10 motivos pelos quais “Justiça” de Alex Ross é a melhor história da DC Comics!
10 motivos pelos quais “Justiça” de Alex Ross é a melhor história da DC Comics!
Não apenas uma obra de arte, mas também a melhor história do Universo DC já contada!
Publicada entre agosto de 2005 e junho de 2007, Justiça é uma saga em duas partes, concebida pela brilhante equipe criativa composta por Jim Krueger, Doug Braithwaite e, principalmente, Alex Ross, que teve participação na arte e nos roteiros.
Contada em 12 edições, a história mostra boa parte da Liga da Justiça enfrentando a Legião do Mal, quando o grupo de vilões decide destruir a reputação dos heróis e trazer benefícios para a população mundial… com um propósito maligno por trás de tudo.
A obra recebeu elogios dos fãs e dos críticos, e é uma das HQs mais bem-sucedidas da história da editora. Nesta lista, diremos por que Justiça não é apenas uma boa história, mas a melhor HQ já feita pela DC Comics!
Créditos: DC Comics
Uma cronologia própria
Como todas as melhores histórias da DC Comics, Justiça se passa em sua própria linha cronológica à parte do "universo principal" da editora. Por conta disso, é muito mais fácil e simples entender sua história, sem depender de outras tramas anteriores, já que o contexto dado está todo ali.
Para apreciar Justiça, basta saber quem são os heróis e quais são seus inimigos e aliados. Isso também torna a trama da saga única e grandiosa dentro de si mesma, sem a necessidade de prelúdios e continuações, que na maior parte das vezes servem apenas a propósitos comerciais.
Fidelidade à Era de Prata
Justiça busca inspirações de diversos momentos históricos da DC Comics, mas a fonte principal é visível: há um respeito e um carinho muito grande pela Era de Prata dos quadrinhos da editora. Fica evidente tanto na escrita quanto na arte, especialmente na concepção dos uniformes e trajes de batalha.
Levando em conta que a Era de Prata é uma das fases mais importantes para os fãs do Universo DC, é visível o trabalho feito pela equipe criativa, em estabelecer os heróis e vilões de formas que não haviam sido trabalhadas há décadas. Destaque também para elementos clássicos do repertório da editora, como a "chave" da Fortaleza da Solidão, por exemplo.
Uma reunião maligna
Justiça traz também a - indiscutivelmente - maior reunião de super-vilões já vista na DC Comics. Sob o comando de um inimigo ainda maior (falaremos disso depois), personagens como Sinestro, Capitão Frio, Mulher-Leopardo, Lex Luthor, Charada, Gorila Grodd, dentre centenas de outros, estão reunidos por uma meta em comum.
Considerando as personalidades destrutivas e egomaníacas de cada um desses vilões, é incrível vê-los se unindo em prol de uma causa única - ainda que suas motivações possam ter sido "forçadas" por uma terceira entidade. Até mesmo vilões que não se encaixam em grupos, como o Coringa, aparecem em participações mais do que especiais - e com o devido respeito às suas essências.
Planos e esquemas
Mais do que apenas a reunião dos vilões, o mais brilhante da saga é ver os planos executados por cada um desses personagens para derrotar e desmoralizar os super-heróis. A princípio, temos a Legião do Mal como um todo, unida para trazer paz e prosperidade ao mundo de uma forma que os super-heróis podiam fazer, mas nunca fizeram.
Logo em seguida, quando passamos para os confrontos físicos e psicológicos entre os personagens, cada vilão usa suas melhores habilidades para derrotar seus arqui-rivais. Alguns inclusive partem para enfrentar heróis que nunca enfrentaram antes, criando confrontos surpreendentes - como Aquaman e Brainiac ou Canário Negro e Arqueiro Verde contra o Cara-de-Barro.
