A sinopse da história é bem simples: Em 1945 a enfermeira Claire Randall viaja com seu marido pela Escócia, em uma tentativa de reaproximação do casal depois de anos separados pela Guerra. No entanto, Claire acaba voltando 200 anos no passado, graças a uma misteriosa magia, e agora precisa enfrentar os novos perigos de uma Escócia de 1743, no auge dos levantes jacobitas. É no meio dessa confusão que ela conhece Jamie Frase, um jovem guerreiro escocês cheio de coragem que confunde seu coração, fazendo com que sua volta ao seu devido tempo seja bem mais difícil do que ela esperava.

Sim, eu sei que parece uma série melosa e clichê, mas confie em mim Outlander é incrível!

E ainda que essa viagem no tempo não seja como em outras séries (um período histórico por episódio), isso não significa que vamos ver uma trama chata e insuportável em um único período da história. A viagem no tempo é bem trabalhada, bem como o choque cultural de Claire, que vivia em um tempo completamente diferente.

Mais do que isso, o tema Viagem no Tempo não é algo que é utilizado apenas no primeiro episódio da série, em diversos momentos vamos voltar a lidar com essas questões (coisa que não posso elaborar muito por motivos de Spoilers). É importante citar, no entanto, que Claire não foi a única viajante do tempo que existiu - e isso também é trabalhado na série.

Por abordar a viagem no tempo, temos na série dezenas de eventos históricos importantes e personagens que foram marcantes para a humanidade (nem sempre de uma forma negativa). Outlander, no entanto, foge dos períodos mais comuns quando falamos da História, e segue por uma viagem que passa desde a Escócia durante as guerras Jacobitas, pela França durante o reinado de Luís XV, pela Jamaica durante as grandes expedições e até mesmos os Estados Unidos durante o período colonial.

São momentos marcantes que, ainda que a sejam retratados em uma série de ficção, possuem um embasamento real dos eventos históricos. Ou seja, é quase uma aula de história sobre temas que não costumam ser muito explorados na ficção.

O que faz a viagem no tempo ser possível não é tecnologia, mas sim magia em seu estado mais puro. Além disso ao longo das temporadas vemos a magia e bruxaria ser retratada diversas vezes, tanto pelas crendices da época em que a série se passa - e as consequências terríveis disso -, quanto por momentos reais de premonição, feitiçaria e rituais religiosos.

O melhor de tudo é que nem sempre a série apresenta uma justificativa científica para isso. Ainda que Claire seja um tanto quanto cética, ela reconhece que algumas coisas são inexplicáveis e isso é muito bom. A magia existe e nem sempre tem uma explicação lógica para isso.

Como eu mencionei ali em outro item, um dos eventos que acompanhamos na série é a Guerra dos Jacobitas. Mesmo que muita gente pense na série apenas como um romance apimentado e histórico, Outlander não tem o menor receio em trazer cenas extremamente pesadas e violentas.

A série não tenta maquiar a verdade, nem a maneira que algumas pessoas realmente eram tratadas naquelas épocas. Em diversos momentos vemos tortura, violência sexual e até mortes bem gráficas, nada disso de um forma gratuita ou colocada na série apenas para chocar os telespectadores.

Mas claro, um dos pontos principais da série continua sendo o romance. Se você espera algo água com açúcar ou forçado, no entanto, Outlander não é para você. O romance não é construído da noite para o dia e, mesmo que eles se amem, os dois também passam por muita dificuldade e brigas.

Mais do que isso, é sempre uma batalha intensa para que os dois continuem juntos. No fim, o amor deles sempre vence, mas isso acontece de uma forma bem menos clichê e forçada, e sim algo bem mais intenso e épico.

Cada vez mais estamos vendo que um figurino e uma maquiagem bem feita é tão essencial para a história quanto bons efeitos especiais. Felizmente Outlander acerta nessas duas questões.

Assim, não só temos efeitos bem feitos que não são nada zoados, como também podemos desfrutar de figurinos bem trabalhados e historicamente corretos, algo que ajuda muito na experiência do público em imergir nessa aventura épica.

Você já assistiu uma série cheia de potencial e com temporadas maravilhosas mas que, por alguma razão, acabaram sendo canceladas? Pois não tenha medo! Isso não vai acontecer com Outlander. A série não só é a maior audiência da Stars - o que garante um belo orçamento para ela - como também já foi renovada até a sua sexta temporada.

A renovação foi anunciada antes mesmo da quarta temporada estrear, então podemos ficar mais do que tranquilos, pois a história da série não vai ser cortada abruptamente.

A renovação, no entanto, não significa que iremos ver a série ficar enchendo linguiça, já que os livros de Diana Gabaldon existem para nortear os produtores na adaptação da série. A escritora inclusive age como consultora para o seriado, garantindo que seja uma história fiel ao que ela escreveu, apenas com mudanças necessárias para melhorar a experiência dos telespectadores.

Falando nisso, é importante citar que a série não faz a menor questão de esconder que é baseada em um livro. Em diversos episódios sentimos como se estivéssemos lendo um capítulo da história, já que a série não força plot twists o tempo todo apenas para prender a atenção do público.

Convenhamos, vivemos em um momento que se a série não estiver em algum serviço de streaming como a Netflix, muitas vezes vamos simplesmente ignorar a existência do seriado. Por isso, é com muita alegria que eu informo que sim, Outlander está disponível na Netflix.

As duas primeiras temporadas do seriados estão ali, completíssimas e com as opções de dublado ou legendado, e já foi anunciado que a terceira temporada será adicionada em dezembro.Pode preparar a pipoca e iniciar a maratona.