Ter produções brasileiras em uma plataforma como a Netflix é motivo de orgulho para todos nós.

Independente de ser algo mais fantasioso como 3%, ou uma trama política como O Mecanismo, isso faz com que nosso conteúdo, atores, paisagens e trabalho seja espalhado para o mundo todo, abrindo portas para premiações e reconhecimento no mercado internacional.

Assim como Wagner Moura ganhou o mundo ao interpretar o Capitão Nascimento, e posteriormente, Pablo Escobar, Selton Mello também possui um enorme potencial para isso.

Com seu jeito manso e carismático, o ator já se mostrou extremamente versátil, atuando em dramas, comédias e até mesmo dublando animações. Ao interpretar Marco Ruffo, o ator mostra diversas faces de seu talento e nos entrega um personagem forte e cativante.

A belíssima Caroline Abras é sem dúvidas uma das atrizes mais fortes e carismática da série.

Ao representar a Delegada Verena Cardoni, Abras mostra o real significado de patriotismo e garra para fazer o que é certo, mesmo que tudo se vire contra ela. Além disso, ela possui um interessante arco onde precisa se voltar contra alguns aliados que estavam tomando atitudes sem que ela soubesse.

Padilha ficou consagrado pelos filmes Tropa de Elite, e chegou a até mesmo assumir a direção de um grande blockbuster norte-americano como Robocop, mas sua sede por tramas políticas o aproximou da adaptação do livro Lava Jato – O Juiz Sérgio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil, e foi aí que nasceu O Mecanismo.

O diretor sabe destacar muito bem seus protagonistas e criar tramas coesas, e de certa forma simples, que sejam de fácil entendimento para o público e que tenham o intuito de “cutucar algumas feridas”.

Como citado anteriormente, a trama da série é baseada no livro escrito por Vladmir Netto.

Embora fique muito claro que a série é apenas uma ficção, é inevitável ligar alguns eventos com o que realmente aconteceu com a política brasileira. Assim como em House of Cards, vemos o impressionante jogo político que acontece em Brasília e como ele afeta tudo o que acontece em nosso país.

Independente se o que acontece na série é fiel aos fatos da Operação Lava Jato ou não, temos que levar em conta de que é um produto de entretenimento e esse papel a série cumpre muito bem.

”Achou que não ia ter corrupção? Achou errado!”

Sim, eles estão presentes até mesmo em O Mecanismo. Leandro Ramos, também conhecido como Julinho da Van, aparece interpretando o personagem Alfredo, funcionário da companhia sanitária.

Apesar da aparição ser breve, Alfredo serve como gatilho para que Ruffo entenda que O Mecanismo não está presente somente na política, mas na vida do brasileiro.

Com apenas 8 episódios, a série pode ser maratonada rapidamente, o que é algo muito positivo, considerando que hoje em dia temos cada vez menos tempo.

Ter menos episódios faz com que a série não perca tempo com eventos desnecessários e não sofra com o arrastamento visto em diversas outras produções.

Por ser uma obra de ficção, a série se permite algumas reviravoltas interessantes, que dão um ar mais Hollywoodiano para a produção.

Embora a trama aborde muitos eventos que de certa forma aconteceram com nossa política, ela não se propõe a ser um documentário que relata os fatos da maneira exata que aconteceram e isso é ótimo, pois abre espaço para ótimos personagens e histórias fictícias.

O divertido jogo de gato e rato entre doleiros, executivos e políticos remete muito à grandes produções Hollywoodianas com a mesma temática.

É muito interessante ver os recursos utilizados para escapar de acusações, ver a vida na prisão de quem possui contatos fortes e associar os eventos da série com eventos de nosso cotidiano (por mais que eles sejam retratados de forma mais caricata e irreal).

Por mais que a série tenha uma temática política, isso não significa que ela não abra espaço para humor.

Vindo principalmente dos “vilões”, vemos situações divertidas e surreais que só aumentam o interesse pela trama como um todo.