Muitos esperavam que Matt fizesse uma aparição na série da Jessica Jones, que estreou em Novembro do ano passado, porém, a ligação entre as histórias foi feita por Claire Temple, a Enfermeira Noturna, que parece ser o Nick Fury das séries Netflix. Na segunda temporada de Demolidor também não vimos a heroína, porém tivemos algumas referências.

Em uma conversa entre Marcy e Foggy, o nome da heroína aparece, quando a advogada fala que Jessica e outros vigilantes estão na mira da promotoria. Ainda temos Claire falando sobre a ajuda que deu à Jessica e Luke no episódio A.K.A. Smile, menções ao Detetive Oscar Clemons, da série de Jones, e uma participação especial no final da temporada, mas que deve ser tratada devidamente. A promotora Reyes também apareceu em Jessica Jones, na Season Finale, tentando incriminar Jones, ligação direta com o comentário de Marcy.

Assim como Jessica, Luke Cage foi referenciado nessa temporada. Em uma conversa entre Claire, que salvou a vida de Luke em Jessica Jones, e Foggy, ela cita um “amigo muito mais forte” que Matt.

Também, após o final do último episódio da série, tivemos o primeiro teaser da série solo do Luke Cage, que ganhou data de lançamento para 30 de setembro.

Expandindo ainda mais os lanços entre as produções Marvel, o segundo ano de Demolidor fez referências à Agents Of S.H.I.E.L.D., ainda que não tenha tocado no assunto do surto de Inumanos no mundo mostrado pela série da ABC. A gangue de motoqueiros Cães do Inferno, ponto importante na trama, já havia aparecido na primeira temporada de S.H.I.E.L.D., no 15º episódio, onde a Asgardiana Lorelei usa seus poderes para controlar membros da gangue.

Cybertek Settles, organização que criou o Deathlok, controlada pela HIDRA, também da primeira temporada de S.H.I.E.L.D., aparece em uma das cenas de Karen no jornal.

A Roxxon Corporations, empresa vinda dos quadrinhos, de várias divisões, com a ala de energia sendo a mais conhecida, foi vista em Homem de Ferro 2 e Agent Carter e, agora, na segunda temporada de Demolidor. Ligação sutil, porém, eficiente.

O sobrevivente do massacre da máfia irlandesa pelo Justiceiro, Grotto veio dos quadrinhos. Ele apareceu em 1981, no Demolidor de Frank Miller, curiosamente, a mesma edição onde vemos a Elektra pela primeira vez. Nos quadrinhos, ele é um dos empregados de Wilson Fisk, assim como Turk Barrett, que também reapareceu nessa temporada.

A mão direita da promotora Reyes, Blake Tower, também é um personagem dos quadrinhos. E não é qualquer um, quando ele está nas revistas do Demolidor por mais de 40 anos, com sua primeira aparição em 1975. Ele tem ligações com o Luke Cage, o Punho de Ferro, o Homem-Aranha e o Soldado Invernal.

Melvin Potter está de volta nessa temporada e, além de nos dar 2 novos uniformes do Demolidor, 3 se incluso o remendo na máscara, mostrou o seu próprio uniforme, do vilão Gladiador dos quadrinhos.

O personagem já trabalhava para o lado obscuro da força no primeiro ano da trama e, depois dessa referência direta ao seu original nos quadrinhos, talvez ele possa voltar às origens nas próximas temporadas.

A Elektra foi um dos carros-chefe da promoção dessa temporada e um dos pontos principais da trama. No episódio 5, quando mostram o primeiro encontro entre Elektra Natchios e Matt Murdock, temos várias referências ao encontro dos dois nos quadrinhos de Frank Miller, uma delas é o passeio de conversível que Ellie leva Matt. O passeio não acaba como nos quadrinhos, mas foi uma boa referência.

Ainda nos flashbacks entre Matt e Elektra, temos o visual de óculos quadrados, roupas largas e cabelo mais comprido de Murdock na faculdade, assim como nos quadrinhos de apresentação da Elektra.

E, como muitos esperavam, tivemos a morte da Elektra na série. A cena faz referência a morte da personagem nos quadrinhos, ainda que seja em contexto e com assassino diferentes.

Nos quadrinhos, ela é assassinada pelo Mercenário, uma das causas do ódio de Matt pelo vilão, enquanto na série ela é morta pelo ninja Nobu. Ainda, na cena em que Elektra mata os dois seguidores do Stick no carro, o Sai atravessar o corpo, mas não as roupas, é um leve aceno à morte da personagem também.

