Ao que tudo indica, o coronavírus teve sua origem na China continental no final do ano passado. Da mesma forma, descobrimos que o vírus fictício de Contágio teve sua origem no gigantesco país asiático.

Enquanto no filme, a China precisa de uma equipe de profissionais estrangeiros para ajudar a entender aquele vírus misterioso, no mundo real, cientistas chineses foram os primeiros a fazer descobertas sobre o novo coronavírus. Por ser um filme americano, é claro que Contágio lidaria com isso da forma mais ocidental possível, não é mesmo?

Há diversas teorias conspiratórias que circundam a pandemia da COVID-19. Há quem diga que se trata de uma arma biológica criada pelos Estados Unidos para prejudicar a China, e há quem afirme, é claro, que a China armou um esquema fraudulento para destruir a economia do mundo todo espalhando o vírus por aí.

Da mesma forma, em Contágio, há um personagem que atua como um verdadeiro teórico da conspiração. Um blogueiro vivido por Jude Law, que acredita que o vírus MEV-1 é uma criação da indústria farmacêutica.

Em Contágio, a personagem de Gwyneth Paltrow é uma das primeiras a manifestar a doença, dois dias depois de voltar da viagem onde adquiriu o vírus. Seu filho, então, tem o mesmo destino da mãe na mesma noite em que ela tem complicações, o que prova que o vírus tem efeito quase imediato em seus receptores. Além disso, uma das consequências de praticamente todos que adquiriram a doença no filme é a convulsão e a encefalite.

O atual coronavírus, por sua vez, tem um tempo relativamente maior para se manifestar, sendo em média de 5 a 12 dias. Os sintomas mais comuns são febre, tosse e dificuldade em respirar, e sua principal consequência é o ataque aos pulmões.

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto de coronavírus uma pandemia, que quer dizer o status mais grave para definir a disseminação de uma doença. No filme Contágio, também não demora muito para as autoridades afirmarem que aquela doença, responsável por abalar tantas cidades diferentes ao mesmo tempo, havia se tornado uma pandemia.

Os grupos de risco da COVID-19 são as pessoas de idade avançada e doenças crônicas graves como doenças cardiovasculares, diabetes ou problemas pulmonares. No filme, somos apresentados a um vírus terrível que consegue levar à óbito qualquer pessoa, basta apenas estar infectada.

No filme, fica determinado que a MEV-1 é transmitida através de gotículas ou fômites respiratórios, que podem ficar impregnados em objetos como roupas, celulares ou maçanetas. O caso é exatamente o mesmo do coronavírus atual, já que os médicos alertam que a COVID-19 pode ser transmitida através de tosse, espirro ou contato com algum objeto infectado.

Por isso, a recomendação é de que todos lavem as mãos com frequência e evite tocar em seus rostos ou em outras pessoas, por enquanto.

Não muito tempo depois que a pandemia toma conta do universo de Contágio, os cientistas descobrem uma vacina. No mundo real, infelizmente, as coisas são mais demoradas, e uma vacina para o novo coronavírus ainda está sendo desenvolvida.

A personagem de Kate Winslet em Contágio é uma oficial do Serviço de Inteligência Epidêmica, que investiga a doença e tenta negociar recursos para a saúde pública com o poder público local . Porém, em determinado momento, ela contrai a doença e acaba morrendo.

Isso nos faz lembrar de alguns personagens da vida real, mais precisamente médicos que dedicaram suas vidas para ajudar no combate à COVID-19 e que acabam infectados. O caso mais famoso é do Dr. Li Wenliang, considerado a primeira pessoa a alertar o público sobre a pandemia, que faleceu em fevereiro deste ano. Além deles, outros médicos ligados a um hospital de Wuhan, cidade considerada o epicentro da doença, morreram com o coronavírus.

Felizmente, o vírus fictício de Contágio mata muito mais que o coronavírus. Cerca de 25% a 30% das pessoas que contraem a doença no universo do filme, morrem.

Quanto à COVID-19, estima-se que a doença mate 2% das pessoas que a contraem. Alguns especialistas acreditam que é provável que muitos casos mais leves de COVID-19 não foram contados, o que quer dizer que a taxa de mortalidade é ainda menor.