Se resolvessem abraçar todo o lado sobrenatural do Cavaleiro da Lua, sua primeira história nos quadrinhos poderia render um bom arco. O Cavaleiro apareceu pela primeira vez como um vilão na revista do Lobisomem, em 1975.

Pegando essa aparição e todo o histórico que os dois possuem, a trama poderia render até uma narrativa completa para a série, se colocado o Comitê como grande vilão. Seria incrível ver a Marvel explorar esse lado místico/urbano com o herói.

Obviamente, uma história é certa de ser adaptada: a origem do personagem. Comparando com os heróis apresentados para a série dos Defensores, seu passado casa muito bem com o contexto obscuro já ditado pela Netflix.

Marc Spector possui um passado extremamente violento, começando com uma carreira no boxe, passando pela Marinha e pela CIA.

No meio do caminho, ele acaba matando seu próprio irmão e se torna um mercenário. Aí ele conhece seu futuro maior inimigo, Raoul Bushman, e “morre” no templo do Deus da Lua egípcio, Khonshu - que o traz de volta, agora com os poderes do Cavaleiro da Lua. Boa história ou não?

Em 2006, o Cavaleiro da Lua voltou aos quadrinhos com uma trama que entrega tudo o que o personagem ofereceu – e ofereceria depois – de melhor: uma narrativa obscura, emocional e muito, muito brutal. É um renascimento, resgatando toda a história de Marc Spector até aquele ponto, lhe dando uma terceira e nova vida.

"The Bottom", escrita por Charlie Huston, explora a versão mais decaída e miserável de Spector, até seu retorno triunfal como Cavaleiro da Lua.

Todos os personagens mais relevantes das aventuras do herói estão envolvidos, incluindo os vilões e é uma forma diferente de se adaptar uma origem: o molde que o Cavaleiro da Lua precisa.

Se nenhuma dessas parece atrativa; se o lado que você e os produtores mais gostam do Cavaleiro da Lua é o que apresenta menos emoção, profundidade e mais ação, tecnologia e crime, temos "Shock and Awe de 2010.

Aqui, Marc usa um traje muito mais moderno, cheio de armas e dispositivos e a história traz o personagem mais "heroico" e, ao mesmo tempo, em busca de vingança.

De todas as pitadas de Batman que o Cavaleiro da Lua possui, essa é a trama mais temperada que pode ser adaptada.

Drama, ação, mas que tal loucura? Uma das assinaturas do Cavaleiro da Lua são suas múltiplas personalidades – representando as quatro fases da Lua. Em 2011, Brian Michael Bendis e o artista Alex Maleev exploraram uma versão insana do herói em uma história que divide opiniões.

Nessa aventura, o Cavaleiro da Lua desiste de Nova York e vai para a Costa Leste dos EUA, para Los Angeles e suas personalidades estão um tanto diferentes. No lugar de suas personas habituais, ele convive com o Capitão América, o Homem-Aranha e o Wolverine em sua cabeça.

Facilmente, os heróis podem ser substituídos pelos Defensores da Netflix. Seria interessante ver uma coisa quase Sense8 com o Marc, enquanto ele luta contra o Rei do Crime de LA – que não é o Wilson Fisk (mas poderia ser).

Algumas especulações dizem que, na verdade, o herói pode ser citado ou até aparecer na série do Justiceiro. De uma forma ou de outra, o Cavaleiro da Lua e Frank Castle não são estranhos a encontros nos quadrinhos.

Em “Down South”, de 2009, o Cavaleiro da Lua, em sua personalidade de Jake Lockley, vai para o México e ganha a vida lutando. Ele, então, é contratado para solucionar um sequestro e acaba trombando com o Justiceiro. Um bom arco para se assistir, não?

Entre as histórias mais clássicas do Cavaleiro da Lua, temos a aventura de quando, depois de um surto, Marc decide se aposentar como herói. Ele passa viver como sua persona bilionária, Steven Grant, ao lado de sua namorada, Marlene.

Porém, Khonshu o chama de volta e ele é atraído até o Egito. Lá, ele encontra monges que o proclamam “Punho de Khonshu” e lhe dão armas místicas para entrar em uma batalha contra Anubis.

Claro, não dá para adaptar completamente algo assim, mas a ideia de outras divindades e do herói realmente como um Cavaleiro de Khonshu é bem interessante.

Na trama do Punho de Khonshu, é descoberto que o herói estava sendo controlado pelo Deus da Lua por um tempo.

Então, uma ideia seria começar uma narrativa com um Marc pós-possessão, tentando lidar com sua identidade de Cavaleiro da Lua, enquanto luta contra o próprio poder do Khonshu.

Essa é a premissa dos quadrinhos de "Marc Spector: Cavaleiro da Lua". Simples e interessante de adaptar.

O melhor ficou para o fim. O Cavaleiro da Lua está popular nos últimos anos não apenas pelos rumores de uma adaptação, mas por conta das novas histórias sensacionais que foram escritas para o herói.

Em 2014, os quadrinhos do personagem foram renovados por Warren Ellis e companhia e, certamente, essa é sua versão mais “adaptável”.

Não exatamente no quesito história, quando, pelo menos no primeiro arco, a trama é constituída de uma espécie de antologia. Mas o novo visual, como Mr. Knight, o tratamento dado para suas personalidades e sua relação com o Khonshu são mais “digeríveis”; profundas, sim, mas simples de apresentar ao novo público.

Por fim, se nenhuma dessas te interessou, uma série com um formato mais experimental, mostrando Marc em um estado de completa insanidade, pode ser uma boa.

A nova história do Cavaleiro da Lua, que começou em 2016, mostra Spector acordando em um asilo, sem poderes, com uma tonelada de papéis atestando seu histórico médico e suas identidades, colocando TODA a narrativa do personagem, até então, em cheque.

Tramas de dar nó na cabeça estão em alta ultimamente; que tal embarcar em uma aventura lunática com o Cavaleiro?

Você gosta do Cavaleiro da Lua? Quais são suas dúvidas sobre o herói? Qual de suas aventuras deveriam chegar às telas? Não deixe de comentar!