66 filmes de terror essenciais para conhecer o gênero
66 filmes de terror essenciais para conhecer o gênero
Recomendações para tirar seu sono!
Um dos gêneros mais prolíficos e populares do cinema, o filme de terror existe desde os primórdios da sétima arte, trabalhando os maiores medos da humanidade, mesclando o sobrenatural com a realidade. Ao longo de mais de um século, o gênero apresentou milhares de exemplares excelentes, trabalhando elementos que vão desde assassinos em série e psicopatas a fantasmas, monstros e demônios.
Para ser fã de horror, não basta ter visto os grandes clássicos canônicos do gênero. É necessário também mergulhar em algumas produções menos conhecidas, de diversos países, que dão conta de ilustrar como o horror funciona em suas bases. E é por isso que reunimos 66 filmes de terror essenciais para conhecer o gênero!
Lista elaborada por: LR e Gus Fiaux.
Créditos das imagens: Divulgação
O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
O terror nos cinemas teve várias bases diferentes, desde a era do cinema mudo. O Expressionismo Alemão foi um dos movimentos mais importantes para o gênero, dando as bases para o terror como conhecemos hoje. Um bom exemplo disso é o filme O Gabinete do Dr. Caligari, um dos pioneiros no uso do plot twist.
O filme segue um jovem rapaz chamado Francis, que conta ao público os terríveis eventos pelos quais sua noiva passou, envolvendo um sinistro hipnólogo chamado Caligari e um brutamontes sonâmbulo, Cesare. O plot twist é extremamente marcante, sendo até hoje referenciado na cultura pop.
Häxan: A Feitiçaria Através dos Tempos (Häxan, 1922)
Meio documentário, meio ficção, Häxan: A Feitiçaria Através dos Tempos é um longa sueco-dinamarquês que, como seu próprio título diz, propõe-se a fazer um apanhado da história da bruxaria e da feitiçaria. O resultado é um longa com imagens emblemáticas e uma narrativa que mais pende para o horror do que para o registro documental.
A Feitiçaria Através dos Tempos é usado até hoje como fonte de estudo para a compreensão da humanidade sobre a bruxaria e o paganismo, mesmo que o entendimento do documentário seja mais medieval, ligando bruxas ao culto ao Diabo. Ainda assim, é um filme bem cativante e que merece destaque por seu trabalho visual e narrativo.
Psicose (Psycho, 1960)
Para muitos, há uma linha que divide o suspense do horror, mas a verdade é que os dois gêneros derivam das mesmas bases. Por isso, não podia faltar nesta lista um longa do "Mestre do Suspense", Alfred Hitchcock. Lançado em 1960, Psicose se tornou um dos maiores clássicos do horror, pavimentando o caminho para o cinema slasher.
O filme segue Marion Crane, uma mulher fugitiva que acaba se hospedando em um motel à beira da estrada, sem saber dos perigos que a rondam. Até hoje importante e relevante, o filme espalhou sua influência para diversos cineastas, tornando-se uma obra indispensável para qualquer fã de terror e de suspense.
Os Inocentes (The Innocents, 1961)
Recentemente, a Netflix soltou A Maldição da Mansão Bly, uma nova adaptação de A Volta do Parafuso de Henry James. Entretanto, em 1961, tivemos um filme que adaptou muito bem a narrativa do livro para os cinemas, resultando em um dos contos de fantasmas mais conhecidos e famosos da história da sétima arte.
Os Inocentes segue a história de uma mulher que é contratada para ser tutora de dois jovens órfãos que moram isolados em um grande casarão. Porém, ao chegar ao lugar, a mulher percebe que algo de sinistro espreita pelos corredores da Mansão de Bly - e essa entidade sobrenatural está exercendo um forte efeito sobre as crianças...
As Três Máscaras do Terror (I tre volti della paura,1963)
Contendo três histórias de horror em um só filme, As Três Máscaras do Terror é essencial para quem busca conhecer mais a fundo o passado do gênero.
Dirigido pelo mestre Mario Bava, temos aqui as histórias de uma mulher perturbada por chamadas telefônicas, uma família sitiada por vampiros e, por fim, a narrativa tenebrosa de uma médium morta que assombra os vivos.
Além do filme ter envelhecido muito bem, ele ainda encerra numa nota excelente demonstrando todo o carinho de Bava e sua produção pelo gênero do terror. Essencial.
Kwaidan: As Quatro Faces do Medo (Kwaidan, 1964)
O cinema japonês é cheio de ótimos exemplares de horror, principalmente devido às diversas adaptações de lendas e contos do folclore nipônico. Para quem se interessa por isso, uma obra indispensável é Kwaidan: As Quatro Faces do Medo, um filme antológico dirigido por Masaki Kobayashi.
O longa toma o formato de uma antologia, contando quatro histórias de fantasmas do Japão - e aqui, temos assombrações para todos os gostos, desde a clássica figura do fantasma vingativo de cabelo grande, passando por divindades demoníacas da floresta até mesmo a exércitos de almas penadas.
Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver (1967)
Engana-se quem pensa que o Brasil nunca conseguiu trazer o horror à tona nos cinemas. José Mojica Marins, o nosso amado Zé do Caixão, foi o pioneiro a trazer o gênero para o país, criando filmes extremamente impactantes com o mais baixo dos orçamentos. Após a fama de À Meia-Noite Levarei Sua Alma, ele voltou com seu segundo e glorioso longa.
Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver surpreende não apenas por seu título imponente, mas também por trabalhar questões de fé, culpa cristã e maldade humana, enquanto surpreende com seus efeitos visuais ao trazer uma cena em cores do inferno. Para os fãs brasileiros de terror, é muito importante conhecer a obra de Zé do Caixão.
O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, 1968)
Em 1968, chegava aos cinemas um dos filmes mais diabólicos e insidiosos de todos os tempos. O Bebê de Rosemary marcou gerações, contando a história de uma mulher inocente que é manipulada por um culto satânico, por fim dando luz ao filho do próprio Diabo, o Anticristo pronto para trazer desgraça ao mundo.
O longa surpreende bastante pela atuação de Mia Farrow, que está no ponto alto de sua carreira, presenteando o público com uma performance apavorada e paranoica. Mais do que isso, o filme também conseguiu capturar muito bem o "Pânico Satânico" que se instalaria nos Estados Unidos em alguns anos.
O Segredo do Bosque dos Sonhos (Non si sevizia un paperino, 1972)
Lucio Fulci é um nome forte dentro do horror, sendo um diretor associado ao movimento italiano giallo.
O Segredo do Bosque dos Sonhos é um dos filmes do cineasta que melhor canaliza os seus pontos fortes.
Temos aqui uma trama de assassinatos infantis numa pequena comunidade rural, onde a superstição fala mais alto que a razão e encharca as crenças da população. Afinal, as mortes tem mesmo alguma ligação com magia negra?
Uma repórter investiga o caso enquanto se depara com desdobramentos aterrorizantes. É um dos exemplares mais selvagens do gênero giallo, contendo a violência visceral característica do diretor embalada num mistério de tirar o fôlego.
Inverno de Sangue em Veneza (Don’t Look Now, 1973)
Para quem gosta de filmes de terror que mesclam elementos de drama familiar, um exemplar excelente é Inverno de Sangue em Veneza, longa de 1973 dirigido por Nicolas Roeg. Considerada uma das histórias de fantasma mais angustiantes de todos os tempos, o filme mostra como o luto pode ser a maior assombração que existe.
No longa, um casal lamenta a perda de sua filha quando recebe um aviso do além. Isso acaba gerando uma trama macabra que termina em mais tragédia e sofrimento, tendo a cidade de Veneza como pano de fundo. De quebra, o longa ainda é protagonizado por grandes nomes do cinema, como Julie Christie e Donald Sutherland.
O Exorcista (The Exorcist, 1973)
Quando falamos em possessão demoníaca, nenhum filme consegue ter o peso e a dramaticidade de O Exorcista, longa de 1973 que adapta o livro homônimo de William Peter Blatty. Na história, uma mãe começa a notar sinais aterrorizantes em sua única filha, uma criança doce e gentil que logo se transforma em um monstro assustador.
Embora trabalhe muito bem a ideia de exorcismo e possessão, o filme consegue ser ainda melhor quando analisamos sua dinâmica familiar. Qualquer fã de terror precisa ter passado pelo teste de O Exorcista, um longa que ainda traumatiza e inferniza muitas pessoas até hoje, creiam elas ou não no diabo.
O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre, 1974)
Existe um motivo pelo qual mesmo contando com inúmeras sequências e remakes, O Massacre da Serra Elétrica original ainda seja um marco dos filmes de terror. A obra de Tobe Hooper é cinema em carne-viva. Um pesadelo visceral e doentio que consegue chocar ainda em 2020 tão bem quanto lá em 1974.
Quando Leatherface aparece e abate sua primeira vítima, a morte é direta, seca, sem grandes floreios. Os humanos aqui são reduzidos a gado, sua carne não passa de bife a ser pendurado e curtido. É brutal, é horroroso. É um clássico.
Tubarão (Jaws, 1975)
A maioria dos filmes sobre animais assassinos que você vê por aí são medíocres. As próprias sequências de Tubarão, do mestre Steven Spielberg, não conseguem arranhar o original.
Tubarão é o filme responsável por toda uma geração ficar com medo de entrar na água. É o filme responsável por você sentir um arrepio e sair correndo toda vez que alguma coisa roça o seu pé no mar.
Com uma construção de suspense incrível e uma revelação gradativa da criatura, Tubarão é, provavelmente, o melhor filme de animal assassino que você vai encontrar por aí.
Eraserhead (1977)
São 66 filmes de terror nesta lista, cada um explorando uma fatia histórica desse gênero tão marcante dentro do cinema. Eraserhead, de David Lynch, é algo como um terror existencialista. Sua trama pode parecer não fazer sentido numa primeira assistida. Um senso de desconforto e ansiedade parece impregnar cada frame do filme. As pessoas não agem como pessoas normais aqui. O mundo ao redor delas parece uma sátira macabra do nosso. Há uma mulher cantando dentro do radiador e um bebê grotesco sendo a raiz de preocupações para o nosso protagonista.
É um filme maluco, marcante e claustrofóbico. Alguns dizem que é sobre o medo de ser pai. Outros defendem que é só uma sequência de imagens bizarras costuradas de maneira primorosa para te fazer ficar meio incomodado no sofá de casa. De qualquer maneira, se trata de um dos longas mais únicos da lista e é obrigatório para quem deseja tatear pelo limiar mais surreal do terror nos cinemas.
