção, logo de cara, é uma cena excruciante de dezessete minutos, na qual a personagem de Sandra Bullock luta para tentar se manter fora do caminho dos escombros da estação em que estava há poucos momentos.

Com uma ação de tirar o fôlego e um uso majestoso de efeitos visuais para intensificar o senso de perigo e "vazio" do espaço, a sequência causou pânico quando o filme foi lançado originalmente, com muitos reclamando de tontura e mal-estar nas salas de cinema - e seja isso intencional ou não, é exatamente o tipo de sentimento que a cena quer passar.

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O Chef (1h e 32 minutos)

Filmado, produzido e lançado durante a pandemia do COVID-19, O Chef é um daqueles filmes espetaculares que muitos sequer ouviram falar sobre. A trama acompanha um dia agitado em um restaurante de renome, enquanto o caos irrompe nas bocas de fogões e na clientela exigente - e tudo foi filmado de uma só vez, totalizando pouco mais de uma hora e meia.

Com um senso angustiante que fica mais forte a cada minuto que passa, O Chef é uma experiência muito forte e potente, que usa o melhor da técnica do plano-sequência para criar um ambiente claustrofóbico e frenético, não só dentro como fora das telas - e isso fica ainda mais forte graças à atuação de Stephen Graham.

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Time Code (1h e 35 minutos)

Lançado em 2000, Time Code conta com a direção de Mike Figgis e traz várias estrelas em seu elenco, como Stellan Skrasgård, Salma Hayek e Danny Huston. A trama é dividida em quatro quadros, que são exibidos simultaneamente e seguem diferentes personagens interconectados em uma trama comum.

Para filmar o longa, mais de quinze dias foram usados pela produção, sempre com filmagens constantes e planos-sequência cujos cortes são imperceptíveis para quem não tem o olho treinado. Tudo resulta em uma experiência muito fascinante, mas que certamente deve ter dado um baita trabalho para se criar e gravar.

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Arca Russa (1h e 36 minutos)

Um dos longas mais importantes do cinema eslavo, Arca Russa saiu em 2002 e veio com uma impressionante missão, por ter sido o primeiro filme da história em longa-metragem gravado em um único take, sem nenhum corte ou edição. Essa façanha do diretor Aleksandr Sokurov combina muito com o próprio tema do filme, que é a reconstrução de memórias.

Na trama, conhecemos um aristocrata francês do Século XIX, que viaja para o Museu Hermitage da Rússia e se depara com figuras históricas importantes, que viveram ao longo dos últimos duzentos anos. Um feito enorme para os planos-sequências e para o cinema russo, Arca Russa é uma obra bem prestigiada no meio cinéfilo.