10 lições de vida que podemos tirar das histórias dos heróis!

Capa da Publicação

10 lições de vida que podemos tirar das histórias dos heróis!

Por Márcio Jangarélli

O tema foi sugerido pelo leitor The Doctor.

Imagem de capa do item

Emma Frost e o perdão

Se tem uma palavra que combina bem com a ex-vilã é redenção. Depois de todo o passado tumultuado, Emma começa seu processo de redenção antes de encontrar o amor nos olhos vermelhos do Cykes, que, junto com Xavier, a ajudam desenvolver o gosto por ensinar e proteger os novos mutantes, processo começado ainda no Clube do Inferno, com o grupo dos Satânicos; Frost tem seus talentos como professora reconhecidos pelo Professor X, ainda que possam ser bem questionáveis. A moça é tão boa no que faz que se torna Diretora do Instituto Xavier.

Além de uma lição de autoconhecimento e redenção consigo mesma, a Rainha Branca também ensina o quão difícil é atingir tais objetivos, visto que ralou e apanhou muito, em meio a muito humor esnobe e roupas que não funcionam na prática, nem tanto por um perdão externo, mas pela redenção interna.

Imagem de capa do item

Matt Murdock e a justiça falha

A história d'O Homem Sem Medo é lotada de lições importantíssimas, muito difícil garimpar e escolher uma. Porém, visto que um dos pontos principais do caráter de Murdock é, além da justiça, o castigo, uma das passagens mais marcantes do Demolidor fica, sem dúvidas, para quando Matt entende que a justiça, pelo menos o sistema judiciário, é bem mais cega que ele.

O arco Redenção, uma saga judicial do Demolidor, foca exatamente nesse ponto: um embate jurídico de um caso que, por mais que os contratantes de Murdock sejam inocentes, pelo menos Matt acredita nisso, a dama da justiça não é nem um pouco favorável aos jovens, por fatores exteriores à culpa e ao crime.

Imagem de capa do item

Ciclope e o lado cinza da força

O líder dos X-men tem sua moral colocada à prova em diversas sagas, porém, o desafio mais crucial fica nos quadrinhos pós-Dinastia M. Scott percebe o quão frágil a raça mutante está e, enfim, tem que decidir limites, até que ponto é correto chegar para proteger os companheiros.

É uma mudança gradual, porém, importantíssima, mostrando que nem tudo é preto e branco, algumas áreas são extremamente cinzas, principalmente quando se trata de ameaças àquilo que mais amamos.

Imagem de capa do item

Homem Aranha e a autoconfiança

O que seria de Spidey sem sua autoconfiança? O amigão da vizinhança nem sempre é pintado como tão amigo assim, em diversas sagas sendo perseguido, principalmente pela mídia, colocando em cheque sua capacidade como herói. Ainda, as perdas pelo caminho e a culpa que vai crescendo como uma bola de neve quase esmagam o herói em certos pontos.

Se tem uma coisa para aprender com o teioso é que, por mais que nos ataquem, das maneiras mais baixas possíveis, com um pouco de autoestima, confiança, coragem e bom humor, ainda é possível virar o jogo, não é mesmo? Afinal de contas, se você não ama a si mesmo, como vai amar e cuidar de outra pessoa?

Imagem de capa do item

Tony Stark e nossas reinvenções

O maior playboy dos quadrinhos, o Homem de Ferro teve que se reinventar não uma, mas várias vezes durante a história para chegar no super-herói que é hoje. Mesmo que ainda seja cheio de erros, Stark passou por várias barras pesadas pelo caminho, de vícios ao pesadelo das perdas, que serviram para moldar tanto o caráter, no começo, bem dúbio, quanto a força do herói.

O mais importante, talvez, tenha sido Tony perceber que, se queremos mudar o mundo, precisamos começar mudando nós mesmos antes, pedaço por pedaço, fio por fio, placa por placa.

Imagem de capa do item

Superman e o pertencer

O Homem de Aço é um dos seres mais poderosos andando pela face da Terra quadrinesca e é preciso muito autocontrole quando se tem tal fardo. Muitos colocam que a principal lição tirada do Superman é o ideal de abraçar seu destino, mas não sei se vai muito por esse caminho. Ainda que com-grandes-poderes-venham-grandes-responsabilidades™, não é obrigação ou destino que tornam Clark um herói, ele podia ficar bem de boa num canto ou escravizar o planeta, se quisesse.

