Por que as pessoas gostam tanto do Jon Snow? Bom, ele é o underdog! O renegado. O filho bastardo justo, bacana, mas que tem que ser exilado por conta de um sistema antiquado. Ele também é o maior “herói”, junto da Daenerys, mas vamos chegar lá.

Toda a jornada do Jon é a do renegado, aquele que nós sabemos que é um dos personagens mais legais, mas ele mesmo não conhece sua capacidade. Nós acompanhamos ele descobrindo quem é e o que pode fazer, diante dos perigos do Norte, encontrando dentro de si um senso de justiça inabalável. Pelo caráter, o Lobo Solitário seria o melhor Rei.

E enquanto a Daenerys representa um futuro hipotético, Jon traz consigo as crenças reformadas do passado. Ele é uma ideologia que já funcionou em um tempo antigo e pode funcionar de novo SE adaptada.

Todo o sistema de honrarias e vassalagem nortenho é o que Game of Thrones tem de mais antigo e isso não é algo exatamente ruim. Ninguém sabe dizer se “quebrar a roda” funcionará. E as coisas, como estão agora, não estão da melhor forma. Às vezes, olhar para trás pode sim significar tomar um caminho melhor.

Assim como a Daenerys, ao longo da história o Jon descobre que é um líder grandioso. Em cada canto que vai, ele sobe até o topo da cadeia, querendo ou não.

Em Castelo Negro, ele se tornou Lorde Comandante. Depois, virou exemplo para os Selvagens. Enfim, Rei no Norte. Quando a liderança está no sangue, o Trono de Ferro é uma mera ferramenta - ele pode comandar Westeros sem isso.

E enquanto a Daenerys está focada em retomar seu trono - e a Cersei em mantê-lo - Jon é um dos poucos personagens que entende a imagem completa atual. Nas palavras do Davos, não importa quem vai sentar no Trono de Ferro quando todos forem cadáveres.

Se preocupar apenas com os Outros no lugar de olhar para a Jogo é um tanto ingênuo, mas é uma inversão de prioridades necessária nas terras de Westeros. Nem tudo é sobre o bendito Trono e Porto Real.

Uma coisa interessante é que, se a Daenerys trouxe os Dothraki e a Baía dos Escravos consigo, o Jon está trazendo o “Povo Livre”, os Selvagens que há muito tempo são inimigos jurados do povo além da Muralha e seus reis.

Isso é algo completamente novo e mostra o poder de unificação que o rapaz possui. Talvez ele seja a chave para fazer os Sete Reinos serem 7 - ou mais -novamente.

Bom, a guerra contra o Inverno precisa de um herói, certo? Até agora, aquele que se levantou contra os Caminhantes Brancos e está tentando, de todas as formas possíveis, fazer o resto dos exércitos entenderem a gravidade da coisa é o Jon. Ele já é o herói dessa guerra - mesmo que a arma principal não esteja do seu lado (ainda).

E o Campeão na Batalha pela Aurora, logicamente, é o sucessor perfeito para o Trono de Ferro, não?

Complexa essa. Falamos que a Daenerys tem seu direito pelo Trono, mas o Jon também tem um espaço ali. Na última temporada, descobrimos que o rapaz é de linhagem Targaryen - só não sabemos dizer se ele é um bastardo ou se, de alguma forma, Rhaegar e Lyanna oficializaram um casamento na Torre da Alegria.

De qualquer forma, a Daenerys ainda seria, por ordem de sucessão, a herdeira do Trono. Porém, quando o Rei Aerys II foi morto, o povo já admirava e tinha quase que como novo rei o pai do Jon, Rhaegar. Assim, ele tem uma pontinha desse direito de sangue sobre o Trono também.

Se tem uma coisa que falta no governo de Westeros há algum tempo é esse ideal mais sólido que rege o Norte. Jon Snow trabalha com honra, juramentos e punições realmente justas.

O Norte não se preocupa com grandes riquezas e conquistas, quando sempre esteve com toda sua atenção voltada para os perigos que vem de trás da Muralha.

Alguém com essa ideologia - que poderia ter sido o Ned, mas a gente viu como isso acabou - pode se dar MUITO bem no Trono, trazendo um novo ar para o Sul “corrompido” de Westeros. Ou muito mal, quando não está acostumado com a política e seus caminhos mais sujos.

No fim, o Jon é o passado, é o desejo vivo do Ned, o herdeiro dos maiores heróis de Westeros, daqueles que lutavam sempre pelo que é justo, pela honra e pelos juramentos que carregavam.

Jon é o futuro daqueles que sempre observaram o grande quadro das coisas antes de agir, ao contrário dos nobres do Sul que possuem uma visão muito centralizada e um tanto egoísta de mundo.

Como a Daenerys, ele também está no arquétipo de jornada do herói. Mas uma coisa que se destaca ainda mais no personagem é a profecia do Azor Ahai, que todos querem que seja ele. O grande herói da história, que livrará Westeros da Grande Noite e dos Outros com a Luminífera.

Se isso for real, novamente, não existe pessoa melhor para liderar os Reinos depois disso.

Ou existe?