10 inovações e tendências que o Universo Cinematográfico da Marvel popularizou!
10 inovações e tendências que o Universo Cinematográfico da Marvel popularizou!
Se hoje vivemos uma Era de Ouro das adaptações de HQs no cinema, pode-se dizer que boa parte do crédito deve-se à Marvel Studios e o Universo Cinematográfico da Marvel. A franquia trouxe uma série de inovações e lançou tendências no cinema, na TV e nos quadrinhos, que foram apropriados pelas concorrentes e estão sendo usados em larga escala. E aqui listamos dez dessas ideias inovadoras por trás do estúdio e da saga!
A "Fórmula Marvel"
Começando a lista, temos um elemento que é visto de forma um tanto quanto pejorativa pelos fãs e críticos, mas que no sentido mercadológico, ajudou o MCU a se tornar uma das franquias mais dominantes do cinema. Trata-se da tão comentada "fórmula Marvel".
Essa fórmula consiste em uma estrutura parecida nos filmes: um protagonista carismático e seu interesse romântico, uma ameaça subdesenvolvida que põe em risco a vida do herói, de seus próximos ou até mesmo do mundo, em uma aventura de três arcos que segue firme a Jornada do Herói. No caminho, não pode faltar humor, alguns easter-eggs de outros filmes da franquia e os ganchos para continuações e filmes de equipe. Além disso, pouca violência e conteúdo sexual, já que é necessário manter a classificação indicativa acessível para todos os públicos.
Por mais simplória e repetitiva que pareça, a "fórmula Marvel" fez com que os filmes do estúdio deixassem de ser obras de nicho - os fãs de quadrinhos - para ter um alcance mundial, nos principais públicos-alvo que são procurados pelo estúdio. E a partir disso, alguns estúdios concorrentes passaram a se apoiar nessa fórmula com pouca ou nenhuma mudança.
Intercâmbio com as HQs
Quando se fala em filmes de super-heróis, os estúdios precisam estar prontos para lidar com os quadrinhos de forma direta e pessoal. E a Marvel Studios levou uma grande vantagem jamais antes vista nos cinemas: trata-se de um estúdio da própria companhia de quadrinhos, em vez de um estúdio cinematográfico terceirizado.
Isso significa que há uma influência maior da própria editora nas decisões por trás dos filmes, respeitando com maior fidelidade os elementos, trajes e histórias das HQs. E, além disso, podendo gerar um intercâmbio maior entre os filmes e as revistas.
Isso já havia acontecido diversas vezes no passado - como por exemplo, a Arlequina que fora criada em Batman: A Série Animada ou a X-23, de X-Men: Evolution. Contudo, a Marvel Studios trouxe isso de volta em uma escala massiva, com a inserção de Phil Coulson e outros agentes da SHIELD nas HQs após sua participação no MCU, além de diversos outros casos (Chitauri, Erik Selvig e outros).
Lançando franquias do zero
Mais do que criar personagens novos no cinema e transportá-los aos quadrinhos, o Universo Cinematográfico da Marvel se tornou uma importante plataforma de lançamento e popularização de franquias pré-estabelecidas que tinham pouca popularidade.
Enquanto, no passado, os estúdios buscavam dar prioridade a franquias conhecidas e consagradas - motivo pelo qual temos tantos filmes do Batman, dos X-Men, Homem-Aranha e Superman - salvo por um ou outro ponto fora da curva - Blade -, a Marvel Studios se tornou pioneira em lançar franquias pouco conhecidas até mesmo entre os fãs de HQs.
A partir disso surgiram filmes como Guardiões da Galáxia, Doutor Estranho e Homem-Formiga (que curiosamente, sequer tinha uma revista solo na época de lançamento do filme), se tornando rapidamente reconhecidos pela cultura pop e revigorando o sucesso desses personagens nos quadrinhos de uma maneira jamais vista na história.
Interconectividade
Uma das principais maneiras pelas quais o MCU inovou o conceito de adaptação de quadrinhos foi com a inclusão da conectividade entre seus múltiplos filmes, gerando um universo coeso e coerente que remete claramente aos quadrinhos, onde tudo é interligado.
Aqui, essa interconectividade se dá de maneiras bem interessantes, que começaram a ser repetidas pelos estúdios concorrentes após perceberem o sucesso e a facilidade em integrar seus próprios universos compartilhados dessa maneira.
Tratam-se das cenas pós-créditos - criadas bem antes do MCU ser sequer concebido, mas intensamente popularizadas pela franquia (basta notar que depois dos filmes da Marvel, você quase sempre espera até os créditos acabarem para sair da sala de cinema) - e os easter-eggs, que são inclusos aqui (em sua maioria) como pontes para outros filmes, em vez de informações despejadas apenas para dar aos fãs de HQs uma "recompensa".
Da TV pros cinemas
Falando em inovações mais claras, duas devem ser comentadas com louvor, pois não impactam apenas a produção de filmes do "gênero" de super-heróis, mas sim toda a estrutura cinematográfica. A primeira delas, que discutiremos nesse item, é o anúncio da série de TV dos Inumanos.
