Muito antes de termos toda essa efervescência de séries de super-heróis na televisão, tínhamos alguns exemplares aqui e ali de adaptações de quadrinhos. E uma das mais famosas, sem dúvidas, foi Smallville - As Aventuras do Superboy, que originalmente surgiu com a proposta de contar a história de origem do Superman.

O problema, nesse caso, é que a série se estendeu por um tempo longo demais - dez temporadas, ao todo - e nunca chegou aos “finalmentes”. Para se ter uma ideia, nós nunca sequer vimos Clark Kent usando o traje azul e vermelho. Além disso, a adaptação de alguns personagens ficou grotesca, vide o Apocalypse e a Liga da Justiça.

Titãs abre a lista das séries redimidas, mas curiosamente é diferente de todas as outras séries da lista, simplesmente por ainda estar na primeira temporada. Ela não apenas se redimiu aos olhos dos fãs, como também fez eles queimarem suas línguas, depois de tantas críticas e comentários maldosos em relação aos trailers e às primeiras imagens oficiais.

A série, já bem determinada em sua primeira temporada, está fazendo um bom sucesso, apresentando uma versão sombria e adulta dos Jovens Titãs, enquanto também traz várias conexões com o restante do Universo DC. Foi uma baita decisão acertada para inaugurar a plataforma digital de streaming da editora.

Assim como Smallville para o Superman, o Cavaleiro das Trevas ganhou Gotham. A série basicamente serviria para contar os primeiros dias de James Gordon como policial em Gotham City, enquanto a criminalidade corria desenfreada. No entanto, o foco começou a se voltar para Bruce Wayne, após a morte de seus pais.

Aos poucos, o que deveria ser uma série policial acabou se tornando um prelúdio do Batman. Até aí tudo bem - o problema começa quando a série não sabe determinar seu funcionamento temporal. Vários vilões clássicos das HQs já apareceram, e Bruce ainda nem se tornou o Cruzado Encapuzado. Ah, e também vale criticar as caracterizações horrorosas!

Por mais que muitos falem sobre um “selo de qualidade” da Netflix, é preciso notar que a plataforma de streaming já nos entregou séries maravilhosas, como também nos apresentou decepções monumentais. No caso de Luke Cage, a primeira temporada começou uma obra-prima, apenas para terminar em uma galhofa por conta da necessidade de soar “heroica”.

O ponto, no entanto, é que a série se encontrou novamente em sua segunda temporada. Dessa vez, ficava de lado o herói blindado com seus vilões mirabolantes, e entrava uma trama que aproveitava esses conceitos para contar uma história do dia-a-dia do Harlem, com direito à presença do Punho de Ferro e a uma reviravolta assustadora no final.

O mesmo, por outro lado, não pode ser dito sobre Jessica Jones. Ainda que muitos não gostem do ritmo e da construção lenta, a primeira temporada da série da investigadora foi um marco para o Universo Cinematográfico da Marvel, especialmente por retratar um assunto tão delicado metaforizado na forma do vilão Kilgrave.

No entanto, a segunda temporada perdeu a linha de uma forma absurda. Os seis primeiros episódios são chatos e modorrentos, e a trama até melhora no final, mas fica o gostinho ruim na boca. Além disso, muitos fãs ficaram extremamente frustrados com as decisões feitas para alguns personagens secundários, como Trish Walker.

Encerrando o ciclo das séries da Netflix, não podíamos deixar de mencionar Punho de Ferro, que assim como Luke Cage, entrou para a coletânea de “cancelamentos injustos” da Netflix. A série começou como um verdadeiro desastre, e era a pior coisa feita no Universo Cinematográfico da Marvel até o momento - isso porque não tínhamos Inumanos.

No entanto, a segunda temporada - apesar de ainda ter vários defeitos - fez de tudo para tentar reconstruir a reputação da Arma Imortal de K’un-Lun. Para começar, as cenas de luta ficaram melhores, a presença mística estava mais forte e nós ainda tivemos excelentes personagens, com destaque para Mary Tifóide. Esperamos que a Marvel resgate a história, de alguma forma.

Quando The Flash foi lançada, há cinco anos, a série fez um sucesso inacreditável no CW. O herói, que tinha sido timidamente apresentado em um episódio especial de Arrow, surgiu como uma figura divertida e carismática, impulsionada pela atuação simpática de Grant Gustin. Cinco anos depois, a série perdeu o controle.

Um grande problema que os fãs notavam nos primeiros anos era a repetição dos “discursos motivacionais” e os vilões velocistas. Com o tempo, isso foi corrigido, mas a série apenas perdeu a atenção de seu público. Atualmente, mesmo com tramas interessantes, ninguém está mais interessado em saber o que está acontecendo com Barry Allen e seus amigos.

Por outro lado, tivemos uma série que surgiu como uma verdadeira catástrofe dentro do Arrowverse. De muitas formas, Legends of Tomorrow parecia uma piada de mau gosto: uma versão genérica da Liga da Justiça, composta apenas por personagens descartados de Arrow e The Flash. E isso nos apresentou uma primeira temporada péssima.

No entanto, já em seu segundo ano, a série decidiu que não precisava se levar tanto a sério. E isso fez toda a diferença. Aproveitando um clima meio “Doctor Who”, devido às viagens no tempo, e tramas completamente mirabolantes, Legends of Tomorrow mudou da água para o vinho, e atualmente é a série mais divertida dentro do universo da DC Comics no CW.

Arrow é um caso extremamente delicado. A série simplesmente não consegue se encontrar mais, e se tornou uma verdadeira montanha-russa de emoções. Uma temporada pode ser maravilhosa, mas a seguinte também pode ser uma tragédia. E tudo começou com a terceira, onde inseriram o vilão Ra’s al Ghul na esperança de tornar o Arqueiro Verde no Batman desse universo.

O resultado foi desastroso, quase apagando os méritos das duas primeiras - e excelentes - temporadas da série. Atualmente, estamos até em uma maré positiva, mas os problemas de sempre seguem: Oliver Queen não evolui como personagem, vive rodando em círculos e sua trama em todas as temporadas é praticamente a mesma.

Por fim, temos um caso que merece aplausos. Porque em 2013, quando estreou, Agentes da S.H.I.E.L.D. era considerada por muitos como o Patinho Feio do Universo Cinematográfico da Marvel, especialmente após tanto alarde envolvendo o lançamento da primeira série televisiva da franquia. Isso foi motivo de críticas, especialmente com um primeiro ano cheio de episódios procedurais.

Tudo mudou com o episódio tie-in de Capitão América: O Soldado Invernal, que impulsionou a série de uma forma jamais antes vista. Desde então, a cada ano, a série busca se reinventar, explorando tramas místicas, espaciais e até mesmo temporais, dando um gostinho do que os fãs mais apreciam dos quadrinhos. Além disso, destaque para os personagens, que se tornaram extremamente amados pelos fãs.