As 10 melhores obras de Alan Moore nos quadrinhos!
As 10 melhores obras de Alan Moore nos quadrinhos!
Vamos celebrar o Mago dos Quadrinhos!
Alan Moore é um dos quadrinistas mais celebrados de todos os tempos. O reverenciado escritor, ocultista, mago cerimonial e anarquista ultrapassou os preconceitos contra as histórias em quadrinhos, e até hoje é tido como um dos maiores nomes da literatura mundial de todos os tempos.
Com uma carreira vasta nas costas, ele já anunciou sua aposentadoria das HQs, mas ainda temos muito material para conhecer sua vida e sua obra. Então, segure-se, pois embarcaremos em uma jornada psicodélica e que desafia os limites do universo, enquanto testemunhamos as 10 maiores obras de Alan Moore nos quadrinhos!
Créditos: Divulgação
Capitão Britânia
Embora tenha trabalhado pouco para as grandes empresas de quadrinhos, como a Marvel e a DC Comics, sua participação foi essencial. O autor britânico acabou escrevendo para o selo Marvel UK, e é responsável por uma das obras mais importantes para as HQs modernas da Casa das Ideias: o Capitão Britânia.
Assumindo o herói mitológico com traços históricos das lendas arturianas, Moore subverteu o gênero inserindo uma grande análise quântica às histórias de Brian Braddock. Como consequência, ele é o pai do Multiverso da Marvel, tendo criado, em 1983, o termo "Terra-616", que é usado até hoje para designar a realidade cronológica principal da editora.
Miracleman
Publicado recentemente no Brasil, Miracleman é um exemplo de como Alan Moore ajudou a desconstruir e moldar o super-herói moderno. Enquanto sua primeira passada pela série, em Marvelman, dava pinceladas de como seria o futuro de sua carreira, com vilões fenomenais e a análise completa do que cria os super-heróis, a continuação acaba inserindo elementos ainda mais contemporâneos.
Em suma, Miracleman é uma dissecação do super-herói, tão potente quanto Watchmen. Ao mesmo tempo, serve como uma fria sátira/homenagem a um dos heróis mais clássicos de todos os tempos, o Capitão Marvel original, que vocês conhecem hoje como Shazam. Além disso, a obra foi tão importante que posteriormente passou para as mãos de outra lenda das HQs: Neil Gaiman.
Monstro do Pântano
Trazendo muito de suas invenções para o cenário de quadrinhos norte-americanos, Monstro do Pântano foi uma das primeiras obras que mostrou todo o potencial de criação e alquimia de Alan Moore, tornando o personagem um dos pilares centrais para a Vertigo, enquanto ele inseria elementos básicos de seu popular misticismo na obra.
Moore não apenas reinventou o herói, como também deu a ele um propósito transcendental, em uma história que, apesar de aproveitar toda a mídia das histórias em quadrinhos, era altamente incomum na época - e continua sendo até hoje. E, se serve de incentivo, é aqui que Moore se torna um dos criadores de John Constantine, um dos personagens mais adorados das HQs.
A Liga Extraordinária
Alan Moore sempre se provou um estudioso e um escritor com um vasto repertório literário. E A Liga Extraordinária nada mais é do que a constatação óbvia disso - apesar de quase ter sido arruinada por uma hedionda adaptação nos cinemas. Aqui, a ideia é reunir a maior quantidade possível de heróis e personagens consagrados da literatura fantástica.
E Moore não dorme em serviço, reunindo um elenco composto por personagens das mais diversas origens. Temos Mina Murray, Capitão Nemo, Dr. Jekyll, Orlando e vários outros, como o Homem Invisível e Carnacki. É uma homenagem a ícones da literatura, mas também é uma aventura épica, adulta e sem precedentes. Quem disse que Guerra Infinita era o maior crossover da história?
Do Inferno
Se tem uma coisa que Alan Moore já demonstrou ao longo de toda sua carreira é versatilidade. O autor dificilmente bate na tecla dos mesmos temas da mesma forma, e Do Inferno comprova isso, se provando a obra mais fria e calculista da carreira do escritor. Aqui, a proposta é simples: recontar a história de Jack, o Estripador.
