Varys é um dos melhores personagens de Game of Thrones. E não digo isso apenas como fã do personagem. Ao longo de todas as temporadas, ele sempre se mostrou uma figura ardilosa e que muda facilmente de lado. Contudo, seu interesse nunca foi o poder pelo poder, e sim a proteção do povo.

Sua execução pelas mãos de Daenerys Targaryen é a prova viva de que a Mãe dos Dragões se corrompeu e está seguindo exatamente os passos de seu pai. A morte do personagem é vergonhosa, principalmente porque só serve para escancarar as motivações de terceiros.

Por mais que muitos fãs estejam com problemas a respeito do arco de Jaime Lannister, sua construção até aqui sempre o fez de um servo e amante extremamente leal à sua irmã, Cersei. Ainda assim, talvez sua melhor cena no episódio é compartilhada com seu outro irmão, Tyrion.

Tyrion invade o acampamento onde o Regicida está sendo mantido refém, e o liberta para que possa ter uma chance de fugir com Cersei e libertá-la antes que Daenerys incendeie tudo. É uma cena bem tocante, onde Tyrion confessa o carinho e respeito que sente por seu irmão mais velho.

Você pode procurar todos os argumentos possíveis para tentar defendê-la, mas a verdade é que Daenerys Targaryen sempre foi uma tirana – agora só estamos podendo ver mais de perto as suas ações. E ainda assim, não podíamos perder um momento vergonha alheia entre ela e Jon Snow.

Tudo aqui é motivo de constrangimento. Ver a “Quebradora de Correntes” culpando Sansa Stark pela morte de Varys, o beijo forçado entre os dois e a declaração de amor de Snow... nada faz sentido, mas ao menos é um prenúncio da queda iminente da Targaryen.

Se formos analisar do ponto de vista moral, esse item aqui podia entrar facilmente como um dos piores – pela morte de inocentes e pela tomada sanguinária do trono. Entretanto, estamos falando de Game of Thrones – uma série que sempre nos mostrou que o poder só é tomado a força.

Como cena de ação, a queda de Porto Real é novamente uma das maiores batalhas já mostradas na série – talvez, me arrisco a dizer que é a batalha mais visceral e sangrenta que a série já nos mostrou. Tanto do ponto de vista técnico como narrativo, é um dos pontos altos da temporada.

Cersei Lannister é muitas coisas. Ardilosa, perversa e astuta. Mas definitivamente não é a pessoa que veria todo seu reinado sendo destruído sem fazer nada. E é exatamente isso que ela faz durante todo o episódio: nada. Ela fica na janela o tempo inteiro.

Já vimos a rainha explodir uma cúpula cheia de seus inimigos e até mesmo causar mortes por conta própria. Por mais que ela não tivesse poder algum contra um dragão e um exército bárbaro, ela jamais ficaria parada observando tudo ruir. No mínimo, já teria se escondido bem antes de toda a devastação.

Euron Greyjoy entrou faz pouco tempo na série, mas já era considerado pelos fãs como um dos seres mais desprezíveis existentes nos Sete Reinos. Aqui, finalmente temos a chance de testemunhar seu fim em uma batalha sofrida com Jaime Lannister, enquanto o Regicida procura sua Rainha.

Em termos de ação, é uma baita cena interessante, que nos faz torcer para que o Lannister consiga derrotar o líder da Frota de Ferro. E mesmo morto, Euron ainda sai vitorioso por conseguir ferir Jaime mortalmente. Se o castelo não tivesse caído em cima dele antes, o Regicida teria morrido de qualquer jeito.

O Cão de Caça é um dos personagens mais complexos da história de Game of Thrones, tendo um arco dramático interessantíssimo e um confronto latente com seu irmão mais velho, o Montanha – que é responsável por todo o tormento sofrido por ele ao longo de sua vida.

Aqui, finalmente testemunhamos a luta gloriosa entre essas duas forças da natureza, cada qual usando todas as suas técnicas para matar um ao outro. Ao fim, os dois encontram seu destino quando Sandor Clegane consegue sua vingança, se atirando com seu irmão pela torre do castelo.

Ao longo de todos esses anos, vimos Arya Stark crescer e deixar de ser uma criança rebelde para se tornar a guerreira mais letal de Westeros, tendo inclusive matado o Rei da Noite e eliminado a ameaça dos Caminhantes Brancos, ao menos por enquanto.

Quando ela decide ir para Porto Real, já esperávamos seu encontro final com Cersei Lannister, mas ela abdica de sua vingança num piscar de olhos. Queríamos ao menos ter visto o reencontro das duas – e por mais que isso esteja entre os piores momentos, possibilitou a existência de um dos melhores:

Daenerys Targaryen finalmente cumpriu seu destino. Ignorando as milhares de vidas inocentes, ela queimou Porto Real, conquistando o trono com fogo e sangue. Mas se há uma lição a ser aprendida aqui é que a guerra é brutal e não é nada gloriosa.

A cena em que vemos Arya Stark correndo entre os caídos é excepcional. A todo custo, ela tenta salvar sua vida e até ajudar alguns em seu caminho, mostrando as consequências dessa tomada abrupta de poder. Esperamos veementemente que ela possa ser uma peça importante no episódio final.

É seguro dizer que Jaime e Cersei Lannister são dois dos pilares da série. Eles estão presentes desde o primeiro episódio, e apesar de terem sido transformados ao máximo nas temporadas subsequentes, sua essência sempre manteve a mesma. Um sempre foi fiel ao outro.

Por mais que alguns fãs julguem a morte dos dois indigna – ainda mais depois de ver Cersei plantada na janela por uma hora e meia – é preciso dizer que trata-se de um dos momentos mais sinceros e verdadeiros do episódio. Os dois leões foram esmagados pelo dragão, mas ficaram juntos até o fim.