10 livros e HQs que lidam com mitologia na modernidade!

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10 livros e HQs que lidam com mitologia na modernidade!

Por Gus Fiaux
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Thor

Para começar, podemos mencionar uma figurinha conhecida para quem acompanha universos de super-heróis, seja nas HQs ou nos cinemas. O Thor é um personagem baseado no deus homônimo da mitologia nórdica. Suas histórias trazem elementos importantes dessa cultura e também dialogam com diferentes mitologias, como no caso da relação do herói com os deuses gregos e celtas. Ao mesmo tempo, o asgardiano vive na modernidade e interage com super-heróis, tendo se tornado um herói moderno.

Para quem tiver interesse, recomendo o arco Thor: Deus do Trovão, no qual, além de interagir com duas versões próprias suas - o Jovem Thor e o Rei Thor -, o Filho de Odin também se relaciona com deuses de diversos panteões - ainda que boa parte seja inventada exclusivamente para a história.

Curiosamente, ao criá-lo, Stan Lee queria fugir um pouco da mitologia greco-romana, que já era muito explorada na época.

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Chamado da Deusa

P.C. Cast é uma escritora que ficou famosa por sua série de livros A Morada da Noite, que explora um pouco de romance e fantasia urbana, já inserindo algumas subtramas envolvendo mitologias pagãs. Em O Chamado da Deusa, ela eleva isso à máxima potência.

Ao longo de sete livros, a autora conta várias histórias paralelas, que tem como elo em comum a relação com alguma deusa, normalmente dos panteões greco-romanos. Podemos ver na história seres normais e contemporâneos tendo suas preces atendidas por divindades como Gaia, Artemis, Deméter e até mesmo Hécate.

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Camelot 3000

Fugindo um pouco de mitologias com divindades e religiões envolvidas, vamos abraçar uma deliciosa aventura inspirada por lendas Arturianas. Camelot 3000 se passa no século XXX, quando a Terra sofre a invasão de alienígenas. Isso é o bastante para que o Rei Arthur ressurja de seu túmulo e salve seu povo.

A história mescla muito bem ficção científica com fantasia e proporciona releituras surpreendentes sobre os Cavaleiros da Távola Redonda. Além disso, é uma história fechadinha que não requer conhecimento de outros recantos do Universo DC, sustentando-se independentemente. Vale lembrar que a HQ é escrita por Mike W. Barr e conta com a estupenda arte de Brian Bolland, que também desenhou A Piada Mortal.

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Cavaleiros do Zodíaco

Deixando de lado a cultura ocidental, vamos falar do mangá que rendeu um dos animes mais aclamados de todos os tempos. Cavaleiros do Zodíaco mescla o melhor do oriente com mitologias ancestrais, especialmente greco-romanas.

Temos aqui Cavaleiros de Ouro abençoados por deuses, digladiando entre si pela chance de se provar à frente das divindades. E vale lembrar que a saga não se restringiu apenas à esse tipo de panteão, buscando inspirações também na mitologia nórdica para sua Saga de Asgard - que na realidade, só existe no anime. E se isso ainda não te convenceu a procurar mais sobre o assunto, é aqui que todas as pessoas de humanas atualmente tiveram o primeiro contato com astrologia.

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Eternos

Jack Kirby é um gênio. Ponto final. Naquela que é considerada uma de suas mais importantes criações, Os Eternos, o desenhista explora uma nova forma de se ver os mitos e lendas clássicos. Eternos são uma raça de seres que foram manipulados geneticamente pelos Celestiais, ganhando poderes divinos e sendo colocados para lutar contra os Deviantes.

Contudo, eles estão presentes no mundo desde antes do surgimento do homo sapiens e seus poderes os fizeram ser muito parecidos com os Deuses Gregos. Eles chegaram a "trocar de lugar" por um tempo, levantando o questionamento: essas divindades eram seres realmente mitológicos, ou o homem da antiguidade adorava criaturas "produzidas" por alienígenas?

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A Batalha do Apocalipse

Afinal de contas, nosso trabalho também é divulgar e enaltecer autores brasileiros. Em A Batalha do Apocalipse, Eduardo Spohr cria um grande épico de ficção nacional, lidando diretamente com boa parte do imaginário e da mitologia cristã.

O livro sabe misturar bem a religião e a fantasia, criando uma trama complexa que envolve anjos, Deus e até mesmo uma feiticeira, sem deixar de lado o gostinho nacional - parte da trama se passa no Rio de Janeiro. Do livro, surgiu uma trilogia spin-off, chamada Filhos do Éden.

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Sandman

Andando um pouco novamente para a DC Comics, mais especificamente para o selo Vertigo, podemos lembrar de uma das maiores criações de Neil Gaiman: Sandman. A saga de Morfeu é considerada a obra máxima do autor e lida com aspectos psicodélicos e metafísicos, além de narrar uma história madura sobre a efemeridade da vida, mesmo para os Perpétuos.

Aos poucos, a série acaba tocando em alguns aspectos culturais bem interessantes, e no arco Estação das Brumas, Gaiman tem a genial ideia de fazer Lúcifer se "aposentar" do inferno. De imediato, diversos deuses de diferentes mitologias aparecem para reclamar o submundo e isso rende até uma participação bem curiosa de Odin, Thor e outros deuses nórdicos.

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Percy Jackson e os Olimpianos (e seus derivados)

Um fenômeno infanto-juvenil que dominou o mundo literário nos últimos anos - e infelizmente não conseguiu repetir o feito nos cinemas - Percy Jackson e os Olimpianos é uma saga divertida e despretensiosa que explora a vida de um garoto ao descobrir que é um Semideus. A partir daí, tudo vira de cabeça para baixo e ele se vê numa jornada para derrotar o titã Cronos.

E depois que a série principal foi concluída, o autor Rick Riordan não perdeu tempo em explorar outras mitologias através das séries derivadas. Desde então, ele já visitou os mitos gregos, romanos, egípcios e atualmente está focado em deuses nórdicos.

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The Wicked + The Divine

The Wicked + The Divine é, sem dúvidas, o meu item favorito da lista, e eu jamais cansarei de recomendá-lo. Resumindo a premissa de forma bem básica: a cada 90 anos, deuses reencarnam em jovens, se tornando ídolos culturais na Terra. Eles vivem por dois anos e morrem, para só retornarem 90 anos depois. Dessa vez, eles vieram para se tornar astros pop, mas acabam se envolvendo em uma trama que envolve assassinatos, e com isso, trazem alguns mortais para o centro.

O genial da HQ está na forma como ela adapta e reformula deuses de diferentes panteões e culturas para uma linguagem moderna. A história não tem medo de ser violenta e gráfica, mas aproveita para fazer várias referências culturais no caminho. E, mais importante que isso, ela analisa, de forma quase alegórica, a forma como celebridades são adorados e endeusados como divindades.

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Deuses Americanos

Prestes a ganhar uma série de TV pelo canal Starz, Deuses Americanos é uma obra genial, por lidar de uma forma tão filosófica com o conceito de divindades e como elas dependem diretamente da adoração de seus súditos. Aqui, vemos a história através dos olhos de um ex-presidiário, que é contratado por um homem misterioso para participar de um conflito ideológico e moral, onde os Deuses Antigos enfrentam Novos Deuses.

E o mais genial é perceber que esses Novos Deuses são representações de coisas adoradas atualmente - a mídia, a internet, dentre outros -, que vieram para tomar o lugar do culto ao sagrado. Ao mesmo tempo, há uma trama semi-política de fundo, que se mistura ao desenvolvimento do personagem principal enquanto ser humano.