Essa é a última vez que vimos um filme dos X-Men acompanhado do logo da 20th Century Fox, e se você prestar bem atenção a esse momento glorioso, vai perceber que essa abertura com o tema do estúdio guarda um easter egg.

A música é a mesma, o logo é o mesmo, com exceção do X que por uma fração de segundos é a única coisa que permanece iluminado quando o restante do logo fica preto.

Essa é uma tradição que se encerra com Fênix Negra.

Na primeira vez que assistimos a um filme dos X-Men, nós somos introduzidos a esse universo pela voz do ator Patrick Stewart, o Charles Xavier dos filmes originais.

A narração de Charles se tornou marcante nos filmes seguintes, e em X-Men: Fênix Negra nos deparamos com uma narração familiar no início e final do longa, só que dessa vez na voz de Sophie Turner como Jean Grey. A narração fornece o mesmo texto de Charles no filme X-Men: 2.

No cinema, nada é coincidência. Logo na primeira cena de Fênix Negra, uma jovem Jean Grey viaja no carro com seus pais e pede para mudar a música da rádio.

Eles não atendem ao pedido da filha, fazendo Jean usar seus poderes para mudar de estação, o que deixa os pais um tanto confusos. O easter egg escondido nessa cena é simples: a primeira música a tocar se chama "By The Time I Get To Phoenix" de Jimmy Webb, em tradução literal "Quando Eu Cheguei Em Phoenix", uma óbvia alusão ao nome da Força Cósmica que vai se apoderar de Jean. A segunda música a tocar é "Werewolves of London" ou "Lobisomens de Londres", uma outra referência para a transformação de Jean ao longo do filme.

Em X-Men: Fênix Negra, os super heróis vestem trajes clássicos muito semelhantes ao dos quadrinhos, que foram utilizados na época de "E de Extinção", aclamada fase dos mutantes escrita por Grant Morrison.

No início do filme, os X-Men vão em uma missão de resgate a fim de salvar um ônibus espacial no espaço. Esse ônibus espacial é uma referência ao Endeavour, uma nave da vida real que foi lançada em maio de 1992. Felizmente, ele não precisou ser resgatado por nenhum grupo de heróis.

A célebre frase "Houston, nós temos um problema" atribuída a missão Apollo 13, que ficou ainda mais famosa na voz de Tom Hanks no filme de 1995, foi referenciada em X-Men: Fênix Negra, quando os tripulantes do ônibus espacial detectam um certo imprevisto no espaço.

Durante uma discussão, Mística diz que as mulheres gastam muito tempo salvando os homens na equipe, e sugere a mudança do nome X-Men para X-Women.

Isso pode ter sido apenas uma frase para ressaltar o feminismo da personagem, mas também pode significar uma referência ao quadrinho X-Women, uma edição especial dos X-Men publicada em 2010.

Essa é uma das referências mais legais aos quadrinhos dos X-Men, especialmente à Saga da Fênix Negra.

A mutante e estrela do pop Cristal, que pode transformar som em poderosas fontes de luz, faz uma pequena participação no filme, durante uma festa dada pelos estudantes da Escola Xavier. Dando um verdadeiro show, Cristal, canta e dança com uma caracterização bem fiel aos quadrinhos.

Ela apareceu pela primeira vez na HQ Uncanny X-Men #130, durante a Saga da Fênix Negra.

Na primeira parte do filme, quando Hank e Raven conversam, os mutantes resgatam algumas memórias e fazem uma referência direta ao reboot dos X-Men, lançado em 2011, quando os chama de "os últimos da Primeira Classe".

Os vilões de X-Men: Fênix Negra também são uma referência aos quadrinhos. Na HQ, a Fênix voou para o espaço e devorou todo um sistema solar, causando a dizimação de várias raças alienígenas, incluindo os D'Bari. No filme, os aliens desejam encontrar a poderosa força cósmica que destruiu seu planeta.

A ideia inicial do cineasta Simon Kinberg é que os vilões do filme fossem os Skrulls, seres que conseguem mudar de forma, mas como eles também seriam introduzidos no filme da Capitã Marvel, o cineasta resolveu alterar para os D’Bari.

A vilã de Jessica Chastain foi por muito tempo um mistério, mas com o lançamento do filme, descobrimos sua identidade: Vuk.

Vuk é baseado num personagem masculino dos quadrinhos, o último membro da raça D'Bari, que estava na Terra lutando contra os Vingadores em Avengers #4 quando seu planeta foi destruído pela Fênix.

Em Fênix Negra, a quadra de basquete se abre no momento em que o Pássaro Negro, a aeronave da equipe, levanta vôo.

Essa é uma referência ao primeiro filme dos mutantes, lançado em 2000, que traz a mesma quadra de basquete - com direito a bolas caindo - se abrindo lentamente para revelar o hangar da aeronave.

No filme, Jean Grey volta para a casa que foi seu lar durante a infância, e trava uma batalha com seus amigos X-Men, inclusive matando um membro importante da equipe. Isso te lembra alguma coisa?

