As 10 maiores diferenças entre as animações da Disney e as da Pixar

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As 10 maiores diferenças entre as animações da Disney e as da Pixar

Por Gus Fiaux

Hoje em dia, a Disney detém o maior mercado cinematográfico de animações do mundo, já que possui seu próprio estúdio e também é dona da Pixar. Juntas, as empresas sempre produzem o que há de melhor no campo dos filmes animados – e inclusive rola um intercâmbio muito interessante entre as duas.

Ainda assim, os longas produzidos por uma são distintamente diferentes dos que são produzidos pela outra, devido a uma série de fatores, como o histórico de cada estúdio, os criadores por trás deles e até mesmo as técnicas de narrativa e animação. Aqui, você conhecerá as 10 maiores diferenças entre os filmes da Disney e os da Pixar!

Isso não significa que as discrepâncias aqui apresentadas valem para todo o repertório dos estúdios, e quando isso acontecer, apresentarei algumas exceções às regras.

Créditos: Walt Disney

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Contos de Fadas

Desde a origem de seu estúdio animado, a Walt Disney se popularizou pelas adaptações de contos-de-fadas e livros de fantasia. Não é à toa que Branca de Neve e os Sete Anões e Pinóquio são os primeiros filmes da empresa.

Por outro lado, a Pixar sempre foi mais inventiva em suas histórias. Muito raramente o estúdio se baseia em uma obra já pronta, ou até mesmo em contos famosos. Em vez disso, a equipe de roteiristas busca o que há de mais inovador no campo narrativo.

Exceções: Há vários outros filmes da Disney baseados em conceitos originais; Valente (Pixar)

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Musicais

Quem conhece a Disney, sabe que a música sempre foi um importante elemento das animações do estúdio. Quantas vezes já não nos pegamos cantando o tema de Frozen: Uma Aventura Congelante ou as canções deliciosas de O Rei Leão e A Bela e a Fera?

A diferença está no tratamento. Enquanto a Disney opta por musicais, onde o desenvolvimento dos personagens é ilustrado através das canções, a Pixar prefere trabalhar com música apenas como plano de fundo - o que não significa que não haja excelentes músicas no repertório do estúdio, ainda mais se considerarmos as composições de Randy Newman.

Exceções: Viva: A Vida é uma Festa (Pixar); Detona Ralph, Operação Big Hero (Disney)

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Romance

Ah, o amor está no ar. Todo mundo sabe que a Disney, ao longo dos seus vários anos, nos apresentou os melhores contos de romance que poderíamos imaginar. Temos exemplos extremamente marcantes, como A Dama e o Vagabundo, A Bela e a Fera e A Pequena Sereia.

Na Pixar, também não faltam casais apaixonados. A diferença é que os filmes muito raramente contam uma história de amor. Pegue, por exemplo, Wall-E e Up: Altas Aventuras. Ambos possuem uma forte história de amor, mas é uma trama secundária dos personagens, e não a questão principal dos filmes.

Exceções: Bolt: Supercão, O Galinho Chicken Little, Mogli: O Menino Lobo (Disney)

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Vilões e antagonistas

Uma diferença bem básica entre os filmes da Disney e os da Pixar estão nos vilões e antagonistas. Enquanto a Disney quase sempre teve vilões que realmente se colocavam contra os heróis, forçando uma disputa quase sempre entre bem e mal, a Pixar sempre fez o oposto.

Os filmes do estúdio, em vez de conterem vilões, trazem antagonistas. Tratam-se de inimigos ideológicos dos heróis, mas que em vez de serem contra eles totalmente, se colocam no caminho de seus objetivos. Enquanto isso, a Disney geralmente apresenta as próprias encarnações do mal.

Exceções: Os Incríveis (Pixar); Zootopia: Essa Cidade é o Bicho, Moana: Um Mar de Aventuras (Disney)

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Riscos emocionais

Quem aí está pronto para chorar? Pois bem. Lá vamos nós. Tanto a Disney quanto a Pixar são estúdios que, apesar de teoricamente produzirem conteúdo infantil, nunca tiveram medo de ousar no impacto emocional causado por seus longas. Basta lembrar da morte da mãe de Bambi ou a cena inicial de Up: Altas Aventuras.

