O filme começa de uma forma bem inusitada: com uma animação, que conta um pouco da origem da Arlequina e como ela chegou até aqui. Isso faz todo sentido se lembrarmos que a personagem foi criada na série animada clássica do Batman, em 1992.

Os criadores da personagem, Paul Dini e Bruce Timm, também receberam algumas menções ao longo do filme. No começo, vemos que o pai da Arlequina a trocou por uma lata de cerveja, e no rótulo da embalagem, podemos ler "DINI".

Além disso, em uma cena na delegacia de Gotham City, vemos a vilã enfrentando dois policiais com os nomes Dimm e Tini, que nada mais são do que os sobrenomes de Paul e Bruce com as iniciais trocadas!

Logo no começo, temos um vislumbre das primeiras desilusões amorosas de Harleen Quinzel. Podemos ver que ela se envolveu com alguns homens e uma mulher - uma pequena referência ao fato de que, assim como nas HQs, ela é bissexual nos cinemas.

Mais interessante do que isso, a mulher é razoavelmente parecida com a Hera Venenosa, com um cabelo ruivo. Já é de conhecimento comum que a Arlequina e a Hera possuem um relacionamento nos quadrinhos.

O Coringa não aparece fisicamente no filme, mas podemos vê-lo na animação. No entanto, ele está com um visual bem diferente do que vimos em Esquadrão Suicida, mais próximo do Coringa clássico das HQs.

Seria esse um indício de que Jared Leto pode ser substituído no futuro? É interessante notar que, ao longo do filme, temos alguns flashbacks que nos mostram mais do passado da Arlequina, mas em nenhum deles podemos ver o rosto do ator claramente.

Assim que Arlequina é transformada, na animação, ela aparece com seu icônico visual de bobo da corte, que foi seu primeiro visual tanto na série do Batman quanto nas primeiras aparições nas HQs. Esse mesmo visual já foi adaptado em Esquadrão Suicida.

Aliás, muitos acreditam que Esquadrão Suicida será totalmente descartado após o "reboot" de James Gunn, mas Aves de Rapina nos prova que não é bem esse o caso. No filme, temos algumas cenas de flashback que pertencem ao filme de 2016.

Quando vamos ao presente, descobrimos que a Arlequina passou a praticar roller derby, um esporte que se joga usando patins. Ao fim do filme, ela também usa patins durante quase toda a luta do terceiro ato.

Apesar de Margot Robbie ser fã confessa do esporte, é provável que essas cenas tenham feito referência à capa de Harley Quinn #1, de 2013. Além disso, o número da Arlequina na partida de roller derby é 92, uma referência ao ano em que foi criada.

Já no começo do filme, vemos que a Arlequina está fazendo de tudo para superar o Coringa e sair de sua sombra. Isso inclui cobrir algumas tatuagens, e o J de Joker logo vira uma sereia. Seria uma pequena referência às Sereias de Gotham City?

Para "superar" de vez o relacionamento, ela explode uma fábrica da ACE Chemicals, que foi onde ela se tornou definitivamente a Arlequina. A fábrica já foi mostrada em Esquadrão Suicida, e uma filial em outra cidade apareceu em Shazam!.

Assim como nas HQs, Roman Sionis controla uma empresa chamada Janus. Nos quadrinhos, trata-se de uma companhia cosmética, e no filme, parece ser uma empresa imobiliária. O nome da corporação já havia aparecido em Liga da Justiça.

Em determinado momento do filme, quando a Arlequina está sendo mantida refém por Roman Sionis e seus capangas, a vilã diz que é ótima em procurar coisas, e já havia encontrado algo para o Coringa no Parque Robinson.

Essa locação existe nas HQs e foi criada como uma homenagem para o criador do Príncipe Palhaço do Crime, Jerry Robinson. Curiosamente, esse mesmo parque também é citado no filme solo do Coringa, que não faz parte do Universo Estendido da DC.

Ao ser agredida por Roman Sionis, a Arlequina começa a ter um delírio e se vê rodeada por homens, enquanto canta trajando um vestido rosa. Essa é uma referência ao filme Os Homens Preferem as Loiras, de 1953, estrelado por Marilyn Monroe.

A música cantada por Marilyn no filme é "Diamonds Are a Girl's Best Friends", e alguns de seus versos foram reaproveitados na canção Diamonds, de Normani e Megan Thee Stallion, que faz parte da trilha sonora do filme.

Quando pede ajuda de Dinah Laurel Lance, a detetive Renee Montoya fala sobre a mãe da personagem, que era uma grande heroína de Gotham City e havia morrido em serviço, provavelmente enquanto enfrentava criminosos.

Essa é uma referência direta a Dinah Drake, a Canário Negro da Era de Ouro das HQs, que fazia parte da Sociedade da Justiça da América e é mãe de Laurel nos quadrinhos. Há rumores de que a personagem possa estar no filme solo do Adão Negro.

Por falar na Canário Negro, muitos vão notar que a relação entre a heroína e a Arlequina é muito similar à dinâmica das duas personagens em Injustice - tanto os jogos de luta quanto as HQs que se passam no mesmo universo dos games.

