10 problemas que as séries da Marvel/Netflix precisam resolver!
10 problemas que as séries da Marvel/Netflix precisam resolver!
Apesar dos acertos, as séries da Marvel na Netflix estão incomodando os fãs com erros cada vez mais grosseiros!
Demolidor, Jessica Jones, Justiceiro… o Universo Cinematográfico da Marvel encontrou um segundo e próspero lar na Netflix, com séries mais adultas e realistas, ainda que inseridas em um contexto onde os Vingadores existem e estão por aí salvando o planeta.
Contudo, apesar do saldo final ser mais positivo que negativo, as séries estão repetindo um ciclo vicioso no que diz respeito aos seus defeitos. Sempre que uma nova série ou temporada é lançada, já podemos esperar críticas com as mesmas reclamações e isso está saturando o público. Aqui, separamos dez desses problemas que precisam ser resolvidos para a qualidade se manter alta!
Créditos: Disney, Netflix
Uma ode ao previsível
Quando Demolidor surgiu com sua primeira temporada, causou um grande auê entre o público pela novidade e pelo novo formato de série. Com o tempo, veio Jessica Jones, Luke Cage e as sucessoras, e esse espírito de inovação se perdeu. Infelizmente, as séries caíram numa sucessão narrativa que se tornou extremamente previsível.
Se você parar para notar, todos sabemos mais ou menos qual o caminho que as séries trilharão, com base nas anteriores. Por volta da metade da temporada, teremos uma reviravolta surpreendente e o episódio final se resolve logo na primeira metade, para termos uma conclusão mais arrastada. Os próprios erros desta lista são um exemplo da previsibilidade das séries, já que podemos esperá-los a cada nova temporada que é lançada.
Realismo exagerado
Sabemos que o "realismo" veio como uma das maiores qualidades dessas séries e também um de seus maiores atrativos. É legal ver heróis mais "normais" em meio a um universo cheio de figuras assombrosas, como o Hulk e o Thor. Entretanto, as séries da Marvel/Netflix não sabem dosar isso de uma maneira equilibrada.
Enquanto Jessica Jones e Luke Cage realmente precisam de tramas um pouco mais verossimilhantes, não há motivo para transformar Punho de Ferro em uma série sobre empresários e tramas corporativas, apenas para fugir do misticismo fantasioso de K'un-Lun. Outras séries, como a segunda temporada de Demolidor e Os Defensores também sofreram com isso. E nem vamos falar da ausência de trajes clássicos para alguns heróis...
Ação decadente
Por falar no realismo, às vezes isso prejudica até mesmo nas sequências de ação das séries. Se a primeira temporada de Demolidor apresentou momentos primorosos e de tirar o fôlego, como a luta no corredor, cada série seguinte se perdeu nesses aspectos, com coreografias cada vez menos inspiradas e ação entediante.
Tudo bem que, até mesmo pela natureza dos poderes de seus protagonistas, séries como Jessica Jones e Luke Cage não dependem de ação tão visceral, mas é uma vergonha passar pela primeira temporada de Punho de Ferro com sequências tão mal-coordenadas. Ao mesmo tempo, também é difícil ficar acordado quando séries que se vendem pela ação - tal qual Justiceiro - não apresentam uma luta sequer em vários episódios.
Seguindo a fórmula cinematográfica dos vilões
Não há discussão: o Rei do Crime e Kilgrave são, sem dúvidas, os melhores vilões que já cruzaram pelo Universo Cinematográfico da Marvel. Outros tiveram um impacto tão bom, como o caso do Boca-de-Algodão e sua prima, Mariah Dillard. Infelizmente, todo o resto foi uma grande ladeira abaixo.
Os vilões estão cada vez mais unidimensionais e mal desenvolvidos. Personagens como Harold Meachum, Bakuto e Kid Cascavel vieram apenas para comprovar como os vilões estão cada vez piores - e não em um bom sentido. Alguns até tem tramas interessantes, como o caso de Alexandra, mas são vítimas de péssimas decisões de roteiro, como por exemplo...
Mortes prematuras e sem peso
A morte é algo que precisa ser conduzido com muita cautela nas narrativas de ficção. O Universo Cinematográfico da Marvel nunca encontrou um bom equilíbrio para abordar esse assunto, de forma que temos dois casos extremos e desconfortáveis: nos filmes, há poucas mortes (e muitas ressurreições) e nenhuma delas tem peso. Nas séries da Netflix, há muitas mortes, e por conta disso, boa parte não tem peso.
