Como começar essa lista sem falar do quadrinho que basicamente definiu o Coringa como ele é hoje? Como muitos de vocês sabem, no princípio, o Coringa foi criado para ser apenas um bobo, um palhaço e não o louco violento e psicopata sombrio que é retratado hoje.

Foi a abordagem de Alan Moore para o vilão, em Piada Mortal, que trouxe toda essa nova visão para as atrocidades do Coringa, tal qual Frank Miller fez com Batman em Cavaleiro das Trevas.

Uma história não muito conhecida é Terra de Ninguém, um quadrinho que pode muito bem ter servido de muita inspiração para o filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Depois que um terremoto deixou Gotham devastada, o Coringa resolve sequestrar todos os bebês da cidade e matá-los, simplesmente para aumentar ainda mais o caos.

Um dos momentos mais trágicos foi quando Sarah Essen, oficial da Polícia de Gotham e esposa do James Gordon, vai até o local onde o vilão mantém as crianças aprisionadas e confronta o Coringa. O Palhaço do Crime joga um bebê no chão e quando Sarah se distrai para salvar a criança o vilão a mata com um tiro na cabeça.

Endgame é um arco dos Novos 52 escrito por Scott Snyder e com arte de Greg Capullo que saiu em 2014. A história mostra um Coringa realmente apostando todas suas cartas, pois é como se todo esse tempo o vilão respeitasse a relação que ele tem com o Batman. Mas, a partir do momento em que ele acha que o Batman traiu essa relação, vê que é hora de "parar de brincar" e por um fim, de uma vez por todas, no Cavaleiro das Trevas.

Essa saga é marcada por duas coisas muito importantes, a possibilidade do Coringa ter poderes e ser uma criatura imortal e o desfecho final com a morte tanto do vilão quanto do Batman.

Claro que não iríamos deixar de fora a icônica história, onde um dos acontecimentos mais marcantes de toda a história do Batman aconteceu. Morte em Família é o famoso quadrinho onde o Coringa sequestra o então Robin, Jason Todd, tortura o jovem companheiro do Batman, espanca o rapaz com um pé de cabra e mata Jason com uma explosão em um galpão.

Asilo Arkham não é exatamente um quadrinho que tem o Coringa como vilão principal na trama. Nesta história, Grant Morrison trouxe uma visão bastante sombria sobre o famoso hospício que abriga os vilões do Morcego.

Porém, essa história está nesta lista pois dentre diversos outros vilões, temos uma das versões mais macabras do Coringa já feitas. Leitura praticamente obrigatória para todos que querem se aprofundar mais em algumas problemáticas do Batman.

Essa história é bastante peculiar pois se trata, na verdade, de um "Elseverse", que são histórias localizadas em realidades alternativas, em mundos completamente fora da linha cronológica principal dos quadrinhos.

Em "Eu, O Coringa", com roteiro e arte de Bob Hall, a história se passa em um futuro próximo onde um suposto descendente de Bruce Wayne professa uma estranha religião baseada na figura de Batman. Dentre seus rituais, o mais esperado pelos fiéis é uma luta anual entre o líder da seita e conhecidos "vilões" - na verdade, cidadãos alterados cirurgicamente para se parecerem com os maiores inimigos de Batman. E o Coringa vê-se em meio a lapsos de consciência e resolve insurgir-se contra o sistema e, de quebra, salvar a vida da sua amada, que encontra-se nas mãos de Batman.

Não podemos ignorar também o trabalho de Brian Azzarello em um excelente trabalho completamente focado no vilão, mostrando toda a história por sua ótica.

O quadrinho veio depois do filme onde Heath Ledger encarnou o vilão, por isso, o visual do personagem buscou inspirações na abordagem de Ledger, e inclusive, dessa vez o Coringa não tem nada de cartunesco, é realmente um vilão inescrupuloso capaz das maiores atrocidades (algumas você vê na história).

Essa história é uma homenagem a tudo que existe no Coringa desde o título rebuscando a principal referência da criação do personagem, o filme com Conrad Veidt que tem o mesmo nome.

O Homem que ri traz mais uma vez uma "origem" para o vilão contando suas primeiras aparições, porém o roteiro de Ed Brubaker traz uma respeitosa história que respeita tudo que os grandes fizeram antes dele.

Não, eu não repeti um item duas vezes, a diferença no título é sutil mas existe. Em Morte da Família nós temos a famosa história onde o Coringa arranca o próprio rosto. Nesse arco, o Coringa alega ter descoberto a identidade de todos os membros da Bat-Família e começa a fazer jogos mentais com todos, incluindo Batman e Alfred.

Uma história carregada e pesada onde temos, inclusive, uma cena excelente onde todos os membros da Bat-Família estão em uma mesa de jantar e acreditam que seus verdadeiros rostos foram arrancados e servidos em pratos que estão na mesa.

Se você tiver a oportunidade de conseguir pôr os olhos nessa raridade, é mais do que recomendado que, se você é realmente fã do personagem, você conheça realmente de onde ele veio, por isso recomendamos que você leia a primeira edição do quadrinho solo do Batman (antes era publicado em Detective Comics), onde o seu primeiro vilão foi o Coringa.

Fato curioso é que o vilão deveria morrer ao fim dessa história, mas felizmente decidiram não fazer isso.