Presa num sanatório: realidade ou fantasia? No episódio “Normal Again” (S06E17), Buffy vai parar em um sanatório. Na verdade, ela nunca saiu de lá. E tudo que assistimos até então era fruto da imaginação da Caçadora.

A cidade de Sunnydale, o conselho dos Sentinelas, a profecia da Caçadora, a maldição de Angelus... Tudo. Tudo estava só na mente de Buffy. O episódio inteiro nos faz questionar se tudo realmente foi realidade ou fantasia dentro da série e marcou os fãs por sua coragem e seu tom mais sombrio.

Angel é um vampiro antigo e o grande amor da vida de Buffy. Só que antes de aparecer na vida dela, ele aprontou muito por aí ao longo de décadas, e teve sua alma aprisionada no corpo de novo e foi amaldiçoado: se mesmo que por um segundo degustasse de um momento de felicidade, sua alma seria libertada do corpo e ele voltaria a ser Angelus, um vampiro bastante cruel e sádico.

A maldição é muito inteligente, pois uma vez que ele tem sua alma no corpo de volta, ele começa a se arrepender de todo o mal que causou e se atormenta eternamente por isso. Então, se ele se sentir feliz, mesmo que rapidamente, ele voltará a causar ainda mais o mal.

Quem dá esse momento de felicidade a ele é justamente a heroína, que está perdidamente apaixonada por Angel na segunda temporada. Porém, com Angelus liberto, Buffy precisa impedi-lo ou o mundo será destruído, para variar. E a Caçadora está tão furiosa com toda essa injustiça cometida, que até mesmo uma bazuca ela usa para impedir seu grande amor em “Innocence” (S02E14).

Faith é, sem dúvidas, uma das melhores adições ao elenco de Buffy na terceira temporada. Ela é exatamente o oposto da heroína em tudo e sua moral e sua ética são bastante discutíveis, mas ela chega chutando a porta e torna Sunnydale muito mais interessante.

Depois de aprontar bastante e conseguir fugir, ela retorna brevemente na temporada seguinte em “This Year's Girl” (S04E15). Faith é quase um presságio para problemas e com isso, Buffy precisa lidar com mais alguns causados por ela.

No fim, as Caçadoras trocam de corpo graças a um dispositivo que Faith conseguiu e, agora que está se passando pela queridinha e adorada Buffy, a Caçadora delinquente infernizará muitas vidas.

Apesar do nome do episódio ser “Buffy vs. Dracula” (S05E01), o melhor momento não é esse embate de titãs, não. A melhor cena é quando descobrimos, após cinco temporadas, que Buffy tem uma irmã.

Dawn Summers aparece pela primeira vez e o melhor de tudo: é como se ela sempre estivesse estado lá, pois todos a conhecem e têm memórias dela e com ela. Porém, os telespectadores não...

Claro que isso acaba sendo resolvido ao longo da temporada, pois o fato não é simplesmente jogado na história sem um motivo (apesar de parecer isso no começo). Na verdade, tudo tem um propósito, em especial a entrada de Dawn na série.

Na reta final da terceira temporada, vemos que a gangue Scooby (o apelido dado ao time de heróis da série) estão próximos de se formar do colegial. Então acontece, obviamente, um pouco daquele melodrama todo com o baile de formatura e tudo o mais que já estamos acostumados a ver em séries e filmes norte-americanos.

Buffy sempre quis ter uma vida normal e isso nunca lhe foi permitido. Porém, no baile de formatura do episódio “The Prom” (S03E20), penúltimo episódio da temporada; logo após serem escolhidos o rei e a rainha da festa, a nossa heroína recebe um prêmio que o comitê da escola criou especialmente para ela: “Guardiã da Classe”.

“Sempre que acontecia algo ou existiam problemas, você estava lá para resolver isso”, está escrito na carta que escreveram para Buffy. A cena é bastante emocionante porque mostra que tudo o que ela fez e para quem fez, foi reconhecido e recompensado.

Joss Whedon não tem dó de matar personagens, mesmo os queridos dos telespectadores. Prova disso é Tara. A bruxa havia acabado de se reconciliar com Willow na sexta temporada, após períodos conturbados que qualquer namoro sofre – inclusive o delas, pois até feitiço de esquecimento foi usado.

