One Punch-Man é um mangá baseado na webcomic de 2009 criada pelo autor ONE, publicada, anteriormente, de maneira independente. É uma história cômica, lotada de humor satírico e referências, lembrando o estilo de outras publicações de sucesso no mesmo gênero, como Gintama. O mangá começou a ser publicado em junho de 2012 pela revista Young Jump, famosa pelas publicações das séries Gantz, Tokyo Ghoul e Elfen Lied, todas do gênero Seinen (voltadas para o público +18 do Japão). A história logo tornou-se um fenômeno e em 2015 ganhou uma versão em anime.

A trama gira em torno de Saitama, um jovem de 25 anos que perde a animação em seu trabalho salvando a Cidade Z e suas vizinhas dos monstros misteriosos que aterrorizam o local por ser um super-herói tão poderoso que consegue derrotar qualquer inimigo com apenas um soco. A versão da revista Young Jump é roteirizada pelo autor original, ONE, com arte de Yusuke Murata.

“Um cara normal servindo como um super-herói mediano”, ainda que seja o ser mais poderoso do planeta. Saitama vive na Cidade Z que, junto com suas vizinhas, todas nomeadas alfabeticamente, são aterrorizadas pela aparição de monstros misteriosos. O herói pode ser um dos protagonistas mais problemáticos quando se trata de super-heróis; Um dia, cansado da vida que levava, depois de um incidente com um mutante caranguejo na volta de uma entrevista de emprego fracassada, ele resolve treinar ao máximo para se tornar o super-herói mais poderoso do mundo.

O problema, no qual toda a trama gira em torno, é que ele atinge seu objetivo e, a partir daí, derrota seus inimigos com um único soco, trazendo o tédio do cotidiano de volta aos seus dias. O treino para ficar super-poderoso foi tão pesado que Saitama ficou careca e, agora que nenhum inimigo consegue chegar ao seu nível monstruoso de batalha, ele vive uma vida normal, no subúrbio da Cidade Z, sendo um cara normal que, por acaso, também é um super-herói mediano por hobby, em busca de algum oponente que o faça ficar animado para lutar novamente.

A Cidade Z e suas vizinhas vivem sendo atacadas por monstros misteriosos dos mais diversos tipos, sejam os seres que dominam o interior da Terra, os senhores dos céus, aliens, encarnações da própria vontade do planeta de eliminar os humanos ou mutantes, todos caricatos e em busca da dominação mundial ou de um inimigo forte o suficiente para uma batalha.

Por isso, as cidades são protegidas pela Agência dos Super-Heróis, onde os heróis mais bizarros da ficção estão cadastradas e classificados em um ranking da Classe C até a Classe S, sendo designados para salvar a humanidade através dos protocolos mais insanos do mundo.

Ao longo da trama, conhecemos heróis fantasiados de cachorro, até heróis de regata com estampa de oncinha, além de Saitama, que ostenta sua capa super-heroica, junto com sua careca reluzente.

Estamos vivendo uma onda de super-humanos ocidentais, por que não buscar alguns orientais? A Agência está aberta às doações do público.

O mangá segue uma linha cômica bem característica, lembrando um pouco o famoso Gintama, misturando um humor mais pastelão com coisas bem sutis, como mensagens motivacionais nas canecas da casa do Saitama ou referências, gráficas e de roteiro, a outras histórias clássicas.

O destaque mesmo fica para o relacionamento de Saitama e seus poderes monstruosos com o resto do mundo, quando ninguém acredita que o careca de capa - que nem parece protagonista de mangá/anime, já que não tem cabelo colorido com um penteado excêntrico ou uma mudança muito repentina em sua vida para começar uma história maluca - consegue derrotar qualquer ser com apenas um soco, ou os mistérios em torno do treinamento para conseguir essa força insana.

E, claro, um dos pontos mais cômicos e marcantes de One Punch-Man é a crise existencial de Saitama, que acaba atingindo os personagens ao seu redor. Saitama vivia uma vida comum e resolveu, para levar sua existência ao extremo, treinar o máximo possível para tornar-se o super-herói mais forte do planeta.