Martin (1977)
George Romero, o pai dos zumbis no cinema, é conhecido por ser um mestre na arte de usar o terror como um meio de comentário social. Martin é um dos filmes menos conhecidos do autor, mas que merecia mais atenção, dando uma aula de como extrapolar nossa realidade e desfigurá-la ao ponto do horror.
Martin é sobre um adolescente que pode ser um serial killer ou um vampiro. É um filme que exala os anos 70 e mesmo assim, envelheceu feito vinho, sendo uma pepita escondida na filmografia de um dos mestres do gênero.
Suspiria (1977)
Um criador do cinema italiano que se tornou o maior expoente do terror do país foi Dario Argento, cineasta responsável por diversos filmes de giallo e por sua icônica trilogia sobrenatural das bruxas, iniciada pelo aclamado Suspiria de 1977, um filme lembrado até hoje por seu visual e por sua música.
Na trama, acompanhamos Suzy Bannion, uma garota americana que se muda para a Alemanha para estudar em uma prestigiada academia de dança. Sem saber, ela acaba adentrando um local profano e amaldiçoado, habitado por uma terrível bruxa que espalha sua influência virulenta e maligna pelo mundo.
Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, 1978)
Outro filme de Romero na lista, desta vez, um dos responsáveis por popularizar o arquétipo dos zumbis carnívoros que se tornou tão influente na cultura popular.
Mais do que um filme influente, Despertar dos Mortos é outra gema que sobreviveu ao teste do tempo, narrando a história de um grupo de sobrevivente sitiado num shopping center no meio de uma epidemia zumbi.
Com toneladas de sangue, críticas sociais mordazes e uma direção acertada de Romero, Despertar dos Mortos é indispensável aos que desejam saber mais sobre a origem dos zumbis nas telonas.
Alien: O 8.º Passageiro (Alien, 1979)
Embora a franquia Alien tenha dificuldades em alcançar o ápice de seus primórdios hoje em dia, é importante lembrar o quão chocante e tenebroso este primeiro filme foi em 79. Com uma criatura letal projetada para matar, talvez o que a rivalize em tela seja seu método de reprodução: seres quase aracnídeos e viscosos que plantam ovos dentro das pessoas.
É absolutamente aterrorizante ver o pequeno alien irromper de dentro de suas vítimas. Aqui, a humanidade não passa de casulos férteis para a reprodução de outra espécie. Poucos filmes acertaram tão bem a mão no equilíbrio entre ficção científica e terror quanto Alien.
Os Filhos do Medo (The Brood, 1979)
David Cronenberg é outro mestre do gênero. Seus primeiros filmes exploravam o limite da carne e da psique, entregando perolas nojentas e aterrorizantes sobre a condição humana.
Os Filhos do Medo é um dos filmes mais aterrorizantes do cineasta, mostrando uma prole de crianças mutantes causando uma série de assassinatos brutais numa cidadezinha. Nojento e viscoso, o filme fica se torna ainda mais macabro ao incluir crianças na equação.
O Iluminado (The Shining, 1980)
Algumas obras dispensam apresentação. É difícil escrever algo que ainda não tenha sido dito sobre O Iluminado, de Stanley Kubrick.
Adaptando (bem livremente) um livro de Stephen King, o longa se tornou um marco do horror ao emergir o espectador nos corredores vazios do hotel Overlook, preenchido eventualmente por fantasmas e ecos violentos do passado.
Não bastasse a atmosfera gélida e desconcertante do longa, há ainda a performance de Jack Nicholson como um pai saindo dos eixos da sanidade, entrando numa espiral de loucura demente numa atuação lendária.
Viagens Alucinantes (Altered States, 1980)
Entrando em território psicodélico, o filme Viagens Alucinantes de Ken Russell mostra um professor explorando sua própria consicência através de drogas alucinógenas. O resultado é mais assustador do que ele pode esperar. Em busca de respostas para a existência, o que ele encontra é muito mais sombrio do que esperava.
Repleto de surtos psicodélicos e imagens macabras, Viagens Alucinantes é um filme de terror daqueles de explodir a cabeça.
Terror nas Trevas (...E tu vivrai nel terrore! L'aldilà, 1981)
Outro longa de Lucio Fulci na lista, Terror Nas Trevas é um filme italiano de horror onde tudo parece meio... esquisito. As coisas não parecem estar certas, há uma agouro pairando em cada cena, uma promessa de algo ruim que já aconteceu ou vai acontecer. Lucio Fulci conseguiu filmar um pesadelo aqui.
Sabe aquela sensação ruim de que a realidade parece errada e que algo de terrível espreita em algum canto? Essa é atmosfera de Terror nas Trevas, outro grande tesouro do terror italiano.
O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982)
John Carpenter é um baita diretor de terror - e você pode esperar para ver mais obras dele na lista. Sua obra-prima veio na forma de uma trilogia temática de filmes, que embora não se liguem narrativamente entre si, criam diferentes modos do apocalipse acontecer. Para começar, temos O Enigma de Outro Mundo, o remake de um filme B dos anos 80.
O filme é inteiramente ambientado em uma base isolada na Antártica, onde vários cientistas tendo que lidar com o advento de uma criatura inumana e extraterrestre, que é capaz de assumir qualquer forma que quiser. O filme é cheio de momentos sufocantes, além de ser uma aula sobre o que é o horror cósmico, um grande subgênero do terror.
