Uma coisa que nos animou muito com o início da quarta temporada, foi a apresentação de um novo Oliver Queen, um Oliver que abandonou todo aquele lado sombrio, toda a carranca e a cara fechada que carregou durante três temporadas, e nos mostrava um lapso de um Arqueiro Verde que todos queríamos ver, um Arqueiro mais "Bon Vivant", mais alegre, uma evolução no personagem que todos estávamos felizes em ver. Mas isso não durou muito tempo, e em um curto intervalo de tempo, o Oliver "sombrio" estava de volta.

Nas duas primeiras temporadas de Arrow nós tivemos cenas de luta muito incríveis e até mesmo na infame terceira temporada nós tivemos uma luta incrível de Oliver contra Ras no episódio "The Climb", mas parece que desde então, as lutas da série começaram a ser coreografadas pelas mesmas pessoas que coreografam as lutas de Power Rangers. E nós estamos vendo nessa quarta temporada lutas irreais que não passam adrenalina e nem um pouco de veracidade.

Não me entendam mal, até o início da quarta temporada eu era uma das pessoas que torciam pra Oliver e Felicity ficarem juntos. Eu entendo perfeitamente que em histórias de heróis, o romance tem um espaço muito importante, e alguns heróis como Homem-Aranha ou Superman tem muito de suas maiores histórias pautadas por seus interesses amorosos. Mas eu esperava que à partir do momento que eles finalmente ficaram juntos, isso tomasse um segundo plano na história da quarta temporada, e não voltasse a ser esse drama de novela das 8 que acabou se tornando, e que na verdade a trama de herói acabou ficando em segundo plano para a vida amorosa de Oliver Queen. É a primeira vez em quatro anos que eu tenho de dar o braço a torcer e dizer que Olicity está matando a série. Nós já vimos muito do romance de Oliver e Felicity, é hora de ver o Arqueiro Verde.

Tudo bem, os flashbacks são marca registrada da série e tirá-los agora que em tese é o ultimo ano de Oliver na ilha seria um erro. Mas enrolar durante vários episódios usando flashbacks que acrescentavam muito pouco à trama, pra explicar uma relíquia, ou mais próximo da Season Finale explicar algo de grande importância pra série, ficou muito cansativo nessa temporada. Seria muito melhor e mais viável, fazer todo um episódio de Flashback só pra contar a informação que os flashbacks querem trazer. Fora que esse Oliver que aparece na ilha nessa temporada é muito mais "poderoso" que o Oliver que vimos na 1ª temporada, munido de informações sobre magia e tudo mais...

Com certeza você já deve ter dito ou ouvido alguém dizer essa frase "Tem muito herói em Arrow" (ou algo semelhante). O excesso de vigilantes nessa temporada no Team Arrow era pra ser algo incrível, mas acabou passando a mensagem de que qualquer um com um mínimo de treinamento pode enfrentar o crime ao lado do Arqueiro Verde. E quando eu digo mínimo de treinamento eu não estou levando em conta o treinamento militar do Diggle. Mas como eu disse, o que começou incrível de se ver, de uma equipe de heróis salvando a cidade acabou se tornando algo frustrante.

Não, eu não sou um sádico que gostaria de ver a pobre moça sofrendo em cima de uma cadeira de rodas. Porém, para o roteiro, foi uma decisão corajosa e incrível dar essa reviravolta na vida dos personagens, quando Felicity perdeu o movimento das pernas por conta de Damian Darhk, e a CW tinha em mãos uma ótima sub-trama para tratar e até mesmo uma ótima oportunidade para abordar assuntos sociais reais de pessoas com deficiência. Mas não... Não deu nem tempo de você começar a cogitar como seria a vida deles com Felicity na cadeira de rodas e ela miraculosamente já estava de pé novamente por conta de uma invenção tirada do nada por Curtis!

Deus, como eu sou um fã de John Barrowman como ator e como pessoa desde que pra mim ele era apenas o capitão Jack Harkness em Doctor Who, mas nessa temporada eu não consegui engolir o personagem de Malcolm Merlyn que já tinha passado pela má escolha de ter se tornado Ra's Al Ghul, e agora controla a Liga dos Assassinos. E que sempre a Liga podia esperar pra que ele pudesse resolver os problemas da filha, e pior, a Liga dos Assassinos se resumiu a um bando de "ninjas" que protegem Nanda Parbat, a grande organização milenar que age nas sombras moldando o rumo da história da humanidade, é um bando de capangas que "protegem" um lugar que todo mundo entra quando bem entende.

Mas pior do que tratar a Liga dessa maneira, foi a decisão de acabar com o título de Ra's Al Ghul e debandar um grande ícone dos quadrinhos. Soou quase como um desrespeito, mas principalmente, pareceu como se a CW estivesse assumindo que não sabia mais o que fazer sobre o Poço de Lázaro e a Liga dos Assassinos.

Tudo que envolveu a aparição de Andy Diggle foi uma chuva de más escolhas de roteiro em Arrow. Começando pelo fato de que dentre inúmeros Ghosts que trabalhavam para a colmeia, o primeiro que eles conseguem tirar a máscara, era o irmão supostamente morto de Diggle. Depois veio aquela tecnologia de reconhecimento facial tirada do bolso pra reconhecer Diggle, tecnologia essa que nunca mais foi usada para identificar bandidos.

E depois entramos na péssima representação do personagem que foi uma mistura de má atuação com má direção, o que causou um completo distanciamento do espectador com o personagem, você não consegue se relacionar com Andy nem como um personagem bom, nem como vilão, tudo é sempre muito raso, e carregado demais. Você não consegue nem mesmo sentir raiva dele quando ele trai Diggle e acaba causando os eventos do próximo item.

para muitos fãs, foi a ultima pá de terra em cima do caixão da série. Você pode vasculhar na internet e ver o imenso número de pessoas que publicamente manifestaram sua indignação e abandonaram a série depois de que decidiram matar Laurel na série. E não me entenda mal, em outras circunstâncias, a morte de Laurel teria sido uma decisão corajosa de roteiro e uma jogada excelente para elevar a série para outro nível. Mas não é isso que sentimos quando fica no ar a sensação de que a sequência de cenas que envolvem a morte de Laurel não fizeram jus à personagem, e principalmente, quando fica aquele sentimento implícito de que Laurel morreu para que Olicity sobrevivesse, e não é exagero pensar nisso, quando até mesmo as últimas palavras de Laurel na série, tem a ver com Oliver e Felicity. Esperemos que nos próximos episódios fique claro que a morte de Laurel teve uma importância enorme para o roteiro e para o que está por vir.