O treino foi tão duro que fez o rapaz perder todo seu cabelo e, logo depois, sua vontade de fazer qualquer coisa. É quase como observar o Superman em depressão, sem o fato da figura altiva. Saitama se descreve como um cara normal que serve como um super-herói mediano por hobby, e é bem isso. Ele continua sendo uma pessoa normal, que fica animado com liquidações, ocasionalmente abre buracos em monstros gigantes com um único soco e volta para casa ler um mangá, tomando chá em sua caneca motivacional.

Uma grande marca do mangá, as referências aqui são todas caricaturas de outras figuras da cultura pop, principalmente do ambiente mangaká, não tão explícitas como em Gintama, por exemplo - sendo bem mais leves.

Podem ser sutis, como roupas ou marcas, como a cicatriz em X na bochecha de um herói aleatório, lembrando o clássico Samurai X, ou referências nos traços do artista, Yusuke Murata, que se inspira muito em Akira Toriyama, da saga Dragon Ball, e em Kinu Nishimura, que é um dos artistas mais clássicos da CAPCOM.

A trama é bem simples, banal, e é aí que está todo o charme. Como já dito, acompanhamos Saitama, agora que é o ser mais poderoso do planeta, em busca de um sentido para sua vida e um adversário à altura de sua força insana. Em meio a isso, conhecemos a Associação dos Super-Heróis, que ajuda Saitama com seu crescimento como herói na Cidade Z.

Ainda, temos a aparição do ciborgue Genos, que se impressiona com o poder de Saitama e insiste em tomar o protagonista como seu professor, além do crescimento dos boatos sobre a força monstruosa do morador careca e desconhecido da Cidade Z. Tudo isso em meio a muita luta, gore e a despreocupação do herói.

Yusuke Murata acerta em criar cenários super detalhados em contraste com Saitama, que carrega todo o peso de sua crise existencial no seu desenho. A diferença entre o personagem, pelo menos enquanto não está em batalha, e tudo ao seu redor é hilária.

Ainda, o artista aposta algumas vezes em sequências de quadros dando zoom em situações absurdas, criando uma atmosfera ainda mais cômica. Também ganhamos batalhas bem detalhadas e sangrentas, ainda que, quando se trata de Saitama, elas terminem muito rápido

A série começou como uma webcomic independente que tornou-se um viral, principalmente depois do seu relançamento, em 2012, em colaboração com o artista Yusuke Murata para a Young Jump.

Os capítulos chegaram atingir quase 8 milhões de acessos na época e, até 2014, já tinha vendido cerca de 10 milhões de cópias impressas, ficando duas semanas seguidas em primeiro e segundo lugar na lista de mangás mais vendidos pela The New York Times. Foi indicada para o prêmio Manga Taishö, em 2014, e para o Eisner Awards em 2015.

No momento, o mangá está indo para seu 11º volume, com lançamentos não muito periódicos. Em capítulos, a série está na casa dos 60, sem contar os extras

No final de 2015, a série ganhou uma adaptação em anime, pelo estúdio Madhouse. Com 12 episódios regulares, acompanhando a história dos mangás, e 7 OVAs, com tramas especiais, como a de “Road To Hero”, que mostra Saitama ainda em sua transformação no herói careca que conhecemos, as animações aumentaram a febre pela história de One Punch-Man no mundo todo, sendo até mais sangrentas que a obra original.

E o melhor de tudo, agora a saga chegou ao Brasil! A Editora Panini, responsável pela publicação de vários títulos japoneses no país, como One Piece, Berserk, Naruto e Dragon Ball, anunciou no final do ano passado, depois de uma pesquisa de público, que traria a história de Saitama e One Punch-Man para nossas terras tupiniquins. Com o grande sucesso do anúncio e para atender às solicitações dos fãs, a Panini resolveu adiantar o lançamento de julho para março.

As aventuras de Saitama, Genos, da Associação dos Super-Heróis e da Cidade Z chegam para os fãs brasileiros em formato especial, com papel OFFSET (o mesmo de Berserk), com capa em acabamento fosco e orelhas. A publicação será bimestral, com distribuição nacional e lançamento previsto para esse mês. Você também pode encomendar sua cópia pelo site da editora, clicando aqui