Poltergeist - O Fenômeno (Poltergeist, 1982)
Toda uma geração oitentista foi apavorada por este filme de Tobe Hooper. A premissa é básica: a casa de uma família começa a ser palco de fenômenos estranhos. Primeiro, pratos quebrados, mobília fora de lugar. Então as coisas vão escalando para níveis diabólicos.
Envolvendo crianças e palhaços, Poltergeist é um clássico absoluto do gênero "casa assombrada" que não deve passar batido por nenhum fã de filmes de terror.
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984)
Em 1984, Wes Craven criava um dos maiores vilões da história do cinema, rivalizando de vez com outros monstros de filmes de terror como Michael Myers e Jason Voorhees. Em A Hora do Pesadelo, somos apresentados ao sádico e cruel Freddy Krueger, uma criatura terrível e deformada que persegue suas vítimas no mundo dos sonhos.
O filme ajudou a levar o horror para os subúrbios americanos, trazendo a história de um grupo de adolescentes que precisa lidar com a chegada desse monstro grotesco. O filme acabou sendo um sucesso, gerando uma grande franquia que popularizou ainda mais o assassino dos sonhos, transformando-o em um ícone da cultura pop.
A Hora dos Mortos-Vivos (Re-Animator, 1985)
Eis aqui um belíssimo representante do gênero trash na lista. Adaptando um conto de Lovecraft, este filme de terror dirigido por Stuart Gordon é sujo, indecente, violento e absolutamente surtado.
Na história, um estudante de medicina começa a tentar reanimar cadáveres. Pode parecer clichê, mas as coisas vão escalonando até o ponto do absurdo. É um filme nojento e hilário de primeira linha.
A Mosca (The Fly, 1986)
Se David Cronenberg já era conhecido por seus filmes de horror corporal antes de A Mosca, foi ali que ele se consagrou. A premissa é simples: cientista (Jeff Goldblum) trabalha em máquina de teletransporte. Mosca entra na máquina junto dele. Ele começa a se transformar numa mosca humana.
Acontece que a mutação se dá de forma tão bizarra e grotesca que é difícil para alguém de estômago fraco peitar esse filme. Mas não é só nojeira: o fator dramático com o protagonista se distanciando de sua humanidade também é muito bem trabalhado.
Coração Satânico (Angel Heart, 1987)
Baseado no livro de William Hjortsberg e lançado em 1987, Coração Satânico é um daqueles filmes que possui uma trama tão bem arquitetada, cheia de revelações e reviravoltas, que não deixa seu público respirar. O filme é estrelado por Mickey Rourke no papel de Harry Angel, um detetive particular.
Harry é contratado pelo misterioso Louis Cyphre - vivido por Robert de Niro, em um dos papéis mais ousados de sua carreira - para investigar o desaparecimento de um veterano de guerra. Sem saber, o investigador acaba entrando em uma intrincada trama que envolve o próprio Diabo e seus adoradores...
Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser, 1987)
Um dos grandes nomes do terror na literatura e no cinema, Clive Barker presenteou o mundo com Hellraiser: Renascido do Inferno, uma adaptação de sua própria novela, The Hellbound Heart. O filme apresenta a rica mitologia dos Cenobitas, demônios que vêm à Terra quando convocados por quem abrir a Configuração do Lamento.
O primeiro longa tem um caráter bem experimental, apostando fundo no gore e no sangue. Ainda assim, é um filme feito com orçamento bem limitado que conseguiu imprimir imagens chocantes e bizarras em seu público, popularizando Pinhead e seus companheiros Cenobitas como mestres do cinema de horror.
Príncipe das Sombras (Prince of Darkness, 1987)
Após O Enigma de Outro Mundo, John Carpenter voltou sua atenção para o segundo capítulo de sua "trilogia apocalíptica" com Príncipe das Sombras, um filme que mergulha no sobrenatural ao apresentar demônios de uma forma bem diferente do que estamos acostumados, em uma ambientação claustrofóbica e com personagens peculiares.
Infelizmente, Príncipe das Sombras acabou se tornando o filme mais subestimado da trilogia (principalmente porque os outros dois são muito bons). Ainda assim, é um ótimo longa-metragem que mescla o sobrenatural com pitadas de ficção científica, criando uma história imprevisível e totalmente pessimista.
Uma Noite Alucinante 2 (Evil Dead II, 1987)
Antes de Sam Raimi se consagrar em Hollywood ao dirigir o primeiro Homem-Aranha, ele fazia filmes de terror. A trilogia Evil Dead é uma pérola do gênero "terrir", misturando efeitos práticos super criativos com toneladas de sangue, desmembramentos e criaturas horrorosas.
O segundo filme da franquia (e você pode vê-lo sem conferir o primeiro, já que é uma espécie de reboot) é maravilhoso, mostrando Ash (Bruce Campbell) sobrevivendo ao ataque de hordas infernais isolado numa cabana na floresta.
Engraçado, absurdo e tecnicamente incrível (principalmente dado o baixo orçamento), Evil Dead pode não dar medo, mas é sem dúvida uma pérola do gênero.
Alucinações do Passado (Jacob’s Ladder, 1990)
Aqui está um filme que merecia mais atenção. Embora ele tenha ganhado um remake (bem pobrinho) em 2019, Alucinações do Passado é um filme cuja influência e legado são maiores que sua própria popularidade.