Além de um grande senso de autocontrole, afinal, ele pode acabar matando qualquer um se não dosar sua força, o principal do herói é o sentimento de amor pelo planeta que o acolheu, o sentimento de casa. Muito apostam em altruísmo também, mas não é egoísta ser só um caso de botar ordem e proteger sua própria casa, afinal, ele só tem essa.

Imagem de capa do item

Batman e a família

O morcego de Gotham é um dos personagens mais sofridos e problemáticos da DC. Se tem uma lição que ele pode trazer explicitamente é o quanto a vida é cruel e como essa violência do destino acaba nos moldando formas bem duvidosas.

Mas nem só de tristeza vive o morcegão. Por mais perdas e dor que esta tenha acarretado, uma das maiores lições que o Batman oferece é que família não precisa ser de sangue. A família que o Cavaleiro das Trevas criou à sua volta, com aprendizes e mais aprendizes, amigos e até alguns colegas mais problemáticos, mostra o quanto que, quando em falta de laços sanguíneos, família se constrói com os laços mais disfuncionais - e nem por isso é pior ou melhor. É só família.

Imagem de capa do item

Mulher-Maravilha e a luta pelo espaço feminino

A Mulher-Maravilha foi elencada aqui por conta de todo seu histórico, mas pode ser substituída por qualquer heroína feminina, antiga ou atual. É a mesma lição de sempre e, nem por isso, fica desgastada - essa vale a pena ser repetida quantas vezes for preciso. Princesa Guerreira Diana é um dos maiores exemplos da mulher conquistando seu espaço mais e mais.

Por mais altos e baixos que a história de Diana tenha passado, ela sobreviveu a toda história dos quadrinhos e nunca parou, às vezes servindo de única representatividade para as meninas nas revistas. E nem precisamos entrar no quanto representatividade é importante, certo? Ou você já se esqueceu quantas vezes viu alguém vestido ou já se vestiu do seu herói favorito, escolhia ele para brincar com os colegas quando pequeno, tinha um exemplo, citações e mais citações para usar e se orgulhar? As meninas merecem tudo isso também. Merecem o espaço conquistado pelas heroínas, merecem figuras de ação, fantasias, merecem heroínas não sexualizadas ao extremo, citações, merecem exemplo.

Imagem de capa do item

Khamala Khan e quem quer ser um herói?

E falando de mais uma do time girlpower, Khamala Khan, a nova encarnação da Ms. Marvel, já traz direto o mesmo tema, de forma diferente. Khamala é adolescente, paquistanesa, mulher, muçulmana e inumana. Por mais controvérsias que cada traço de sua personalidade tenha gerado, a menina assumiu o poderoso manto de Ms. Marvel e mostrou aquilo que o Homem Aranha já explorou lá atrás, com uma nova roupagem: qualquer um pode ser um super-herói, no caso, super-heroína. Não precisa ser bilionário, alien, treinado em artes marciais, etc, pra ganhar uns poderes um dia e sair salvando o mundo.

Pode ser uma garota ou um cara qualquer, independente de traço físico, identidade cultural, de gênero, sexualidade, nacionalidade... E o melhor, você pode ser bom nisso, da mesma forma que ela é. E ter sua revista, ainda que controversa para alguns leitores, super elogiada e aclamada. Pois é.

Imagem de capa do item

Bobby Drake e nunca é tarde, não é mesmo?

E continuando o papo sobre diversidade, parece que encontrar seu eu do passado, literalmente, causou uma grande mudança de rumos na vida do Homem de Gelo. Bobby Drake do passado se descobrindo (sendo descoberto, na verdade) gay e confrontando seu eu do presente foi uma das passagens mais icônicas dos quadrinhos dos últimos tempos.

Sempre bom para o lado da representação, coisa para o qual os X-men estão aí, sempre trazendo todos os tipos possíveis, afinal, por debaixo de todas as loucuras de poderes, ciência e idealismos, o foco principal do quadrinho é a inclusão de minorias na sociedade. Entretanto, a grande saída forçada do armário (2 vezes, aliás) do mutante também mostra o quanto nos reprimimos, das formas mais diversas, por períodos de tempo absurdos, e como sempre é tempo de mudar. Quem aqui não quer ser feliz, certo?