Na década de 60, quando os Vingadores surgiram pela primeira vez, o grupo era composto por diversos heróis que tinham seus próprios títulos individuais, mas que precisavam se unir para combater ameaças superiores. Com o passar dos anos, essa essência se perdeu um pouco e os agregados sempre eram parte de uma história em comum.

Os Novos Vingadores, surgidos na década de 2000, vieram para retomar esse conceito. A diferença é que, dessa vez, eles realmente buscaram os Heróis Mais Poderosos - e populares - da Terra. Não é à toa que membros como Wolverine, Homem-Aranha e Sentinela integraram a equipe, mesmo nunca tendo chance no grupo principal anteriormente.

Além de conterem os personagens mais famosos da Casa das Ideias, os Novos Vingadores também se tornaram conhecidos pela sua intensa recepção com novos membros. A aceitação de outros Vingadores nunca foi questionada, e diversos heróis que nunca seriam aceitos - ou sequer concebidos - no grupo principal já integraram a equipe.

O grupo não apenas aceitou, mas também convidou heróis como o Coisa, o Demolidor e o Homem-Aranha. Mas talvez o maior exemplo de aceitação da equipe tenha sido com Bucky Barnes, que assumiu o manto de Capitão América mesmo depois de seu passado sombrio e assustador como Soldado Invernal.

Além disso, os Novos Vingadores sempre estiveram em constante mudança, não apenas de formação, mas também no que diz respeito ao conceito do grupo. Desde então, eles foram uma "ressurgência" dos Vingadores clássicos, em sua primeira formação, logo após A Queda.

Posteriormente, o grupo foi mudando. Sob a tutela de Luke Cage, eles passariam a ser um grupo atuando mais próximo ao povo. Depois, na Nova Marvel, o grupo passou a ser uma fachada secreta para os Illuminati, que teciam seus planos para salvar o mundo das Incursões. Até a pior fase da equipe - os Vingadores da IMA - tinha um conceito próprio e diferente de tudo já visto.

Brigas em equipes de super-heróis já não são novidade para absolutamente ninguém. Os X-Men, o Quarteto Fantástico e muito menos os Vingadores estiveram livres disso. E embora os Novos Vingadores já tenham tido alguns desentendimentos internos, é uma das equipes mais unidas do Universo Marvel.

Em sua existência, eles sempre enfrentaram o perigo juntos e sempre apoiaram as decisões de seus integrantes sem se pôr à frente delas. Basta lembrar quando a Mulher-Aranha decidiu migrar para os Poderosos Vingadores e assinar a Lei do Registro. Apesar de não concordarem com a posição da heroína, todos concordaram em deixá-la ir.

Uma vez que os Vingadores sempre representaram os maiores ideais da humanidade, eles sempre se puseram um pouco acima da população "normal", embora heróis como o Capitão América e o Gavião Arqueiro sempre existissem para lembrar a todos os civis de que os heróis estavam ali para representá-los.

No caso dos Novos Vingadores, a figura muda um pouco de lugar. Em suas formações mais clássicas - como após a Guerra Civil - o grupo era constituído por personagens como Luke Cage, Punho de Ferro, Jessica Jones e Homem-Aranha, pessoas que sempre caminharam entre o povo como iguais, apesar de seus poderes especiais. Eles sempre foram um grupo mais relacionável.

Enquanto a humanidade sempre foi algo intrínseco aos heróis da Marvel, os Vingadores sempre foram uma equipe mais contida. Embora cada membro tivesse seus próprios problemas pessoais, eles nunca se meteram no caminho da equipe, salvo raras exceções - como a Feiticeira Escarlate, o Jaqueta Amarela e o Hulk, por exemplo.

Nos Novos Vingadores, temos uma equipe basicamente constituída por heróis falhos e altamente humanizados, tais quais Bucky Barnes como Capitão América ou o Homem-Aranha. E suas fraquezas são usadas como suas maiores forças, uma vez que eles conseguem uni-las para salvar o mundo e todos aqueles que amam e protegem.

Por terem mais de meio século de publicações, os Vingadores já passaram por grandes altos e baixos. A equipe já enfrentou inimigos formidáveis ao longo de sua existência, e já sobreviveram a momentos fatais, como a Queda e o Desafio Infinito. Mas ainda assim, eles não têm a mesma postura que os Novos Vingadores têm frente ao perigo.

Durante sua existência, a equipe passou pelas piores fases do Universo Marvel. Eles logo se encontraram dentro da Guerra Civil e logo após foram engolidos pelo Reinado Sombrio. Enquanto os Vingadores centrais se separaram e ficaram divididos nesses dois eventos, os Novos Vingadores, que sempre foram compostos por heróis de resistência, mantiveram-se unidos e ativos. O mesmo pode ser dito sobre os Illuminati, frente à ameaça das Incursões.

Os Vingadores sempre tiveram um grupo letal de inimigos icônicos, como Loki, Kang e Ultron. São vilões eternizados pelos quadrinhos e que sempre tiveram uma grande participação em todo o cenário do Universo Marvel. No caso dos Novos Vingadores, a equipe chegou a herdar vários de seus inimigos, mas também enfrentaram ameaças novas.

Entre os vilões do grupo derivado, podemos mencionar o Capuz, que foi um personagem bem relevante na década passada e o próprio Norman Osborn, quando ele se voltou contra os Vingadores, de forma geral. Podem não ser inimigos tão memoráveis ou imponentes quanto os dos Vingadores, mas são vilões que sempre demonstraram como os heróis podem estar preparados para as mais diferentes ameaças.

Por mais que representem ideais novos para a franquia dos Vingadores nos quadrinhos, os Novos Vingadores nunca deixaram de respeitar e homenagear a equipe original e suas diversas vertentes, servindo como uma "visão do futuro" para os Heróis Mais Poderosos da Terra desde que foram reunidos.

Juntos, os Novos Vingadores sempre honraram o legado dos Vingadores, sempre lutando pelos mesmos ideais, ainda que com formações e abordagens bem diferentes. Além disso, vários membros dos Vingadores já pertenceram aos Novos Vingadores, de forma que toda a história dos dois grupos sempre correu "em família".

Falando da construção da equipe nos quadrinhos, os Novos Vingadores - em todas as suas fases - sempre tiveram uma maior coesão narrativa por andarem nas mãos de poucos roteiristas. Desde sua criação até o final da Era Heroica, eles foram completamente comandados por Brian Michael Bendis, que criou uma história contida e auto-referente durante toda sua passagem pelo título.

Posteriormente, Jonathan Hickman assumiu a revista quando a equipe virou uma fachada para os Illuminati. O autor também concedeu ao título uma unidade muito fechada, algo que os Vingadores, por terem diversos títulos nas HQs, já não tiveram tanto. A equipe passou pelas mãos de talentosos roteiristas, mas também teve fases muito desconjuntadas e desconexas.