Em X-Men: O Confronto Final, Jean Grey também volta para a casa num subúrbio, com os X-Men no seu encalço, e provoca uma luta de tirar o fôlego, chegando a tirar a vida do seu mentor, Charles Xavier.

No filme, descobrimos que o Professor X colocou alguns bloqueios mentais no cérebro de Jean para que ela não conseguisse acessar algumas memórias do seu passado. Algo parecido acontece nos quadrinhos.

Neles, Charles coloca bloqueios mentais para impedir que Jean acesse todos os seus poderes telepáticos, temendo que ela não os pudesse controlar.

Um outro easter egg bem legal de X-Men: Fênix Negra faz referência a um outro mutante: Bishop.

No momento em que os X-Men vão atrás de Jean na rua da sua antiga casa, um caminhão pode ser visto na cena com uma propaganda de uma empresa chamada "Bishop Power". Os fãs, é claro, pegaram a homenagem ao Bishop, um mutante popular das HQs capaz de manipular energia.

Uma outra referência a X-Men: Primeira Classe acontece mais tarde no filme. Depois da morte de Mística, Charles relembra na cozinha a primeira vez que a encontrou, ainda criança, roubando comida. Essa é uma das primeiras cenas do filme de 2011.

A nação mutante de Genosha pode até não ser mencionada no filme, mas a ilha em que Jean encontra Erick e todo um grupo de mutantes "vivendo em paz" é uma referência clara a nação insular criada por Magneto nos quadrinhos.

Mesmo sem o Clube do Inferno no filme, a Rainha Negra, aparece em X-Men: Fênix Negra.

No filme, a mutante é chamada apenas de "Selene", seu nome verdadeiro nas HQs. Dotada de poderes psíquicos, sendo uma das parceiras de Magneto, ela luta brevemente contra os X-Men, para no final lutar juntos com eles.

Nos quadrinhos, Selene é uma das mutantes mais antigas da história e também a Rainha Negra do Clube do Inferno.

Quando Magneto recupera seu capacete para ir atrás de Jean Grey, é possível perceber que junto do objeto está guardado alguns recortes de jornais. As manchetes se referem ao ataque do mutante a Washington D.C. no filme Dias de Um Futuro Esquecido, mostrando que Magneto é um homem mais vaidoso do que nós pensávamos.

Pela primeira vez, os espectadores passam a ver Charles Xavier como um líder de atitudes questionáveis. Mas sendo leitor dos quadrinhos, é muito provável que você já soubesse que o Professor X deixou de ser um herói há muito tempo.

O mutante já manipulou muito dos seus pupilos ao longo dos anos, apagou identidades, memórias, aplicou testes irresponsáveis e mentiu para muitas pessoas que confiavam nele.

Essa alguns fãs já haviam notado no trailer. O grupo militar que prende os mutantes perto do final do filme possuem uma identificação no braço com a sigla "MCU", que provavelmente deve significar algo como "Unidade de Controle de Mutante", mas muita gente prefere acreditar que é uma brincadeira com o Universo Cinematográfico da Marvel, o MCU.

Considerando, que nos desenhos animados do X-Men, existe uma Agência de Controle de Mutantes, é realmente provável que a troca tenha sido feita propositalmente.

Ao final do filme, Charles resolve deixar a vida de líder dos X-Men de lado, enquanto Hank assume a direção da Escola, que é rebatizada em homenagem a Jean Grey.

Nos quadrinhos, algo parecido acontece. Quando Ciclope e Wolverine tomam rumos diferentes, o segundo resolve renomear a instituição para "Escola Jean Grey de Ensino Superior".

Já há muito tempo, o tabuleiro de xadrez se tornou uma marca da relação entre Charles e Erick nos filmes dos X-Men.

E é claro que o derradeiro capítulo da franquia não poderia se despedir sem trazer de volta uma última partida entre os amigos. No final do filme, em um café em Paris, Magneto convida o Professor X para um jogo.

Ao final de X-Men: Fênix Negra, Erick se junta ao seu amigo Charles num café das sinuosas ruas de Paris. Esse momento fez muita gente se lembrar da última cena de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que coloca Alfred tomando um café na Itália, quando se depara com a figura de Bruce Wayne.

A referência ao filme de Christopher Nolan foi confirmada pelo próprio Simon Kinberg.

A última cena do longa, traz uma imagem do céu parisiense, com uma fênix flamejante voando no alto. Isso provavelmente é um indício de que Jean Grey estaria viva em algum lugar do espaço...

Essa hipótese é salientada especialmente se você lembrar do final de X-Men 2, que após Jean se sacrificar para salvar os X-Men, uma imagem de uma fênix aparece refletida nas águas, indicando que a Fênix iria renascer.

No entanto, isso não deve significar nada para o futuro da personagem e dos mutantes, já que ficaremos alguns bons anos sem vê-los no cinema.