O grande lance da Daenerys é que nós não assistimos "só a moça conquistando toda a Baía dos Escravos - vai muito mais além. A história narra a aventura da Nascida da Tormenta desde a época em que ela nem sonhava em liderar alguma coisa, abusada por seu irmão, sozinha no mundo. É uma longa jornada de auto-descobrimento e só então de conquistas e dracarys.

Não desmerecendo os outros dois, mas pensando em termos mais práticos, a jornada mais longa e difícil foi a da última Targaryen. Ela tem que tomar conta de si mesma desde sempre, afinal sempre foi perseguida e, quando começamos enxergar a grandeza na moça, vimos o potencial incendiário que ela possui. Digamos que, de todos, o crescimento dela é o mais catártico e carismático. Nós torcemos por ela. No final, foram literalmente 6 temporadas só para ela chegar até Westeros.

Uma palavra que ouvimos sempre da boca dos últimos Targaryen vivos e seus seguidores é como seu Trono foi roubado por Robert Baratheon, o Usurpador.

A dinastia dos dragões perdurava em Westeros há muito, muito tempo, desde que Aegon, o Conquistador e suas irmãs decidiram tomar conta do continente. Muitas reviravoltas? Sim. Mas o sangue Targaryen sempre esteve no Trono.

Assim, o que a Daenerys propõe é a retomada de uma grande dinastia - que já vimos que ela pode manter, SE tiver um bom guia do seu lado.

Seguindo o papo do Usurpador, considerando que o Viserys morreu banhado a ouro lá no começo E o Jon não é bem um legítimo Targaryen - além da série não incluir o Jovem Grifo - se levarmos em consideração a Dinastia dos Dragões, o Trono é, por direito, da Daenerys.

Desde o começo da história, quando o Viserys ainda estava vivo, a ideia era retomar tudo o que lhes foi roubado pelos Baratheon e os rebeldes. Ninguém nunca considerou muito nesse papo que o pai dos dois estava completamente louco, no entanto, o brutal "Saque a Porto Real" não foi apenas um golpe de estado.

O Trono também significa vingança para Daenerys e sua família. O Rei Aerys estava louco, sim, mas não as outras pessoas que acabaram dilaceradas no processo. O Trono de Ferro é direito de posse E vingança. Fogo e Sangue.

Falando sobre questões mais práticas, a Daenerys também representa uma GRANDE salvação para Westeros. Vejam bem: desde que a guerra pelo Trono de Ferro se instaurou, o caos tomou conta do continente, milhares morreram e não existe mais um centro de equilíbrio no governo atual.

Assim, uma Rainha chegando com uma frota imensa de navios, dragões e um poderio militar absurdo pode, sim, ajudar a colocar ordem na bagunça que Westeros virou.

Ainda nesse raciocínio, a Daenerys e o Viserys foram criados para governar.

Dos três maiores jogadores, além de receber uma formação teórica ao longo da infância e adolescência - parte da adolescência, pelo menos - ela ainda possui experiência em governo, em campo e liderança. Sem falar que já traz consigo um conselho todo formado de pessoas que conhecem Westeros e são completamente capacitados de levar os Sete Reinos para um caminho mais justo.

Uma coisa que muita gente esquece e que provavelmente vai ser assunto na sétima temporada: Westeros - ou pelo menos a Coroa - está completamente quebrada e com dívidas altíssimas com o Banco de Braavos.

Já aprendemos que não é legal mexer com esses caras, os pedidos antigos do Lorde Tyrell não resultaram em muita coisa e, mesmo que os Lannisters ainda sejam ricos, Porto Real em si está indo para a ruína.

Então, novamente, uma esperança surge em alto mar: além de capacitada, carismática e armada até os dentes, a Quebradora de Correntes também é rica e pode tirar o continente do buraco.

E pensando bem, de todos eles, ela é a que possui a visão mais democrática de futuro. Essa divisão trina de Game of Thrones é interessante para pontuar o seguinte: Jon Snow é a honra e o jeito antigo de Westeros.; Cersei representa o próprio Jogo dos Tronos, a personificação do estado atual da história; assim, a Daenerys seria o futuro - em tese, pelo menos.

O objetivo da moça é “quebrar a roda”, extinguir o sistema de escravidão e tratar as coisas de forma mais diplomática. Ela cresceu fugindo, sendo oprimida, comendo o pão que o Outro amassou, então ela é a mais empática para assumir o trono. Um futuro tão brilhante quanta as chamas de seus dragões.

E se, além de tudo isso, ela ainda fosse a solução para o maior problema da série no momento? A Cersei? Não, os Outros. Todos estão apostando que não só o vidro, mas os próprios dragões são armas eficazes contra os Caminhantes Brancos.

Se isso for real, ela não é só qualificada, rica, empática e todo o resto, mas se tornaria a heroína que salvou Westeros do Inverno final. Um ótimo título para a nova Rainha, não?

Outra coisa bacana de se lembrar é que, se a Daenerys conquistar os Sete Reinos e assumir o Trono de Ferro, ela estaria unificando, pela primeira vez, Westeros e as Baía dos Dragões.

Ou seja: ela não está apenas conquistando Westeros, ela está expandindo os domínios dessa monarquia.

No fim, tudo se resume ao ponto de Game of Thrones não ser uma série sobre justiça ou mocinhos, mas nós temos um lado mais relacionável e empático, onde podemos enxergar um futuro melhor para o reino.

Esse é o caso da Daenerys. Se tem alguém que fez a bendita jornada do herói na série, foi ela. E queremos ver tudo acabando bem, certo?

Certo...?