Os mutantes vinham crescendo vertiginosamente no Universo Marvel, e, para tanto, precisava-se de uma solução para mantê-los como minoria e não fazer deles os dominantes do mundo. O que se faz, então? Dinastia M, é claro.

Depois de enlouquecer completamente (A Queda), a Feiticeira Escarlate é mantida sob os cuidados de Xavier, até que, através de manipulações, ela acaba recriando uma realidade onde tudo vai bem para os heróis... até que alguns deles começam a se lembrar do passado na Terra-616!

Escrita magistralmente por J. Michael Straczynski e com desenhos de Gary Frank, Poder Supremo nada mais é do que uma reimaginação adulta e mais realista do Esquadrão Supremo criado por Roy Thomas durante seu run nos Vingadores.

Aqui, tudo é visto de uma ótica mais severa, desde o momento em que Hipérion (um óbvio análogo ao Superman) é enviado para a Terra e criado pelo governo norte-americano, até a formação da equipe de heróis cujas vidas até então nunca foram fáceis.

Entre roteiristas de quadrinhos, poucos tem um domínio e uma escrita tão potentes quanto Neil Gaiman. O autor é responsável por séries de fantasia incríveis como Sandman, então quando ele se juntou com a Marvel para fazer uma história de super-heróis situada na Era Elizabetana, todos sabiam que coisas grandiosas estavam a caminho.

Ele reimaginou os personagens, e muitos deles sequer tinham poderes. Peter Parker, por exemplo, vira Peter Parquagh, aprendiz do Sir Nicholas Fury. Os personagens com poder são vistos como monstros, assim como seriam naquela época. E os desenhos de Andy Kubert dão um toque sublime à narrativa.

Proposta como a última história do Demolidor, Fim dos Dias segue um ar de homenagem, até mesmo por sua equipe criativa composta por autores e desenhistas que já tinham história com o personagem, como Brian Michael Bendis, David Mack, Klaus Janson e Bill Sienkiewickz.

Seguindo uma trama a la Cidadão Kane, a história vai atrás de Ben Urich, que investiga a última palavra dita pelo Demolidor antes de sua brutal morte pelas mãos do Mercenário. No caminho, ele descobre e reencontra alguns rostos familiares para o Diabo da Guarda de Nova York...

Possivelmente a história mais famosa de todas as referentes à universo alternativo na Marvel, Dias de um Futuro Esquecido é a história perfeita situada em um futuro distópico, considerada uma das histórias mais influentes dos anos 80.

Na história, Kitty Pryde é enviada de um futuro onde mutantes são duramente caçados direto para o passado, onde ela deve impedir a Mística de matar o senador anti-mutante Robert Kelly. Depois do arco de duas edições, o universo de Dias de um Futuro Esquecido fora revisitado algumas vezes, quando a filha de Scott Summers e Jean Grey também é enviada ao passado ou no prelúdio Wolverine: Dias de um Futuro Esquecido.

Outra história de despedida, O Velho Logan, concebida por Mark Millar e com desenhos de Steve McNiven é uma história que tem ganhado uma relativa popularidade nos últimos anos, especialmente pela suposição (quase confirmada) de que será a história por trás do terceiro filme solo do Wolverine nos cinemas - e último da carreira de Hugh Jackman como o personagem.

Aqui, somos transportados a um mundo desértico e distópico onde os vilões se juntaram para derrotar os heróis - e conseguiram! Agora, a América é dividida em faixar territoriais comandadas por esses vilões e o Wolverine, ao lado de um idoso e cego Gavião Arqueiro, precisa fazer sua jornada de um lado a outro do país.

Uma das histórias magistrais do Deus da Mentira, Loki é uma minissérie em quatro partes escrita por Roberto Rodi e desenhada por Esad Ribic. Aqui, Loki finalmente ganhou o que tanto queria: o trono de Asgard e a humilhação de seu irmão, Thor Odinson.

Em meio à visitas de familiares e palavras trocadas com asgardianos caídos, Loki entra em uma jornada de reflexão pessoal e reencontro com seu passado... culminando num fim tenebroso e muito bem arquitetado.

Situados no universo alternativo mais conhecido da Marvel, o Universo Ultimate, os dois arcos de histórias compõem o surgimento da equipe dos Supremos, os Vingadores desse mundo alternativo, bem como a expansão da equipe e suas aventuras pelo mundo.

Com uma pegada um pouco menos amigável que a do Universo-616, Supremos subverte nossa visão dos Vingadores, trazendo por exemplo, o Capitão América como um veterano ultra-conservador e xenofóbico, bem como um Thor que não sabemos se é deus ou apenas um insano. Apenas fique bem longe do terceiro volume da série.

A Era do Apocalipse foi um arco gigantesco que nos ofereceu uma das melhores reimaginações de personagens de quadrinhos até o presente momento. Vilões se tornaram heróis e heróis se tornaram vilões, como por exemplo, Dentes de Sabre e Solaris, respectivamente.

Um dos raros mega-eventos que muitos fãs não queriam que chegasse ao fim, a Era do Apocalipse foi um momento sombrio para os X-Men, agora única defesa da humanidade contra um Apocalipse vencedor.

De um futuro alternativo para o outro, a Terra X surgiu da brilhante mente do desenhista Alex Ross, como uma espécie de homenagem à toda a cronologia da Marvel. Uma versão análoga da Marvel ao Reino do Amanhã da DC (também concebido por Ross), aqui vemos como seria se todos os seres tivessem poderes.

Abordada sob a ótica distante do Vigia, a história emocionante é uma perfeita reconstrução e reinvenção não apenas de personagens, como também do modo de criação de um universo que nos cativou durante tantos anos.

Assustado? Não fique! Por incrível que pareça - e muitos ainda desconhecem isso - toda a história contada através dos filmes, séries e HQs relacionadas ao Universo Marvel nos cinemas e na TV faz parte de um universo alternativo: a Terra-616.

Até então, tivemos uma grandiosa construção de personagens e ideias que dialogam bem com os quadrinhos, mas ainda assim, tem liberdade e podem contar sua própria história, sem precisar necessariamente se manter 100% fiel às histórias impressas no papel.