Os desenvolvedores da cultuada franquia de games Silent Hill, por exemplo, já citaram este filme de terror como uma das principais influências para a atmosfera de seu trabalho.
Na trama, vemos um veterano do Vietnã ser perturbado por flashbacks violentos. Clichê? Bem, ele vai cada vez mais se desconectando da realidade, ao ponto de seus arredores serem povoados por figuras macabras e perturbadores que parecem ter saído de um jogo de Silent Hill mesmo.
O Mistério de Candyman (Candyman, 1992)
Outro filme baseado na obra de Clive Barker, o longa O Mistério de Candyman é um estudo bem interessante sobre o medo que desenvolvemos por lendas urbanas e mitos populares. Na história, uma estudante universitária começa a pesquisar esse tipo de folclore, até se deparar com a lenda de Candyman.
Tomando várias liberdades em relação ao conto original de Barker, o filme consegue construir uma narrativa ainda mais complexa, tornando o Candyman um dos grandes ícones do horror - ainda mais por ter uma história trágica e motivações bem compreensíveis. Só cuidado para não repetir o nome do assassino cinco vezes...
À Beira da Loucura (In the Mouth of Madness, 1995)
Terceiro e último capítulo da trilogia apocalíptica de John Carpenter, À Beira da Loucura é um filme que traz o horror cósmico de volta, fazendo várias homenagens à obra literária de H.P. Lovecraft, ao mesmo tempo em que traz uma excelente atuação por parte de Sam Neill, apenas um ano depois de Jurassic Park.
No filme, um detetive de uma agência de seguros chamado John Trent é chamado para investigar o desaparecimento de um premiado autor de ficção científica e horror. Sem se dar conta, John acaba imerso em uma aventura sinistra e sombria, conforme as criações do autor fogem para a realidade...
Pânico (Scream, 1996)
Ah, Wes Craven. Outro grande nome do terror presente em peso nesta lista. Em Pânico, Craven explora a futilidade da geração MTV americana, mostrando jovens apegados a filmes, festas e cultura urbana, desgarrados de qualquer perspectiva além da vida universitária.
É um dos maiores filmes slasher de todos os tempos. Muitas das sequências desta franquia também valem a pena, extrapolando cada vez mais a veia pós-moderna do diretor.
O Enigma do Horizonte (Event Horizon, 1997)
Outro filme com um legado influente, O Enigma do Horizonte é tido por muitos como o melhor trabalho de Paul W.S. Anderson, o mesmo diretor dos filmes Resident Evil.
Em Enigma do Horizonte, acompanhamos uma tripulação desvendando os mistérios de uma nave até então desaparecida. Acontece que a embarcação traz revelações infernais para os protagonistas.
Além de altamente imaginativo, é um filme violento com sets práticos incríveis, todos cobertos por vísceras, dispositivos de tortura e toneladas de sangue.
A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999)
Um clássico do cinema de terror - e um pioneiro para o subgênero do found footage -, A Bruxa de Blair é um filme surpreendente desde sua proposta. Na história, um grupo de amigos decide se aventurar pela floresta em busca do mito da Bruxa de Blair, uma lenda local sobre uma entidade que sequestra crianças.
O filme foi uma surpresa justamente por sua campanha de marketing, que o vendeu como uma história real. Hoje em dia, é muito interessante ver o filme com essa noção, percebendo que o público de 1999 acreditou estar diante de registros reais. Mesmo sem essa noção, A Bruxa de Blair continua sendo um filme extremamente apavorante.
A Espinha do Diabo (El espinazo del diablo, 2001)
Sendo um dos primeiros trabalhos do consagrado diretor Guillermo Del Toro, A Espinha do Diabo é um filme sobre fantasmas, guerra e vingança.
A trama, ambientada na Espanha em 1939, mostra um garoto seguindo uma presença arrepiante enquanto desvenda seu passado.
Unindo muito bem o horror ao drama, o filme é um sinal da grandeza que Del Toro viria a alcançar através de suas narrativas sobrenaturais no futuro.
Os Outros (The Others, 2001)
Dirigido por Alejandro Amenábar, Os Outros se consagrou como um dos melhores filmes de terror do século por trazer uma história trágica e intrigante. A base do filme é clássica: uma família mora em um gigantesco casarão, onde começam a experimentar eventos sobrenaturais e acontecimentos bizarros.
E se isso parece clichê demais, você precisa entender que o filme consegue subverter todas as nossas expectativas, com uma reviravolta final (que não irei estragar aqui) muito bem arquitetada. Além disso, Nicole Kidman também merece todo o destaque do mundo por seu papel no longa, interpretando a matriarca da família.
Pulse (Kairo, 2001)
Entrando novamente no território dos filmes de terror japoneses, Pulse é um filme que usa dos fantasmas para trabalhar uma textura de melancolia, tristeza e distanciamento emocional, retratando a iminência de um apocalipse muito mais cinza do que sangrento.
É um filme com sequências isoladas de terror de tirar o fôlego. Uma em específico, quando uma fantasma lentamente se aproxima da câmera se movendo de maneira irreal, é puro combustível para pesadelos.
Boa parte da obra cinematográfica do diretor Kiyoshi Kurosawa buscar usar fantasmas, aparições e o sobrenatural para fins de uma discussão maior.
Na trama de Pulse, diversos jovens passam a acessar um site misterioso, se isolando e aparecendo mortos em seguida, seu cadáveres encontrados em salas lacradas por uma fita vermelha.