Como era uma figura real da história britânica, ainda que sua identidade seja envolta em mistérios, Moore dá tudo de si para compor a história mais realista possível, ao mesmo tempo em que sabe romancear e narrar de forma assustadoramente primorosa. Além disso, a arte monocromática e pálida de Eddie Campbell merece elogios à parte.
Providence
Gênios costumam se inspirar em outros gênios. No caso de Alan Moore, o autor sempre foi muito atraído pela vida e obra de H.P. Lovecraft, um dos autores de horror mais influentes da história. Na obra mais recente do quadrinista, ele decide homenagear o mestre da forma mais brilhante o possível, escrevendo uma história sobre Horror Cósmico e os enigmas que enxergam a humanidade como formigas.
Providence explora todos os conceitos abordados na obra de Lovecraft, e faz homenagens ferrenhas a ele: o próprio título da HQ é o nome da cidade onde o escritor nasceu e passou boa parte de sua vida. Vale lembrar que a série é uma "continuação" de outras obras de Moore que também abordam a obra de H.P.L., como The Courtyard e Neonomicon.
Promethea
Embora, visualmente, para o público leigo, pareça uma versão genérica da Mulher-Maravilha à primeira vista, a obra de Promethea é uma das coisas mais originais e inspiradoras já concebidas por Alan Moore, conforme o autor tece uma ficção que homenageia o próprio conceito de imaginação.
Aqui, seguimos uma estudante universitária chamada Sophie, que investiga a existência da divindade Promethea, uma mulher que toma forma toda vez que se contam histórias a seu respeito. As duas acabam se tornando uma só, e Moore usa isso de pano de fundo para analisar o culto às histórias em quadrinhos e à narrativa, enquanto esbarra em elementos frequentes de seu trabalho e de sua vida pessoal: ocultismo, magia e espiritualidade.
A Piada Mortal
Engana-se quem pensa que Alan Moore só cruzou o caminho de personagens desconhecidos de cada editora. Em 1988, o autor lançou a obra máxima de um dos vilões mais importantes da cultura pop: o Coringa. Embora seja, essencialmente, uma história do Batman, A Piada Mortal se propõe a dar uma origem ao Palhaço do Crime, ao mesmo tempo em que narra o conflito final entre ele e o Cavaleiro das Trevas.
Brilhantemente ilustrada por Brian Bolland, a obra é curtinha e é essencial para todos os fãs da mitologia do Batman e do Coringa. Trata-se de uma história adulta, repleta de simbolismos capciosos e com uma exploração ferrenha da personalidade psicótica do vilão. Em outras palavras, é uma lenta descida em direção à loucura.
V de Vingança
Alan Moore sempre foi um anarquista, e nunca fez questão de esconder isso de suas obras. V de Vingança, também publicada em 1988 e ilustrada por David Lloyd, é o exemplo perfeito disso. Ainda que seja uma história em quadrinhos no sentido mais puro da expressão, temos aqui uma ferrenha crítica à Inglaterra de meados da década de 80, com o ressurgimento do neofascismo.
Aqui, o Mago dos Quadrinhos cria um protagonista trágico na pele de V, o herói mascarado que precisa, sozinho, lutar contra um sistema extremamente totalitário e opressor. Porém, é a jogada de influência e de revolta popular que torna a obra tão interessante e, ao mesmo tempo, tão atual. É um clássico que merece ser passado por várias gerações.
Watchmen
Em primeiro lugar, não poderíamos ter outra se não a magnum opus - ou a obra máxima - do autor. Watchmen é uma completa e total desconstrução do super-herói, e se inspira fortemente em personagens que foram incorporados pela DC Comics ao longo dos tempos, principalmente os provenientes da Charlton Comics, como o Questão.
Aqui, Alan Moore distorce a realidade para contar a história de uma complexa investigação em torno de um assassino de vigilantes em meio à Guerra Fria. Incorporando todo o medo da época e a constante ideia de que vigilantes não seriam muito bem recebidos na vida real, Moore, ao lado do desenhista Dave Gibbons, cria um épico atemporal em doze edições, e que certamente consta como a primeira entre as melhores histórias em quadrinhos de super-heróis de todos os tempos.