E, se temos a morte, que muitos esperavam para a próxima temporada, a última cena que vemos de Elektra é sua preparação para ressurreição. Ainda que os contextos pareçam ser diferentes.

Nos quadrinhos, o Tentáculo tenta a ressurreição, mas quem acaba a realizando mesmo é o Demolidor, num contexto geral, a história é a mesma.

O grande vilão da temporada, se podemos colocar dessa forma, seria o grupo O Tentáculo, traduzido como “A Mão”, parte da mitologia do Demolidor e da Elektra nos quadrinhos, por conta do treinador de Matt, o Stick.

Durante a temporada, escutamos a história do Casto e do Tentáculo e suas ligações com a arma chamada Céu Negro que, na série, acaba sendo a própria Elektra. A assassina já fez parte das duas organizações nos quadrinhos e, por fim, começou seu trabalho solo. Pelo final da temporada, veremos Elektra do outro lado agora. Nos quadrinhos, o Tentáculo já lutou contra os X-Men, os Vingadores, o Wolverine e com o Homem-Aranha.

Todo arco do Povo x Justiceiro, no meio da temporada, foi uma referência ao quadrinho The Trial Of The Punisher, onde Castle se entrega à polícia por conta de uma acusação de assassinato de um policial.

Referência direta aos quadrinhos Punisher #3, com o Demolidor acorrentado, enquanto o Justiceiro discute sua ideologia violenta. Nos quadrinhos, inclusive, Matt tem uma arma grudada em sua mão, porém, ele tenta atirar, só para descobrir que a arma estava desarmada, assim como a cena que ele descobre, na série, que o Justiceiro colocou uma arma sem balas em sua mão. A cena ainda refaz as falas dos quadrinhos, como “A escolha que faço toda vez que aperto o gatilho”. Simplesmente épica.

Voltando a falar de Jessica Jones, na season finale tivemos a participação de Jeri Hogarth, a advogada para qual Jessica trabalha em sua série, oferecendo um emprego ao Foggy, agora que a Nelson & Murdock está fechada.

Essa aparição é semelhante a de Claire Temple na série e Jones e abre espaço para especulações sobre a segunda temporada do programa e a prometida reunião dos heróis, em Defensores, além do futuro de Demolidor e seu possível terceiro ano.

Um dos pontos mais altos da temporada, a volta de Vincent D’Onofrio como Wilson Fisk, que rendeu, além de suas cenas com o Justiceiro e Murdock, Fisk finalmente sendo chamado pelo seu codinome dos quadrinhos, o Rei do Crime. “Porque, na prisão, só pode existir um Rei do Crime”.

Falando sobre Fisk, o Justiceiro na cadeia é uma referência a história de PunisherMAX, onde, ao contrário de outras tramas, onde ele vai por vontade própria à cadeia em busca de algum criminoso, dessa vez ele é realmente capturado e aprisionado.

A cena em que ele entra pelos corredores do presídio pela primeira vez lembra muito as primeiras páginas do quadrinho, onde ele passa pelas celas com os prisioneiros gritando ameaças e jogando lixo.

O bloco de celas D, onde Wilson Fisk e o Justiceiro foram aprisionados nessa temporada, foi uma menção aos quadrinhos “The Devil in The Cell Block D”, quando o Demolidor vai parar atrás das grades. É interessante a menção, considerando o rumo que a série está tomando, porque talvez, em breve, pode ser que Matt faça uma visita mais duradoura ao local.

O ataque da máfia irlandesa e Finn Cooley também estão atrás do Justiceiro em Punisher MAX, uma das grandes inspirações do Frank Castle da série, mas, parece que o mafioso recebeu sua origem na série com um tiro de doze na cara.

Pode ter sido apenas uma referência ao nome e talvez o personagem esteja morto, mas devido a coincidência do tiro, talvez vejamos o Cooley no futuro, com um visual bem parecido com o da imagem ao lado.

Ainda sobre os irlandeses, o cachorro que Frank resgata também vem dos quadrinhos. Max, o cachorro, vem de Punisher War Zone #37, onde Castle resgata o cachorro e ainda o salva de ser torturado.

O final do arco de Castle na série, com cliffhanger para uma possível série solo, é com um CD com a palavra “Micro” escrito. Essa é uma referência ao Microchip, que começou construindo armas, tecnologia e sendo um companheiro para o Justiceiro, mas que tornou-se um de seus inimigos ao longo da história.

