10 motivos pelos quais Desafio Infinito é a melhor saga da Marvel!

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10 motivos pelos quais Desafio Infinito é a melhor saga da Marvel!

Por Gus Fiaux
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Construção

Estamos tão habituados com a mania constante da Marvel de lançar mais de um evento por ano que já nem sequer demandamos uma construção prévia das mega-sagas. Embora algumas fujam desse estigma "fast food", como Guerras Secretas, a maior parte surge do nada e segue até lugar nenhum, repentinamente - e temos aí EIXO, A Essência do Medo e outras para confirmar.

Muito tempo atrás, no entanto, Desafio Infinito - perdão pelo trocadilho - desafiava isso, inserindo uma trama que fora construída delicadamente com o passar dos anos. As buscas pelas Jóias do Infinito logo se tornaram a Jornada de Thanos e apenas meses depois veríamos o Titã Louco usando a Manopla do Infinito para dizimar metade do universo.

Além disso, a série foi pioneira no uso dos tie-ins (edições relacionadas à saga principal, mas que pertenciam aos títulos mensais dos personagens envolvidos no evento), já que aproveitou deles para criar uma boa estrutura que mostrasse o quanto o evento afetaria a vida dos super-heróis e outros personagens no Universo Marvel.

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A equipe criativa

A saga completa foi concebida por um elenco estelar de autores e desenhistas, mas atendo-nos apenas às seis edições da saga principal, podemos já contar com três nomes de peso que tiveram uma importante bagagem cultural nos quadrinhos, especialmente na Marvel e na DC Comics.

Nos roteiros, temos Jim Starlin, o criador de Thanos e um dos maiores escritores do ramo cósmico, seja das editoras mencionadas ou de seguimentos mais independentes. Starlin sabia manipular o épico a partir do pessoal, criando uma narrativa grandiosa onde os personagens eram o ponto central e faziam toda a diferença na construção da trama.

Já nos desenhos, tínhamos George Pérez e sua arte inigualável, que ajudava a criar personalidade aos personagens e inserir vários deles em um só quadro, passando toda a sensação de grandeza do evento. E nas edições finais, Ron Lim, colaborador frequente de Starlin e que sabia melhor que ninguém como não deixar a peteca cair após o trabalho estupendo de Pérez, sem deixar de imprimir sua própria marca no trabalho.

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Grandiosidade

Embora muitas tentem, nenhuma saga conseguiu ou conseguirá - com exceção, talvez, das novas Guerras Secretas - atingir o mesmo nível de grandiosidade de Desafio Infinito. A série começa em um tom fúnebre: a pedido da Morte, Thanos recupera a Manopla do Infinito e com um estalar de dedos, dizima instantaneamente metade da população do universo.

Isso faz com que os heróis da Terra precisem se unir para recuperar o objeto e fazer com que Thanos restaure tudo ao que era. Porém, o Titã Louco já se tornara um deus, enfrentando facilmente a resistência e transformando seus inimigos em pó - em alguns casos, literalmente. Por fim, o vilão enfrenta ninguém menos que as Entidades Cósmicas mais poderosas do Universo.

O ponto crucial aqui é saber manipular a grandeza do evento a partir da humanização de seus personagens, sem transformar tudo em um grande paraíso escapista. A saga alcança um ponto culminante jamais visto no Universo Marvel, mas em momento algum deixa de focar em seus personagens e é a exploração perfeita da psiquê de Thanos. Falando nisso...

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Evoluindo um vilão

Quando foi criado, Thanos era pouco mais que um vilão galhofa, enfrentando o Homem de Ferro e sendo derrotado ao lado de seus capangas alienígenas. Com o tempo, ele foi evoluindo e se tornando mais perigoso e misterioso. Em Desafio Infinito, temos o auge de Thanos como antagonista, e vemos ele se transformando em uma verdadeira força da natureza.

Starlin sabe escrever sua própria criação como ninguém, e a progressão feita até Desafio Infinito mostra o quanto o vilão é humanizado, ao mesmo tempo em que se torna uma criatura repulsiva e inumana ao existir para um propósito tão macabro.

Por mais que tenhamos vilões melhores e mais bem construídos - podemos citar os clássicos Doutor Destino, Magneto, Kang e outros aqui -, é em Desafio Infinito que temos a narrativa perfeita para um antagonista, de modo a ser humanizado sem se redimir inteiramente de seus pecados, uma tarefa arriscada ao se lidar com vilões.

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Entre o complexo e o escapista

Um dos maiores dilemas enfrentados por roteiristas de quadrinhos é decidir qual o ponto deve ser melhor abordado em suas histórias: deve se dar foco para o fantástico, cheio de escapismos e momentos que não correspondem com a realidade ou optar por algo mais crível e verossímil?