A série, que terá oito episódios, será lançada pela ABC. Porém, seus dois primeiros episódios, antes de chegarem à televisão, terão estreia nos cinemas no mundo inteiro, algo inovador para o conceito de exibição de ficção seriada - ainda que isso já tenha acontecido no passado.
Porém, mais importante que isso - e também mais promissor para o futuro -, Inumanos será a primeira série da história feita em parceria com a empresa IMAX (ou seja, a primeira série de TV rodada com câmeras IMAX na história da televisão e dos cinemas), o que abre margem para uma renovação visual da TV nos próximos anos.
O poder do IMAX
Ainda falando da tecnologia IMAX, precisamos citar a outra inovação que trará benefícios para a forma como o cinema é feito no mundo todo. Vingadores: Guerra Infinita e sua continuação serão os dois primeiros filmes do mundo a serem gravados inteiramente com câmeras digitais IMAX.
Embora a tecnologia para tal já existisse a bastante tempo, os custos de produção e o peso do equipamento sempre foram empecilhos, de modo que os filmes que contavam com tecnologia IMAX eram apenas parcialmente gravados - apenas em cenas específicas, onde era cabível o uso da tela estendida.
Porém, será a primeira vez que teremos dois filmes feitos inteiramente em IMAX, com novas câmeras mais leves e práticas. Aliás, falando em novas câmeras, não é a primeira vez que a Marvel Studios testa tecnologias inovadoras no cinema, já que Guardiões da Galáxia Vol. 2 foi filmado com a câmera RED WEAPON 8K, sendo também o primeiro filme a inaugurar o uso dessa tecnologia.
Participação de várias empresas e estúdios
Em Hollywood, ainda predomina uma definição bem arcaica de estúdios e franquias. São raros os casos onde estúdios diferentes colaboram para produzir os mesmos produtos, enquanto na maior parte da estrutura, essas empresas são vistas como rivais, de modo a competir por lucros em bilheteria, lançamento em home media e até mesmo licenciamento de produtos derivados.
Contudo, a Marvel Studios vem lentamente mudando a percepção sobre esse assunto, com acordos que beneficiam mais de um estúdio e fazem com que a franquia se expanda sem competição massificada.
Na Fase 1, pudemos ver a Marvel Studios produzir os filmes que eram distribuídos pela Paramount, Universal e Walt Disney. Agora, com a Fase 3, a Walt Disney se junta à Sony na distribuição dos filmes, enquanto a Marvel Studios continua como único pilar por trás da produção. E isso abre margem até mesmo para um futuro acordo com a 20th Century Fox.
Netflix: A Invasão
Criada em 1997, mas tendo iniciado seu serviço de streaming apenas 10 anos depois, a Netflix se tornou rapidamente uma das empresas mais populares do mundo, por oferecer um catálogo virtual de filmes e séries. Isso foi apenas um primeiro passo, que resultou na empresa participando ativamente da produção de conteúdo exclusivo.
Com suas séries originais, a Netflix revolucionou a indústria televisiva, e logo chamou a atenção da Marvel Studios, que fez com que o MCU fosse a primeira franquia de super-heróis a ter parceria fixa com o serviço digital.
Lá, a franquia conseguiu abrir um novo ramo inédito, indo contra a produção dos cinemas e apostando em um público de nicho, com conteúdo mais adulto e aprofundado em temas e personagens que não seriam bem explorados nos cinemas.
Narrativa transmídia
Atualmente, não se fala em outra coisa senão encontrar novos meios de contar histórias e atingir um público ainda maior com elas. Com isso, uma tendência no mercado é fabricar narrativas transmídia - ou seja, que se passem em mais de um veículo midiático.
De certa forma, o MCU é uma franquia pioneira nesse aspecto, pois engloba o cinema - os filmes do estúdio -, a televisão - séries como Agents of SHIELD -, os serviços de streaming - Demolidor, Jessica Jones -, as HQs - revistas-prelúdio - e até mesmo conteúdo viral e lançado direto em Blu-Ray - alguns especiais e os curtas-metragens da franquia.
Só por isso, a franquia já se tornou uma saga cultural com um dos maiores públicos já visto na história, além de poder variar os segmentos de acordo com a demanda do veículo midiático. E isso abriu as portas para outras franquias se expandirem da mesma forma, como os X-Men e Assassin's Creed, tanto nos filmes/séries quanto nos games/filmes.
O universo compartilhado de uma nova era
Embora pareça algo muito novo, a ideia de Universo Compartilhado já foi extensivamente trabalhada no cinema. Basta lembrar dos Monstros da Universal ou de franquias mais recentes, que abriam suas portas para produtos derivados - os famosos spin-off.
Porém, o que a Marvel fez foi trazer um elemento novo, direto dos quadrinhos para o cinema, transformando seus filmes em capítulos de uma história maior e mais complexa, ainda que as franquias isoladas não dependam muito da interferência de outros filmes.
O ponto de convergência de tudo foi Os Vingadores, um filme sem precedentes que abriu os olhos dos estúdios para realizarem seus próprios universos compartilhados no cinema - alguns nem sempre bem-sucedidos por se focarem apenas na ideia dos lucros e não na qualidade do produto - e até mesmo expandido franquias pré-estabelecidas em seus próprios universos compartilhados.