Essa dinâmica se estende a várias cenas, e a personalidade de Dinah parece ser inspirada por essa versão da personagem. Porém, quando Harley entra na delegacia, ela faz uma citação direta às HQs de Injustice, ao dizer: "Eu gostaria de reportar um crime terrível!"

Ainda falando da cena da delegacia, não podemos nos esquecer do momento em que a Arlequina, ao fugir, aponta para um cartaz de "Procurado" e grita: "Eu conheço esse cara!". O "cara" em questão é o Capitão Bumerangue.

O personagem já apareceu em Esquadrão Suicida, interpretado por Jai Courtney, e lutou lado a lado com a Arlequina. Os dois devem se reunir novamente em O Esquadrão Suicida, que chega aos cinemas em agosto do ano que vem.

O filme inteiro se passa em Gotham City - e a cidade está bem diferente ao que estamos acostumados, toda colorida e vívida. No entanto, em determinado momento, a Arlequina diz conhecer muito bem a zona leste da cidade.

Para quem não sabe, a Zona Leste de Gotham - no original, Gotham's East Side - é a zona mais pobre da cidade, onde fica localizado o beco no qual Thomas e Martha Wayne, os pais de Bruce Wayne, perderam suas vidas.

Ao chegar em seu apartamento com Cassandra Cain, a Arlequina logo apresenta seus "colegas de quarto", que incluem um castor empalhado. Nas HQs, ela também tem um, que se chama Bernie - e ela acredita que ele pode falar.

Outro de seus "animais de estimação" é uma hiena que ela adquire logo no começo do filme. Na animação do Batman, ela possuía duas hienas chamadas Lou e Bud, em referência a Abbott e Costello, uma dupla cômica que fez vários filmes e séries.

No filme, no entanto, a Arlequina só tem uma hiena, que por sua vez tem outro nome. Seu nome é Bruce, em homenagem a Bruce Wayne - que a Arlequina diz ser um bonitão. Uma prova de que ela não sabe que Bruce e Batman são a mesma pessoa.

Além disso, bem no fim do filme, em uma "cena pós-créditos" (na verdade, trata-se de uma narração da própria Arlequina, sem cenas novas), a vilã chega a dizer que vai contar um "segredinho" sobre o Cavaleiro das Trevas, mas é interrompida pelo fim abrupto do filme.

Uma das melhores referências do filme, nós podemos ver em uma televisão no apartamento de Renee Montoya um episódio de Days of Our Lives, uma soap opera (novela) norte-americana. Na cena, vemos a atriz Arleen Sorkin vestida de bobo da corte.

Esse episódio específico serviu de inspiração para que Paul Dini e Bruce Timm criassem a vilã na série animada do Batman. Arleen foi convidada para dar voz à personagem, e chegou a trabalhar em várias animações e games.

A Caçadora aparece bem pouco, mas é um dos destaques do filme - principalmente porque suas cenas parecem ser uma forma de "zoar" os longas de Zack Snyder e o tom "sombrio e realista" que ele trouxe para o Universo Estendido da DC Comics.

Em uma cena, podemos ver a história de origem da vigilante - e está muito fiel às HQs, com ela sendo membro da Família Bertinelli, que foi assassinada em uma grande guerra de facções criminosas. A única mudança aqui é a presença de Victor Zsasz no crime.

Todo o terceiro ato do filme se passa em um parque de diversões muito conhecido pelos fãs das HQs. Chamado originalmente de Amusement Mile - algo como "Parque das Maravilhas", em tradução livre, o parque é o quartel general do Coringa.

Nos quadrinhos, é para lá que o Príncipe Palhaço do Crime leva o Comissário Gordon em A Piada Mortal. Em Aves de Rapina, a Arlequina parece ser a dona do lugar, por mais que vejamos algumas referências ao Coringa aqui e acolá.

Inclusive, em uma cena no parque, as heroínas vasculham um arsenal de armas da Arlequina. Lá, uma das personagens encontra a camisa que a vilã usou em Esquadrão Suicida. Ela logo diz que guardou a peça por seu "valor sentimental".

Durante o clímax, o Máscara Negra - com seu visual clássico - manda um grupo de bandidos mascarados para matar as heroínas e resgatar o Diamante Bertinelli. Embora não sejam mencionados por nome, esses criminosos são famosos nas HQs.

Lá, eles são chamados de Sociedade da Face Falsa, e são um grupo de bandidos controlados por Roman Sionis para fazer serviços sujos. Assim como no filme, todos usam máscaras, como parte da obsessão de Roman com esse utensílio.

Ao fim do filme, a Arlequina e Cassandra Cain partem para uma nova aventura, enquanto a Canário Negro, a Caçadora e Renee Montoya ficam para trás, formando as Aves de Rapina definitivamente,

Em uma breve cena, podemos ver o trio com novos visuais. A Caçadora usa um traje extremamente fiel às HQs. A Canário usa um macacão muito parecido com o que sua versão original já usou, e o traje de Renee tem sutis referências à sua fase como Questão.