Sendo um comentário sobre reclusão e suicídio, é um filme extremamente japonês em sua essência. Evite o terrível remake americano.
O Chamado (The Ring, 2002)
Já um remake americano interessante que até faz jus à sua excelente contraparte japeonsa é O Chamado, de Gore Verbinski. Você conhece a trama. Uma fita amaldiçoada, Samara rastejando para fora da sua TV de tubo.
Tendo assombrado toda uma geração quando lançado, O Chamado ainda é uma experiência bastante sólida mesmo depois de anos.
Sinais (Signs, 2002)
Muitos dizem que M. Night Shyamalan é o diretor focado em plot twists (viradas de enredo), mas outro forte dele é assustar. Autor de filmes como O Sexto Sentido e o aterrorizante A Visita, Shyamalan deixou uma galera traumatizada mesmo foi em Sinais.
Do primeiro relance que temos das criaturas até a gravação dos avistamentos e a aterradora sequência final da família se defendendo, Sinais é um filme de roer as unhas e que com certeza traz sequências dignas de pesadelos. Sua relação com o horror não é tão frontal quanto outros filmes do diretor, mas é de longe um de seus mais assustadores, sendo uma aula de suspense.
Jogos Mortais (Saw, 2004)
Jogos Mortais é um filme que faz muito com pouco, misturando terror com um suspense policial de qualidade, entregando até uma virada de enredo sólida no final.
O filme, que gerou diversas sequências numa franquia que perdura até os dias de hoje, foi uma das primeiras investidas de James Wan como diretor.
Abismo do Medo (The Descent, 2005)
Seis amigas ficam presas num sistema de cavernas. Logo elas descobrem a presença de criaturas sanguissedentas espreitando na escuridão.
Abismo do Medo é quase um clássico moderno dos filmes de terror, aliando o drama do passado da protagonista ao seu terror imediato de uma forma bastante primorosa. Não bastasse isso, o longa culmina num banho de sangue caprichado, tudo antecipado por um suspense de gelar a espinha.
O Nevoeiro (The Mist, 2007)
É um dia após uma tempestade daquelas numa cidadezinha do Maine. Os habitantes vão ao supermercado comprar materiais e suprimentos. Enquanto isso um estranho nevoeiro desce a montanha e acoberta o município. Dentro da névoa há algo terrível que assassina os desavisados. E agora, quem tem coragem para sair do mercado?
Adaptado de um conto de Stephen King, essa obra de Frank Darabont pode sofrer um pouco pelos efeitos digitais datados, mas compensa na direção precisa do cineasta, desde o suspense que vai se construindo aos poucos, no roteiro que toma seu tempo para estabelecer seus personagens e ideais para então confrontá-los com a morte iminente, até o final, aquele famoso final. Bem, ou você ama ou você odeia.
Unindo criaturas Lovecraftianas (todas com um visual meio Filme B que é incrível), O Nevoeiro é uma peça essencial dos filmes de terror modernos.
O Orfanato (El Orfanato, 2007)
Diretores espanhóis sabem trabalhar o horror como ninguém, e um baita exemplo disso é O Orfanato, longa de 2007 dirigido por J.A. Bayona. O filme pega todos os elementos de histórias de casas mal-assombradas e os eleva à décima potência, conforme uma mulher se muda com sua família para o orfanato em que morou quando era criança.
O prédio está abandonado, e ela pretende reabri-lo como uma casa para crianças deficientes e necessitadas. Contudo, logo percebemos que os ecos do passado ainda estão fortemente impressos na memória do lugar - incluindo o fantasma de uma criança misteriosa que corre para todos os lugares com uma máscara de pano cobrindo seu rosto...
[REC] (2007)
Se A Bruxa de Blair inovou ao criar o gênero found-footage, o espanhol [REC] extrapolou os limites ao criar uma narrativa claustrofóbica e arrepiante. Aqui, acompanhamos uma jornalista e seu câmera seguindo bombeiros numa chamada de emergência. Para o azar deles, o prédio é posto em quarentena e algo terrível os aguarda lá dentro.
É um filme que sabe se apropriar muito bem da dinâmica found-footage. Às vezes, você tem a sensação real de estar assistindo uma gravação perdida de algo proibido e aterrador.
Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008)
Há diversos clichês que permeiam a fórmula de certos filmes de terror. Deixa Ela Entrar é uma experiência completamente livre dessas amarras. Este longa sueco nos apresenta a história de um garotinho que sofre bullying na escola. Ele acaba se apaixonando por sua vizinha, a pequena Eli. Acontece que ela é um vampira.
Doce, violento e inocente, Deixa Ela Entrar filtra o sobrenatural por uma lente diferenciada, se tornando assim uma pedida essencial dentro do gênero.
Mártires (Martyrs, 2008)
É um filme que já começa com o pé na porta e só vai se tornando mais sádico a partir dali. Aí pelo final, a narrativa apresenta cenas fortíssimas que definitivamente não são para os fracos de coração ou estômago. A trama enfoca uma jovem mulher buscando vingança contra as pessoas que a torturaram quando criança. Conforme avança, a narrativa fica mais confusa, e tudo que sobra são imagens perturbadoras para quem estiver disposto a encará-las.