Enquanto fomos marcados por algumas perdas, como o Boca-de-Algodão ou Ben Urich, a maior parte das mortes nas séries da Netflix começou a se tornar previsível e exaustiva. Basta perceber que personagens como Harold Meachum, Alexandra, Stick e diversos outros partiram sem que nem mesmo nos importássemos com isso. E óbvio, ainda vale lembrar do clichê de matar o vilão no meio da temporada...
Inconsistência de personagens
Por fazerem parte do mesmo universo compartilhado, boa parte dos personagens - sobretudo coadjuvantes - aparecem constantemente em diversas séries e temporadas, seja em participações especiais ou em papéis de destaque. E embora isso seja legal, estamos ficando cada vez mais confusos com a forma inconsistente como esses personagens são representados.
Alguns personagens têm suas personalidades completamente alteradas de uma série para a outra - basta ver a Claire Temple de Luke Cage para Punho de Ferro; ou então se tornam mais caricatos e menos poderosos - alô, Madame Gao, estamos falando exatamente de você. Os roteiristas precisam se atentar mais para o planejamento desse universo, especialmente em um nível tão básico quanto os personagens.
Cronologia? Para quê?
Uma linha cronológica pode ser uma faca de dois gumes. De um lado, ela pode ajudar o espectador a se guiar em uma trama, e do outro, ela pode tornar as coisas muito rígidas para os produtores de um universo compartilhado. Infelizmente, no caso das séries da Marvel/Netflix, a cronologia parece ser a última preocupação dos roteiristas.
Por mais que não tenhamos nenhum grande furo de roteiro - até agora - referente à cronologia das séries, todas elas tem uma linha narrativa bem frouxa, de forma que o público nunca sabe ao certo quando elas se passam e qual é o encaixe delas entre si. Para piorar, nem mesmo conseguimos entender qual a relação delas com os filmes do Universo Cinematográfico da Marvel...
A maior mentira da humanidade: "Está tudo conectado!"
Aliás, a Marvel chegou em um ponto decisivo onde precisa definir de vez: afinal, as séries fazem ou não parte do Universo Cinematográfico da Marvel? Com a chegada de filmes como Vingadores: Guerra Infinita, fica cada vez mais estranho ver séries onde nem ao menos temos menções aos acontecimentos dos filmes, e vice-versa.
Se não for para estabelecer que Homem-Aranha e Demolidor vivem no mesmo universo - por mais que nunca se encontrem - é melhor deixar de lado e criar uma trama onde esses personagens vivam independentemente dos Vingadores. Pois essa ideia de "está tudo conectado" nunca esteve tão furada, nem mesmo a Torre Stark aparece nas cenas em Nova York.
Episódios demais, acontecimentos de menos
Um dos problemas mais graves das séries, sentida pelos fãs e pelos críticos, é, sem dúvidas, a condução da narrativa em treze episódios. Por mais que esse formato seja considerado o melhor para séries televisivas e tem substituído o modelo dos vinte e dois episódios, as séries da Netflix têm se tornado cada vez mais arrastadas.
A insistência em uma única trama, um único vilão ou em uma história muito simples é o maior culpado disso. Infelizmente, podemos notar como, na segunda metade de cada temporada, as séries tomam grandes espaços para preencher linguiça, com sequências que pouco importam na trama total. Se cada série tivesse de cinco a dez episódios, esse problema se resolveria de uma vez. Ou, pelo menos, se as temporadas fossem divididas em mais de um arco, como Agentes da S.H.I.E.L.D. faz (com primor) na TV aberta.
Potencial desperdiçado e investimento desnecessário
Mas talvez, o maior problema das séries da Marvel/Netflix seja a insistência sem retorno. E digo isso com base em duas séries, principalmente: Punho de Ferro e Luke Cage. Por mais que a série do Defensor Blindado seja digna de prêmios perto da aventura solo da Arma Imortal de K'un-Lun, ambas as séries compartilham de um ponto em comum: nenhuma delas precisa de uma segunda temporada.
Infelizmente, a Netflix continua explorando tramas desnecessária, enquanto desperdiça muito potencial que poderia estar sendo melhor trabalhado. Os dois poderiam se unir de vez em uma série dos Heróis de Aluguel. E isso não se restringe a eles. Vemos cada vez mais as séries investindo em personagens sem dar a eles o potencial que vimos nas HQs. O Justiceiro deixa de ser uma máquina de matar, Jessica Jones passa pouco tempo investigando coisas... todo mundo se tornou um "super-herói básico." Mas ainda dá tempo de mudar isso.