Parece que o grande momento de felicidade que Tara sentiu ao lado de Willow era um aviso. Ao menos ela foi sem dor e aproveitou bem seus últimos momentos em "Seeing Red" (S06E19). E sua morte também trouxe sérias consequências para a série a partir daquele ponto.

Depois de ter sido trazida de volta à vida, Buffy não é mais a mesma. Ela frequentemente se questiona sobre seu propósito e o porquê de a terem trazido de volta, sendo que ela estava no paraíso, após o seu sacrifício.

Então, no episódio “Once More With Feeling” (S06E07), um demônio da música e da dança aparece e faz da cidade de Sunnydale um verdadeiro musical, fazendo as pessoas entrarem em combustão após ficarem exaustas de tanto de cantar e rebolar.

Buffy também acaba sendo uma vítima dele e nesse momento acaba desabafando por meio da música tudo o que estava sentindo e pensando, quebrando o coração de seus amigos e dos telespectadores.

A música “Something to Sing About” é claramente um reflexo do que Buffy está passando: ela quer um novo motivo, um novo propósito, mas não consegue achar sentido em nada, já não sente com a mesma intensidade pois tudo perdeu o brilho. E quando ela está prestes a entrar em combustão, eis que Spike aparece e lhe canta a seguinte parte da música:

“A vida não é uma música, a vida é alegria, a vida é só isso... É viver. Você vai se acostumar, a dor que você sente só vai se curar vivendo, você tem que continuar vivendo”. Brilhante, poético, triste.

O destino é poderoso e sádico. E o episódio “The Body” (S05E16) mostra que, às vezes, não há como combatê-lo mesmo. Afinal, Buffy perde sua mãe, Joyce, para nada menos do que um aneurisma cerebral.

É frustrante imaginar que ela morreria dessa forma quando pensamos em todas as tragédias e perigos que essa mulher já viveu sendo a mãe da Caçadora.

A atuação de Sarah Michelle Gellar nesse episódio, também é incrivelmente convincente, o que torna a morte da Joyce apenas mais trágica do que ela já é.

Em “Prophecy Girl” (S01E12), Buffy finalmente confronta O Mestre, o grande vilão da temporada. E, sem rodeios: ela morre. Isso aconteceu novamente depois, mas sua primeira morte foi o que desencadeou muitos outros acontecimentos na série logo depois.

Ela dizendo “eu não quero morrer” e então nos damos conta de que ela é só uma garota de 16 anos lidando com o mundo em suas costas... É devastador, no mínimo. Pobre Buffy.

Se tem algo em que a Buffy se supera sempre é em dar discursos. Ela faz vários, ao longo da série, que são de apertar o coração. Aliás, não apenas ela, como outros personagens também em momentos chave. Mas no episódio “Bring on the Night” (S07E10), chega a um outro nível.

Na ocasião, Buffy revê seu antigo mentor Giles e acaba descobrindo que precisará de todas as Caçadoras em treinamento que conseguir para derrotar O Primeiro Mal da terra, a ameaça da temporada. Depois de uma bela surra, ela dá um dos discursos mais inspiradores e corajosos da história da TV.

“Você está certo. Não sabemos como lutar contra isso, não sabemos quando vai vir. Não podemos correr, não podemos nos esconder. Não podemos fingir que não é o fim, porque é. Sempre existiu algo tentando destruir o mundo. Nós derrotamos todos. Mas não estamos mais lidando com eles. Estamos lidando com a razão pela qual eles existem. O mal. O mais forte. O Primeiro”.

Giles tenta interromper Buffy, dizendo que ela deve estar cansada (pff!). E Buffy retruca:

“Estou mais do que cansada. Estou mais do que assustada. Eu estou em cima da boca do inferno e ele vai me engolir inteira. E vai se engasgar comigo. Nós não estamos prontos. Eles não estão prontos. Eles acham que nós vamos esperar pelo fim do mundo como sempre fazemos. Eu estou farta de esperar. Eles querem um apocalipse? Nós daremos a eles. Se alguém mais quiser correr, faça isso agora porque nós acabamos de nos tornar um exército. Acabamos de declarar guerra. De agora em diante, não vamos mais enfrentar nossos maiores medos, nós vamos atrás deles. Nós vamos achá-los e vamos arrancar seus corações, um por um... Até que O Primeiro apareça e mostre sua verdadeira forma. E eu mesma vou matá-lo. Só há uma coisa mais forte nesse mundo do que o mal. Nós. Alguma pergunta?”. E o episódio acaba. Uau.