Desafio Infinito usa do fantasioso para tocar - ainda que de forma superficial - em assuntos sociais reais. A principal questão abordada é a superpopulação e como ela representa uma quebra do equilíbrio no universo - o que faz com que a própria Morte peça a Thanos para assassinar metade dos seres vivos em todo o universo.

Além disso, há toda uma filosofia importante no modo como o vilão é derrotado - pela sua própria personalidade, que o auto-sabota por saber que ele seria um deus terrível - sem contar na principal vertente por trás do personagem: sua adoração e amor eterno à personificação da Morte.

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Alcance do evento

Além de ser grandioso, Desafio Infinito é um evento cósmico que consegue abranger de forma homogênea diversos cantos do Universo Marvel. A saga, embora se foque em seu universo cósmico, dando protagonismo ao Thanos, Surfista Prateado e Adam Warlock, também se expande pelo universo mais mundano da *Marvel.**

Dessa forma, personagens como Doutor Estranho, Homem-Aranha, Capitão América, Doutor Destino, além da dupla Manto e Adaga acabam tendo importância na trama e em suas consequências, direta ou indiretamente.

É uma das poucas sagas que realmente promete o que cumpre, trazendo uma integração real a vários polos do Universo Marvel e unindo personagens que não se encontrariam em outras circunstâncias que não fossem a ameaça de existência. Além disso, vale lembrar que a saga acaba mexendo também com as Entidades Cósmicas em confrontos diretos contra Thanos.

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Consequências a curto prazo

De modo amplo, Desafio Infinito soube trazer repercussões de vários tipos ao Universo Marvel. A curto prazo, a jornada de Thanos e sua queda gerou histórias interessantes, e dois grandes pontos acabaram surgindo e abalando o cosmos desde então.

O primeiro deles foi o surgimento da Guarda do Infinito, composta por Adam Warlock, Gamora, Pip, Drax, Serpente da Lua e o próprio Thanos, cada qual carregando uma própria Joia do Infinito para resolver problemas de nível cósmico.

E o segundo - e maior - desses desdobramentos da saga foi a separação de Warlock em dois seres (um lado bom e outro lado mau), trazendo ao Universo o primeiro encontro real com o Magus, a contraparte maligna de Warlock que teve papel crucial na saga subsequente...

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O primeiro capítulo de uma saga

Desafio Infinito veio também para abrir uma série de portas para outros eventos e histórias que continuavam, direta ou indiretamente, a trama de Thanos, de Adam Warlock e da Manopla do Infinito. Jim Starlin, por sua vez, fez do evento o primeiro de uma trilogia.

Logo depois, veio Guerra Infinita, que mostrava o Magus tomando conta do universo e criando versões malignas dos heróis da Terra. Pouco tempo depois, Cruzada Infinita encerrava essa franquia, com a história da Deusa em busca do Ovo Cósmico.

Mas isso foi só a ponta do iceberg. Anos depois, Starlin e Lim retornariam a essa saga diversas vezes, criando graphic novels como a Revelação Infinita e a Relatividade Infinita, que usavam elementos de Desafio Infinito para continuar a jornada do Titã Louco.

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Reverberações atuais

Desafio Infinito é uma saga que realmente teve um impacto sentido pelas estruturas de todo o Universo Marvel, diferente da maioria das séries atuais cujas consequências não duram sequer dois meses após o término do evento.

Apenas para se ter uma ideia do quanto o evento influenciou a editora, se analisarmos os últimos cinco anos podemos ver que a jornada dos Illuminati, a reunião das Jóias do Infinito, assim como a saga Infinito são eventos diretamente ligados à ascensão e à queda de Thanos.

Além disso, a saga chegou a ser - de certa maneira - "recuperada" como um tie-in das Guerras Secretas. Atualmente, o próprio Thanos é estrela de sua própria revista mensal e não deve demorar até vermos algo relacionado a Desafio Infinito no título.

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Ponto culminante do Universo Cinematográfico da Marvel

Se pararmos para analisar com clareza, veremos que o Universo Cinematográfico da Marvel está sendo construído em cima da premissa básica de Desafio Infinito. Thanos, movido por uma razão que ainda não conhecemos inteiramente, está em busca das seis Jóias do Infinito e irá bater de frente com os Vingadores para consegui-las.

Além disso, já temos personagens apresentados que tem papeis fundamentais na saga das HQs - Doutor Estranho, Drax, Colecionador - e outros que devem substituir papeis na trama - Loki no lugar de Mefisto e talvez o Visão no lugar de Adam Warlock.

Apesar do terceiro filme dos Vingadores se chamar Vingadores: Guerra Infinita, sabemos que a inspiração principal da história será Desafio Infinito, e recentemente, isso foi confirmado quando um dos executivos do filme postou foto de uma das edições da saga, reafirmando a importância do evento nas HQs e na cultura geek.