A Casa do Diabo (The House of the Devil, 2009)
A Casa do Diabo é um filme que recompensa o espectador paciente. Ele começa devagar, nos apresentando a rotina da protagonista, Samantha. Ela precisa de dinheiro e topa um serviço de babá aparentemente simples. Aí do meio pro final a coisa despiroca em um filme moderno que sabe muito bem reverenciar suas referências. É um banho de sangue satânico de qualidade que vai agradar a maioria dos fãs do gênero.
A Entidade (Sinister, 2012)
Muito antes de partir para a Marvel e dirigir o elogiado Doutor Estranho em 2016, Scott Derrickson era um grande diretor de terror com vários exemplares diabólicos em sua carreira. Um belo exemplo disso é A Entidade, um longa de 2012 que surpreendeu na época de seu lançamento devido à sua história densa e pesada.
No filme, um escritor e sua família se mudam para uma casa que já foi palco de assassinatos macabros. Lá, eles se deparam com vídeos estranhos e logo se envolvem em uma trama com um demônio pagão chamado de Bughuul - o Bicho-Papão. O filme é bem sucedido ao pegar uma lenda tão corriqueira e transformá-la em algo tão assustador.
Invocação do Mal (The Conjuring, 2013)
Invocação do Mal é um filme que sabe trabalhar muito bem aquela atmosfera maldita de casa mal assombrada. Tem uma textura aqui que parece tão amaldiçoada quanto os objetos que o casal Warren guarda. A trama do filme lida com diversos clichês no gênero, e faz isso com tanto gosto que acaba se tornando um prato cheio para os fãs de filmes de terror.
Last Shift (2014)
Embora tenha passado muito batido desde que foi lançado, (sequer foi lançado oficialmente no Brasil) Last Shift se tornou um filme cult para muitos fãs do terror, ainda mais levando em conta sua ambientação claustrofóbica e sua trama simples, mas eficaz. Se você quer um filme baseado puramente em sustos, esta é uma escolha certa.
No longa, uma jovem policial chamada Jessica Loren precisa tomar conta de uma delegacia abandonada durante uma noite inteira. Enquanto as horas passam, situações bizarras começam a acontecer no local - eventos que parecem estar diretamente ligados ao trágico passado da família de Jessica...
Quando Eu Era Vivo (2014)
Baseado em um livro de Lourenço Mutarelli chamado A Arte de Produzir Efeito Sem Causa, o longa-metragem Quando Eu Era Vivo reforça as dinâmicas do drama familiar enquanto trabalha vários elementos de horror - inclusive, tomando várias liberdades criativas em relação ao material original.
O filme é dirigido por Marco Dutra (que depois foi realizar o aclamado As Boas Maneiras ao lado de Juliana Rojas, que assume a montagem e edição aqui), além de contar com nomes bem peculiares no elenco, como Antônio Fagundes e até mesmo a cantora Sandy. É um filme bem sensorial, que carrega várias surpresas intrigantes.
A Bruxa (The VVitch, 2015)
Nos últimos anos, surgiu o mito do "pós-horror", um "novo" subgênero que traz filmes mais direcionados para a narrativa do que para o susto. Embora esse termo seja bem polêmico e não muito bem aceito pelos fãs de terror, um dos longas que motivou sua existência foi A Bruxa, filme de Robert Eggers de 2015 que causou um verdadeiro alvoroço.
O filme mostra a eclosão de uma família na Nova Inglaterra, devido às ações causadas por uma possível bruxa. Através de sua narrativa, o filme trabalha questões ligadas à libertação feminina, fanatismo cristão e intriga familiar. É um longa lento e parado, mas que recompensa os espectadores por sua paciência com um final diabólico.
Rastro de Maldade (Bone Tomahawk, 2015)
Uma mistura deliciosa de Faroeste com Terror, Rastro de Maldade é um filme que caminha lentamente para um embate final violento. Aqui, acompanhamos um grupo de caubóis indo ao resgate de uma enfermeira capturada por uma tribo de canibais.
É um filme que não quer parecer antigo, nem prestar homenagens à filmes antigos ou coisa que o valha. É uma jornada de sangue e violência que culmina num dos momentos mais gráficos e perturbadores do cinema de terror moderno. Vai encarar?
Sala Verde (Green Room, 2015)
Sala Verde não lida necessariamente com o fantástico. Não é um filme sobre assombrações, demônios ou espíritos reencarnados. A trama é simples: uma banda de punk rock vai tocar num estabelecimento nazista e acaba presa ali.
Com uma performance memorável de Anton Yelchin e um Patrick Stewart encarando toda a periculosidade fria e calculista do Professor Xavier em um líder fascista, o filme escala muito bem seu suspense e sua violência gráfica, se tornando um prato com sabor diferenciado, mas muito bem-vindo, dentro dos filmes de terror.
A Autópsia (The Autopsy of Jane Doe, 2016)
Desde que fez sua transição para Hollywood, o cineasta norueguês André Øvredal tem presenteado o público com obras cada vez mais interessantes, inclusive se tornando um dos "apadrinhados" de Guillermo del Toro. Um dos melhores filmes de sua carreira é A Autópsia, um longa de terror e suspense completamente surpreendente.
O filme segue pai e filho que trabalham em um necrotério, fazendo autópsia e dissecação de cadáveres. Eles estão prestes a encerrar os serviços quando recebem um corpo não identificado. Ao abri-lo para análise, coisas estranhas começam a acontecer, em um filme que mistura elementos de casa mal-assombrada com bruxaria.