Vulnerabilidade e humanização
Uma das maiores "reclamações" em relação aos personagens da DC Comics é a forma como eles são considerados "muito acima da humanidade", já que todos possuem uma aura de divindade. Justiça consegue trazer essa retratação clássica dos personagens, ao mesmo tempo que injeta doses de humanidade a eles.
Aqui, vemos momentos impressionantes de fragilidade e vulnerabilidade desses personagens, de modo que eles se tornam muito mais relacionáveis e identificáveis. Cada um deles possui um arco pessoal no qual o leitor chega a duvidar de uma eventual vitória. Destaque para o tratamento dado ao Superman, Aquaman e Mulher-Maravilha.
O caminho da superação
Toda boa história de super-heróis tem uma "fórmula" pré determinada. Herói encontra vilão. Vilão derrota herói. Herói se prepara para um novo confronto, e usa seus poderes e habilidades para superar seu vilão. Em Justiça, isso não é diferente. E a forma como os heróis se unem para derrotar seus detratores é muito empolgante.
É magnífico ver, nos painéis brilhantemente desenhados, a Liga da Justiça finalmente se reunindo para dar um fim à ameaça da Legião do Mal, especialmente pela forma como a HQ traz elementos bem aprofundados do Universo DC, como os Homens Metálicos servindo de "armadura" para os heróis indefesos contra o esquema maligno de Brainiac.
Um mestre manipulador
Aliás, por falar em Brainiac, é importante notar que ele é o verdadeiro grande vilão da saga, manipulando heróis e vilões para atingir seu objetivo principal: eliminar a humanidade. O que torna o personagem tão bem construído e ameaçador em Justiça é seu plano e a forma como ele é retratado.
Com inspirações visíveis do Brainiac da Era de Prata, essa versão é ainda mais sádica e cruel, e planeja dominar o mundo - porém, de uma forma muito complexa e nada carnavalesca - usando as fraquezas dos heróis como sua plataforma de crescimento. É possivelmente a melhor versão já feita do vilão.
A questão humanitária
Uma pergunta que sempre deixou os leitores curiosos é a seguinte: "com todos os seus poderes, por que os heróis nunca melhoraram o mundo, em vez de apenas confrontar vilões - que muitas vezes, eles mesmos criaram?" Em Justiça, essa questão é o ponto central da primeira metade da saga e mostra como os vilões conseguem desmoralizar os heróis.
Embora não tenhamos uma "resposta" para esse questionamento no desenrolar da série, é ótimo ver que a equipe criativa teve o cuidado de manusear questões filosóficas e humanitárias sem, em momento algum, diminuí-las ou torná-las piegas para os leitores. É uma homenagem ao peso histórico desses personagens.
Herói ou vilão?
Outro elemento bem recorrente na série é a intensa questão da dualidade entre bem e mal. O que faz de um herói o que ele é? Ou um vilão? Quem está certo e quem está errado? Há espaço para tons de cinza? Justiça faz isso sem comprometer a moral ética de seus personagens, mas mostrando que há espaço para eles serem desenvolvidos além da unidimensionalidade.
Essa questão também é retratada em outra obra lindamente ilustrada por Alex Ross, Reino do Amanhã. Aqui, no entanto, tudo ganha mais aprofundamento e dimensão. Todos os personagens - tanto heróis quanto vilões - possuem espaço de desenvolvimento e vemos que alguns dos adversários não possuem ideais genuinamente malignos, apenas visões distorcidas da realidade.
Uma literal obra de arte
Por fim, não há como falar de outra coisa. Justiça é, sem dúvidas, a obra máxima da carreira de Alex Ross. O desenhista não apenas concebeu a história e parte dos roteiros, como também trouxe suas técnicas de pintura realista, ao lado de Doug Braithwaite, que faz os esboços de boa parte das edições.
A arte é monumental. Cada painel é um quadro perfeito, que eleva essa história a uma categoria muito além da simples "revista de arte sequencial". Há uma profundidade e uma emoção tão fluente na obra de Ross que torna Justiça uma saga única e eterna.