Lançado em 1999, A Bruxa de Blair se tornou um clássico do horror, mas desde então sua genialidade não foi superada por nenhuma continuação. Um ano após o lançamento do original, surgia O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2, filme que de tão criticado, acabou enterrando os planos para dar continuação à franquia.

Em 2016, no entanto, surgia aquela que parecia ser a resposta para todos os problemas. Dirigido por Adam Wingard em segredo e anunciado poucos meses antes de sua estreia, Bruxa de Blair se vendeu como uma versão "atualizada" do clássico de 1999, mas não conseguiu recapturar a essência de tudo que tornou o original tão potente e assustador.

Indo de uma franquia de found footage para a outra, não podemos deixar de lembrar de como Atividade Paranormal foi uma marca forte nos anos 2010. Após o sucesso estrondoso dos primeiros capítulos, um novo filme saía a cada ano, e mesmo com a qualidade decrescente dos projetos, esses filmes ainda conquistavam rios de dinheiro nas bilheterias.

Eis que, após um hiato considerável, a saga voltou à ativa com Atividade Paranormal: Ente Próximo, um spin-off que saiu direto no Paramount+ bem no auge da pandemia. Mesmo com uma ambientação interessante, se passando em uma comunidade religiosa isolada no coração dos EUA, o filme não chamou atenção dos fãs e conquistou 30% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Qualquer criança que cresceu em meio às sessões de terror de locadoras nos anos 2000 deve se lembrar bem da franquia Pânico na Floresta, com os seus intermináveis capítulos - sempre tratando de viajantes azarados que se tornam presas para canibais selvagens em meio às florestas norteamericanas. A franquia ganhou um sétimo capítulo em 2021, que servia como um novo ponto de partida.

Pânico na Floresta: A Fundação foi alardeado durante meses como uma subversão completa da franquia, apresentando toda uma comunidade secreta de pessoas selvagens nas montanhas do Apalache. Infelizmente, o filme não desceu bem com os fãs da saga original e nem conseguiu atrair um público novo, arrecadando menos de US$ 5 milhões nas bilheterias mundiais.

Antes que você prepare sua própria armadilha para crucificar o autor da lista, calma lá: Jogos Mortais X, lançado em 2023, foi um baita sucesso para a franquia, trazendo de volta a mitologia clássica de Jigsaw sem perder toda a essência megalomaníaca da saga criada por Leigh Whannell e James Wan na aurora do torture porn nos cinemas.

Entretanto, a franquia já havia tentado retornar algumas vezes - sem sucesso - ao longo dos anos. Primeiro, tivemos Jogos Mortais: Jigsaw, de 2017, filme que prometeu "atualizar" a saga e acabou afundando as expectativas do público. E em 2021, saiu Espiral: O Legado de Jogos Mortais, o hediondo spin-off estrelado por Chris Rock, que também manchou a reputação já precária da saga.

Ainda que tenha sua parcela de fãs mundo afora, Olhos Famintos nunca foi lá parte do alto escalão das franquias de horror. Desde o início, a saga era vista com maus olhos (perdão pelo trocadilho) por conta de seu diretor, um pedófilo condenado. No entanto, muitos se encantaram pela mitologia por trás do Creeper, e queriam ver um filme que abordasse mais da lenda.

Em 2022, chegava aos cinemas Olhos Famintos: Renascimento, tentativa de reboot da saga, com o finlandês Timo Vuorensola na direção. Apesar de ideias promissoras, o projeto foi condenado por seu baixíssimo orçamento - e chegou a conquistar a pior aprovação da franquia no Rotten Tomatoes, com 0% de aceitação dos críticos.

Uma das percussoras do subgênero que hoje conhecemos como slasher, a franquia O Massacre da Serra Elétrica nunca se destacou muito por seus projetos além do filme original - exceto, talvez, pelo reboot de 2003. Ainda assim, após os retornos de Halloween e Pânico aos cinemas, fazia muito sentido revitalizar a figura de Leatherface e apresentá-lo à nova geração.

Eis que O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface saiu na Netflix - praticamente "desovado", depois que sua estreia nos cinemas foi cancelada pelo estúdio. O longa investe no retorno de Sally Hardesty, a final girl do filme original, mas acabou sendo criticado por sua tentativa de soar como um "pós-horror", discutindo gentrificação e trauma.

Por fim, não podíamos deixar de falar daquela que é a franquia mais maldita de todas - ao menos, quando se trata do sucesso de suas continuações. O Exorcista de 1973 é um marco do horror, sendo considerado até hoje por muitos como o filme mais assustador de todos os tempos. Desde então, nem suas continuações mais subestimadas (como O Herege e O Exorcista III) conseguiram arranhar a superfície do original.

Agora, em pleno 2023, a saga volta aos cinemas sob o comando de David Gordon Green - cineasta que já havia dividido o fandom de horror com a sua trilogia de Halloween -, com o primeiro de uma planejada trilogia, intitulado O Exorcista: O Devoto. E desde que saiu, o filme tem recebido críticas bem negativas e não parece ter agradado nem um pouco os fãs do clássico de William Friedkin.