Demônio de Neon (The Neon Demon, 2016)
Diretor do aclamado Drive, Nicolas Winding Refn é um cineasta dinamarquês que tem um senso único de estilo, criando filmes que falam mais pelo visual do que por sua narrativa. Um bom exemplo disso é Demônio de Neon, longa polêmico de 2016 estrelado por Elle Fanning, Jena Malone e Keanu Reeves.
O filme é uma análise fria e hiperestilizada sobre a indústria da moda nos Estados Unidos, conforme uma jovem modelo se corrompe totalmente pela fama e pelo sucesso. Além de ter essa dimensão que lembra bastante o Suspiria de Dario Argento, o filme também esconde elementos sobrenaturais em sua narrativa.
Vozes da Escuridão (A Dark Song, 2016)
Co-produção entre a Inglaterra e a Irlanda, Vozes da Escuridão é um filme que usa o sobrenatural apenas como base para discorrer sobre o que realmente causa medo: seres humanos. Na trama, uma mulher que acabou de perder seu filho concorda em participar de um ritual de invocação tirado das escrituras do Livro de Abramelin.
Caótico e denso, o filme mostra os limites que estamos dispostos a cruzar quando estamos sofrendo. É um filme difícil de digerir, que pode soar excruciantemente lento ou parado, mas que na verdade constrói seu caminho rumo a um final devastador. Ótimo para quem gosta de tramas sobrenaturais com um toque mais humanizado.
A Maldição da Bruxa (Hagazussa, 2017)
Lançado em 2017, Hagazussa: A Maldição da Bruxa veio pouco tempo depois de A Bruxa, e podemos ver claramente as influências de Robert Eggers nessa produção da Áustria e da Alemanha. O filme se propõe a ser um conto observacional sobre uma mulher camponesa e sua vida cotidiana no Século XV.
O longa é bem mais estático e contemplativo que todos os outros desta lista, chegando ao ponto de ser insuportável enquanto demonstra a transformação de uma mulher normal em uma bruxa pagã. Ainda assim, é um experimento interessante que merece a atenção do público, sobretudo por seu estilo e por sua narrativa nada convencional.
O Animal Cordial (2017)
Gabriela Amaral Almeida é uma das grandes diretoras brasileiras da atualidade. Fã confessa de terror, ela surpreendeu o país com seu marcante O Animal Cordial, de 2017. O longa incorpora elementos de vários subgêneros do horror, sobretudo o slasher, para criar uma narrativa única e sanguinária.
Na história, funcionários e clientes de um restaurante são pegos de surpresa durante um assalto à mão armada. Porém, o que começa como um crime comum acaba se tornando em um verdadeiro banho de sangue, conforme as máscaras caem e os humanos do lugar revelam seus lados mais animalescos e viscerais.
A Mata Negra (2018)
Entre os grandes "aprendizes" de Zé do Caixão que temos no nosso país, poucos se destacam tanto quanto Rodrigo Aragão, cineasta capixaba que produz seus filmes com orçamentos bem limitados e, ainda assim, consegue dar um verdadeiro show, especialmente no que diz respeito aos efeitos visuais e ao trabalho de maquiagem.
Um bom exemplo disso é A Mata Negra, um dos maiores longas de sua carreira. O filme trabalha vários elementos presentes no nosso folclore e imaginário popular, ao mesmo tempo em que pavimenta o caminho para novas continuações e sequências ambientadas nesse lado mais "sombrio" do nosso país.
Hereditário (Hereditary, 2018)
Vindo de mãos dadas com outros filmes do famigerado "pós-horror", Hereditário é um exemplar bem peculiar. O longa de estreia de Ari Aster é uma obra vertiginosa e madura nos confins do luto e do sofrimento humano, conforme uma família se recupera pela perda repentina de sua matriarca.
O que o longa faz de melhor é dar pistas para uma grande revelação que vem com força total em seu terceiro ato. Hereditário é um longa único, que aproveita muito bem a força de seu elenco - em especial, Toni Collette em um dos melhores papéis de sua carreira - enquanto constrói uma trama sobrenatural e demoníaca.
Histórias Estranhas (2019)
Outro filme nacional para agraciar nossa lista, Histórias Estranhas prova que o Brasil também consegue fazer filmes antológicos. O longa é composto por vários curtas de cineastas independentes, criando uma miríade de histórias assustadoras que envolve desde bruxaria à presença de um homem invisível, por exemplo.
Idealizado por Ricardo Ghiorzi, o longa é muito bem elaborado, ainda mais considerando as dificuldades que temos no país em relação à criação de filmes de fantasia e ficção. Além de tudo isso, o longa também deve ganhar uma continuação em um futuro não muito distante, que só vai lidar com tramas ligadas a demônios e possessão.
Nós (Us, 2019)
Encerrando esta longa lista, temos Nós, o segundo longa-metragem de Jordan Peele, lançado no ano passado. Desde seu primeiro filme, Corra!, Peele já havia mostrado ao mundo como poderia usar o horror para denunciar problemas sociais, honrando o legado de muitos criadores negros que já passaram pelo gênero.
Em Nós, ele expande a mensagem, criando uma obra cheia de simbolismos e interpretações, que escancara um lado que os Estados Unidos (e o mundo) tentam esconder. Na trama, uma família passa por uma noite de completo terror ao conhecerem seus "clones sombrios", sem saber quais são as motivações e propósitos desses doppelgängers.