Uma das referências mais enigmáticas da série; no fim descobrimos que o Blacksmith era o Coronel Ray Schoonover, que testemunha a favor de Frank episódios antes.

O interessante é que o Blacksmith, nos quadrinhos, é um alien, da raça Skrull, que são capazes de mudar sua aparência. Pode ser apenas um easter-egg muito bem plantado, visto as maneiras misteriosas pelos quais o vilão faz seu contrabando, impressionando até Madame Gao, ou, quem sabe, algo mais.

E finalmente temos o bastão tradicional do Demolidor, com direito ao primeiro “voo” do herói. É claro, muita gente pode ter ficado chateada, pois Melvin Potter havia prometido um novo uniforme, não apenas o bastão, porém, é uma boa inclusão, que vai render muitas cenas icônicas do herói na tela.

Grotto diz, no primeiro episódio, que a cena depois do massacre do Justiceiro aos Irlandeses parecia uma “Zona de Guerra”. Ainda, Foggy faz a mesma referência, por Hell’s Kitchen estar se tornando uma “Zona de Guerra”.

Essa é uma referência ao famoso quadrinho do Justiceiro, The Punisher: War Zone, que foi inspiração para o filme estrelando Ray Stevenson.

E claro, tivemos várias referências aos acontecimentos da primeira temporada, seja aos atos de Wilson Fisk, a aparição de Madame Gao, que muitos acreditavam só voltar na série do Punho de Ferro, a referência a ótima cena do corredor do episódio 3, e o próprio Wilson Fisk, com um pequeno flashback do vilão chegando à prisão, depois de ser capturado pelo Demolidor na Season Finale.

Ainda vemos o ninja Nobu, Elektra, que foi referenciada na primeira temporada por Foggy como a “namorada grega”, a morte de Ben Urich, o desenvolvimento da guerra que o Stick mencionou, entre outras tantas.

Também houveram referências ao Universo Cinematográfico da Marvel, ainda que poucas e bem discretas. O sistema do Boletim estava sendo reconstruído depois do “incidente”, uma referência ao ataque do Ultron em Vingadores 2, também vimos novamente os jornais na sala de Ben Urich sobre o Ataque a Nova York e uma abertura para Guerra Civil, com todos os questionamentos sobre os vigilantes e os heróis que estavam surgindo, a promotora Reyes caçando os justiceiros locais e as discussões sobre o assunto envolvendo a Karen Page.

Seguindo a descrição dada por Frank, falando sobre como estava o estado do corpo de sua filha depois de morta, pareceu uma referência direta a história de Garth Ennis, PunisherMAX, por conta do realismo e violência utilizados.

Mesmo que tenha sido morto queimado na primeira temporada, o ninja Nobu voltou como membro do Tentáculo, abrindo espaço para o sobrenatural na série, e confirmando que, na verdade, ele é a versão do programa de Kirigi, o ninja assassino que é ressuscitado para matar a Elektra nos quadrinhos.

Karen Page falou mais sobre seu passado e podemos crer que ele será melhor explorado no futuro. Depois das passagens falando sobre seu irmão, sua discussão interna durante a série e a cena em que Mitchell Ellison mostra o arquivo que Ben Urich tinha montado sobre ela, é provável que veremos a história de Daredevil: Born Again adaptada (onde temos a origem do personagem Nuke, o Simpson de Jessica Jones).

O passado militar de Frank também foi explorado. No episódio 3, quando conversa com velho no telhado, eles discutem sobre seus passados militares, quando Frank revela que participou no Iraque e no Afeganistão, enquanto o velho diz ser um veterano do Vietnã. Essa é uma referência ao Justiceiro dos quadrinhos, que fez parte da marinha na guerra do Vietnã.

Ainda, no julgamento, o Coronel conta a história heroica de Frank na guerra e os acontecimentos são quase idênticos à história de Punisher Born.

Em entrevistas anteriores ao lançamento, os produtores haviam afirmado que o uniforme da Elektra evoluiria assim como o do Demolidor na primeira temporada. E foi o que aconteceu. A Elektra ganhou três visuais diferentes, com o mostrado nos cartazes sendo o principal.

Porém, um bem parecido com o vermelho dos quadrinhos apareceu na última cena, sugerindo que o uniforme ainda está em transformação e que provavelmente veremos a Elektra mais parecida com as revistas em breve. Ainda, suas armas principais, as lâminas sai, demoram, mas aparecem, para compor melhor a mitologia da personagem.