A diferença, no entanto, é que a Disney apela para dilemas emocionais mais acessíveis ao público infantil. A perda dos pais, a fuga de casa, a morte de um amigo ou ente querido. Enquanto isso, a Pixar mira mais em temas um pouco complexos, como a metáfora ao desapego em Toy Story 3, ou a depressão, como em *Divertida Mente.

Exceções: O Bom Dinossauro (Pixar); Frozen: Uma Aventura Congelante, Pocahontas (Disney)

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Personagens mais tridimensionais

Parando para analisar bem os personagens principais dos filmes de cada estúdio, temos uma análise ainda mais frutífera, conforme a Disney geralmente preza por uma padronização maior de seus heróis, seja na caracterização física ou até mesmo na personalidade.

A Pixar, por outro lado, aposta em personagens mais tridimensionais - e não apenas porque a animação é em 3D. Isso significa que tanto em caracterização quanto em moralidade, os personagens são muito mais cheios de camadas, e não os moldes perfeitos de sempre. Como exemplo, basta lembrar da Alegria de Divertida Mente, que é egoísta e pouco empática com seus colegas.

Exceções: Detona Ralph, Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (Disney)

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Filmes mais acessíveis para o público adulto

Se você é pai, a chance é que não suporte mais ouvir Let it Go, ou qualquer outra música de animação da Disney. Isso não é um problema, já que os desenhos do estúdio, em sua grande maioria, são definitivamente voltados para um público mais infantil - ainda que vários adultos, como eu, se conquistem por esses universos fantásticos.

Por outro lado, a Pixar também produz conteúdo infantil. O foco deles, no entanto, é outro. Apesar de ser um estúdio de animação, a Pixar busca cada vez mais por tramas para todos os públicos, inclusive o público adulto. A chance é que você se emocione mais com Procurando Nemo sendo um pai do que um filho.

Exceções: Fantasia, O Caldeirão Mágico (Disney); Carros (Pixar)

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O papel do artista

Conforme aumentam-se as discussões sobre o papel dos produtores e do estúdio em um filme, mais se volta para um tópico bem importante nas discrepâncias da Disney para a Pixar. Basicamente, na casa do Mickey Mouse, as animações são encomendadas pelo estúdio, que buscam artistas para trabalharem nelas.

Já na Pixar, o modelo é bem diferente. O estúdio é considerado director-driven - ou seja, o diretor tem toda a autoridade em seu filme -, e isso traz animações muito autorais, deixadas nas mãos de quem realmente tem um comprometimento com as histórias. Isso não significa que as animações da Disney sejam inferiores, apenas que as da Pixar são mais autorais.

Exceções: Carros 2 (Pixar), Fantasia, Branca de Neve e os Sete Anões, O Ursinho Pooh (Disney)

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Inovação

Como eu disse anteriormente, o maior mercado de animação do mundo se concentra entre a Walt Disney Animation Studios e a Pixar. Qualquer outra concorrente fica anos-luz atrás das duas pioneiras. Porém, até mesmo o foco e o interesse na animação é diferente.

A Disney se especializou, ao longo dos anos, em animação 2D, geralmente feita a mão. Enquanto isso, a Pixar, desde sua origem, foi porta-voz para o 3D animado, e criou tecnologias surpreendentes para isso. Claro que, depois que a Disney comprou a Pixar, e passou a ter um intercâmbio maior com o estúdio, os dois passaram a trabalhar com o melhor da animação computadorizada.

Exceções: Todos os filmes a partir de Enrolados (Disney)

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Ponto de partida

Como já foi dito por alguns envolvidos nos dois estúdios, a Disney e a Pixar distanciam seus produtos logo através da premissa. E isso é muito simples de se notar. Os filmes da Disney são encabeçados por um "Era uma vez...", ainda que nem sempre literalmente. Mas isso casa perfeitamente com as histórias de princesas, animais falantes e personagens carismáticos.

Por outro lado, a frase que motiva a Pixar é "E se...?". Basta notar: E se Carros falassem? E se Monstros trabalhassem em uma empresa na qual precisam assustar crianças? E se todos os membros de uma família fossem super-heróis? É através do questionamento curioso e incisivo que a Pixar consegue armar tramas cada vez mais inventivas, originais e inspiradoras.