Apesar de serem jogos da década passada, os dois foram elogiados pela forma como utilizavam os gráficos e mecânicas da época de forma a construir uma jogabilidade fluida e nada complicada - o que por si só já os diferencia bastante de outros games da Marvel.

Mesmo sendo restrito pelas limitações e por ter gráficos datados, o jogo permanece atual em sua construção... e se você não se importa com isso, eles têm todo um charme oldschool das gerações anteriores.

Os dois games são conhecidos pela forma com a qual a história dialoga com os lugares por onde ela passa. Em decorrência disso, temos grandes cenários que não correm o risco de se tornarem repetitivos, justamente pela forma como a história se desenrola em várias localidades diferentes.

Além disso, fãs de quadrinhos devem se alegrar por conseguirem estar em diversas áreas retratadas nas HQs. Desde Atlântida, até a Latvéria, passando pelo Inferno de Mefisto, Asgard e a Prisão 42.

Quem não gosta de jogos curtos e facilmente resolvidos tem um prato cheio aqui. A aventura do primeiro jogo tem nada menos que 13 horas jogáveis (isso sem contar os extras). O segundo tem "apenas" 9 horas, mas não deve em nada ao primeiro.

Além disso, as histórias dos dois jogos são divididas em atos, o que faz com que cada capítulo possua missões específicas em lugares diferentes... ainda que seja possível voltar para os cenários e missões anteriores quando você quiser.

Como se não bastasse uma grande campanha principal, os dois jogos ainda são recheados de material extra e minigames. Um modo bem interessante dos dois jogos é o de treinamento, que é liberado conforme se acham discos espalhados pelo mapa.

As missões individuais garantes uniformes alternativos para vários personagens, além de aumentar a experiência e liberar extras como artes conceituais e vídeos dos bastidores.

O jogo lhe dá várias opções de formar equipes. Você pode se tornar apenas um herói e enfrentar os mais diversos inimigos sozinho, como também pode juntar uma equipe de até quatro personagens.

Esse recurso é interessante porque permite com que o jogador aumente sua equipe com o tempo, formando membros reservas e também criando uma sinergia entre seus membros.

Ainda no campo das equipes, é bom observar como o jogo faz com que os diversos heróis interajam de forma que só conseguimos ver nos filmes e quadrinhos. Trabalho em grupo é fundamental, principalmente no multiplayer.

Os poderes formam combinações especiais e cada equipe tem particularidades. Uma funcionalidade adicionada no segundo jogo são as Fusões, que permitem com que os heróis combinem seus poderes máximos, gerando golpes arrasadores.

Uma coisa bem interessante de Marvel Ultimate Alliance e sua sequência é que ela insere um modo de jogabilidade que foi sendo aprimorado nos últimos anos em jogos como Until Dawn, por exemplo. Embora a história seja fixa, certos acontecimentos podem ser alterados conforme as escolhas dos jogadores, provocando resultados diferentes em cada campanha.

O segundo jogo, por exemplo, tem toda a trama da Guerra Civil, que permite com que o jogador escolha seu lado e mantenha-se nele até a conclusão da história, criando formas de jogabilidade bem diferentes.

Se você espera um jogo fácil e sem afrontas, está procurando no lugar errado. Os dois games possuem uma vasta quantidade de vilões e adversários. No primeiro, você enfrenta os Mestres do Terror enquanto busca dar fim ao plano maligno do Doutor Destino - e no caminho, chega até mesmo a encontrar Galactus, o Devorador de Mundos.

Já no segundo, a trama é mais pessoal, e o jogador é levado a enfrentar outros heróis e antigos aliados no clima nada amistoso da Guerra Civil.

Talvez, um dos grandes diferenciais de Marvel Ultimate Alliance seja a forma como eles conseguiram adaptar algumas histórias e arcos das HQs numa época que isso ainda era inédito nos games. O primeiro possui menos adaptações diretas, mas toda a formação dos Mestres do Terror é bem familiar para quem conhece as histórias do grupo nas HQs.

Já o segundo logo de cara não adapta apenas a maior saga da Marvel da década passada - Guerra Civil - como também traz uma adaptação breve da Guerra Secreta de Nick Fury e da formação dos Thunderbolts.

O maior mérito de Marvel Ultimate Alliance é a forma como o jogo conseguiu introduzir uma variedade tremenda de personagens do Universo Marvel. Vários vilões e NPCs retirados diretamente das páginas das HQs, o que nem de longe tira o brilho das duas dezenas de personagens jogáveis e exclusivos para diversos consoles.

O destaque aqui é pela forma como o jogo não privilegia grupos específicos. Não é um game solo dos Vingadores ou dos X-Men. É uma aliança suprema do Universo Marvel contra um mal em comum.